Câmara de Lisboa quer comboios a pararem na estação de Marvila

A Câmara de Lisboa decidiu esta quarta-feira, sob proposta do PCP, exigir ao Governo que proceda às alterações necessárias para que todos os comboios da Linha de Sintra parem na estação de Marvila, respondendo à vontade das populações.

Em reunião pública da câmara, a moção do PCP pelo direito da população ao transporte ferroviário foi aprovada com a abstenção de PSD/CDS-PP e os votos a favor dos restantes, nomeadamente os proponentes, PS, Livre, Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre) e BE.

Outra das medidas propostas na moção é para que “no imediato, enquanto não estiverem reunidas as condições técnicas de paragem de todos os comboios nesta estação da CP, seja retomada a circulação dos comboios da Linha da Azambuja aos fins de semana e feriados“, assim como o seu reforço em todos os horários, em particular nos de fora das horas de ponta.

Por proposta do PCP, a câmara pede ainda ao Governo que na estação de Marvila proceda às obras necessárias para a concretização do desnivelamento da passagem de nível à superfície, “pelo perigo que representa para todos aqueles que têm de a atravessar para acesso aos seus empregos e outras necessidades”.

O vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), que tem o pelouro da Mobilidade, disse que a liderança PSD/CDS-PP está aberta à ponderação quanto à concretização da moção do PCP, ressalvando que não é uma matéria de competência da câmara, e realçou a extensão do elétrico até ao Parque Tejo, que irá abranger, com maior proximidade, um conjunto vasto de população.

Nesta reunião, a vereadora do BE, Beatriz Gomes Dias, apresentou um voto de preocupação pela ausência de medidas para a redução do tráfego automóvel na cidade, proposta que foi aprovada com os votos contra de PSD/CDS-PP, que governam sem maioria absoluta.

A bloquista destacou o “significativo aumento” do número de carros que circulam em Lisboa, que “são mais 20 mil carros face a 2017”, num total de cerca de 390 mil carros a circular diariamente, e defendeu uma redução do número de carros que circulam na cidade.

Anacoreta Correia afirmou que “a mobilidade é um grande desafio em todas as cidades do mundo” e defendeu que os dados que vieram a público relativamente a Lisboa merecem “bastante reservas”, indicando que existe um “erro de metodologia elementar”, inclusive quanto ao tráfego de atravessamento, porque há uma percentagem de carros que “não entra na cidade”.

“Não podemos embarcar em ativismos manipuladores que pretendem perceções”, apontou, referindo que a qualquer resposta à desafio da mobilidade tem de passar pelo transporte público, destacando a intervenção da liderança PSD/CDS-PP nesse domínio, incluindo com os passes gratuitos para os mais novos e os mais velhos.

A vereadora do Livre Patrícia Gonçalves questionou sobre as falhas na rede Gira de bicicletas partilhadas, tendo o vice-presidente reconheceu dificuldades, incluindo cerca de 400 bicicletas inoperacionais em resultado do apagão elétrico registado em 28 de abril, mas realçou que “toda a realidade da Gira praticamente duplicou”.

O vereador do PCP João Ferreira manifestou preocupações sobre o terminal rodoviário de Sete Rios, que funciona sem condições mínimas e que passará a acolher a Flixbus, além da Rede Expressos, afirmando que se prevê o agravamento da atual situação.

Em resposta, o responsável pelo pelouro da Mobilidade reconheceu que “a entrada da Flixbus naquele terminal enfrenta desafios”, mas justificou que a decisão de incluir um novo operador “é uma questão de concorrência”, referindo que a câmara tem estado a trabalhar quanto ao terminal rodoviário de Sete Rios, mas não tem ainda resultados para apresentar.

Trump espera saber em duas semanas se Putin quer acabar a guerra: “Vamos descobrir se ele está a enganar-nos ou não”

Acompanhe o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

O Presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu esta quarta-feira que dentro de “duas semanas” saberá se o seu homólogo russo, Vladimir Putin, quer pôr fim à guerra na Ucrânia e advertiu que agirá de forma “um pouco diferente”, caso contrário.

Não estamos satisfeitos com esta situação“, reconheceu, perante os meios de comunicação social na Sala Oval da Casa Branca, onde antecipou que, nesse prazo, dará a conhecer as medidas que os Estados Unidos irão tomar. “As palavras falarão por si”, afirmou.

No entanto, Trump preferiu não mencionar que medidas concretas estão a ser consideradas para punir a Rússia e indicou que impor mais sanções poderia “arruinar” a possibilidade de um eventual acordo de negociação.

Vamos descobrir se ele está a enganar-nos ou não e, se for o caso, agiremos de forma um pouco diferente“, disse Trump, que se tem mostrado cada vez mais frustrado com o estado em que se encontra um conflito que prometeu resolver nas 24 horas seguintes à sua tomada de posse como Presidente dos Estados Unidos.

Nos últimos dias, Trump endureceu o tom e advertiu Putin de que “está a brincar com o fogo” e acusou-o de “estar louco”, à medida que os ataques russos à Ucrânia continuam.

“Programa desatualizado da realidade” permite erros no cálculo de pagamentos de cirurgias

Quando um médico tem o consentimento de um paciente para ser operado, o profissional de saúde tem o dever de inscrever a proposta de procedimento no sistema informático do hospital, que é aceite e codificada, existindo um código para o diagnóstico e outro para o procedimento proposto. Enquanto existem hospitais onde existe um médico codificador dedicado a esta tarefa, noutros a responsabilidade cai sob os próprios cirurgiões, abrindo portas a “situações de abuso”. A explicação foi dada por Fernando Lopes, o presidente do Colégio da Competência de Codificação Clínica da Ordem dos Médicos, em entrevista à Rádio Observador esta terça-feira.

“O programa SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia] pretende recuperar a lista de espera de cirurgias, para que haja a possibilidade de os operar com uma maior rapidez”, recordou o responsável. Estes procedimentos extraordinários são acompanhados de uma recompensa monetária, que levou a que alguns profissionais acumulassem rendimentos várias vezes superiores ao salário base, como revelou uma investigação da TVI/CNN.

O que acontece, para além de erros na introdução nos códigos, é a inscrição de pequenas cirurgias que não se enquadram no programa de produção adicional, mas que, aos olhos do sistema informático, têm o mesmo peso que uma cirurgia em ambulatório, continua o médico codificador. Apesar de estar previsto um acompanhamento deste processo de codificação, através de auditorias internas ou externas, Fernando Lopes admite que existe uma falta de fiscalização nos hospitais e que estes devem aumentar a vigilância sobre a inscrição de procedimentos.

Adicionalmente, o presidente do Colégio da Competência de Codificação Clínica da Ordem dos Médicos admite que esteja a ocorrer um aproveitamento de um programa informático “desatualizado da realidade”. O agrupador GDH [Grupo de Diagnósticos Homogéneos] é um programa informático que avalia e classifica os casos médicos tendo em conta a doença e a respetiva gravidade, sendo responsável pela atribuição de uma classificação que atribui um determinado nível — que se traduz num valor monetário de pagamento ao profissional de saúde.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 2.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E o primeiro episódio aqui.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Foi introduzido no SNS em 2013, numa altura em que os diagnósticos eram codificados com um sistema de classificação de doenças da Organização Mundial da Saúde, que tinha na sua base de dados 20 mil códigos de diagnóstico diferentes. Entretanto, o sistema de classificação foi atualizado, em 2017, passando de 20 mil para 170 mil códigos. Contudo, o agrupador não foi atualizado, pelo que a variabilidade introduzida dos diagnósticos não é reconhecida pelo programa, acrescenta Fernando Lopes.

“Quando fizemos a atualização do sistema, o programa começou a produzir erros. Alertámos a ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde], a Ordem dos Médicos e a ministra da Saúde que era urgente substituir este agrupador”, conta o médico que, em 2019, reportou formalmente à ACSS que estavam a encontrar muitas inconsistências no programa. Este órgão terá passado a informação diretamente ao Ministério da Saúde, mas não terá obtido resposta. Ao mesmo tempo, Fernando Araújo, o primeiro diretor executivo do SNS, foi informado, mas o tema “ficou na gaveta”.

Fernando Lopes, seis anos depois de ter instado as autoridades competentes a substituir o sistema informático, mantém a mesma posição, acrescentando que é necessário reforçar também o número de auditorias ao processo de codificação nos hospitais, com médicos codificadores especializados e externos.

As bactérias da cólera têm um segredo: são mais espertas do que os vírus

Quando falamos em cólera, a maioria pensa logo em água contaminada e surtos trágicos em regiões vulneráveis, mas, nos bastidores, as bactérias da cólera estão envolvidas numa guerra microscópica que pode moldar o curso das pandemias. Demos há dias a notícia de que, segundo a OMS, a cólera está a alastrar-se em África, com mais de 157 mil casos e 2.148 mortes entre janeiro e abril. Mas o que explica a resiliência desta doença, que teima em devastar o continente africano, ano após ano? Segundo apurou um novo estudo, conduzido por investigadores da EPFL, a cólera tem um segredo: é

Governo quer “perceber o que motivou” a suspensão da federação de judo

O secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, alerta para a importância de “perceber o que motivou” a suspensão de um ano aplicada pela Federação Internacional de Judo (IJF) à federação portuguesa da modalidade.

“O que temos é de perceber o que levou, o que é que motivou que uma decisão dessas tivesse acontecido por parte da federação internacional”, declarou o responsável pela pasta do Desporto em Portugal, à margem do lançamento de uma campanha do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).

Pedro Dias admitiu ainda que “ninguém gostava” de ver atletas portugueses subir ao pódio nos Mundiais de judo, em Budapeste, sem que o hino nacional seja entoado, algo que poderá vir a suceder em função da decisão tomada pela IJF. No entanto, pediu “tranquilidade” ao invés de mais sinais de alarmismo.

“Para nós conseguirmos perceber as questões há que ter consciência de que, neste momento, há competições a decorrer e precisamos de manter um momento de tranquilidade. A época desportiva está a terminar e algumas modalidades têm competições muito importantes que estão a acontecer e isso não é benéfico para que decisões que devem ser ponderadas e tomadas com a máxima responsabilidade aconteçam”, alertou.

O governante abordou também a possibilidade de a Federação Portuguesa de Judo (FPJ) vir a perder o estatuto de utilidade pública, mostrando alguma preocupação, ainda que aguarde pela atuação da justiça antes de emitir qualquer parecer.

“No dia 27 de março, todos fomos confrontados com uma situação inesperada em que foram feitas buscas em vários locais, nomeadamente à Federação Portuguesa de Judo, ao Instituto de Desporto e da Juventude, à residência de um anterior presidente da FPJ e a um clube da região de Coimbra. Já passaram 60 dias e, como é evidente, a justiça e as entidades que têm competência para analisar estas situações estão no terreno. Como devem compreender, não posso fazer outras declarações que não sejam constatar os fatos”, concluiu.

A FPJ foi notificada na terça-feira da suspensão por um ano, imposta pela Federação Internacional de Judo (FIJ), devido a dívidas ao organismo regulador da modalidade que perfazem 800.000 euros, a quase duas semanas do início dos Mundiais, em Budapeste.

Portugal deverá competir na capital húngara, entre 13 e 18 de junho, com seis judocas, entre os quais o campeão mundial em 2019 e 2021 Jorge Fonseca (-100 kg), a campeã europeia vigente Patrícia Sampaio (-78 kg) e a ‘vice’ continental Catarina Costa (-48 kg).

Estão também inscritos Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg) e Taís Pina (-70 kg), que não têm a participação em risco, mas poderão ter de competir sem a bandeira portuguesa, conforme já reconheceu à agência Lusa o presidente da FPJ, Sérgio Pina.

Paulo Raimundo diz que projeto de integração social de Setúbal é exemplo para o país

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou esta quarta-feira que o sucesso do projeto de integração social Nosso Bairro, Nossa Cidade, em Setúbal, constitui um exemplo de que é possível melhorar a vida das pessoas em todo o país.

“Aquilo que determina o sucesso deste programa é a participação popular e a construção popular do seu próprio caminho. A grande virtude deste projeto está nas pessoas, está em cada uma das pessoas que acreditaram, que se envolveram, lutaram, agiram e agem por aquilo que querem para melhorar a sua vida”, disse Paulo Raimundo, que não se coibiu de elogiar o trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal de Setúbal.

O líder comunista falava na sessão pública “Há festa no bairro! Mais e melhor habitação, melhores serviços públicos, melhor qualidade de vida”, que decorreu no bairro social da Bela Vista, em Setúbal, no âmbito da ação “Por um futuro melhor nas nossas cidades e localidades”, promovida pelo deputado do PCP no Parlamento Europeu, João Oliveira, em colaboração com o Grupo da Esquerda Unitária Europeia, que pretende dar visibilidade aos problemas e necessidades das populações, bem como às soluções que lhes visam dar resposta.

Segundo Paulo Raimundo, trata-se de um programa que só é possível, “por haver um projeto político, um projeto de construção de uma sociedade nova, uma ambição clara de uma autarquia [Câmara de Setúbal, de maioria CDU], um compromisso de uma força política que é a CDU, que coloca aquilo que importa no centro da sua ação, e aquilo que importa é a vida de cada um”.

“É possível concretizar uma vida melhor para cada uma das pessoas, para aqueles que vivem, para aqueles que cá vivem, para aqueles que cá trabalham, para aqueles que têm a economia a funcionar, para aqueles que trabalharam uma vida inteira, olhando para o presente e para o futuro das crianças, dessa riqueza maior do nosso país, de que nós não podemos prescindir. Esta é a primeira virtude do projeto Nosso Bairro, Nossa Cidade”, disse Paulo Raimundo.

“A segunda virtude é que, do ponto de vista material, as condições das pessoas, dos moradores, aumentaram e elevaram-se para melhor. Esse foi o grande objetivo e é nesse caminho que estamos. E a terceira virtude, que não é menos importante, é uma questão de fundo, do ponto de vista político, do ponto de vista social, do ponto de vista ideológico: é que, quando tudo à nossa volta nos empurra para o salve-se quem puder, nos empurra para o individualismo, nos empurra para cada um que se desenrasque, aquilo que estamos aqui a construir há 13 anos a esta parte é tudo contrário a isso. Aqui não há desunião, há união”, acrescentou.

Paulo Raimundo salientou ainda o envolvimento “dos residentes, serviços municipais e de perto de trinta entidades sediadas no território, uma área que engloba os bairros da Bela Vista, da Alameda das Palmeiras, do Forte da Bela Vista, das Manteigadas e da Quinta de Santo António”.

Segundo dados da Câmara de Setúbal de dezembro de 2011, é abrangida por este programa de melhoria das condições habitacionais e de integração social, uma população estimada de cerca de 6.700 pessoas, num total de 153 edifícios com 1.592 fogos, dos quais mais de 26 por cento são propriedade privada.

Em declarações à agência Lusa, o deputado europeu do PCP, João Oliveira, disse que o objetivo da iniciativa visa a recolha de testemunhos para se perceber o impacto de alguns projetos de integração têm na vida diária das populações e das cidades, para que ao nível do Parlamento Europeu também sejam desenvolvidas políticas que respondam às necessidades das pessoas.

Um detido e quatro espaços encerrados em operação no antigo centro comercial de Queluz

A operação no antigo centro comercial em Queluz, concelho de Sintra, resultou num detido, quatro estabelecimentos encerrados e 257 estrangeiros fiscalizados, tendo sido detetada a falta de condições de segurança gerais no espaço, adiantou à Lusa fonte da PSP.

De acordo com os resultados finais da operação no estabelecimento comercial conhecido como Antigo Centro Comercial de Queluz, concelho de Sintra e distrito de Lisboa, além de um detido, por permanência ilegal em território nacional, quatro pessoas foram notificadas para abandono voluntário do país.

Na operação, que além da Divisão Policial de Sintra e do Núcleo de Estrangeiros e Controlo Fronteiriço da PSP de Lisboa envolveu a ASAE, Proteção Civil Municipal de Sintra, Autoridade Tributária (AT) e Polícia Municipal de Sintra, foram fiscalizados 257 estrangeiros, referiu fonte da PSP à agência Lusa.

Foram ainda levantados dois autos por falta de Mera Comunicação Prévia.

No estabelecimento comercial foi detetada a “ausência de normas de Segurança Contra Incêndio em Edifícios (SCIE) e insalubridade”.

Segundo os dados da PSP, o edifício está sem condições gerais de segurança, tem infiltrações, humidade, existência de colónias biológicas.

As instalações de eletricidade, gás e água estão sem cumprimento das regras de instalação e há tetos falsos em risco de queda, tendo sido detetados outros riscos estruturais, aponta ainda.

Como resultado da operação quatro estabelecimentos foram encerrados por falta de cumprimento de requisitos e foram levantados dois autos de natureza criminal por “géneros alimentícios avariados / corruptos”, quatro autos por falta de emissão de fatura, 34 autos por Infrações diversas, um auto por contrafação e um auto por estupefaciente.

O subintendente da Polícia de Segurança Pública (PSP) Sérgio Soares tinha adiantado anteriormente à Lusa que a operação teve início pelas 15:45 de hoje na “sequência de várias notícias de irregularidades naquele local”.

Em 19 de abril, a PSP tinha evacuado e encerrado o estabelecimento comercial por várias faltas de segurança que punham em risco os clientes.

“Pintainhos coloridos”: como os cartéis mexicanos transformam crianças em assassinos

Sol tinha apenas 12 anos quando participou no seu primeiro homicídio ao serviço de um cartel mexicano, após ser aliciada enquanto vendia flores à porta de um bar.

A história de Sol, hoje com 20 anos e em reabilitação, é apenas um dos muitos testemunhos recolhidos pela “Reuters” junto de crianças que foram integradas no crime organizado.

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“Obedecia cegamente ao chefe. Pensava que me amavam”, contou Sol.

A jovem começou como olheira e rapidamente passou a executar sequestros e homicídios, sempre sob efeito de metanfetaminas, que consumia desde os nove anos.

Especialistas em segurança ouvidos pela “Reuters” apontam para uma estratégia deliberada dos cartéis: recrutar menores com promessas de pertença, estatuto e proteção, sabendo que a lei os penaliza menos do que aos adultos.

Na gíria dos cartéis, são apelidados de pollitos de colores — “pintainhos coloridos” —, uma alusão cruel à sua curta utilidade.

A “Reuters” entrevistou 16 crianças e jovens com ligações a cartéis, além de operacionais e especialistas. Muitos dos menores foram recrutados por familiares ou amigos, numa realidade marcada por lares destroçados pela violência e dependência. A maioria já lidava com consumos de cocaína ou metanfetaminas antes de ser integrada nos grupos armados.

“Entramos com a sentença de morte já assinada, mas vale a pena”, confessou um dos jovens, de 14 anos, em anonimato. A fome desapareceu, e com ela veio um sentimento de família, explicou.

Estima-se que cerca de 30 mil crianças integrem atualmente grupos criminosos no México, segundo dados do governo norte-americano. Organizações de defesa apontam para um universo de 200 mil menores em risco de recrutamento. Os peritos sublinham que a idade de entrada está a descer, com casos reportados de crianças de apenas seis anos.

“Estas crianças são descartáveis. Usam-se… mas no fim só as espera a morte”, alertou Gabriela Ruiz, especialista da Universidade Nacional Autónoma do México.

UHF anunciam novo disco

Os UHF, uma das bandas fundadoras do rock português, lançam a 30 de Maio o novo disco de originais “O Lugar do Rock”

A 30 de Maio, os UHF — banda fundadora do rock português — lançam “O Lugar do Rock”, um novo disco de originais em edição especial. 

“O Lugar do Rock” é um manifesto sonoro de resistência, memória e superação, com 8 temas inéditos ou regravados, divididos entre os lados A e B como nos velhos tempos:

  
Lado A 
1. O Lugar do Rock – Um hino visceral à perseverança da banda que venceu o anonimato para fundar um lugar próprio no rock nacional.  
2. Cascais ’79 – Uma viagem ao momento decisivo em que os UHF abriram para os britânicos Doctor Feelgood no Pavilhão do Dramático.  
“A ingenuidade vive, ou não, de autenticidade, falha muito mas quando acerta algo nasce para tudo mudar. Foi isso que nos aconteceu, nunca por acaso, éramos os teimosos do outro lado do rio. E fomos mesmo de Mini até Cascais, como diz a canção.” – António M. Ribeiro 
3. Pró Esquerdo e Pró Direito – Uma crítica mordaz à sociedade portuguesa que se divide em polémicas e esquece o essencial.  
4. Não há Medo que Resista – Um tema de superação e coragem para enfrentar os desafios da vida.  
5. Cromados & Limalha (2025) – Reflexão sobre o sucesso e a inveja que muitas vezes o acompanha.

Lado B 
1. Sonhos na Estrada de Sintra (2025) – Nova gravação com secção de cordas daquele que é, para muitos fãs, o momento sagrado dos concertos dos UHF.  
2. Tu Queres (2025) – Canção perdida dos anos 80 que ganha agora vida em estúdio, com o espírito cru e autêntico que define este álbum.  
3. Nada a Perder – Um tema que resume a essência deste disco: arriscar, sair da corrente, criar sem compromissos.  
“O Lugar do Rock” é um disco urgente e intemporal, criado com a consciência de que a música deve resistir às fórmulas e modas, e celebrar o caminho feito com os pés na estrada e o coração na guitarra. Um disco para fãs e para quem ainda acredita que o rock tem lugar na vida – e na arte.

Este novo trabalho marca o regresso discográfico dos UHF em pleno arranque da digressão Cromados & Limalha 2025 e assinala também os 45 anos da gravação do icónico single “Cavalos de Corrida”. 
A edição será em formato LP + CD, pensada com o espírito clássico do vinil e com o rigor de um alinhamento desenhado para os palcos. 

Curiosidades:  
• 406 canções editadas    
• 18 álbuns originais    
• 11 álbuns ao vivo    
• 25 coletâneas    
• 2 discos de platina    
• 8 discos de ouro    
• 13 discos de prata    
• 387.558 suportes físicos vendidos

Digressão 2025 – Cromados & Limalha 
• 24/05 – António Manuel Ribeiro e os Celta & Bera – Festival das Flores / Aldeia de Santa Margarida  
• 31/05 – Souselas / Coimbra  
• 07/06 – Barrosas / Felgueiras  
• 10/06 – Pinhal Novo  
• 14/06 – Centro Cultural Raiano / Auditório Exterior – Idanha-a-Nova (21h30)  
• 15/06 – Tires  
• 07/07 – Nordeste / Açores  
• 11/07 – A anunciar em breve  
• 12/07 – A anunciar em breve  
• 20/07 – A anunciar em breve  
• 26/07 – A anunciar em breve  
• 14/08 – A anunciar em breve  
• 16/08 – São Mamede de Negrelos / Santo Tirso  
• 23/08 – Bidoeira de Cima  
• 29/08 – A anunciar em breve  
• 31/08 – A anunciar em breve  
• 19/09 – Buarcos / Figueira da Foz – Concentração Motard  
• 26/12 – Casa da Música / Porto

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Ventura não quer ser “candidato da confusão”, mas já fala em ganhar legislativas

André Ventura acredita que “nada será como antes” e numa “mudança profunda” no sistema político, referindo-se à ultrapassagem do Chega ao PS, contabilizados os votos dos círculos da emigração.

Em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira à noite, ao chegar ao hotel em Lisboa onde o partido vai fazer uma segunda ronda da noite eleitoral, o líder do Chega prometeu que não tem “pressa” de chegar ao poder.

“Há um novo líder da oposição, que tem o dever de ser a alternativa, não quero dizer aos portugueses que temos pressa, os portugueses precisam de estabilidade”, afirmou André Ventura.

Chega conquista dois deputados na emigração e torna-se a segunda força política

O líder do Chega não concretiza como, mas promete que vai dar “estabilidade” ao país, em resposta a líderes como Luís Montenegro, que o acusam de só apontar o que está mal, diz que não quer ser o “líder da destruição”.

“O que eu espero não é ser o candidato da confusão ou o líder da destruição. Ser líder da oposição pode ser, simultaneamente, fiscalização, escrutínio, confronto e luta contra a corrupção”, projeta o líder do partido.

André Ventura assegura que ainda não falou com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e questionado de forma mais concretamente se as pessoas podem esperar por novas eleições antecipadas, o presidente do Chega promete: “respeitamos o tempo dos portugueses e da estabilidade”.

André Ventura já fala em legislativas

Pouco depois, durante um discurso perante dezenas de militantes, André Ventura voltou a dizer que quer ser o partido da estabilidade, mas prometeu vencer as próximas eleições legislativas.

“Alguns perguntam se será possível um partido com esta natureza manter a sua assertividade e ao mesmo tempo ser o principal partido da oposição? Estes 60 deputados vão fazer isso e nós vamos vencer as próximas eleições legislativas em Portugal“, afirmou o presidente do partido.

Na habitual ótica de confrontação, André Ventura fala para fora: “Dissemos que em oito anos seríamos o maior partido deste país. Muitos riram, gozaram, humilharam, mandaram abaixo, muitos quiseram denegrir e diminuir”.

Ventura diz liderar um projeto de “esperança” e rejeita “saudosismos”, numa altura em que muitos continuam a acusá-lo de querer voltar ao passado e de não se afastar do Estado Novo. “Não queremos saudosismos, nem futurismos”.

[artigo atualizado às 23h10 com o essencial do discurso]

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