Dívidas atiram Ajaccio para a sexta divisão francesa

A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou a exclusão do Ajaccio de todas as competições nacionais.

O clube foi castigado pela Direção Nacional de Controlo de Gestão (DNCG) com descida administrativa.

O Ajaccio terminou a última época no 12.º lugar da Ligue 2, mas com 13 milhões de euros de dívida, incluindo seis milhões em dívidas fiscais, acabou afastado.

O clube ainda pode recorrer, mas, se o castigo se mantiver, vai ter de começar no Regional 1, o equivalente à sexta divisão.

Alemanha: 100 dias de Merz, o chanceler da política externa

Friedrich Merz prometeu mudar, e mudar rapidamente: a Alemanha precisava e ele iria cumprir. O diário Frankfurter Allgemeine Zeitung lembra que Merz prometeu diferenças que iriam ser sentidas logo no Verão e o seu chefe de gabinete disse que não seriam precisos “cem dias, mas apenas 70” para isso.

Cem dias depois, elas não aconteceram, diz o jornal no seu balanço de 100 dias de Governo Merz, de coligação entre a União Democrata Cristã /União Social Cristã (CDU/CSU) e o Partido Social Democrata (SPD).

“Os próprios parceiros de coligação estão desiludidos”, diz pelo seu lado a emissora pública ARD, citando o líder do grupo parlamentar da CDU Jens Spahn. Mas Spahn também afirmou que o que disse serem sucessos do Governo: a redução da imigração e dos custos de energia, além de terem sido criadas condições para crescimento económico (durante a campanha, Merz bateu na tecla do estado da economia para criticar o governo de Olaf Scholz).

Em relação a muitas questões, Merz “agiu como um CEO que toma decisões sozinho”, avalia a estação de televisão pública ZDF. Do lado do SPD, a líder Bärbel Bas pediu um novo começo em termos de comunicação.

O chanceler é criticado pelo seu próprio campo (por causa da suspensão de exportação de armamento que possa ser usado na Faixa de Gaza a Israel) e pela sua coligação (por causa da nomeação de uma juíza apoiada pelo SPD para o Tribunal Constitucional que os conservadores não apoiaram no Parlamento; a própria juíza, Frauke Brosius-Gersdorf, acabou por se afastar do processo dizendo não querer criar uma divisão na coligação).

Se o Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) começa a sua análise dos 100 dias com a não concretização de reformas, do outro lado do espectro político o diário Die Tageszeitung (TAZ) sentencia que o chanceler não conseguiu ter “a receita contra a direita”, ou seja, a Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido entretanto considerado de extrema-direita pelos serviços secretos internos do país, criticando a CDU/CSU “por até agora ter tido uma única ideia” nesta área, “a tentativa de vencer a AfD no seu próprio jogo com uma política anti-imigração dura”.

AfD em primeiro em sondagem

A mais recente sondagem, divulgada na terça-feira, dava a Alternativa para a Alemanha (AfD) em primeiro lugar nas intenções de voto com 26%, e os conservadores da CDU/CSU em segundo com 24% (o partido ficou pela primeira vez à frente de todos os outros numa sondagem a nível nacional em Abril, ainda antes da tomada de posse do Governo). Mais longe estava o SPD com 13%, tal como os Verdes e Die Linke, com 11%. Se as eleições fossem hoje manter-se-iam fora do Parlamento a Aliança Sahra Wagenknecht com 4% e os liberais democratas com 3%.

Nas eleições de Fevereiro, a CDU/CSU obteve 28,5% e o SPD 16,4%, que já foram valores especialmente baixos (o segundo pior resultado de sempre para a CDU/CSU e o pior da história do SPD).

O FAZ diz ainda que a popularidade de Merz nos primeiros cem dias, de 32% segundo a Infratest/Dimap (29% segundo a Forsa), é mais baixa do que outros chanceleres após o mesmo período de governo – Olaf Scholz, que depois veio a quebrar recordes de baixa popularidade, tinha 56%.

Mas se a situação interna está longe de ser boa, a avaliação de Merz na esfera externa é vista com muito mais bons olhos, com Merz a mostrar “brilho” no palco externo, diz a análise da estação de televisão ZDF.

Em relação aos EUA, Merz passou incólume pela sua visita à Casa Branca, “não sendo exibido como outros antes de si no palco de um circo” imprevisível, opinou na análise da ZDF Wulf Schmiese, o vice-director da estação, dando ainda como exemplo da posição de Merz a viagem junto com o Presidente francês, Emmanuel Macron, ​e os primeiros-ministros do Reino Unido, Keir Strarmer, e da Polónia, Donald Tusk, de comboio até Kiev, onde pediram um cessar-fogo

E nem de propósito, o 100.º dia de Merz como chanceler foi marcado pela visita do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a Berlim, onde participou numa cimeira virtual com Trump e outros líderes europeus e da NATO.

Desnutrição em crianças moçambicanas menores de 5 anos cai para 37% em dez anos

Os níveis de desnutrição crónica em crianças moçambicanas menores de 5 anos reduziram seis pontos percentuais em dez anos, para 37% em 2023, prevalecendo entre as causas os desastres naturais “intensos e cíclicos”, disse esta quarta-feira a primeira-ministra, Benvinda Levi.

“A taxa de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade reduziu de 43% em 2013 para 37% em 2023. Contudo, os níveis de desnutrição crónica em crianças menores de 5 anos de idade no nosso país ainda são elevados, tendo em conta os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 20%”, disse Benvinda Levi, após empossar, em Maputo, Carla das Dores Lázaro, como secretária executiva adjunta do Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (Setsan).

Segundo a governante, vários fatores contribuem para o elevado índice de desnutrição crónica no país, como os desastres naturais “intensos e cíclicos”, caracterizados por secas, inundações, ciclones tropicais e epidemias, “que impactam negativamente na segurança alimentar”.

“Para inverter esta tendência de insegurança alimentar e continuar a reduzir os índices da desnutrição crónica, temos vindo a implementar a Política e Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional [PESAN] 2024-2030 e o respectivo Plano de Acção Multissectorial”, avançou Levi.

A PENSAN apresenta diretrizes e ações estratégicas que orientam as intervenções dos vários atores-chaves, desde o governo, a sociedade civil, o sector privado e a academia, “para garantir a melhoria da segurança alimentar e nutricional”.

O Observatório do Meio Rural (OMR), Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana, alertou em finais de julho que Moçambique continua a registar níveis críticos de desnutrição crónica e insegurança alimentar, apontando para consequências a longo prazo.

“Atualmente, Moçambique enfrenta uma situação paradoxal: apesar de ter disponibilidade alimentar global melhor do que em qualquer outro momento de sua história recente, continua a registar níveis críticos de desnutrição crónica e insegurança alimentar”, refere-se num relatório daquela ONG.

De acordo com o OMR, cerca de um terço da população moçambicana está subnutrida (29,5% em 2018-2020) e 37% das crianças sofrem de desnutrição crónica.

“A desnutrição aguda está em torno de 3-5% nas crianças, sugerindo que em tempos normais relativamente poucas passam fome severa, mas estas percentagens aumentam durante emergências”, avançou então.

Grupos de organizações da sociedade civil no país têm alertado para a urgência no combate à desnutrição infantil em Moçambique, situação agravada por fatores climáticos e de segurança.

Ritz-Carlton abre resort-safari de luxo no Quénia. “Obstrui migração dos gnus”, acusam

Quando o Ritz-Carlton abrir o seu primeiro resort ao estilo de acampamento de safari deluxe, na sexta-feira, os hóspedes estarão a pagar desde 3500 dólares por pessoa para ficar em suítes ao estilo de tendas, mas com decks privados com vista para um rio cruzado por gnus em migração. É todo um acontecimento na reserva de Maasai Mara, no Quénia.

Mas o director de um instituto de conservação de Maasai e vários investigadores afirmam que o verdadeiro custo dessas vistas sublimes será muito mais elevado, uma vez que vai infligir danos num dos ecossistemas mais famosos do mundo.

Na terça-feira, Meitamei Olol Dapash, do Instituto para a Educação, Investigação e Conservação Maasai (MERC), interpôs uma acção judicial num tribunal queniano contra a Ritz-Carlton, o seu proprietário Marriott, o promotor local do projecto, Lazizi Mara Limited, e as autoridades quenianas. Objectivo: tentar impedir a abertura prevista.

Dapash alega na acção judicial que o acampamento de 20 suítes, que possui piscinas de mergulho e serviço de mordomo personalizado, obstrui um corredor de migração crucial entre Maasai Mara e o Serengueti da Tanzânia. Segundo os investigadores, a migração permite que os gnus encontrem alimento e mantenham a diversidade genética entre as manadas.

A acção judicial diz também que não há provas de que tenha sido realizada uma avaliação do impacto ambiental. Os advogados de Dapash pediram ao Tribunal do Ambiente e do Território de Narok que suspendesse a abertura do alojamento e que julgasse o caso com urgência.

The Ritz-Carlton, Masai Mara Safari Camp
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A Marriott, que celebrou um contrato de franquia com a Lazizi, afirmou num comunicado que estava empenhada em respeitar o ambiente e que a Lazizi tinha obtido todas as aprovações necessárias.

O director-geral da Lazizi, Shivan Patel, disse que as autoridades quenianas realizaram uma avaliação do impacto ambiental, que estabeleceu que o local não era um ponto de passagem para a vida selvagem.

O governo do condado de Narok e a Autoridade Nacional de Gestão Ambiental, que também são citados como réus no processo, não responderam aos pedidos de comentário da Reuters.

A disputa é o mais recente ponto de discórdia nas pradarias da África Oriental entre o turismo de luxo e os pastores Maasai, que afirmam que o desenvolvimento do sector está a prejudicar os seus habitats e modos de vida.

Um veículo espera pela manada de gnus que cruza a estrada no seu caminho para pastagens mais verdes, entre Maasai Mara e o Serengeti REUTERS/Thomas Mukoya

No Quénia, as comunidades locais têm-se queixado do que dizem ser a apropriação de terras por investidores ricos. Na Tanzânia, os protestos contra a expulsão de dezenas de milhares de Maasai para dar lugar a pavilhões de caça conduziram a confrontos mortais com a polícia.

Dapash, que fundou a MERC em 1997 como uma rede de base de líderes Maasai, disse que o desenvolvimento do Ritz-Carlton foi o último de uma longa lista de projectos turísticos lucrativos a que os funcionários do governo deram luz verde à custa da vida selvagem e da população local.

“Sem que o governo local regulasse os comportamentos dos turistas, as actividades turísticas, vimos o habitat e o ambiente degradarem-se muito”, disse à Reuters.

Os responsáveis da região reconheceram que o excesso de turismo tem prejudicado o ambiente natural de Maasai Mara, mas afirmaram que a aposta no “turismo de alto valor” pode ajudar a resolver este problema, trazendo mais dinheiro com menos custos ambientais.

The Ritz-Carlton, Masai Mara Safari Camp
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No caminho da migração

Ao anunciar o novo Ritz-Carlton em Fevereiro, a Marriott disse que iria oferecer um “lugar na primeira fila” para a Grande Migração anual de milhões de gnus, zebras e gazelas.

O alojamento situa-se ao longo do rio Sand, uma importante fonte de água para animais, desde elefantes a aves, que serpenteia de um lado para o outro através da fronteira entre o Quénia e a Tanzânia.

Os funcionários do hotel não permitiram que os repórteres da Reuters entrassem na propriedade.

Dapash, que é doutorando em educação para a sustentabilidade no Prescott College, nos Estados Unidos, e já se candidatou várias vezes, sem sucesso, ao parlamento, disse que o alojamento fica num ponto de passagem de gnus bem conhecido dos habitantes locais.

Uma chita fotografada a passear pelas planícies abertas da reserva natural Maasai Mara, no condado de Narok, Quénia, na passada semana
REUTERS/Thomas Mukoya

Joseph Ogutu, um investigador queniano da Universidade de Hohenheim, na Alemanha, que estudou a migração da vida selvagem em Maasai Mara, disse que a nova construção seria um novo golpe para a fauna da reserva. De acordo com dados do governo queniano, as populações de muitas espécies na reserva diminuíram mais de 80% desde a década de 1970.

“É altamente desaconselhável construir um alojamento num dos caminhos mais críticos da Grande Migração”, afirmou.

Grant Hopcraft, um ambientalista da Universidade de Glasgow, disse que o projecto teria “provavelmente implicações ecológicas grandes e a longo prazo para a migração”. Nem Hopcraft nem Ogutu são parte na acção judicial.

Patel de Lazizi disse que foi o governo municipal que lhe propôs o local. E questionou por que razão Dapash só começou a levantar objecções ao projecto nas últimas semanas. “O projecto está em curso há um ano”, disse à Reuters. “Fizemos um esforço enorme para (…) evitar qualquer perturbação ou dano ao ambiente. “

Dapash disse que só teve conhecimento do projecto em Maio, porque fica longe do principal centro populacional.

A acção judicial questiona o facto de ter sido efectuada a necessária avaliação do impacto ambiental.

Nos termos da legislação queniana, a Autoridade Nacional de Gestão do Ambiente deve publicar um resumo da avaliação no jornal oficial, indicando onde pode ser consultado.

REUTERS/Thomas Mukoya
REUTERS/Thomas Mukoya

REUTERS/Thomas Mukoya

A Reuters não conseguiu encontrar qualquer aviso deste tipo no jornal oficial. Patel disse que não podia partilhar a avaliação por razões de confidencialidade e remeteu a Reuters para a NEMA. Esta não respondeu aos pedidos de comentário.

A acção judicial diz ainda que o projecto viola um plano de gestão para Maasai Mara adoptado pelo governo do condado de Narok em Fevereiro de 2023, que prevê “a proibição de novos empreendimentos de alojamento turístico” antes de 2032.

Patel contestou esta afirmação, dizendo que o projecto foi construído num local “existente” que já estava a ser utilizado há muitos anos. Não disse como é que tinha sido utilizado. O condado de Narok não respondeu aos pedidos de comentário.

Uma sala no resort da Ritz-Carlton em Maasai Mara
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Dapash disse que o público precisava de respostas. “A preservação da migração da vida selvagem é para nós um tesouro que não nos podemos dar ao luxo de perder”, afirmou. “Temos de ter a certeza de que foram cumpridas todas as devidas diligências”.

“Soberania e integridade territorial”: Aliados europeus defendem critérios para cessar-fogo na Ucrânia

A chamada “Coligação de Vontades”, liderada por Reino Unido, França e Alemanha, definiu um conjunto de linhas vermelhas para um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia.

A posição consta de um comunicado divulgado após uma reunião virtual, que juntou líderes europeus e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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A reunião acontece antes da cimeira ao mais alto nível entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, marcada para sexta-feira, em Anchorage, no Alasca, antigo território russo comprado pelos Estados Unidos, no século XIX.

Num dos pontos, a “Coligação de Vontades” defende que negociações relevantes só podem ter lugar após um cessar-fogo ou uma trégua duradoura nos combates.

“A Ucrânia deve dispor de garantias de segurança sólidas e credíveis para defender eficazmente a sua soberania e integridade territorial”, sublinha o comunicado divulgado pelas agências internacionais.

Trump vai defender encontro entre Putin e Zelensky, assegura Macron

As sanções contra a Rússia devem ser reforçadas se da reunião entre Trump e Putin não resultar um cessar-fogo e as fronteiras internacionais “não deve ser alteradas pela força”, refere a “Coligação de Vontades”.

Os líderes europeus estão preparados para “desempenhar um papel ativo, incluindo através de planos para o envio de uma força de paz assim que as hostilidades terminem”.

Para a “Coligação de Vontades”, “não devem ser impostas limitações às forças armadas da Ucrânia nem à sua cooperação com países terceiros”.

A Rússia não pode ter “veto sobre o caminho da Ucrânia rumo à União Europeia e à NATO”, defende o grupo de países aliados de Kiev.

O primeiro-ministro português também participou na reunião virtual desta quarta-feira.

“Unidade e determinação — foi este o espírito da Coligação e desta com os EUA, na reunião que tivemos esta tarde. Juntos temos de conseguir, o mais rapidamente possível, o cessar fogo e uma paz justa e duradoura na Ucrânia”, escreveu Luís Montenegro, numa mensagem publicada nas redes sociais.

Entretanto, Donald Trump ameaçou impor “consequências severas” caso Vladimir Putin bloqueie a paz na Ucrânia, mas também afirmou que uma reunião entre os dois países poderia ser rapidamente seguida por uma segunda reunião que incluísse o líder ucraniano.

Trump não especificou quais seriam as consequências, mas alertou sobre sanções económicas caso uma reunião entre ele e o presidente Putin no Alasca, na sexta-feira, não resulte em resultados.

Chat GPT e companhia apanhados a recolher e partilhar dados confidenciais

Os assistentes de inteligência artificial (IA) estão a recolher e a partilhar dados confidenciais dos utilizadores, como registos médicos e bancários, sem a devida salvaguarda. Um novo estudo, da Universidade College London, no Reino Unido, e da Universidade de Reggio Calabria, em Itália, que vai ser apresentado e publicado no Simpósio de Segurança USENIX, que decorre entre quarta-feira e sexta-feira nos EUA, analisou dez assistentes de IA. A grande descoberta desse estudo, salientam os investigadores, é que essas aplicações recolhem dados pessoais da atividade dos utilizadores na Internet, indevidamente. A análise revelou que vários assistentes transmitiram conteúdo completo de páginas

Concentração de ozono ultrapassou limite em Lisboa e no Seixal

Acompanhe o nosso liveblog sobre a situação dos incêndios

A concentração de ozono de 180 ug/m3, definida como limiar de informação deste poluente, foi esta quarta-feira ultrapassada nas estações de monitorização da qualidade do ar nos Olivais, concelho de Lisboa, e em Paio Pires, concelho do Seixal (Setúbal).

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo anunciou, em comunicado, que o valor de concentração de ozono foi ultrapassado naquelas duas estações de monitorização da qualidade do ar entre as 15h00 e as 16h00 desta quarta-feira.

Segundo a CCDR, para os valores de concentração observados, o ozono pode provocar alguns efeitos na saúde humana, especialmente em grupos da população mais sensíveis, como crianças, idosos, asmáticos e indivíduos com outras doenças respiratórias ou cardíacas.

“A exposição a este poluente afeta, essencialmente, as mucosas oculares e respiratórias, podendo o seu efeito manifestar-se através de sintomas como tosse, dores de cabeça, dores no peito, falta de ar e irritações nos olhos”, refere o organismo.

O valor de concentração de ozono de 180 µg/m³ (microgramas por metro cúbico), definido como limiar de informação para este poluente, foi ultrapassado nos Olivais em 02 ug/m3 para um total de 182 ug/m3 e em 12 ug/m3, em Paio Pires, num total de 192 ug/m3.

Durante esta quarta-feira, enquanto esta situação se mantiver, é recomendável que os grupos da população mais sensíveis, que se encontrem nos locais afetados, reduzam ao mínimo a atividade física intensa ao ar livre e evitem a permanência no exterior, frisou ainda o organismo.

Mais de 110 municípios do interior Norte e Centro do país e da região do Algarve estão esta quarta-feira em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O IPMA colocou em risco elevado quase toda a região do Alentejo e outros cerca de 30 municípios nos distritos de Faro, Setúbal, Lisboa, Santarém, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto, Braga e Viana do Castelo.

Sob risco moderado estão cerca de 30 municípios, quase todos no litoral do país, nos distritos de Setúbal, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Porto e Braga.

O Governo estendeu a situação de alerta até final do dia de sexta-feira, devido às previsões meteorológicas, que apontam para aumento da temperatura e risco agravado de incêndio rural.

A situação de alerta é justificada tendo como base dois motivos principais: a continuação de temperaturas elevadas em todo o país para os próximos dias e a diminuição de ignições devido às proibições determinadas.

Incêndios. Marcelo avisa que sexta-feira vai ser um dia “muito complicado”

Os incêndios têm fustigado o país nos últimos dias, mas o pior ainda pode estar para vir. O aviso é do Presidente da República que, esta quarta-feira, admitiu que o dia que mais preocupa as autoridades, no que diz respeito ao combate aos fogos, “é a sexta-feira que vem”.

O Presidente da República e o primeiro-ministro reuniram-se, esta quarta-feira, no Algarve para debater “temas nacionais e internacionais” que “têm de ser apreciados” mas, à saída, apenas Marcelo Rebelo de Sousa falou aos jornalistas e o assunto foi apenas um: os incêndios.

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Perante as questões que foram sendo feitas, o Presidente da República assegurou que ambos têm “acompanhado permanentemente o que se passa com os incêndios” e que “houve um agravamento da situação e das condições meteorológicas nas últimas três semanas”, mas que nem ele nem o primeiro-ministro decidiram pronunciar-se antes “porque têm respeitado o que ficou decidido desde 2017/18 quanto à intervenção do poder político” em matéria de fogos florestais, e porque não querem “agravar o alarme” na população.

Mesmo assim, admite que a próxima sexta-feira “é um dia particularmente preocupante”, porque “há uma convergência de condições objetivas de natureza meteorológica”, ou seja, condições propícias “à permanência e agravamento de fogos florestais”, uma “situação muito específica e muito complicada”.

“Tem-se comparado muito o que se está a passar em 2017. Não há comparação”

Junta-se a isso o facto da estrutura de combate aos incêndios estar a enfrentar um esforço que é “uma brutalidade”, razão que leva Marcelo a agradecer “muito a todos os operacionais” que, no terreno, enfrentam “dias e noites em condições que se prolongam no tempo”.

Apesar do cenário que se vislumbra, especialmente pelo Norte do país, o Presidente da República recusa comparações com o que se passou em 2017. “Tem-se comparado muito o que se está a passar em 2017. Não há comparação”, assegura. E explica porquê: “Apesar de haver uma estrutura de Proteção Civil [em 2017], não tinha o grau de coordenação que tem agora, nem os bombeiros tinham o grau de capacidade de liderança que hoje têm… Quando se compara não há comparação possível“, repete.

O resultado também é diferente: “Só em junho [de 2017] houve várias dezenas de mortos num curto espaço de tempo, comparando com estas últimas semanas. Aqui, tem sido, até ao momento, possível preservar a vida humana e preservar, na medida do possível, as populações”, reitera.

“É muito tentador aproveitar os fogos para efeitos de campanhas”

À saída da reunião com Montenegro, aproveitou ainda para agradecer “aos autarcas e candidatos autárquicos”, bem como aos partidos políticos, por “resistirem à tentação que é utilizar, em tempo de combate aos fogos, o tema dos incêndios na campanha eleitoral”.

“Havendo eleições marcadas e próximas, e havendo aquilo que estamos a viver nos incêndios – que ainda não terminou – tem havido sentido cívico“, salienta. “Estou feliz, como Presidente da República, por ter a certeza que nenhum candidato a nenhuma eleição utilizará o tema dos incêndios como campanha eleitoral“, declarou, garantindo que não se tratava de “um aviso”, mas de um “agradecimento ao comportamento cívico exemplar”, num dia em que o candidato presidencial Gouveia e Melo apontou “falhas estruturais” no combate aos fogos.

“Todos compreenderão que é muito tentador aproveitar os fogos para efeitos de campanhas”, repetiu Marcelo, antes de voltar a deixar o aviso aos portugueses de que “temos pelo menos um dia muito complicado” ainda pela frente e recusando-se a falar de outros assuntos.

“Neste momento a prioridade é a situação dos incêndios. Pergunte aos portugueses que estão a ver a televisão e a ouvir a rádio, que sentem o fogo a aproximar-se, o que é prioritário na vida deles: se é a lei que vai ser reapreciada daqui a umas semanas ou se é o problema do fogo, que é de hoje, de amanhã e de depois de amanhã”, remata.

Paredes de Coura é “o Natal em agosto” a que tem de se ir “uma vez na vida”

Ao Festival Paredes de Coura vai-se com a família fazer “o Natal em agosto”, enfeitado de biquínis e coloridas boias gigantes, vai-se pelo cartaz, “tem de se ir pelo menos uma vez na vida”, pelo ambiente e pelos sorrisos.

“Nem vimos bem pelo cartaz. É pelo ambiente, pela semana de férias, por esta capacidade que o sítio tem de nos relaxar. É como o Natal em agosto. Juntamos várias gerações. Os adultos mais tolerantes, não são tão críticos, e os miúdos não nos põem de parte”, descreveu, em declarações à Lusa, Maria José Oliveira, de 59 anos.

Para a profissional de seguros de Leiria, o festival reúne a “geração não se nota a idade”, onde todos convivem com todos.

“No parque de campismo, as tendas estão todas juntas porque não cabem mais, mas ninguém se zanga com ninguém. O local tem esta capacidade de nos relaxar“, garante, explicando que a encontram todos os dias na praia fluvial do Taboão, no sítio onde estacionou o unicórnio insuflável com uma corda amarrada a uma árvore.

Maria José Oliveira deslocou-se de Leiria, com um grupo de 13 pessoas, todos da família: são quatro jovens, a mais nova com 16 anos, e nove adultos, numa experiência repetida desde 2022 na vila minhota de Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo.

“O que importa é estar com a família. E este momento zen que nos desliga do dia-a-dia é fundamental”, esclarece, indicando que o grupo quer ver Vampire Weekend, Linda Martini, Capicua e Dino d’ Santiago.

Neste Natal, não há “horário para nada, cada um faz o que quer, come o que quer” e “não há planos nem compromissos”.

A familiar Mariana Nogueira, de 46 anos, deslocou-se de Vila Franca de Xira e destaca a ausência “daquele olhar de lado” para os cotas, “como às vezes acontece em concertos”.

“Os mais velhos não se sentem desrespeitados. Vou sempre daqui com a esperança muito renovada nas gerações mais novas. Não há pressa de chegar à frente de ninguém“, vincou.

Daniel Fortunato, engenheiro de 28 anos vindo de Lisboa, chegou a Paredes de Coura “basicamente forçado” por um casal amigo que tinha estado presente noutra edição e garantiu a experiência como “muito agradável”.

Está de calções de banho, junto ao rio, e não parece contrariado: “Sim, passados três dias já me sinto menos contra a vontade”, ironizou, destacando “a vibe, o convívio com os amigos, as pessoas simpáticas e a música, em particular Franz Ferdinand e Vampire Weekend.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Mariana Encarnação, de 25 anos, visitou o festival pela primeira vez em 2023 e este ano repetiu por causa do “cartaz muito apelativo” e porque a primeira experiência “foi muito agradável”.

Pelo “ambiente, pelo companheirismo, por toda a gente muito simpática e pelo bom ambiente”, a estudante de design gráfico deixou um conselho: “Acho que é uma coisa que tem de se fazer uma vez na vida“.

João Menezes, de 51 anos, marcou presença com a namorada Cygny, da mesma idade, “pelo cartaz e pelo sítio”. Ele vai na terceira vez no Paredes de Coura, lembra-se de 2011 e dos Pulp, e este ano quer ver Air e King Krule.

O cantor, rapper e compositor inglês foi também quem atraiu Marta Marques, de 21 anos, estudante de Economia e Ciência Política, de Lisboa.

“É o meu artista preferido, e o ambiente [do festival] já tinha ouvido dizer que era bom”, refere.

A amiga Patrícia Martins, estudante de 22 anos, diz que “estão a gostar bastante”.

Violência Doméstica. Detido em Ponta Delgada homem por tentativa de homicídio

A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 20 anos indiciado pelos crimes de homicídio, na forma tentada, e violência doméstica contra um jovem de 18 anos, em Ponta Delgada, nos Açores, divulgou esta quarta-feira aquela força policial.

De acordo com um comunicado da PJ, os crimes ocorreram no domingo, estando em causa um “relacionamento amoroso iniciado pela vítima com a ex-companheira do suspeito, que este não aceita”.

A PJ refere que desde o final do mês de junho, o homem de 20 anos estava a “dirigir ameaças e praticado agressões físicas contra o casal”, sendo que o suspeito e vítima “encontraram-se, na data dos factos, num jardim público da cidade, com o propósito de ‘resolver’ a contenda”.

O suspeito “terá utilizado um instrumento de natureza corto-perfurante para desferir vários golpes na região torácica e na face da vítima”, tendo a vítima recebido assistência no local e sido transportada para uma unidade hospitalar, onde obteve alta no mesmo dia.

O detido foi presente às autoridades judiciárias, tendo ficado sujeito a prisão preventiva.

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