Miguel Góis: “A palavra ‘psicopata’ é usada, até por profissionais de saúde mental, como juízo moral. Muitas não são psicopatas, são só más pessoas”

Neste episódio sobre suplementos multivitamínicos, Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira teorizam sobre pesagem de seios, analisam má literatura, imaginam como terá sido o convívio dos homo sapiens com os homens de Neandertal, põem em causa a existência da psicopatia, e defendem a utilização de substâncias dopantes no desporto. No fim, recordam um sketch de 2008 em que o eco repete uma coisa diferente da que é dita.

Gravação do novo podcast de Ricardo Araújo Pereira, Miguel Góis e José Diogo Quintela. Lisboa, 18 de março de 2025.

José Fonseca Fernandes

Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira são três dos quatro membros do grupo humorístico Gato Fedorento, que marcou a comédia portuguesa no início dos anos 2000. Atualmente trabalham juntos na escrita e produção de “Isto é Gozar com Quem Trabalha”, programa das noites de domingo na SIC, mas é “Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira” que marca o regresso dos três à frente dos microfones, sem guião e sem tempo definido.

Pode ouvir “Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira” no site da SIC, SIC Notícias e Expresso, e em todas as plataformas de podcasts. Oiça e subscreva aqui.

Lula regressa ao trabalho após cancelar agenda e encontro com António Costa devido a estado de saúde

O Presidente brasileiro regressa nesta quarta-feira ao trabalho, com viagens aos estados do Ceará e Pernambuco, após o seu estado de saúde o obrigar a cancelar o encontro de terça-feira com o presidente do Conselho Europeu, António Costa.

Lula da Silva cancelou os compromissos de terça-feira, depois de, na segunda-feira, ter sentido um mal estar e ter sido diagnosticado com labirintite, uma inflamação do ouvido interno.

O Presidente brasileiro, de 79 anos, passou o dia na residência oficial, não tendo, por isso, se encontrado para uma reunião bilateral com António Costa no Palácio do Planalto.

Desta forma, fonte da presidência brasileira disse à Lusa que uma eventual reunião entre o Chefe de estado do Brasil, Lula da Silva, e António Costa não se vai realizar na quarta-feira.

António Costa chegou ao Brasil na terça-feira para uma visita de três dias para aprofundar a cooperação entre o país e a União Europeia (UE), nomeadamente ao nível político e comercial, e discutir com Lula da Silva o contexto geopolítico mundial e o Acordo UE-Mercosul (Mercado Comum do Sul), cujas negociações foram concluídas em dezembro passado.

Logo após a chegada a Brasília, o ex-primeiro ministro português reuniu-se com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Viera, no Palácio Itamaraty, num encontro agendado à última hora.

Através da rede social X, António Costa frisou, na chegada a Brasília, que a parceria entre a União Europeia e o Brasil “é mais importante do que nunca” numa altura de “tempos desafiantes”.

“Entusiasmado por estar em Brasília para reforçar os laços entre a União Europeia e o Brasil e aprofundar a nossa cooperação económica”, escreveu Costa, sublinhando ainda que “o Brasil é mais do que um amigo, é um parceiro estratégico para a UE”.

“Nestes tempos desafiantes, a nossa parceria é mais importante do que nunca”, assinalou, acrescentando que aguarda com expectativa as reuniões que terá em Brasília e a participação no Fórum de Investimento UE-Brasil em São Paulo, na quinta-feira.

Para quarta-feira, fonte do Ministério da Fazenda do Brasil disse à Lusa que está previsto um almoço na residência oficial da embaixada de Portugal com António Costa e o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Hadadd.

Na quinta-feira de manhã, último dia da visita, António Costa irá discursar no primeiro Fórum de Investimento UE-Brasil sobre como “Construir um Futuro Forte e Sustentável” e lançará o Diálogo de Investimento entre o país e a União Europeia.

Assim Vamos Ter de Falar de Outra Maneira

Miguel Góis, José Diogo Quintela e Ricardo Araújo Pereira falam semanalmente sobre assuntos. É possível que, a propósito de qualquer coisa, citem um sketch do Gato Fedorento e recordem o modo como surgiu a ideia e as circunstâncias em que o gravaram

A História repete-se

A História repete-se

A História repete-se

Um diálogo descontraído em torno da História, dos seus maiores personagens e acontecimentos. ‘A História repete-se’ não é uma aula, mas quer suscitar curiosidade pelo passado e construir pontes com o presente. Todas as semanas Henrique Monteiro e Lourenço Pereira Coutinho partem de um ponto que pode levar a muitos outros… São assim as boas conversas.

Trump oferece ao Canadá proteção gratuita sob “Cúpula Dourada” caso integre EUA

“Eles estão a considerar a oferta!”, garantiu na publicação.

Os comentários de Trump surgem depois de o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, ter dito que o Canadá está a sofrer “os perigos da dependência económica e de segurança excessiva” relativamente aos Estados Unidos, e que planeia aumentar a integração com a indústria de defesa europeia.

Numa entrevista à emissora pública CBC, Carney referiu que, por cada dólar que o Canadá gasta em defesa, 75% vai para os EUA, o que, constatou, “não é inteligente”.

O responsável indicou que o Governo de Otava vai diversificar as despesas e virar-se mais para os parceiros europeus.

Perante a ambição de anexação de Trump, Carney pediu ao rei Carlos III para assistir à abertura da 45.ª legislatura do país, de forma a reforçar a soberania canadiana.

Na semana passada, Trump estimou que a “Cúpula Dourada”, apresentada como um sistema de defesa mais avançado do que a “Cúpula de Ferro” de Israel, vai custar cerca de 175 mil milhões de dólares (154,7 mil milhões de euros) e deverá estar concluída no final do mandato, em 2029.

Mais tarde, o Presidente norte-americano garantiu que o Canadá “quer fazer parte” do sistema, e estava disposto a incluir o país em troca de uma compensação financeira apropriada. Otava confirmou estar conversações com o Governo dos Estados Unidos para participar.

Henrique Rocha “muito contente” por vencer “jogo emocional” em Roland Garros

O tenista português Henrique Rocha manifestou-se “muito contente” com a estreia vitoriosa desta terça-feira no quadro principal de Roland Garros, segundo major da temporada, depois de ultrapassar “um jogo emocional” frente ao georgiano Nikoloz Basilashvili, decidido em cinco sets.

“Sinto-me muito contente com esta primeira ronda. Consegui jogar muito bem no meu primeiro encontro a cinco sets. Acho que, sendo o primeiro, consegui gerir bem as minhas emoções e o cansaço ao longo do encontro”, começou por contar à Lusa o jogador natural do Porto.

Henrique Rocha, que figura no 200.º lugar no ranking mundial, impôs-se a Basilashvili (133.º ATP), antigo top-20 mundial e dono de um palmarés com cinco títulos ATP, ao fim de três horas e 54 minutos, com os parciais de 7-6 (7-0), 2-6, 7-6 (11-9), 2-6 e 6-2.

“Houve alguns altos e baixos, mas sem dúvida que, no geral, consegui jogar muito bem. No final, servi muito bem, o que me deu algum conforto e deu-me alguns pontos que estava a precisar. Foi um jogo muito, muito emocional. Sendo ele um jogador que joga com muita força, foi-me causando algumas dificuldades ao longo do encontro, mas consegui superar-me”, explicou.

Depois de registar a primeira vitória no quadro principal de um torneio do Grand Slam, em Paris, o representante nacional, de 21 anos, vai defrontar na segunda ronda o checo Jakub Mensik (19.º).

“Conheço-o bem, mas, acima de tudo, preciso continuar a trabalhar e focar-me nas minhas coisas, que tenho andado a evoluir, para na quinta-feira conseguir jogar ao melhor nível e estar totalmente recuperado”, acrescentou.

Graças ao triunfo desta terça-feira de Henrique Rocha, é a primeira vez na história que Portugal terá dois jogadores na segunda ronda do quadro de singulares masculino do torneio francês, já que Nuno Borges, número um nacional e 41 do mundo, já havia assegurado no domingo a passagem à fase seguinte da prova e um confronto com o norueguês Casper Ruud (7.º ATP), agendado para quarta-feira.

André Reis: «Não são elogios a Henrique Calisto que vão resolver os problemas dos treinadores»

Entrevista Record ao candidato à presidência da ANTF

André Reis, de 37 anos, é candidato às eleições da Associação Nacional de Treinadores de Futebol deste sábado. É ainda técnico UEFA B pelas dificuldades em ter vaga nos cursos e vê essa proximidade com a realidade como um trunfo.

PS sem líder e Revisão Constitucional à espreita

No episódio da ‘Lei da Paridade’ de hoje, debatemos um Partido Socialista sem liderança e que já se comprometeu com a viabilização do governo PSD-CDS. Falamos sobre os fracassos de Pedro Nuno Santos e do caminho que o PS pode agora seguir, quer mais à esquerda ou mais à direita. Neste ponto, refletimos também sobre os desafios que os partidos têm pela frente. Finalmente, debruçamo-nos sobre as ameaças de abrir um processo de revisão constitucional, sobre as possíveis alterações em áreas de direitos sociais ou do trabalho, sobre o que poderá representar este processo sem PS e, finalmente, sobre, afinal, de quem é esta Constituição.

Recomendações: o livro ‘Free: Coming of Age at the End of History’ de Lea Ypi e as leituras da Lei nº27/2007 e do relatório sobre Portugal do Conselho da Europa.

Tiago Pereira Santos com fotografias de Nuno Fox

Todas as quartas-feiras três mulheres jovens debatem os temas quentes da semana política. Adriana Cardoso, a centrista da Big Pharma, Maria Castello Branco, a liberal do tarot, e Leonor Rosas, a esquerdista irremediável, juntam-se ao Expresso depois de uma primeira temporada na TSF entre 2022 e 2023.

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“O Esquema Fenício”: Wes Anderson volta a investir na família e tira bons dividendos

Alguns dos melhores filmes de Wes Anderson têm a ver com a família e os seus conflitos, dores e laços, e muito particularmente com as relações entre um pai e os seus filhos. Assim é em Gostam Todos da Mesma (1998), Os Tenenbaums – Uma Comédia Genial (2001), Um Peixe Fora de Água (2004) ou The Darjeeling Limited (2007). Essa relação que está no centro do seu novo filme, O Esquema Fenício, e resgata-o de ser apenas mais uma reiteração dos dois anteriores, Crónicas de França e Asteroid City. Ou seja, um atarefado e árido diorama animado, formalmente hipertrofiado mas de miolo minúsculo, desprovido de vibração emocional e vazio de estímulo intelectual, embalsamado na estética lúdico-simétrica e no perfecionismo microscópico do realizador.

[Veja o “trailer” de “O Esquema Fenício”:]

Passado nos anos 50 e indo “picar”, como é habitual em Anderson, a vários géneros, caso do filme de espionagem internacional, O Esquema Fenício tem Benicio Del Toro no papel de Zsa-zsa Korda (Wes Anderson concebeu a personagem especificamente para ele), um implacável magnata e homem de negócios de extração levantina, apaixonado por arte clássica, cuja vida é marcada por factos insólitos e acontecimentos absurdos. Além de já ter sobrevivido a seis acidentes de aviação, todos eles causados por atentados, já que é universalmente execrado e vigiado de perto pelas grandes potências, Zsa-zsa tem 10 filhos (dos quais vive separado, porque não tem paciência para crianças).

Mas Zsa-zsa acaba de tirar a filha favorita, Leisl (Mia Threapleton, filha de Kate Winslet) do convento onde é noviça e ia professar, a qual não via desde que para lá tinha entrado após a morte da mãe, para tentar reconciliar-se com ela, fazê-la sua única herdeira e envolvê-la nas suas atividades. O que a devota e severa Liesl faz com bastante relutância, enquanto critica o pai pelos seus métodos pouco ortodoxos e nada compassivos de fazer negócios. Um destes é o complexo “Esquema Fenício” do título, para o qual resultar e render, Zsa-zsa precisa de ter a maioria das participações, partilhadas por sócios pouco recomendáveis e por familiares que ou desconfiam dele, ou o odeiam tanto que o querem matar.

[Veja uma entrevista com os atores do filme:]

A relação entre pai e filha não é, em O Esquema Fenício, apenas decoração narrativa, uma peça de um novo grande, intrincado e idiossincrático kit visual animado de Wes Anderson, que investe emoção, afeto e humor nela, fazendo-a evoluir e às duas personagens, dando assim ao filme um relevo e uma alma que estavam ausentes do cinema do realizador há bastante tempo (com a relativa exceção de A Incrível História de Henry Sugar, que Anderson assinou para a Netflix em 2024 sobre quatro contos de Roald Dahl). Esta atenção à história de Zsa Zsa e Liesl faz também com que a fita seja mais linear e descomplicada, sem as camadas temporais e a jiga-joga cronológica de outras anteriores.

[Veja aspetos da rodagem:]

Benicio Del Toro, sobre o qual, e a respetiva personagem, toda a estrutura do filme assenta, é particularmente bom, conseguindo transmitir as graduais alterações interiores por que Zsa-zsa passa sob a influência de Liesl, sem por isso abdicar da impassibilidade átona que Wes Anderson pede aos seus atores. Baseado no sogro libanês deste, e em figuras carismáticas do mundo dos negócios como Giovanni Agnelli, Onassis ou Calouste Gulbenkian (a certa altura, chamam-lhe mesmo “O senhor cinco por cento”), Zsa-zsa é interpretado por Del Toro com gosto, substância e um humor negro que o tornam em algo mais do que um dos bonecos excêntricos e unidimensionais de Anderson. E no final, a sua evolução interior é premiada.    

[Veja uma sequência do filme:]

Em tudo o resto, O Esquema Fenício é o que já aprendemos a esperar de Wes Anderson. O elenco cheio de caras habituais (com algumas novas pelo meio) em papéis de importância, presença na tela e participação verbal variável, às muitas referências e inspirações cinéfilas, de Buñuel a Tati, Fellini e ao Francesco Rosi de O Caso Mattei, a paixão pelo requinte artesanal e pelas miniaturas, associada a um discreto uso dos efeitos digitais, o decorativismo maníaco do detalhe (até os quadros de mestres vistos no filme são os originais), a simetria cinematográfica irrepreensível, a arrumação milimétrica dentro de cada plano, os pastiches aplicados e a paródia amável a uma época, ao seu espírito, estética e principais protagonistas, tudo empapado em cores pastéis.

Quem anda desiludido com Wes Anderson desde os tempos de Grand Budapest Hotel, e arrebitou um pouco com A Incrível História de Henry Sugar (mas cujos méritos são tanto dos contos de Roald Dahl como do realizador), poderá encarar O Esquema Fenício como um passo no caminho da reconciliação.

Lei da Paridade

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Todas as quartas-feiras três mulheres jovens debatem os temas quentes da semana política. Adriana Cardoso, a centrista da Big Pharma, Maria Castello Branco, a liberal do tarot, e Leonor Rosas, a esquerdista irremediável, juntam-se ao Expresso depois de uma primeira temporada em 2023 na TSF.

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