Um ano depois de acabarem o curso, 84% dos estudantes da ULisboa conseguiram emprego

Dezoito meses depois de concluírem o curso, 90% dos estudantes da Universidade de Lisboa encontram trabalho, segundo os dados divulgados pela universidade. Menos de um ano depois de acabarem o curso, 84% já tinham conseguido integrar o mercado de trabalho. Dos mais de 3000 inquiridos, 58% conseguiram trabalho na sua área de formação, refere a instituição de ensino superior.

Estas percentagens são relativas aos recém-formados de licenciatura e mestrado que responderam a um inquérito de empregabilidade da ULisboa, feito em 2024 a estudantes que se diplomaram em 2021/2022: tiveram 3338 respostas de diplomados (de um total de 8213), o que corresponde a 40,6% do total. Os antigos estudantes das 18 escolas que compõem a universidade puderam responder ao inquérito online entre 20 de Março e 10 de Novembro de 2024.

Neste questionário anual, os alunos devem indicar se conseguiram obter emprego (e se foi na sua área de formação) numa fase inicial de entrada no mercado de trabalho. A experiência profissional posterior não é tida em conta.

Dos inquiridos em 2024, 28% conseguiram emprego fora da área de formação e 13% continuavam sem actividade profissional remunerada.

Quais os cursos que resultaram em mais emprego na área?

  1. Medicina (95%)
  2. Farmácia (89%)
  3. Outros cursos de Saúde (86%)
  4. Veterinária (84%)
  5. Informática (79%)
  6. Educação (76%)
  7. Direito (75%)

Quais os cursos em que mais estudantes encontraram emprego fora da área de formação?

  1. Engenharia, excluindo Informática (58%)
  2. Ciências Sociais (38%)
  3. Artes (33%)
  4. Humanidades (33%)
  5. Matemática e Estatística (32%)
  6. Ciências Físicas e da Terra (31%)

“A interpretação destes dados é complexa, mas não inteiramente surpreendente”, afirma o vice-reitor da ULisboa, João Peixoto. E explica: em algumas áreas de formação, a correspondência entre o estudo e o emprego é muito forte, com um mercado de trabalho mais estável e um maior nível de especialização; noutras, o grau de polivalência é maior e os cursos podem enquadrar-se em várias áreas profissionais.

Os dados recolhidos pela universidade mostram ainda que os alunos com mestrado tinham mais probabilidade de encontrar emprego do que os estudantes que tinham apenas licenciatura. “A taxa de empregabilidade entre quem concluiu recentemente um mestrado integrado é de 97% e a dos mestrados de 2.º ciclo é de 94%”; no caso das licenciaturas, é de 77%.

“Ao longo destes dez anos de monitorização, os dados evidenciam uma elevada e consistente empregabilidade e um aumento das remunerações médias dos estudantes que concluem os seus estudos na ULisboa”, refere a universidade numa nota enviada às redacções.

No que aos salários diz respeito, o ordenado médio mensal dos recém-diplomados é de 1468 euros brutos. Os licenciados recebem menos do que os que optaram por tirar mestrado: em média, os licenciados recebem 1323 euros; quem tem um mestrado integrado recebe em média 1590 euros e quem tem um mestrado de 2.º ciclo recebe em média 1522 euros.

Dos inquiridos, 84% dos diplomados optaram por ficar em Portugal, mas os dados mostram que a diferença salarial entre quem fica e quem emigra é “significativa”: “Quem permanece no país recebe, em média, cerca de 1400 euros mensais, enquanto aqueles que optam por trabalhar na Europa ganham perto de 2300 euros”, refere a universidade.

Concerto dos Coldplay: Directora dos Recursos Humanos da Astronomer demitiu-se

A directora de Recursos Humanos da empresa de tecnologia norte-americana Astronomer, Kristin Cabot, demitiu-se do cargo, após ter sido apanhada pela kiss cam de um concerto dos Coldplay, numa situação de intimidade com o então CEO da mesma empresa, momento que rapidamente se tornou viral nas redes sociais.

A saída de Kristin Cabot, que trabalhava na Astronomer desde Novembro passado, foi avançada pela própria empresa, através de um comunicado a que a BBC teve acesso. Dias antes, era Andy Byron quem renunciava ao cargo de director executivo, segundo uma nota divulgada pela revista Variety. Desde então, a empresa de tecnologia avaliada em 680 milhões de euros tem sido liderada por Pete DeJoy, nomeado director executivo interino. Citado pela BBC, o co-fundador da Astronomer garantiu continuar empenhado em “construir algo grandioso”.

A polémica em torno da empresa de tecnologia começou em Boston, num concerto dos Coldplay, onde Andy Byron e Kristin Cabot foram filmados num contexto romântico. Quando projectados no grande ecrã do estádio onde a banda britânica actuava, ambos se afastaram e esconderam-se. Ao assistir ao comportamento do casal, o vocalista brincou com a situação constrangedora: “Ou estão a ter um caso ou são tímidos”, supôs Chris Martin.

Desde então, o momento tornou-se viral em todas as redes sociais, acumulando milhões de visualizações e várias reacções em todo o mundo. Em palco, a situação insólita entre os antigos membros da Astronomer continuou a ser falada.

Na primeira actuação dos Coldplay após o sucedido em Boston, Chris Martin alertou para a passagem da kiss cam que iria filmar a plateia. “Gostaríamos de dizer olá a alguns de vocês na plateia. Vamos usar as nossas câmaras e colocar alguns de vocês no grande ecrã. Por isso, se não se maquilharam, façam-no agora por favor”, brincou o vocalista com o público. Já os Oasis, num concerto em Manchester, no Reino Unido, criticaram os Coldplay e disseram aos fãs que não precisavam de se esconder durante os seus espectáculos.

Câmara de Lisboa apoia 53 projetos candidatos ao programa BIP/ZIP com investimento de 4 milhões de eurps

A Câmara de Lisboa aprovou esta quarta-feira o apoio a 53 dos 96 projetos candidatos à 15.ª edição do programa BIP/ZIP — Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária, num investimento total de cerca de quatro milhões de euros até 2028.

Em reunião pública, a proposta da vereadora da Habitação e Obras Municipais, Filipa Roseta (PSD) quanto à edição deste ano do programa BIP/ZIP foi aprovada com a abstenção dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e os votos a favor dos restantes, nomeadamente da liderança PSD/CDS-PP, PS, PCP, Livre e BE.

“Em 2025 prevê-se apoiar o maior número de candidaturas possível, dentro dos limites da dotação orçamental disponível”, refere a proposta, que prevê o apoio a 53 projetos, que abrangem 60 territórios BIP/ZIP.

Os Cidadãos Por Lisboa justificaram a abstenção com o facto de os 53 projetos, que se diz ser o maior número de todas as edições, serem “à custa do corte de quase 40% do dinheiro inicial da 1.ª tranche e também da redução de 25 para 5 projetos de ecossistema”.

Na 15.ª edição do programa, foram selecionados 53 projetos entre o total de 96 submetidos, sendo que 48 integram a dimensão Ignição, com duração de 12 meses de execução, e cinco da dimensão Ecossistema, com três anos de execução, havendo a possibilidade de prorrogação de mais dois ou três anos, conforme a necessidade, de acordo com a câmara.

Os 53 projetos selecionados intervêm em 60 dos 67 territórios de Lisboa com necessidades prioritárias e correspondem à “implementação de 301 atividades, promovidas por um total de 160 entidades, das quais 57 na qualidade de promotoras e 110 enquanto parceiras, incluindo 15 juntas de freguesia”, segundo a proposta.

Prevê-se um investimento municipal de três milhões de euros, a que se soma o financiamento proveniente de outras fontes no valor de 998 mil euros, totalizando um momento de cerca de quatro milhões de euros para a 15.ª edição do programa BIP/ZIP.

Entre as entidades promotoras dos 53 projetos selecionados estão, entre outras, a Rés do Chão 119 Associação; PROJECTO ALKANTARA — Associação de Luta Contra a Exclusão Social; O Homem — Associação — Coletivo para a Ecologia Humana; Associação Rizoma Livre; e Associação de Moradores do PER 11.

Nesta reunião, a câmara aprovou ainda, com a abstenção de Cidadãos Por Lisboa e Livre, a atribuição de um apoio financeiro de 246 mil euros à Podium Events S.A. para a organização da última etapa da 84.ª Volta a Portugal em Bicicleta, com chegada a Lisboa no dia 17 de agosto.

Por unanimidade, a câmara aprovou duas propostas do PCP, uma pela redução de resíduos de plástico nos eventos organizados e/ou apoiados pelo município, e outra pela atualização imediata dos níveis de rendimento estabelecidos no Regulamento Municipal do Direito à Habitação, fazendo aplicar ao parâmetro do rendimento máximo global do agregado a taxa de inflação acumulada.

Com os votos contra de PSD/CDS-PP, que justificou essa posição por razões técnicas e de proteção de dados, o executivo viabilizou ainda uma moção do Livre pela colaboração da empresa municipal EMEL com a comunidade que desenvolveu aplicações open source para a rede de bicicletas partilhadas Gira.

O executivo da Câmara de Lisboa, que é composto por 17 membros, integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” — PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, três do PS, três dos Cidadãos Por Lisboa, dois do PCP, um do Livre e um do BE.

“O pátio da saudade”, comédia dramática de Leonel Vieira, estreia-se em 14 agosto

“O pátio da saudade”, a estrear-se em 14 de agosto, é uma “comédia dramática com um toque musical”, que “pretende ser de entretenimento puro”, disse hoje à imprensa o realizador Leonel Vieira, na apresentação do seu novo filme.

Um entretenimento, porém, com substância, “que não deixe o espectador com o sabor de estar a ver uma tontice”, acrescentou.

Protagonizado por Sara Matos, “O pátio da saudade” é “uma história sobre amizade, resiliência, capacidade de ter um sonho e de não desistir de o concretizar”, sublinhou o realizador.

Há dez anos, Leonel Vieira dirigiu “O leão da Estrela” e “O pátio das cantigas”, duas produções “com um olhar novo sobre filmes dos anos 1940″. Em 2016, voltou a insistir no género, com a revisitação d””A canção de Lisboa”, que produziu, entregando a realização a Pedro Varela. A “sua” versão de “O pátio das cantigas” continua a ser o filme português mais visto desde 2004, nos “rankings” publicados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual.

Com “O pátio da saudade”, Leonel Vieira incide sobre o teatro de revista. Para começar, sobre os filmes anteriores, entende “não ter feito “remakes””, mas longas-metragens “que respeitavam muito o espírito do cinema dos anos 1940, com um olhar novo”.

Sobre este “novo pátio”, garante ser uma história “sobre a amizade”, sobre “as pessoas se unirem para salvar coisas”, frisou o realizador durante a apresentação do filme, ocorrida esta quarta-feira, em Lisboa; unirem-se em torno de “causas, que é uma coisa que está muito em risco nos dias de hoje – as pessoas unirem-se para salvarem causas comuns”, acrescentou.

“O pátio da saudade” fala de “valores que hoje estamos a perder um pouco ou que achamos que estamos a perder”, disse Leonel Vieira.

A ação do filme centra-se numa atriz (Sara Matos) que herda um teatro de uma tia afastada que quase não conhecia e que era fã de teatro de revista. A viabilidade de herdar aquele antigo palacete vem, todavia, com a condição de o recuperar, pondo em cena uma revista.

Questionado sobre se este filme é uma “espécie de homenagem ao teatro de revista”, Leonel Vieira admite tratar-se de “um olhar sobre o passado”.

“O passado não se pode perder”, afirmou. “Não existe só o que é hoje, o que somos hoje e “o hoje é tudo (…) e o passado é para apagar, e os velhos são para acabar””. Para Leonel Vieira, isso não pode ser, sublinhando que essa posição perante a vida o “incomoda bastante”.

“O pátio da saudade” é, por isso, um filme sobre o “passado que interessa”, já que “o passado faz parte do nosso presente e é necessário ser trazido para o nosso presente e ser repensado”. E “nada é descartável”, reforçou. .

Questionado sobre se “O pátio da saudade” é o filme que de facto pensava fazer, o realizador disse que os filmes “nunca são aquilo” que pensa, mas sim “uma aproximação”.

Este filme, em que cada personagem foi pensada precisamente para o ator/atriz que a representa, “está bastante próximo do que achei que se poderia fazer”, concluiu.

Questionado sobre se espera um êxito como o que obteve com “O pátio das cantigas”, o realizador afirmou esperar que o novo filme obtenha êxito, recusando-se, todavia, a esperar que se equipare ao que obteve há 10 anos, pois este foi “um fenómeno pontual, que às vezes acontece”.

Sobre novos trabalhos, Leonel Vieira adiantou que, em setembro, estreará uma nova série, também com Sara Matos, na plataforma de “streaming” HBO. .

Leonel Vieira tem em pós-produção a série “Vitória”, que dirige, que conta igualmente com a interpretação de Daniela Ruah, e argumento de Alexandre N. Rodrigues e Manuel Prates.

Entre as produções e coproduções recentes de Leonel Vieira contam-se “Vìrgenes”, de Álvaro Díaz Lorenzo, filme estreado no Festival de Málaga, na primavera passada, e a série “Favàtrix”, lançada em maio em Espanha.

“O pátio da saudade” tem interpretações de José Raposo, José Pedro Vasconcelos, Gilmário Vemba, Alexandra Lencastre, José Pedro Gomes e Ana Guiomar, entre outros atores. O argumento é de Aldo Lima, Manuel Prates, Alexandre N. Rodrigues e do próprio Leonel Vieira; a banda sonora, de Manuel Palha e Tiago Perestrelo, segundo a ficha técnica disponível na net.

Autárquicas: CDS-PP aprova mais oito coligações para as eleições de outubro totalizando 157

O Conselho Nacional do CDS-PP aprovou esta quarta-feira à noite mais oito coligações para as próximas eleições autárquicas, totalizando já 157 coligações, a “maioria com o PSD”, disse esta quarta-feira à Lusa o secretário-geral do partido.

Pedro Morais Soares, que falava, após a reunião do Conselho Nacional do partido que decorreu esta noite, na sua sede, no Largo Adelino Amaro da Costa, em Lisboa, afirmou que o partido “já tem um total de 157 coligações, a maioria delas com o PSD, e o objetivo é crescer nestas autárquicas, ter mais autarcas”.

A reunião desta quarta-feira do Conselho Nacional tinha como objetivo apresentar, discutir e votar acordos de coligação para as eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025, três delas ficaram para avaliar com as concelhias.

Das oito coligações aprovadas nesta reunião, Pedro Morais Soares destacou as de Mértola, Moimenta da Beira e Amadora.

Autárquicas: PSD e CDS-PP coligados para “projeto abrangente” em Vila do Conde

O PSD e o CDS-PP concorrem coligados em Vila do Conde nas eleições autárquicas de 12 de outubro, num projeto apelidado Aliança por Vila do Conde, revelou esta quarta-feira à Lusa a cabeça de lista, Luísa Maia.

A social-democrata disse que a candidatura pretende ser “abrangente”, integrando independentes e ex-membros de outras forças políticas, para projetar “uma candidatura alternativa e credível, que reúna a sociedade civil”.

“Desde o início que o objetivo foi formar uma coligação abrangente. O CDS sempre foi um parceiro histórico e natural. Mas queremos ir mais longe e integrar independentes, antigos membros de outras forças políticas e pessoas sem filiação partidária”, declarou Luísa Maia à agência Lusa.

Segundo a cabeça de lista, estão também garantidos antigos candidatos ligados ao Movimento Independente Nau, que já liderou a Câmara de Vila do Conde e que, nas últimas eleições autárquicas, foi a segunda força mais votada.

“Queremos ter uma coligação em que os independentes se possam rever, pessoas que nunca estiveram ligadas à política e que são da sociedade civil. Esta coligação pretende ser uma alternativa credível e, sobretudo, ter a abrangência como pedra de toque. Não é um projeto unipessoal”, disse Luísa Maia.

O CDS está representado através de Miguel Gomes, nome indicado pela distrital do partido como delegado para Vila do Conde.

Entre as prioridades do programa autárquico da coligação Aliança por Vila do Conde estão o combate ao “trânsito caótico” à entrada da cidade, com a criação de um Plano de Mobilidade a traçar em 90 dias e executar num ano, e o alargamento do abastecimento de água e saneamento a todo o concelho.

A coligação pretende ainda rever o Plano Diretor Municipal (PDM), reduzir a taxa de derrama, devolver parte do IRS às famílias e instalar painéis solares em todos os edifícios municipais.

No plano cultural e turístico, Luísa Maia destaca a recuperação da Seca do Bacalhau e do Forte de S. João, bem como a definição de um destino para o antigo Centro de Saúde de Vila do Conde.

A Câmara de Vila do Conde é atualmente liderada pelo socialista Vítor Costa, que ainda não manifestou publicamente a intenção de se candidatar a novo mandato.

O executivo da autarquia é formado por cinco eleitos do PS, dois do movimento NAU, um do PSD e um outro independente.

Além de Luísa Maia (PSD/CDS), também Nádia Marques (CDU), Carlos Macedo (IL) e Pedro Silva (Chega) já assumiram as candidaturas.

As eleições autárquicas estão marcadas para 12 de outubro.

Lisboa está a trabalhar com outros municípios para alterar lei das Lojas com História

A Câmara de Lisboa está a trabalhar com outros municípios do país para propor ao Governo a alteração da lei das Lojas com História, inclusive o alargamento da proteção dos contratos de arrendamento, revelou esta quarta-feira o vereador da Economia.

Diogo Moura (CDS-PP) falava na reunião pública da câmara, no âmbito da apreciação da proposta de reconhecimento e distinção como Lojas com História de três estabelecimentos, nomeadamente os restaurantes Antigo 1º de Maio e Cabaças, ambos na freguesia da Misericórdia, e a loja Rita Salazar Store, no Areeiro, que foi aprovada por unanimidade.

O reconhecimento destes três estabelecimentos acontece após submissão da proposta a consulta pública, em que não se registou qualquer tipo de participação, indicou o vereador da Economia.

A proposta inclui ainda as decisões desfavoráveis ao reconhecimento como Lojas com História de outros dois estabelecimentos, a Leitaria Pastelaria Eneri, na Misericórdia, e Leitaria da Anunciada, em Santo António, tendo este ponto sido aprovado com a abstenção de PS, Livre, BE e Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre).

A este propósito, Ricardo Moreira, do BE, manifestou preocupação que a ideia de que o programa municipal Lojas com História, criado há 10 anos para proteger o comércio histórico da cidade, “esteja agora a entrar num processo de gentrificação”, com grandes marcas que compram estabelecimentos históricos, mantendo esse reconhecimento e utilizando os espaços apenas para aumentar a sua marca.

Também Ana Jara, do PCP, alertou para a necessidade de rever os critérios do programa, para que não seja apenas protegido o património arquitetónico e para evitar a passagem destas lojas para outros negócios.

Tanto o BE como o PCP realçaram o caso da Ginjinha Sem Rival, que está em risco de fechar porque o novo proprietário do imóvel (que é um hotel) opôs-se à renovação do contrato de arrendamento, tendo o vereador Diogo Moura reiterado que está a acompanhar a situação.

“O estabelecimento continua a funcionar, continua a pagar a sua renda e não houve qualquer ação de despejo até este momento”, indicou o vereador da Economia, referindo que já passou prazo que o senhorio estabeleceu para o fim do contrato, mas o processo está a ser analisado, com a ideia de vigorar até 31 de dezembro de 2027, no âmbito da proteção prevista às Lojas com História, prevalecendo sob o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU).

Do PS, Pedro Anastácio defendeu a necessidade ter novas valências no programa Lojas com História, com “novos eixos de proteção do comércio histórico”, inclusive mais instrumentos legais para salvaguardar o objetivo de “promoção e divulgação do comércio, garantindo que não há nenhum tipo de monocultura no comércio”.

Em resposta, Diogo Moura disse que o trabalho de revisão do regulamento do programa municipal Lojas com História “está feito” e encontra-se em avaliação na CCDR — Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, adiantando que esse trabalho inclui a flexibilização de alguns dos critérios para “incluir muitos mais estabelecimentos”.

“O problema da proteção não é do programa, porque o programa cumpre tudo aquilo que faz […] A lei é que não protege”, indicou o responsável pelo pelouro da Economia, referindo-se ao NRAU.

Diogo Moura revelou que na terça-feira, em conjunto com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), esteve reunido com o Governo, na área da Economia, em que apresentou várias propostas de alteração quanto ao licenciamento zero e à lei n.º 42/2017 das Lojas com História.

Lisboa está a trabalhar em conjunto com outras câmaras municipais que têm Lojas com História, no total “são 20 municípios”, para apresentar ao Governo “no início de setembro” um documento com as principais alterações à lei, nomeadamente o alargamento do prazo de extensão da proteção dos contratos de arrendamento e a clarificação que os contratos ao abrigo do NRAU estão salvaguardados nesta lei.

Autárquicas: Movimento Plano C candidata John Alves à Câmara de Chaves

A candidatura do movimento independente Plano C à Câmara de Chaves é encabeçada pelo consultor John Alves, que quer dar voz à população e criar alternativas aos tradicionais partidos, foi anunciado esta quarta-feira.

“Achamos que a forma de ser mais agregadora seria candidatarmo-nos como independentes e não como associados a qualquer partido”, afirmou John Alves à agência Lusa.

O Plano C apresenta-se como um movimento de cidadãos apartidário e independente que nasceu “com o objetivo de promover uma política mais próxima, transparente e participativa” no concelho do norte do distrito de Vila Real.

O objetivo é, segundo realçou o candidato, dar voz à população e criar alternativas aos tradicionais partidos políticos.

Os que integram o movimento têm, maioritariamente, idades entre os 20 e os 40 anos, e alegam que não se sentem representados politicamente ou nas políticas públicas.

Entre as prioridades de ação apontadas por John Alves estão a habitação, a saúde e economia local.

“Um ponto essencial é a habitação”, realçou, destacando como preocupação a “oferta muito deficitária de imóveis para arrendamento” e os “preços desajustados” que são praticados.

Na sua opinião, a câmara “tem que atuar e contribuir para corrigir esta falha no mercado”, o que significa “ela própria reconstruir e requalificar edifícios que sejam da autarquia ou de outras entidades públicas”.

John Alves defendeu também que o município deveria ter feito mais na defesa do Hospital de Chaves, nomeadamente pressionando para o restabelecimento dos serviços da pediatria e de ortopedia.

O cabeça de lista pelo movimento independente quer ainda centrar atenções no apoio aos mais idosos e isolados que vivem das aldeias que se espalham pelo concelho de Chaves.

No âmbito das eleições autárquicas de 12 de outubro, o Plano C — Movimento de Cidadãos por Chaves realizou eleições internas para a escolha dos candidatos a integrar a lista à Câmara, que é encabeçada por John Alves.

Com 33 anos e nascido no Canadá, John Alves reside na aldeia de Casas Novas, é consultor e focou a sua carreira no empreendedorismo social, prestando apoio a Organizações Não Governamentais (ONG) e empresas sociais na definição de estratégias e angariação de recursos humanos e financeiros.

É licenciado em Gestão Comercial pela Universidade de Aveiro, iniciou a sua vida profissional no ramo do comércio e logística em Londres, Reino Unido, tendo depois disso trabalhado em Toronto, no Canadá, durante cinco anos, e regressado a Chaves em 2021.

O PS, com Nuno Vaz, ganhou as eleições para o município em 2021 com 54,55% dos votos, reunindo as preferências de 12.989 eleitores e obtendo quatro mandatos. O PSD conseguiu três mandatos, correspondentes a 8.674 votos (36,43%), e a CDU ficou em terceiro lugar, com 760 votos (3,19%).

Neste município já foi oficializada a recandidatura de Nuno Vaz, pelo PS, e das candidaturas de Marcelo Delgado, que encabeça a coligação que junta o PSD, CDS-PP e a Iniciativa Liberal (IL), de Manuel Cunha, que lidera pela sexta vez a candidatura da CDU, e de Manuela Tender, pelo Chega.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

Autárquicas: PCP e PS em Lisboa acusam Moedas de violar proibição de propaganda institucional

PCP e PS na Câmara de Lisboa acusaram esta quarta-feira o presidente do executivo municipal, Carlos Moedas (PSD), de “violação sistemática” da lei que proíbe propaganda institucional durante o período eleitoral, tendo o social-democrata se comprometido a analisar a questão.

Na reunião pública da câmara, o vereador do PCP João Ferreira disse que “a cidade está enxameada de propaganda institucional da Câmara Municipal de Lisboa em violação da lei” que proíbe publicidade institucional a partir da publicação do decreto que marca a data da eleição, que no caso das próximas autárquicas ocorreu em 14 de julho.

João Ferreira, que é também cabeça de lista da CDU (coligação PCP/PEV) à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas marcadas para 12 de outubro, afirmou que a autarquia está “há mais de 15 dias em violação da lei”, com “milhares de estruturas publicitárias” do município a elogiar o trabalho de Carlos Moedas, “mesmo quando esse trabalho não merece propriamente elogios, mas sim críticas”.

O comunista acusou o social-democrata, que é recandidato ao cargo pela coligação PSD/CDS-PP/IL, de insistir na violação da lei, “com consciência que a está a violar”, lembrando que o autarca já foi advertido sobre a propaganda institucional em anteriores eleições legislativas.

Anunciando que o PCP irá apresentar “uma nova queixa à Comissão Nacional de Eleições”, João Ferreira considerou que a atual violação da lei “é especialmente grave”, porque Carlos Moedas “está a fazer propaganda candidatando-se a estas eleições” com estruturas publicitárias “pagas por todos”.

“Usando isso para propaganda sua está ao nível do que o senhor anda a fazer, por exemplo, nas festarolas em que anda a distribuir porco no espeto em vários bairros da cidade […], que é usar meios públicos da câmara para fazer aquilo que antes nunca foi feito, porque não se preocupou em anos anteriores com essas festarolas”, salientou.

Também o vereador do PS, Pedro Anastácio, defendeu que a publicidade institucional é utilizada para propaganda “com cariz elogioso” da gestão PSD/CDS-PP e “sem interesse nenhum” quanto ao propósito de informar os munícipes.

“Além da propaganda, juntou algo inédito: porco no espeto, festa com música paga, para o senhor presidente ir fazer campanha paga quase com dinheiro público”, criticou.

Após as críticas, Carlos Moedas respondeu: “Vou analisar cada uma dessa informação institucional, ver se há algum problema. Se houver algum problema, obviamente que é retirada“.

Apesar da disponibilidade manifestada, o social-democrata defendeu que a publicidade institucional “é informação muito importante para os lisboetas” sobre as medidas do executivo camarário.

A este propósito, Carlos Moedas falou sobre a retirada de cartazes de propaganda política no Marquês de Pombal, Saldanha e Entrecampos, propondo a reavaliação da forma de comunicação dos partidos políticos, associando os grandes cartazes a poluição visual.

“Temos de ter aqui uma visão sobre propaganda política que em qualquer país da Europa não é feita desta maneira”, apontou.

Em protesto, o PCP lamentou a intervenção do presidente da câmara ao falar sobre cartazes políticos quando o que está em causa é a publicidade institucional do município.

Houve também um protesto do PS, recusado por Carlos Moedas, mas que foi realizado após votação do executivo, com os votos contra de PSD/CDS-PP (que governa sem maioria absoluta), tendo o social-democrata respondido: “Vê-se um bloco da esquerda contra o Moedas”.

No atual mandato (2021-2025), o executivo de Lisboa integra sete eleitos da coligação “Novos Tempos” — PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação “Mais Lisboa” — PS/Livre, dois da CDU e um do BE.

Concorrem à presidência da Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas de outubro Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU — coligação PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), Bruno Mascarenhas (Chega), José Almeida (Volt) e Adelaide Ferreira (ADN).

Autárquicas: CDU candidata José Vilanova à Câmara de Arronches

O auxiliar de ação direta, José Vilanova, de 72 anos, é o candidato da CDU (coligação PCP/PEV) à Câmara de Arronches, distrito de Portalegre, nas eleições autárquicas de 12 de outubro, foi divulgado esta quarta-feira.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a coordenadora do concelho de Arronches da CDU refere que o candidato, atualmente reformado, trabalhou no Centro de Bem Estar Social de Arronches e foi delegado e dirigente sindical.

De acordo com a CDU, José Vilanova é também militante do PCP.

Na nota, a CDU informa ainda que José Botelheiro, de 72 anos, é o candidato da coligação à Assembleia Municipal.

A Câmara de Arronches é liderada pelo social-democrata João Crespo, de 56 anos, que está a cumprir o primeiro mandato, tendo já anunciado que se recandidata ao cargo.

O executivo da Câmara de Arronches é formado por três eleitos do PSD e dois do PS.

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