Zelensky quer garantias de segurança para a Ucrânia comparáveis ao Artigo 5.º da NATO

O Presidente ucraniano exigiu esta sexta-feira garantias de segurança comparáveis ao artigo 5.º da NATO, sobre defesa coletiva, no âmbito de um eventual acordo de paz com a Rússia.

Volodymyr Zelensky, que recebeu em Kiev o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, pediu garantias eficazes, “como as do Artigo 5.º do Tratado da NATO“, segundo o qual um ataque a um Estado-membro é considerado um ataque a todos os países da organização.

É o resultado que precisamos de alcançar” nas negociações em curso com os aliados da Ucrânia, defendeu, numa conferência de imprensa ao lado do líder da NATO, acrescentando que ainda está por definir que países da chamada Coligação das Vontades vão contribuir e qual o tipo de apoio, nomeadamente se será por terra, ar ou mar ou fornecendo financiamento ao exército.

Mais tarde, numa publicação na rede social X, Zelensky agradeceu a presença de Mark Rutte na Ucrânia, afirmando que, na reunião, foram discutidos “os próximos passos conjuntos que podem proporcionar à Ucrânia e a toda a Europa maior segurança e aproximar o fim real da guerra”.

Por seu turno, Mark Rutte garantiu que a aliança militar e os Estados Unidos estarão envolvidos nas garantias de segurança à Ucrânia, que descreveu como uma “segunda camada”, depois daquela que considera ser prioritária: as Forças Armadas Ucranianas.

O secretário-geral da NATO sublinhou que estão em curso trabalhos para definir garantias de segurança robustas para assegurar que a Rússia respeita um futuro acordo de paz. “Será essencial ter garantias de segurança sólidas, e é isso que estamos a tentar definir agora”, disse.

[Governo decide que é preciso invadir a embaixada para pôr fim ao sequestro. É chamada uma nova força de elite: o Grupo de Operações Especiais. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. Ouça no site do Observador o quinto episódiodeste podcastplus narrado pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Também o pode escutar na Apple Podcasts, no Spotify e no YoutubeMusic. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]

A ideia é que, se e quando a cimeira entre Zelensky e o Presidente russo, Vladimir Putin, se realizar, o líder ucraniano “possa contar com o apoio inequívoco dos amigos da Ucrânia, garantindo que a Rússia respeitará qualquer acordo”.

“Estamos a trabalhar em conjunto — Ucrânia, europeus e Estados Unidos — para garantir que as garantias de segurança são tais que Vladimir Putin, em Moscovo, nunca mais tente atacar a Ucrânia”, acrescentou.

Durante a visita de Rutte à capital ucraniana, soou um alerta de ataque aéreo, noticiou a agência France-Presse. A administração militar de Kiev pediu aos residentes que procurassem abrigo devido à “ameaça” de lançamentos de mísseis balísticos por parte da Rússia. logo após a conferência de imprensa de Zelensky e Rutte.

Morreu Eduardo Serra: “Só quero fazer filmes que possa ver como espectador”

Eduardo Serra, o mais internacional dos diretores portugueses de fotografia, que morreu na terça-feira aos 81 anos, dizia que o seu trabalho com a luz e a imagem servia para ajudar o espectador a entender a história de um filme.

“O que tento é criar sentido com as imagens. É importante compreender quais são os elementos dramáticos. O que vou iluminar, as imagens que vou criar [sobre o trabalho de outros] devem levar o público a entender o argumento. Não me interessa fazer uma coisa que seja bonita“, afirmou Eduardo Serra numa entrevista ao jornal Público, em 2009.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

Nesse ano, Eduardo Serra vivia um pico de popularidade entre o público português, por causa das duas nomeações para os Óscares – o único português a consegui-lo até então -, com os filmes “Asas do Amor” (1997) e “Rapariga com Brinco de Pérola” (2003), e por se saber que iria trabalhar nos dois últimos filmes da saga “Harry Potter” (2010-2011).

No entanto, quando teve esse reconhecimento público, Eduardo Serra contava mais de trinta anos de carreira atrás das câmaras, aplicando a filosofia de que uma boa fotografia em cinema é aquela que “ajuda à compreensão do filme, que acrescenta emoção à história, que a torna mais legível”, afirmou em 2004 ao Jornal de Letras.

Eduardo Serra nasceu a 2 de outubro de 1943, em Lisboa, filho único de uma família de origens modestas, que vivia perto do Instituto Superior Técnico – “o símbolo da ascensão social” -, onde ingressou num curso de engenharia.

Eduardo Serra, estudante universitário, nunca chegaria a terminar o curso, já embrenhado nas atividades dos cineclubes de Lisboa e, embora de forma discreta, nas lutas académicas de 1962.

Morreu Eduardo Serra, diretor de fotografia português nomeado para Óscares

Ao jornal Público contou que chegou a juntar-se ao Partido Comunista Português, mas nunca foi “um bom militante” e em 1963 partiu para Paris. “Houve razões políticas e militares que tornaram urgente a minha partida”, disse ao Expresso em 2004.

“Do ponto de vista cinematográfico, não devo nada a Portugal”

Em Paris, tentou entrar no Instituto de Estudos Superiores Cinematográficos, mas acabou por se formar na Escola Nacional de Fotografia e Cinematografia, onde obteve os primeiros estudos em direção de fotografia. Também fez igualmente o curso de História de Arte e Arqueologia na Sorbonne.

A primeira década profissional no cinema foi como assistente de câmara em algumas dezenas de produções, trabalhando com Alain Cavalier, Patrice Leconte, François Leterrier, alguns dos realizadores com os quais voltaria a colaborar como diretor de fotografia.

Com dupla nacionalidade, portuguesa e francesa, fazendo de Paris a sua casa, Eduardo Serra regressaria a Portugal já depois da revolução de 25 de Abril de 1974 para filmar, num dos raros momentos enquanto realizador, a curta-metragem “Un Anniversaire” (1975).

No passado mês de julho, a propósito de uma retrospetiva dedicada a Eduardo Serra, a Cinemateca Portuguesa escrevia que este filme “celebra o primeiro ano do 25 de Abril e, em particular, acompanha as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, a partir das experiências dos trabalhadores agrícolas de três aldeias do distrito de Beja”.

A estreia de Eduardo Serra como diretor de fotografia em Portugal deu-se pela mão de José Fonseca e Costa, em 1982, com o filme “Sem Sombra de Pecado”.

“Do ponto de vista cinematográfico, não devo nada a Portugal. Devo muito ao Fonseca e Costa, mas nada a Portugal. Era um filme a que, no estado em que estava a minha carreira, eu ainda não teria acesso. Ele apostou em mim e isso foi decisivo para a minha carreira, mesmo em França”, contou ao jornal Público em 2002.

Voltaria a trabalhar com Fonseca e Costa em “A Mulher do Próximo” (1988) e com pouco mais realizadores portugueses: João Mário Grilo em “O Processo do Rei” (1989), Luís Filipe Rocha, em “Amor e Dedinhos de Pé” (1991), Fernando Lopes, em “O Delfim” (2001).

“Só quero fazer filmes que possa ver como espectador”

Eduardo Serra ganhou prestígio internacional sobretudo em França, de onde fez a ponte com Londres e, do outro lado do Atlântico, com Hollywood, sublinhando, ainda assim, prudência na escolha dos projetos.

“Não quero entrar no sistema de fazer filmes para ganhar a vida. Só quero fazer filmes que possa ver como espectador”, disse na mesma entrevista ao Público em 2002.

Trabalhou sobretudo com os franceses Claude Chabrol e Patrice Leconte, com os quais fez mais de uma dezena de filmes, mas também com os britânicos Michael Winterbottom e Iain Softley e os norte-americanos M. Night Shyamalan ou Edward Zwick.

Em 1998 esteve nomeado para os Óscares com “Asas do Amor”, de Iain Softley, num ano em que “Titanic”, de James Cameron, arrasou a concorrência com onze estatuetas. No Reino Unido, Serra venceu o BAFTA de melhor direção de fotografia.

Em 2004, voltaria a ser nomeado para os Óscares pela fotografia de “Rapariga com Brinco de Pérola”, de Peter Webber. Apesar de não ter ganho, não faltaram elogios à forma como recriou os ambientes da época setecentista de Delft (Países Baixos) e a luz dos quadros do neerlandês Johannes Vermeer.

Nomeações para os Óscares “facilitam a vida”

Numa conferência de imprensa em Lisboa, em 2004, Eduardo Serra relativizava o reconhecimento e as nomeações para os Óscares: “Têm um valor simbólico único, facilitam a vida e dão um crédito indiscutível nos Estados Unidos e no Reino Unido”.

A verdade é que, na década seguinte, juntaria ao currículo a participação num “blockbuster” de entretenimento, os dois últimos filmes da saga “Harry Potter”, realizados por David Yates.

“Chego a casa, telefonam-me [e perguntam], “Queres fazer os dois últimos Harry Potter por um orçamento de 450 milhões de dólares”? Tecnicamente há tudo, todas as gruas, todas as técnicas, seja o que for é utilizado, temos todos os brinquedos”, recordou Eduardo Serra, em 2010 à agência Lusa.

Depois desses filmes, Eduardo Serra ainda trabalhou com Glenio Bonder em “Belle du Seigneur” (2012) e “A primise” (2013), de Patrice Leconte.

Em 2014, foi distinguido com prémios de carreira pela Sociedade de Diretores de Fotografia dos Estados Unidos e pela Academia Portuguesa de Cinema.

Foi ainda agraciado com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique (2004), pelo então presidente da República Jorge Sampaio, e com o grau de Grande-Oficial, da mesma ordem, em 2017, pelo chefe de Estado Marcelo Rebelo de Sousa.

Eduardo Serra era ainda membro honorário da Associação de Imagem Portuguesa, segundo a qual um diretor de fotografia é “responsável pela qualidade artística e técnica da imagem do filme”.

Este ano, a Cinemateca Portuguesa lembrou que Eduardo Serra “foi o mais internacional dos diretores de fotografia portugueses”.

Na retrospetiva que lhe dedicou foram mostrados “três filmes raros” em que “deixou de lado a direção de fotografia para se sentar na cadeira de realizador”: “Un Anniversaire” (1975), “Rink-Hockey – Le Hockey sur Roulettes” (1982) e “Cinéma portugais – Un Mode d”Emploi” (1990).

Jaime Faria perde no qualifying para o US Open

O tenista português Jaime Faria falhou o apuramento para o quadro principal do Open dos Estados Unidos, ao perder em dois sets com o francês Ugo Blanchet, na terceira e última ronda de qualificação.

Jaime Faria, número 118 do mundo, foi derrotado em uma hora e 33 minutos pelo 184.º do ranking ATP, pelos parciais de 7-5 e 6-4, seguindo os passos do compatriota Henrique Rocha, que, pouco antes, tinha sido afastado no ‘qualifying’, pelo italiano Francesco Passaro.

Desta forma, Nuno Borges, que teve entrada direta, será o único tenista português a participar no quadro principal de singulares em Nova Iorque, que arranca no domingo.

Além do número um nacional e 42.º da hierarquia mundial, Portugal estará também representado na variante de pares, com Francisco Cabral, que vai fazer dupla com o austríaco Lucas Miedler no último ‘major’ da temporada.

Chelsea goleia com golo de Pedro Neto

O campeão mundial Chelsea estreou-se a vencer na Premier League em 2025/26, ao golear na visita ao rival londrino West Ham (5-1), na abertura da segunda jornada, com um golo do internacional português Pedro Neto.

No Estádio Olímpico de Londres, o avançado luso completou a reviravolta dos “blues” aos 23 minutos, já depois de ter cobrado o canto que originou o golo do brasileiro João Pedro, aos 15′, em resposta ao tento inaugural do também brasileiro Lucas Paquetá, aos seis.

Pedro Neto chegou ao 10.º remate certeiro em 53 jogos com o Chelsea, que ampliou a diferença pelo argentino Enzo Fernández, antigo médio do Benfica, aos 34 minutos, pelo equatoriano Moisés Caicedo, aos 54′, e por Trevoh Chalobah, aos 58′, na sequência de mais um canto do extremo português.

Ainda antes do duelo com os “hammers”, os “blues” perderam Cole Palmer, habitual titular no meio-campo ofensivo, que se lesionou logo no aquecimento.

Com Pedro Neto a tempo inteiro e Dário Essugo no banco de suplentes, o Chelsea subiu à condição à primeira posição, com quatro pontos, enquanto o West Ham é 20.º e último, sem pontos nem golos marcados, sendo que não iniciava uma edição da Premier League com duas derrotas desde 2022/23 e nunca tinha sofrido cinco golos do rival londrino em casa.

Renato Sanches já está em Atenas

O médio Renato Sanches já está em Atenas para reforçar o Panathinaicos, de Rui Vitória.

Em declarações aos jornalistas, o internacional português elogiou o clube e o técnico luso.

“Estou muito feliz por estar aqui. Existem muitas razões que me fizeram vir, uma das quais é por eu saber que o Panathinaicos é uma grande equipa, uma fantástica equipa. Ao mesmo tempo, o treinador do Panathinaicos foi o meu primeiro treinador, então estou feliz por estar aqui”, disse.

Renato Sanches acrescentou: “A verdade é que o Panathinaicos é uma grande equipa. Vim para ajudar a equipa a conquistar títulos, até porque o Panathinaicos é um dos maiores clubes aqui na Grécia. Venho com a ambição de ajudar a equipa.”

O jogador esteve cedido pelo PSG ao Benfica na última temporada.

PSG vence, mas ainda não convence

O PSG alcançou a segunda vitória em outras tantas jornadas na Ligue 1, ao bater o Angers (1-0), na primeira partida em casa desde as conquistas da Liga dos Campeões e da Supertaça Europeia.

No Parque dos Príncipes, o tetracampeão gaulês impôs-se com um golo do espanhol Fabián Ruiz, aos 50 minutos, num jogo em que Ousmane Dembélé falhou um penálti, ao atirar por cima, aos 27′, na sequência de uma falta de Marius Courcoul sobre João Neves.

Depois de ter cumprido dois encontros de suspensão, devido à sua expulsão na final do Mundial de Clubes, perdida frente aos ingleses do Chelsea, em julho, nos Estados Unidos, o médio português regressou às opções dos campeões europeus.

João Neves alinhou até aos 66 minutos, altura em que foi lançado em campo Gonçalo Ramos, enquanto Nuno Mendes e Vitinha competiram a tempo inteiro pelos parisienses.

O PSG alcançou a segunda vitória consecutiva pela margem mínima na Ligue 1, após o triunfo na visita ao Nantes (1-0), treinado pelo português Luís Castro, e isolou-se de forma provisória no primeiro lugar, com seis pontos, contra três do Angers, que é, para já, oitavo.

Cúmplice de Epstein “nunca” viu Trump “em contexto impróprio”

Ghislaine Maxwell garante que nunca presenciou qualquer comportamento impróprio do Presidente norte-americano, Donald Trump.

A posição da companheira de Jeffrey Epstein, o milionário acusado de tráfico e abuso sexual que morreu na prisão, foi conhecida esta sexta-feira.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

A declaração consta de uma entrevista a um alto responsável do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que foi tornada pública esta sexta-feira.

“Nunca testemunhei o Presidente em qualquer situação imprópria”, disse Ghislaine Maxwell, de acordo com a transcrição da entrevista de dois dias com o vice-procurador-geral Todd Blanche.

“O Presidente nunca foi impróprio com ninguém”, reforçou a antiga companheira de Jeffrey Epstein, que se encontra a cumprir pena de prisão.

Durante a mesma entrevista, Ghislaine Maxwell afirmou ainda não ter conhecimento de qualquer “lista de clientes” de Epstein, ou seja, de pessoas que contactavam o milionário para encontros sexuais com jovens, algumas menores de idade.

As relações de Epstein com várias figuras ricas e influentes alimentaram diversas teorias da conspiração sobre o possível envolvimento de outras pessoas nos seus crimes. No entanto, além do próprio Epstein e de Maxwell, mais ninguém foi formalmente acusado.

A divulgação da entrevista surge num momento em que Donald Trump enfrenta críticas tanto da sua base conservadora como de democratas no Congresso, devido à decisão do Departamento de Justiça de não divulgar os ficheiros da investigação relacionada com Epstein.

Epstein morreu em 2019, numa prisão de Nova Iorque, numa alegada morte por suicídio enquanto aguardava julgamento por acusações de tráfico sexual de menores, às quais se declarara inocente.

Maxwell cumpre atualmente uma pena de 20 anos de prisão, após ter sido condenada, em 2021, por tráfico sexual.

A acusação sustentou que recrutava menores para Epstein, iniciando os encontros com massagens que evoluíam para actos sexuais indesejados. A antiga socialite recorreu ao Supremo Tribunal dos EUA para tentar anular a condenação.

Trump conheceu Epstein nos anos 1990 e no início dos anos 2000. Durante o julgamento de Maxwell, o piloto de longa data de Epstein, Lawrence Visoski, testemunhou que o ex-Presidente viajou várias vezes no jato privado do magnata. Trump nega ter voado no avião.

No interrogatório com o vice-procurador-geral Todd Blanche, Ghislaine Maxwell garantiu nunca ter visto Trump a receber uma massagem.

“Do que me recordo, o Presidente Trump foi sempre muito cordial e muito amável comigo”, declarou. “E gostaria apenas de dizer que admiro profundamente o seu feito extraordinário ao tornar-se Presidente.”

Os pássaros estão cada vez mais chatos. A culpa é dos lampiões

Os pássaros expostos a luz artificial cantam quase mais uma hora por dia do que aqueles que não estão expostos a postes de iluminação. Um estudo publicado esta quinta-feira na Science revelou que a luz artificial está a prolongar a atividade dos pássaros. Para chegarem a esta conclusão, os investigadores da Southern Illinois University e da Oklahoma State University analisaram 2,6 milhões de inícios de cantos de pássaros de manhã e de cessações ao fim da tarde. Os investigadores estudaram os padrões de 583 espécies diurnas; e descobriram que as aves das zonas com maior poluição luminosa causada pelo homem

​Declaração de fome em Gaza vem “esclarecer dúvidas”, diz UNICEF

A UNICEF Portugal considera que a declaração oficial da fome em Gaza, feita esta sexta-feira pelas Nações Unidas (ONU), vem esclarecer o “drama” que se vive no território, despertando a consciência das pessoas para a sua magnitude.

“Esta declaração de fome vem esclarecer algumas dúvidas que possam existir relativamente à situação gravíssima que se vive atualmente em Gaza”, afirma Beatriz Imperatori, diretora-executiva da organização.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

Em declarações à Renascença, a representante da UNICEF Portugal considera que este é “mais um argumento” para a comunidade internacional pressionar Israel e o Hamas a chegar a acordo de cessar-fogo.

A ONU declarou esta sexta-feira, de forma oficial, a fome na Faixa de Gaza. É a primeira vez que a situação é confirmada na região do Médio Oriente.

De acordo com a nova análise da Classificação Integrada de Segurança Alimentar (IPC, sigla em inglês), um organismo da ONU, mais de meio milhão de pessoas em Gaza estão em situação de fome oficial.

Segundo um comunicado do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), classificar oficialmente uma situação de fome significa que a categoria mais extrema é atingida. Ou seja, três limites críticos – privação alimentar extrema, subnutrição aguda e mortes relacionadas com a fome – foram ultrapassados. É o que confirma a análise feita pela Classificação Integrada de Segurança Alimentar.

O nível mais grave da classificação – Fase 5 – foi decretado para a cidade de Gaza e áreas circundantes, que enfrentam níveis catastróficos de insegurança alimentar. Estima-se que, até ao final de setembro, cerca de 640 000 pessoas vão estar nesta situação. Mais de 1,14 milhões de pessoas no território estarão em estado de Emergência (Fase 4) e outras 396 000 em estado de Crise (Fase 3).

Em comunicado, as quatro organizações humanitárias – UNICEF, PAO, PAM E OMS – defendem que “um cessar-fogo imediato e o fim do conflito são cruciais para permitir uma resposta humanitária sem restrições e em larga escala, capaz de salvar-vidas”, uma ideia também sublinhada por Beatriz Imperatori.

A diretora executiva da UNICEF Portugal destaca que “há ajuda humanitária que chega”, mas de forma limitada e insuficiente.

“Para nós conseguirmos fazer com que a população de Gaza – as crianças de Gaza – consiga ultrapassar esta fase, temos que conseguir entrar numa escala que responda à dimensão real do problema, que é esta, que é massiva – a declaração de fome em todo o território”, explica.

Beatriz Imperatori conta que todos os dias chegam relatos dos profissionais da UNICEF, que estão no terreno, quanto às condições de vida da população da Faixa de Gaza.

“Nós temos relatos de colegas nossos que comem uns dias, outros dias não. Quando não comem, talvez nem toda a família tenha para comer. Às vezes, não comem porque dão a sua comida aos seus filhos, aos seus sobrinhos, aqueles que neste momento estão com eles e de quem têm que cuidar”.

A diretora-executiva da UNICEF Portugal também dá o exemplo de mães que receiam morrer e deixar os filhos sozinhos e lembra as crianças que ficaram gravemente feridas, com marcas de guerra para a vida.

Numa altura em que Israel iniciou a operação para ocupar a cidade de Gaza, Beatriz Imperatori alerta que os profissionais de saúde “estão a trabalhar no limite”.

Justiça americana divulga depoimento de Ghislaine Maxwell. Cúmplice de Epstein garante que Trump “nunca foi inapropriado com ninguém”

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América publicou esta sexta-feira as transcrições do depoimento de Ghislaine Maxwell, namorada e cúmplice de Jeffrey Epstein. Foram duas rondas de entrevistas com o vice-Procurador-geral, Todd Blanche, em dois dias diferentes, que acabaram por vir a público em quatro documentos distintos com mais de 300 páginas no total. A socialite britânica foi condenada por ter auxiliado o empresário norte-americano durante anos de esquemas de tráfico e abuso sexual de menores.

Por concordar em discutir o caso, a Justiça dos EUA atribuiu imunidade limitada a Maxwell e, de acordo com a transcrição, não foram prometidos quaisquer benefícios adicionais em troca do seu testemunho. “O mais importante deste acordo é [definir] que isto não é um acordo de cooperação, ou seja, ao encontrar-se connosco, estamos só mesmo a encontrar-nos”, disse Blanche, reforçando que “não estava a prometer fazer nada”. Logo a seguir à entrevista, no entanto, Ghislaine Maxwell foi transferida para uma prisão federal de menor segurança, no Texas.

Sob ameaça de acusações adicionais caso mentisse, Maxwell concordou com todos os termos da conversa com o representante da Justiça norte-americana. Estando a conversar com o antigo advogado do atual Presidente do país, cujo nome tem vindo a flutuar próximo de Epstein, Donald Trump foi um dos temas abordados na entrevista. “Na verdade, nunca vi o Presidente em qualquer tipo de massagem. Nunca vi o Presidente em qualquer tipo de ambiente inapropriado. O Presidente nunca foi inapropriado com ninguém”, confessa Maxwell.

[Governo decide que é preciso invadir a embaixada para pôr fim ao sequestro. É chamada uma nova força de elite: o Grupo de Operações Especiais. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. Ouça no site do Observador o quinto episódiodeste podcastplus narrado pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Também o pode escutar na Apple Podcasts, no Spotify e no YoutubeMusic. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui, o terceiro aqui e o quarto aqui]

Questionada se alguma vez tinha visto algum comportamento “inoportuno” de Donald Trump durante as suas interações com Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell garante: “Absolutamente nunca, em qualquer contexto”. Ainda sobre o atual Chefe de Estado e antigo amigo do seu companheiro, Maxwell diz que “sempre gostou de Trump” e que admira a sua “conquista extraordinária” ao chegar à Casa Branca. Refere, porém, que “esta é a essência” da sua relação com o Presidente, que menciona ter conhecido no início dos anos 90, mantendo contacto durante cerca de uma década.

Sobre a relação que Trump mantinha com Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell revela não conhecer a extensão da amizade, mas acredita que “não eram amigos próximos”. “Acho que eram amigáveis como as pessoas [normalmente] são num contexto social”, acrescenta a socialite. Donald Trump não é o único Presidente mencionado no caso de Epstein e, em declarações passadas em que se distanciou do empresário, Trump lançou a acusação para um dos seus antecessores.

“Bill Clinton já foi à ilha [de Epstein] 28 vezes”, segundo Trump. No seu depoimento, Ghislaine Maxwell garante que esta afirmação é mentira. “Ele nunca, nunca foi. E tenho a certeza disso porque não há hipótese de ele ter ido à ilha se eu não estivesse lá. Porque não acredito que ele tivesse uma amizade independente com Epstein”, afirma. Refere, assim, que era o único elo de ligação entre Clinton e Epstein, uma vez que o Presidente Clinton era apenas seu amigo, e não do seu namorado.

Não desmente que os dois tenham passado tempo juntos, num avião, mas diz que “não houve qualquer massagem”. Esse momento, que ficou eternizado numa fotografia, terá sido “a única ocasião em que o Presidente Clinton poderá ter recebido uma massagem”. Contudo, Ghislaine Maxwell confirma que também estava presente no voo e nega qualquer envolvimento sexual com menores a bordo deste jato privado. Hilary Clinton também foi envolvida na conversa, mas também não terá tido qualquer “negócio” com Epstein, segundo a britânica. Sendo amiga dos Clintons, revela que a última vez que se encontrou com ex-Presidente foi em 2018, num jantar em Los Angeles.

Uma outra figura mediática que é frequentemente associada a Epstein é o Príncipe André, que já foi alvo de inúmeras queixas e relatos que apontam para o envolvimento do membro da família real britânica nos esquemas de tráfico e abuso sexual de menores. Ghislaine Maxwell estabelece, de início, que não foi a responsável por introduzir Jeffrey Epstein a André.

Durante o seu depoimento, Maxwell procurou distanciar-se dos crimes cometidos pelo seu ex-companheiro. Questionada sobre os alegados abusos de menores, a socialite britânica diz que “nunca viu nada”, mas não nega que Epstein o tenha feito”. Assim, reforça que não aceitou falar com o vice-Procurador-geral Todd Blanche para “defender” Jeffrey Epstein, mas para esclarecer que “não participou neste tipo de atividades” com menores.

Epstein morreu na prisão em 2019, tendo sido encontrado morto na sua cela, sozinho. Porém, Maxwell não acredita na tese que o seu namorado se suicidou, como relataram as autoridades na época. “Na prisão onde estou, matam-te ou pagam — alguém pode pagar a um prisioneiro 25$ para te matar”, conta Ghislaine, depois de referir que não sabe quem é que pode ser responsável pela morte de Jeffrey Epstein.

Um outro tema que tem sido levantado múltiplas vezes ao longo destes últimos anos em que o caso está na agenda mediática é a lista de clientes. Um documento que indica os nomes daqueles que usufruíram dos serviços disponibilizados por Epstein — fruto do tráfico de menores. Donald Trump, quando concorria para a presidência pela segunda vez, disse que divulgaria os conteúdos desta lista assim que fosse apurada. Mas quando chegou a hora — e depois de ter surgido rumores a indicar que estaria incluído nesta mesma lista — a decisão foi de não publicar, alegando que não existia qualquer lista.

A justificação de Trump foi agora corroborada por Maxwell. “Não há lista”, afirma a cúmplice de Epstein, que explicou ao representante da Justiça norte-americana que esta “história” surge de um depoimento de um antigo empregado de Epstein. “A verdade é que Alfredo Rodriguez foi deposto duas vezes, uma em julho e outra em agosto. No depoimento de julho, disse que havia notas manuscritas ou um diário”, conta a socialite, referindo que “a narrativa está a ser controlada por cinco pessoas”, gerando confusão na interpretação da versão verdadeira da história.

No fim, conclui: “Não há qualquer lista. Não tenho conhecimento de qualquer chantagem. Nunca ouvi nada sobre isso, nunca o vi nem nunca imaginei”.

O julgamento começou em 2021, no tribunal federal de Nova Iorque, e Maxwell foi considerada culpada de cinco crimes, incluindo o tráfico sexual de menores. Enfrentando uma pena de 20 anos de prisão, a número dois de Epstein tentou, em múltiplas ocasiões, reverter a decisão da Justiça norte-americana e, agora, garantiu uma sessão extra de esclarecimentos com Blanche, resultando na divulgação dos conteúdos destas entrevistas após a administração de Donald Trump ter enfrentado fortes críticas de falta de transparência relativamente ao caso.

1 38 39 40 41 42 601