Marque no calendário: Feriados e fins de semana prolongados até ao final de 2025 e em 2026

O quente mês de agosto está a meio, muitos portugueses estão de férias, mas para quem está a trabalhar aproxima-se um fim de semana prolongado: sexta-feira, dia 15, feriado da Assunção de Nossa Senhora.

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Até ao fim de 2025, o calendário indica que vamos ter ainda cinco feriados nacionais pela frente, que passam a seis se contarmos com o 1 de janeiro.

  • 5 de outubro: Dia da Implantação da República, um domingo;
  • 1 de novembro: Dia de Todos os Santos, um sábado;
  • 1 dezembro: Restauração da Independência, segunda-feira;
  • 8 dezembro: Imaculada Conceição, segunda-feira;
  • 25 de dezembro: Dia de Natal, quinta-feira;

No calendário para 2026, com o Dia de Ano Novo, estão marcados 12 feriados nacionais, com possibilidade de pontes e fins de semana prolongados.

Trancoso com frente de 6km. Mais de 2500 operacionais combatem 22 incêndios

Um violento incêndio deflagrou na madrugada desta quarta-feira junto à aldeia de xisto do Piódão, concelho de Arganil, e está a ser combatido por 625 bombeiros, 190 viaturas terrestres e sete aeronaves por volta das 16h. Imagens que estão a correr nas redes sociais mostram a aldeia praticamente cercada pelas chamas. O fogo terá começado devido à trovoada que se abateu sobre o Centro do país durante a noite.

O fogo que lavra em Trancoso desde sábado tem, esta noite, uma frente activa com cerca de seis quilómetros e “muito trabalho” pela frente para os operacionais, de acordo com a Protecção Civil.

“Foi um dia muito difícil, ao fim do qual temos uma frente activa com cerca de seis quilómetros. Ainda temos muito trabalho pela frente”, disse à agência Lusa o comandante operacional Carlos Silva.

Durante o dia as chamas rondaram várias localidades dos concelhos de Trancoso e de Fornos de Algodres, tendo entrado nos municípios vizinhos de Celorico da Beira, durante a tarde, e de Aguiar da Beira (concelhos do distrito da Guarda) ao final do dia.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, diz que a próxima sexta-feira, 15 de Agosto, será o dia mais preocupante, tendo em conta os dados meteorológicos disponíveis. Esta tem sido uma preocupação veiculada por vários especialistas, que apontam dia 15 de Agosto como uma grande preocupação.

“É um dia particularmente preocupante porque há uma convergência de condições objectivas meteorológicos e físicas que aponta para uma situação muito propícia de permanência ou agravamento dos fogos florestais”, alerta o chefe de Estado, dizendo que o período de alerta se estende para o fim-de-semana. Em declarações aos jornalistas, Marcelo agradece a todos os que combatem os incêndios, dizendo que os últimos dias têm sido “uma brutalidade”.

INFOGRAFIA

O incêndio florestal que eclodiu na serra do Açor, no município de Arganil, distrito de Coimbra, estendeu-se a Seia (Guarda), obrigando à deslocação de cerca de 55 pessoas dos dois municípios, mas sem danos nas habitações, disse fonte oficial.

Segundo o presidente da Câmara de Seia, Luciano Ribeiro, “logo que foi dada a ordem de evacuação ao início da tarde”, foram concentradas na Casa do Povo de Vide, “cerca de 55 pessoas” de “algumas povoações do concelho de Seia, mas também do concelho de Arganil”.

Há confirmação de pelo menos três bombeiros feridos, da parte da manhã, mas sem gravidade. Luís Paulo Costa, presidente da Câmara de Arganil, disse à SIC Notícias, ao final da manhã, que os “ventos intensos, com direcções errantes, têm dificultado o trabalho dos bombeiros” e que não conseguia precisar quantas frentes tinha o incêndio. Ao final da tarde, desta feita à CNN Portugal, o autarca adiantou que a situação tinha piorado. “As projecções colocaram o fogo com uma nova frente”, adiantou Luís Paulo Costa, confirmando que as chamas já tinha entrado no concelho de Seia.

Duas aldeias da freguesia de Piódão, Foz d’Égua e Chãs d’Égua, foram evacuadas pelas 11h e, com o piorar da situação, a população de outras sete aldeias também teve que ser retirada ao início da tarde desta quarta-feira, segundo o canal.

O presidente da Junta de Freguesia do Piódão, José Lopes, explicou que estes moradores foram levados para o centro social de Vide, já no concelho de Seia, distrito da Guarda, a cerca de dez quilómetros de Piódão. “São pessoas mais idosas e mais debilitadas, que foram retiradas para as salvaguardar”, frisou o autarca.

Há meios dos bombeiros dentro da aldeia histórica e em zonas circundantes e, por causa das cinzas e do fumo, algumas pessoas foram abrigadas na igreja matriz. “A faixa de segurança em redor da aldeia que andámos a fazer é que talvez ajude a salvaguardar as casas e o património. De resto, em termos florestais, vai ficar tudo queimado”, lamentou o presidente da junta.

O incêndio já se estendeu à freguesia vizinha de Pomares, constituída por 12 aldeias, parte das quais está directamente na linha de fogo. O presidente da junta, Amândio Dinis, disse à Lusa ao início da tarde que uma das frentes de chamas evoluiu do Piódão para as encostas da serra do Açor junto das localidades de Porto Silvado e Sobral Magro: “Estão lá muitos bombeiros e essa parte está controlada, há é muito fumo. Em Sobral Magro ardeu tudo à volta, mas a aldeia está salvaguardada”, indicou.

Mais de 2150 operacionais combatiam pelas 17h os seis maiores incêndios activos em Portugal continental, apoiados por 682 viaturas e 23 aeronaves, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).

De acordo com a informação disponível na página da Internet da ANEPC às 17h, o fogo que mobilizava mais meios era o que deflagrou cerca das 5h em Piódão, no concelho de Arganil, distrito de Coimbra, com 640 operacionais, 195 meios terrestres e dez aeronaves.

O autarca disse ainda que, por precaução e devido principalmente ao fumo, foram retirados de casa moradores das localidades de Porto Silvado e Vale do Torno. Na zona do incêndio, existem mais povoações — Soito da Ruiva, Gramaça e Sobral Gordo, entre outras — que se encontram, aparentemente, a salvo.

Pelas 10h, em declarações ao PÚBLICO, o presidente da Junta de Freguesia do Piódão, José Lopes, mostrava-se apreensivo com o vento forte que se sentia no local e com a possibilidade de as duas frentes de incêndio que existiam na altura se “juntarem”, uma vez que a aldeia estava praticamente cercada por chamas. Ainda assim, o autarca destacava que a aldeia tinha tido “a sorte de os bombeiros chegarem antes de os caminhos estarem cortados”.

A maioria da população acorreu à praça central da típica aldeia de xisto, onde Agosto é um período tipicamente de festa e de chegada de muitos turistas e emigrantes. A GNR aconselhou alguns idosos e pessoas com mobilidade reduzida a dirigirem-se à igreja matriz, para estarem protegidas do fumo e das cinzas.

Devido a este incêndio, a Câmara Municipal de Arganil decidiu activar na manhã de quarta o Plano Municipal de Emergência e Protecção Civil, considerando que “a situação nas próximas horas tenderá a agravar-se”.

Trancoso preocupa

A trovoada que atingiu durante a madrugada o distrito da Guarda também originou um reacendimento no incêndio de Trancoso, que fez agravar as condições adversas no terreno e obrigou a Protecção Civil a fazer um reforço de meios na manhã desta quarta-feira. A GNR encerrou também a Estrada Nacional 330 (nos dois sentidos), entre as localidades de Penaverde e Maceira.

A aldeia de Queiriz, no concelho de Fornos de Algodres, está a viver uma “situação complicada” devido ao incêndio rural que lavra desde sábado no concelho vizinho de Trancoso. “O fogo está junto à povoação e a situação está complicada, com bombeiros e população a fazerem a protecção das casas”, disse à agência Lusa Carlos Silva, comandante operacional do Oeste, que está no posto de comando.

Esta frente progrediu com intensidade durante a manhã, vinda de Aldeia Nova, no concelho de Trancoso, tendo passado por localidades como Casal do Monte e Aveleiros. “Não há registo de casas afectadas, apenas quintais, pastos e um povoamento florestal que ardidos”, acrescentou o comandante operacional.

Carlos Silva adiantou que os meios no terreno podem vir a beneficiar da ajuda do vento e que ainda não houve necessidade de evacuar a aldeia de Queiriz. Quanto ao reforço de meios, admitiu que neste momento não é possível devido ao número de ocorrências activas no país.

Vários incêndios deflagraram esta madrugada

Entretanto, durante a madrugada deflagraram incêndios em vários pontos do país, um deles em Sátão, onde às 16h estavam 240 operacionais, 77 viaturas e cinco aeronaves a combater três frentes activas que consomem mato e pinhal. Há três localidades — Aldeia Nova, Carrasqueira e Outeiro de Cima — numa das linhas de fogo mas fora de risco, disse à agência o segundo comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões.

Houve também focos novos em Macedo de Cavaleiros e Sabugal, que pelas 8h30 estavam em fase de resolução. Já o incêndio florestal na zona de Ermidas-Sado, no concelho de Santiago do Cacém, que deflagrou na tarde de terça-feira, entrou em fase de resolução durante a madrugada, de acordo com a Protecção Civil. O fogo, que chegou a ter três frentes activas, foi dominado às 2h30, declarou à Lusa uma fonte do Comando Sub-regional do Alentejo Litoral.

Um incêndio rural em Tabuaço, que tem sido considerado pela Protecção Civil como uma ocorrência significativa, começou no domingo à noite na freguesia de Távora e Pinheiro e continua a lavrar esta quarta-feira. Permanecem no terreno, pelas 16h, 250 operacionais e 80 viaturas.

O trânsito encontra-se cortado na Estrada Nacional (EN) 323, nos dois sentidos, entre as localidades de Távora e Granjinha, no concelho de Tabuaço, distrito de Viseu, devido à ocorrência de fogos rurais na região, segundo avançou a Guarda Nacional Republicana.

O incêndio que lavrou em Sobral de São Miguel, no concelho da Covilhã, entre domingo e terça-feira, encontra-se em fase de vigilância e consumiu cerca de 700 hectares de mato, pinho e eucalipto, informou o presidente do município. Vítor Pereira frisou que não ardeu qualquer casa e que se evitaram danos na integridade física, numa zona que já tinha sido consumida pelas chamas há cinco anos.​

Fogo em Vila Real queimou 6400 hectares

Cerca de 80% do perímetro do incêndio na serra do Alvão, em Vila Real, encontra-se em rescaldo e vigilância, estando as atenções concentradas na frente da Samardã e pontos quentes deste fogo que já queimou 6445 hectares.

Segundo adiantou o comandante das operações de socorro, David Lobato, num briefing feito ao início da tarde aos jornalistas, falta dominar cerca de 20% do perímetro deste incêndio que deflagrou no dia 2 de Agosto, em Sirarelhos, se estendeu a Mondim de Basto, esteve em conclusão e teve duas reactivações.

O também comandante sub-regional do Médio Tejo chamou a atenção para as condições meteorológicas que se fazem sentir hoje, como as elevadas temperaturas, sendo esperada, pelas 15h, uma rotação do vento. Esta é uma zona de serra, com ventos erráticos e temperaturas a rondar os 40 graus em vários dias consecutivos. Espera-se uma tarde de muito trabalho na serra do Alvão por causa dos pontos quentes. Os meios vão manter-se no terreno e, se não houver uma reactivação, o fogo poderá entrar em fase de resolução ao final do dia.

Durante os dias em que o incêndio lavrou, cinco operacionais ficaram com ferimentos considerados leves e duas casas de segunda habitação foram atingidas.

David Lobato realçou que, no terreno, vão manter-se cerca de 400 operacionais, com 100 veículos e ainda a actuação de dois helicópteros, que estão a trabalhar em rotação, ou seja, está sempre um deles no teatro de operações. “Não vamos desacelerar”, garantiu, referindo que, ao final da noite se fará uma nova avaliação deste incêndio que já percorreu cerca de três dezenas de aldeias da serra do Alvão. Com Lusa

Incêndios: 20 pessoas retiradas de casa em Oliveira do Hospital

A noite vai ser de vigilância em Oliveira do Hospital. O fogo que progrediu de Arganil já esteve mais próximo de habitações, mas a população de Chão Sobral não vai pregar olho.

O autarca José Francisco Rolo disse à Renascença que, por precaução um grupo de cerca de 20 pessoas foi deslocada esta quarta-feira à noite para uma escola, onde têm mais condições de segurança.

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“Há um grupo de pessoas que foi deslocado para a Escola Básica da Ponte das Três Entradas, onde foi criada uma zona de acolhimento de pessoas. Estamos a falar de cerca de 20 pessoas que lá estão a ser acompanhadas pelos Serviços de Ação Social, pela Proteção Civil e em parceria com a Cruz Vermelha Portuguesa”, afirma o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital.

O autarca adianta que a preocupação para as próximas horas prende-se com a direção e intensidade do vento.

José Francisco Rolo explica que o fogo lavra em zonas de íngremes, de difícil acesso, e consumiu terrenos de mato, de forma descontrolada.

Restaurante de luxo em Lisboa palco de desacatos entre mulheres da elite angolana

Um triângulo amoroso entre figuras da elite angolana foi o motivo para desacatos no restaurante de luxo JNcQUOI, localizado na Avenida da Liberdade, na passada sexta-feira. Os confrontos físicos entre três mulheres que envolveram empurrões, puxões de cabelo e obrigaram à intervenção da equipa de segurança, acabaram com a expulsão dos envolvidos do restaurante lisboeta, de acordo com a imprensa nacional e angola.

Tudo começou com a chegada da modelo Neurite Mendes ao bar do JNcQUOI Avenida (Delibar) na tarde de sexta-feira. A angolana, que também é apresentadora de televisão, encontraria ali o seu marido Wilson Ganga na companhia de outra mulher. Ganga é um empresário de sucesso em Angola e filho do presidente do conselho de administração da Endiama, uma empresa estatal dedicada à produção de diamantes.

O empresário da área das tecnologias teria uma relação extraconjugal com uma das mulheres que esteve envolvida na discussão física com Neurite Mendes, de acordo com o Correio da Manhã e a imprensa angolana. Wilson Ganga e a modelo, vencedora do concurso Miss Angola, em 2016, são casados desde 2022. O jovem casal tem dois filhos e estava de férias na capital portuguesa à altura do incidente, ao qual ainda não reagiu publicamente. O estabelecimento disse ao Observador que não vai prestar declarações sobre o sucedido.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Dominado fogo em Vila Chã de Sá, em Viseu

O incêndio que começou ao início da tarde de quarta-feira em Vila Chã de Sá, no concelho de Viseu, foi dado como dominado, adiantou à Lusa fonte da Proteção Civil.

Fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões indicou que o fogo entrou em resolução pelas 23h07, depois de os meios no terreno terem debelado as três frentes ativas.

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Pelas 00h05 desta quinta-feira, mantinham-se no local 104 operacionais, apoiados por 33 viaturas, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O alerta para o incêndio foi dado pelas 14h35 de quarta-feira.

Num balanço ao final da tarde de quarta-feira, o comandante dos Bombeiros Sapadores de Viseu, Rui Nogueira, tinha referido que o fogo tinha três frentes ativas.

Na povoação de Rebordinho, “chegou a haver projeções e foram feitas defesas a algumas infraestruturas, mas, até ao momento, não há danos a registar em infraestruturas nem feridos, apesar de se manter o risco, mas mais controlado”, indicou o responsável.

Pelas 20h00, combatiam este incêndio um total de 121 operacionais, apoiados por 33 veículos e quatro meios aéreos, segundo a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Autárquicas: PSD/Matosinhos propõe medidas para reforço da transparência

O vereador do PSD, Bruno Pereira, candidato à Câmara de Matosinhos, distrito do Porto, anunciou esta quarta-feira ter proposto o reforço da transparência na gestão dos recursos públicos, com medidas concretas a implementar “logo no início” do próximo mandato.

“Estas medidas não têm apenas um valor simbólico, respondem a uma exigência concreta e crescente dos cidadãos: saber onde e como são gastos os dinheiros públicos, quem os executa, com que resultados e com que responsabilidade política”, afirmou o autarca, citado num comunicado do PSD/Matosinhos.

A proposta, apresentada em reunião do executivo, assenta em três eixos de transparência, versando as áreas urbanística e das obras públicas, económico-financeira e contratação de prestadores de serviços.

No primeiro eixo, Bruno Pereira defende a criação de um sistema digital público que permita aos munícipes acompanhar, em tempo real, as obras municipais, com dados sobre localização, orçamento, entidade contratada, prazos e relatórios periódicos.

Na vertente económico-financeira, propõe um sistema de transparência financeira municipal, “público, atualizado a cada semestre e disponível no site da autarquia”, contendo informação clara sobre a execução orçamental, fundos comunitários e contratos públicos.

Quanto à contratação de prestadores de serviços, sugere tornar público um mapa atualizado de fornecedores, valores contratados e prazos de execução, além da criação de um balcão digital que centralize todos os dados e relatórios.

“A construção de uma cultura transparente é uma forma de garantir a melhor governação, prevenir práticas opacas e, acima de tudo, aproximar o poder político da realidade e das expectativas dos eleitores”, completou Bruno Pereira.

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Danças com Golfinhos

Caro concidadão em pleno Agosto, meu semelhante em calção de banho e bóia de flamingos, nestas férias vim a casa e vi o futuro.

Durante muito tempo, achei que a minha terra-natal estaria imune aos excessos do turismo: uma ilha, em alto-mar, com ilhas mais fotogénicas à volta e um clima de esgotar a paciência a um santo pareciam filtros suficientes para garantir que só passava quem quisesse mesmo cá vir. Mas, aos poucos, Verão a Verão, o cenário foi mudando, subindo serenamente do nível “finalmente, dão-nos o valor”, para o “bom”, para o “já paravas” e, enfim, para o “2025”.

Como caracterizar o nível “2025”? Bom, o grande traço distintivo foi que, pela primeira vez, um cidadão do Indostão tentou vender a este vosso um recuerdo “típico” da ilha (uma sweatshirt que parei a admirar na montra de uma loja bem a meio da rua principal da cidade, precisamente por achá-la tão tipicamente açoriana como um sombrero ou um quimono). Depois, as pequenas zonas balneares, antes quase só frequentadas por vizinhos, inundadas de grupos de franceses ou italianos, caóticos e sonoros a ponto de nos fazerem sentir, afinal, civilizados como nórdicos – e com muito melhor bronze. Finalmente, a tabela de preços… Quem diria que aquele café deslavado de apoio à zona balnear da infância, um dia, venderia a bica a euro e meio e uma garrafa de água pequena a dois e meio? Com as mesmas cadeiras de plástico da Olá! e o mesmo chão a colar os chinelos. Que um amigo continental nos confessasse ter gastado num almoço de família mais do que nas primeiras férias inteiras que aqui fez há 20 anos? Que se andasse a pedir ao turista incauto “a partir de” 195 euros para “nadar com os golfinhos”? E se o golfinho não estiver para aí virado? Tiver tido um dia mau? Não for com a nossa cara? E já agora: é só nadar ou o golfinho faz um table dance?

“Ah!”, exclama o leitor que já só lê este escriba por irritação, depois de um valente gole no Aperol Spritz desenrascado com 7-Up – “foi preciso chegar à tua terra para perceberes como o turismo é irritante, não é?” “Ui”, amigo, diz o cronista sacando-lhe o copo de Aperol-gasosa e dando também um gole que não se aguenta este bafo, “o turismo é muito irritante”. Quase tão irritante como o nosso modo de ir pela vida em queixume eterno. Mas isso não significa: a) que, tirando certas freiras de clausura, não sejamos todos turistas de vez em quando; b) que os movimentos muito amigos do povo que contestam o turismo de massas se esquecem de que, no fundo, o que pedem é o fim da democratização do turismo e o regresso ao tempo em que só quem era rico conseguia viajar e fazer férias no estrangeiro; c) que não seja o motor da economia nacional, responsável por 12% do PIB (há organizações a falar em 19%) e que, se quiserem acabar com ele, é bom que estejam preparados para empobrecer ou ir trabalhar rapidamente para a fábrica (não sei do quê. Não restam muitas. Mas, vá, para a fábrica).

A questão, portanto, não é essa; a questão é – digo, fazendo sinal para o solícito empregado do Indostão e pedindo-lhe um copo de água a preço de amigo: qual é o limite? Até onde é que o turista nos traz saldo positivo? Quando é que a receita do negócio deixa de compensar o investimento?

Os críticos mais amargos dirão: quando não sobrar nada. Quando os portugueses tiverem de imigrar para um sítio que consigam pagar, tal como os espanhóis, os gregos, os malteses, os italianos ou até os franceses ou ingleses que se queixam do mesmo. Que o turismo selvagem há-de acabar por destruir tudo. Que não há limites para o capitalismo neoliberal. Mas há; estão inscritos desde sempre na sua essência: são os do próprio capital. Os limites são os limites do bolso do turista. É o dia em que ele se aperceba de que, para dois euros e meio por três goles de água, é melhor ficar em casa ou ir para outro lado. Que o golfinho, sim, senhor, tudo muito intenso e bonito, mas que já passaram meses e nem um whatsapp, nem um postalinho.

O capitalismo funciona porque é movido por uma força, pura e simplesmente, infinita: a ganância – Gordon Gekko explica em “Wall Street” desde 1987. Não é animado por boas intenções, que todos temos, mas que, como sabemos, passam mais facilmente do que um voo low-cost em direcção à próxima despedida de solteiro em Albufeira. Não é movido por uma lógica racional, nem sentimental; é movido pela mesma força visceral que faz com que cada coisa viva lute, a cada momento, por ser e ter mais – é ver como plantas e árvores competem pelo sol e pelos recursos da terra, mesmo que também sejam capazes de funcionar em rede. E a ganância contém em si o código da sua própria autodestruição: de tanto comer, um dia não sobra nada.

Enquanto nos queixamos dos turistas, não reparamos que são os nossos próprios concidadãos os principais responsáveis pelas queixas que temos do turismo: são eles quem sobe os preços, são eles quem baixa a qualidade. À medida que isto acontece um pouco por todo o mundo, que vão escasseando cada vez mais os destinos baratos, as viagens aéreas realmente low-cost, as “experiências” não contaminadas por magotes de viajantes, a loucura do turismo aproxima-se do seu pináculo e do seu fim. Leram aqui primeiro. Há-de ser substituída pelo turismo espacial e experiências de realidade virtual + inteligência artificial + metaverso, onde já não se nada com golfinhos, mas recebe massagens de elfos e sereias cyborg, enquanto assiste a combates de deuses e dragões e mastigam pastilhas com sabor a Aperol-hortelã. Até lá, vai simplesmente suceder que nos vão trocar pelo destino do lado, o primeiro que apresente uma oferta preço-qualidade mais simpática.

É a beleza da ganância. Um dia, estes lugares serão só nossos outra vez. Não por nenhuma consciência social, não por nenhum esforço de protecção ambiental, não porque, de repente, a humanidade vá ascender a um estado superior de entendimento e equilíbrio, mas, simplesmente, porque se terá tornado má compra, mau negócio.

Mas, quando esse dia chegar, vamos já combinar uma coisa, donos dos cafés, dos restaurantes, operadores turísticos, povo em geral: bebam, comam, digam adeus ao golfinho, façam o que quiserem – mas não se queixem.

Trump pondera oferecer a Putin acesso a minerais raros para pôr fim à guerra na Ucrânia

Acompanhe o nosso liveblog sobre a guerra na Ucrânia

O Presidente norte-americano, Donald Trump, prepara-se para apresentar ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, um conjunto de propostas que têm como objetivo incentivar o fim da guerra na Ucrânia. De acordo com o The Telegraph, entre as medidas previstas estarão a abertura das reservas naturais do Alasca à exploração russa, o levamento parcial de sanções aplicadas à indústria aeronáutica de Moscovo e, principalmente, o acesso a minerais de terras raras nos territórios ucranianos ocupados pela Rússia.

Fontes citadas pelo jornal britânico afirmam que um eventual acordo que envolve minerais raros poderá ser um dos incentivos principais para que Putin aceite um cessar-fogo do conflito na Ucrânia. A Casa Branca já tinha assinado, em maio, um acordo com Kiev para explorar os recursos naturais ucranianos, mas a execução completa deste projeto iria exigir novas operações que poderiam ser aceleradas com a colaboração do Kremlin.

A possibilidade de Washington levantar as restrições à exportação da Rússia de peças de aeronáutica é um dos incentivos de Trump para que Putin possa restaurar parte da capacidade operacional da aviação civil e militar russa, atualmente dependente do desmantelamento de aeronaves antigas para obter peças de substituição.

Outra proposta em estudo é permitir que a Rússia explore recursos naturais valiosos (petróleo e gás) no estreito de Bering — que separa o Alasca do território russo por cinco quilómetros. Segundo o Telegraph, o desenvolvimento da presença russa no Ártico iria reforçar a influência estratégica numa zona que em 2022 foi responsável por 80% da produção de gás no país.

A aprovação destas propostas na Europa dependerá, segundo fontes do governo britânico, da forma como forem apresentadas, para evitar a perceção de que Putin está a ser recompensado. Uma das soluções discutidas inspira-se na ocupação israelita da Cisjordânia, permitindo que o Kremlin mantenha controlo militar e económico em partes da Ucrânia através de uma administração própria.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Autárquicas. Pedro Sousa Botelho é número 2 de Miguel Corte-Real na lista do Chega ao Porto

Pedro Sousa Botelho, Joana Corrêa de Barros e Artur Carvalho são alguns dos sete nomes da lista entregue esta quarta-feira no tribunal pela candidatura do Chega à Câmara do Porto, encabeçada por Miguel Corte-Real.

Na lista para o executivo seguem-se Luís Santos Proença, Sofia Sampaio e Sónia Vara.

Em declarações à Lusa, Miguel Corte-Real, 40 anos, gestor e eleito nas últimas autárquicas pelo PSD para a Assembleia Municipal do Porto, disse que o partido apresentou candidatos a “todas as freguesias e todos os órgãos” e que se trata de uma “lista de gente renovada, gente da cidade e gente muito empenhada para mudar o Porto”.

Questionado pela Lusa sobre o que seria um bom resultado, Miguel Corte-Real responde que um “bom resultado é ganhar”, no entanto, a expectativa é “eleger autarcas em toda a cidade, em todas as freguesias, e em todos os órgãos” e poder “trabalhar para mudar a vida dos portuenses”.

Questionado sobre se ganhar um ou dois vereadores para a Câmara do Porto seria um bom resultado, o candidato assume que o “Chega não tem nenhum vereador” e que se tiver dois vereadores é um bom resultado, mas, no entanto, argumenta que o “Chega existe para mudar”.

“Para mudar precisa de ganhar e, portanto, nós precisamos de ganhar para mudar a vida das pessoas. Se não ganharmos, nós aceitamos as regras da democracia e vamos trabalhar com os eleitos que tivermos para mudar a vida das pessoas”, disse.

Segundo Miguel Corte-Real, o Chega, enquanto partido, vem a estas eleições autárquicas para ganhar câmaras municipais e, portanto, assume que está no Porto a disputar a câmara.

“Estamos a apresentar um projeto para os portuenses e esperamos que a maioria dos portuenses considere que, o nosso projeto, é o projeto certo para liderar. E, portanto, estamos aqui para mudar a vida das pessoas”, assinalou.

Da lista entregue no tribunal constam também Carlos Graça como cabeça de lista à Assembleia Municipal do Porto e sete candidatos a presidente das juntas.

Concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU — coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro — coligação NC/PPM), Aníbal Pinto (Nova Direita), Pedro Duarte (PSD/IL/CDS-PP), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (movimento independente), António Araújo (movimento independente), Alexandre Guilherme Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre) e Miguel Corte-Real (Chega).

O atual executivo é composto por uma maioria de seis eleitos do movimento de Rui Moreira e uma vereadora independente, sendo os restantes dois eleitos do PS, dois do PSD, um da CDU e um do BE.

As eleições autárquicas realizam-se a 12 de outubro.

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Autárquicas. Candidato do BE ao Porto acusa CP de desinvestir no comboio Celta

O candidato do BE à Câmara do Porto, Sérgio Aires, acusou esta quarta-feira a CP de desinvestir no comboio internacional Celta, que liga o Porto a Vigo e que terá um transbordo em Viana do Castelo a partir de domingo.

“A resposta é bastante rápida: acho que [a CP – Comboios de Portugal] está a desinvestir, como aliás tem desinvestido muito. As linhas ferroviárias no país são aquilo que são, quando devíamos estar num movimento contrário já há muitos anos”, disse hoje aos jornalistas Sérgio Aires.

O candidato do BE à Câmara do Porto falava no Jardim da Cordoaria antes da entrega das listas do partido, no Palácio da Justiça, para as eleições autárquicas de 12 de outubro.

Em causa estão alterações ao serviço do comboio internacional Celta, que faz o trajeto Porto-Vigo, e que vai obrigar a transbordo em Viana do Castelo a partir de domingo, para permitir “garantir a continuidade do serviço”.

“Preocupa-nos bastante essa situação, acho que é inadmissível que a CP não tenha nenhuma alternativa, ou melhor, que não faça aquilo que devia fazer, que é facilitar a mobilidade por via férrea, e não o contrário”, completou Sérgio Aires.

Segundo a CP, esta é uma medida “excecional e temporária”, sem indicar qual a data de conclusão dos “ajustes transitórios” no serviço que é operado em conjunto com a espanhola Renfe desde julho de 2013, ligando Vigo ao Porto com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.

A Renfe garantiu que o comboio internacional Celta, entre o Porto e Vigo, fará um “transbordo simples” em Viana do Castelo e continuará com os mesmos horários, adiantando apenas “motivos operacionais” como causa para a mudança no serviço.

“A partir de 17 de agosto [domingo], por motivos operacionais, o serviço do comboio Celta fará um transbordo de um comboio para outro na estação de Viana do Castelo. Trata-se de um transbordo simples entre comboios. O serviço far-se-á da forma habitual quanto a horários”, pode ler-se numa resposta de fonte oficial operadora ferroviária espanhola Renfe a questões da Lusa.

O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, organização que reúne 38 autarquias do Norte de Portugal e da Galiza, denunciou a “traição” de fazer alterações ao comboio internacional Celta em agosto, condenando a “má gestão” e garantindo que irá fazer tudo para repor os níveis de serviço transfronteiriços.

“Se não for temporário, eles não o vão admitir. Por agora só podem dizer que é temporário e deixar que as pessoas se esqueçam. Só que nós não nos vamos esquecer, vamos estar em cima do assunto como já estivemos noutras vezes, até que se resolveu”, disse hoje à Lusa Xoán Mao, secretário-geral da organização.

Também o candidato independente à Câmara do Porto, Filipe Araújo, acusou a CP de desinvestimento e desinteresse na ligação Porto-Vigo, uma “ligação estratégica para o Porto e para a região Norte”.

Diana Ferreira, candidata da CDU ao Porto, responsabilizou esta quarta o Governo pelas mudanças no comboio internacional Celta, incluindo-as num “alargado conjunto de problemas que importa resolver”, e admitindo que “o município poderá, também, ter uma palavra a dizer sobre essa questão em concreto”.

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