Gutto: “Ir para o Interior foi a melhor decisão de saúde mental e física que tomei. Um mês depois de estar lá melhorei exponencialmente”

O Tal Podcast

Podcast

Da cultura do hip hop, que o ajudou a procurar um sentido para a sua identidade, à máquina que hoje pressiona os músicos para não pararem de produzir sucessos e dar concertos, Gutto fala sobre música, cultura, Portugal e a sua nova vida no campo. Oiça aqui a conversa com o músico que fez história com os Black Company, popularizados pelo hit “Nadar”, e tantos outros sucessos que marcaram a década de 90

Apresenta-se como alguém “muito fechado, muito envergonhado, e muito introspectivo”, mas que, quando sobe ao palco, transforma-se. Augusto Armada nos documentos, e Gutto na assinatura artística, o músico revela, neste episódio, que prefere estar no seu canto, longe da exposição.

“Não é uma coisa específica minha. Conheço muitos artistas que são também assim”, aponta o ex-integrante dos Black Company, pouco ativo nas redes sociais, mas cada vez mais presente no equilíbrio da vida fora dos ecrãs.

Nuno Fox

“A ida para o interior foi a melhor decisão de saúde que tomei, não só mental”, conta o improvável agricultor, hoje aos comandos da própria quinta. “Um mês depois de estar lá, a saúde física melhorou exponencialmente”, diz, completamente rendido à desaceleração dos dias. Mas mais do que fazer a ‘prova de vida’ do músico, nesta conversa percorremos alguns dos marcos da sua carreira.

A começar pelo êxito “Nadar”, passando pela composição “Ser Negro”, sem esquecer a amizade com Boss AC, parceiro de vários projetos, incluindo uma turné nacional focada na Educação e Inclusão.

Nuno Fox

Reconhecido como um pioneiro do hip-hop e do R&B em Portugal, Gutto fez história com os Black Company, popularizados pelo hit “Nadar”, e tantos outros sucessos que marcaram a década de 90.

Além da projeção coletiva, destacou-se a solo, a partir do seu “Private Show”, álbum que, em 2022, celebrou duas décadas de existência, mote para um raro espetáculo, combinado com a festa do seu 50.º aniversário.

Hoje a caminho dos 53 anos, Gutto, nascido em Luanda e educado na margem Sul do Tejo, dedica-se à formação e ao coaching comportamental, e vai matando saudades do palco com atuações pontuais.

Para trás ficou o sonho de se tornar juiz, alimentado desde os 12 anos, e reformulado a partir de uma carreira inesperada na música, que conseguiu conciliar com a licenciatura em Direito. Sempre atento ao ritmo e poesia da vida, usa as redes sociais com muita moderação, e recentemente trocou a cidade pelo campo, onde se deleita a escutar os passarinhos, a apanhar azeitonas e fruta, e a fazer azeite.

Oiça aqui a conversa do músico com Georgina Angélica e Paula Cardoso, n’O Tal Podcast.

Nuno Fox

O Tal Podcast é um podcast semanal dedicado às relações interpessoais e aos afectos humanos. Através de conversas profundas com convidados notáveis, o podcast revela uma narrativa original e abre as portas a uma comunidade internacional de reflexão e de interesse.

Pioneiro na cultura negra e afro-descendente em Portugal, é um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização.

Em longas conversas sem guião, Georgina Angélica e Paula Cardoso apresentam convidados especiais, em novos episódios, todas as quintas-feiras nos sites do Expresso, SIC e SIC Notícias ou qualquer plataforma de podcasts.

Tiago Pereira Santos com Nuno Fox

Georgina Angélica é especialista em Educação e Intervenção Social. Atua como educadora, formadora e palestrante, com mais de 20 anos de experiência em Portugal, Inglaterra e Angola.

Paula Cardoso é fundadora da rede Afrolink e autora da série de livros infantis ‘Força Africana’. É ainda apresentadora do programa de TV “Rumos” , transmitido na RTP África.

Ouça aqui mais episódios d’O Tal Podcast:

Luis Galván, campeão do mundo pela Argentina, morre aos 77 anos

O antigo defesa conquistou o Mundial de 1978

Luis Galván, defesa-central que foi campeão do mundo pela Argentina, morreu na segunda-feira, aos 77 anos.

“A Associação do Futebol Argentino, através do seu presidente Claudio Tapia, lamenta o falecimento do defesa campeão do mundo com a Seleção Argentina em 1978, Luis Galván, e expressa as suas condolências aos familiares e entes queridos”, pode ler-se na nota divulgada pela AFA.

Através de uma publicação nas redes sociais, o Talleres, clube onde Luis Galván é um ídolo, lamentou a morte do antigo futebolista: “É com grande tristeza que comunicamos o falecimento de Luis Adolfo Galván, emblema do Clube e Campeão do Mundo pela Seleção Argentina em 1978. Acompanhamos a sua família e entes queridos neste momento, e elevamos as nossas orações para o descanso eterno da sua alma”, lê-se no comunicado. O ex-internacional argentino, que conquistou o título mundial pela Albiceleste em 1978, é até aos dias de hoje o futebolista com mais jogos oficiais pelo Talleres, com 502 partidas realizadas.

De acordo com a imprensa internacional, a causa da morte não foi divulgada.

Por Record

Rui Ferreira: «Estamos frustrados, mas acreditamos muito que vamos conseguir»

Treinador do AVS reage à derrota caseira frente ao Boavista

Após o AVS-Boavista (1-2), Rui Ferreira, treinador da formação da Vila das Aves, reforçou que mantém a confiança que a equipa vai conseguir chegar ao playoff e evitar a despromoção.

“Entrámos bem no jogo, chegámos ao golo com naturalidade e de forma meritória. O jogo ficou depois marcado pelo lance em que falhámos o segundo, por Piazón, e, depois, num lance inesperado, com um remate cruzado, sofremos o empate. O Boavista acreditou e no último ‘suspiro’ voltou a marcar, num lance que tem sido recorrente ao longo da temporada. Podemos estar a falar aqui de algum nervosismo, alguma ansiedade, e acabamos por cometer erros. Fruto muitas das vezes da pressão que existe, os jogadores acabam por cometer erros. É mais do lado mental. Não tivemos a sorte do jogo do nosso lado. Não temos andado confortáveis e a pressão é para todos. Faltam dois jogos, nada está decidido. Estamos frustrados, mas acreditamos muito que vamos conseguir”, afirmou o treinador dos avenses.

Relacionadas

Girona regressa aos triunfos na Liga espanhola 11 jogos depois

O Girona regressou hoje aos triunfos na Liga espanhola de futebol depois de 11 jogos sem vitórias, ao bater o Maiorca por 1-0, em jogo da 34.ª jornada do campeonato.

A jogar em casa, o Girona marcou o único golo da partida logo aos 10 minutos, por intermédio do uruguaio Cristhian Stuani, com o Maiorca, que contou com o português Samu Costa a titular e Chiquinho como suplente não utilizado, a não conseguir responder, numa altura em que luta por um lugar europeu.

O Girona, grande surpresa da época passada, com um terceiro lugar que lhe valeu a inédita presença na Liga dos Campeões, estava há 11 jogos sem vencer no campeonato, somando sete derrotas e quatro empates.

O último triunfo tinha sido há mais de três meses, quando venceram o Las Palmas, por 2-1.

Com este resultado, o Girona está no 15.º lugar do campeonato, com 38 pontos, seis acima da zona de despromoção, enquanto o Maiorca é 10.º, com 44, e desperdiçou a oportunidade de entrar em zona europeia.

Os maiorquinos têm os mesmos pontos do Rayo Vallecano, que é oitavo, última posição de acesso à Liga Conferência, e do Osasuna, nono, enquanto o Celta de Vigo tem 46, no sétimo posto, lugar de Liga Europa.

​Lágrimas no Couço. “Temos obrigação de honrar a memória”

Conhecida como “aldeia vermelha”, o Couço, em Coruche, distrito de Santarém é terra onde as memórias do passado vivem-se com lágrimas presentes.

Paulo Raimundo ainda nem era nascido no 25 de abril, mas sabe ligar-se a quem enfrentou os tempos da resistência ao regime de Salazar. Quando o secretário-geral chegou para o almoço na Casa do Povo do Couço foi, como não raras vezes acontece, cumprimentar as gentes que, nas cozinhas (mais ou menos) improvisadas, prepararam a refeição.

Raimundo encontrou meia-dúzia de senhoras já com mais idade que tinham tudo pronto para servir o almoço – sopa com legumes de uma horta local e carne de porco à portuguesa. Beijinhos à direita, beijinhos à esquerda e logo uma senhora emociona-se e larga em lágrimas. Recorda o marido, “um grande comunista”. Raimundo abraça a senhora e consola-a como pode e segue para o seu lugar na mesa principal.

Quando toma a palavra, Raimundo alude a esse passado. “Como sabem, sou secretário-geral não é assim há tanto tempo… O ano passado em campanha aqui estivemos e em anteriores campanhas acompanhei quer o camarada Jerónimo [de Sousa], tive o privilégio de acompanhar o [Carlos] Carvalhas também em outras iniciativas, passando aqui no Couço… Não tive esse privilégio de acompanhar o Álvaro [Cunhal] aqui no Couço, mas ele esteve cá”, começa por dizer, como quem explica que há uma gratidão dos secretários-gerais para com aquele povo.

"Cheguem-se os 'Joões' à frente." Na freguesia comunista de Couço pede-se um sucessor para Jerónimo

“O facto de virmos ao Couço em campanha eleitoral é porque também temos a obrigação de honrar essa memória e essa história”, acrescenta.

À sua frente estão mais de 100 pessoas, maioritariamente reformados, que durante quase meia hora escutam atentamente Raimundo. Uma delas é Maria Antónia Sabino, acompanhada do marido, sentado numa cadeira de rodas.

Maria Antónia, 70 anos, sempre passados no Couço, diz que o discurso de Paulo Raimundo foi “muito bom”.

Questionada sobre o que mudou na terra em sete décadas, responde que “pouco”. “Quando eles entraram [na altura da revolução] mudou alguma coisa, mas nos últimos anos… nada”.

Raimundo não fica muito mais tempo. Segue a caravana da CDU e ficam os da terra a acabar de arrumar a Casa do Povo.

Não se sabe quando serão as próximas legislativas, mas será praticamente certo que o secretário-geral do PCP ao Couço voltará.

António Salvador recandidata-se para tornar o sonho de um Braga campeão “realidade”

A conquista do título nacional de futebol e conseguir 400 títulos em todas as modalidades são duas metas de António Salvador para o próximo mantado na presidência do Sporting de Braga, para o qual apresentou a recandidatura esta segunda-feira.

“A nossa meta é alcançarmos 400 títulos nacionais e internacionais, individuais e coletivos, até 2029, 16 deles no futebol e no futsal”, assumiu António Salvador, na cerimónia de apresentação do programa eleitoral, realçando que o “foco” deve estar no que “falta conquistar, o título de campeão de futebol masculino”.

Nunca António Salvador, à frente do Sporting de Braga desde 2003, tinha inscrito no seu programa, de forma explícita, a ambição de conquistar o título nacional de futebol masculino.

“Não é uma promessa, é uma meta. Não é um sonho, é um foco, não é uma fé infundada, é um plano”, disse, acrescentando que “num clube com mentalidade de campeão, o título nacional de futebol será uma realidade”.

Já segue a Bola Branca no WhatsApp? É só clicar aqui

António Salvador, que admitiu que o próximo mandato é o “ciclo mais ambicioso” da história do clube, elencou quatro pilares estratégicos para os próximos quatro anos – talento, proximidade, expansão e liderança – e referiu pretender que o Sporting de Braga atinja o top-36 do ranking de clubes da UEFA, assim como aumentar em 25% o número de atletas.

Crescer 50% o número de sócios, ultrapassando os 60 mil membros, é outro dos objetivos para o quadriénio 2025-29, findo o qual o clube presente alcançar uma assistência média no estádio de 20 mil espetadores.

O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santos, é o candidato à presidência da mesa da Assembleia Geral, havendo também novidades na direção, que será composta por oito vice-presidentes.

Inês Lopes, Ricardo Vasconcelos e Miguel Osório são as três novidades, transitando Cláudio Couto, João Carvalho, Hugo Vieira, Manuel Rodrigues e Gaspar Borges da anterior direção.

Gaspar Castro é o candidato à presidência do Conselho Fiscal e Luís Machado à do Conselho Geral, passando Raquel Cunha a liderar o Conselho Cultural e Social.

No último ato eleitoral dos arsenalistas, em maio de 2021, em que também foi o único candidato, António Salvador foi reeleito presidente com 85,4% dos votos validamente expressos.

As eleições do Sporting de Braga estão marcadas para o dia 24 de maio (um sábado).

Uma nave espacial falhada da era soviética regressa à Terra. Só não se sabe onde vai cair

Estava destinado para Vénus, mas transformou-se em sucata espacial e em breve deverá cair na superfície terrestre.

O Kosmos 482, que a União Soviética lançou no espaço em 1972, fez parte integrante de uma série de missões a Vénus.

A viagem do aparelho, no entanto, não correu como previsto e este acabou por nunca sair da órbita da Terra devido a uma avaria do foguetão, relata o The Guardian.

Desde então, partes do veículo já se terão separado e feito o trajeto de volta para a superfície do planeta, mas é possível que algumas componentes importantes, como a cápsula de aterragem, ainda se mantenham intactas e que muito em breve seja possível recuperá-las.

O cientista holandês Marco Langbroek, tem-se debruçado sobre o caso. Segundo os seus cálculos, por volta de 10 de maio o veículo irá cair novamente na Terra a uma velocidade de 242 km/h.

Nada, no entanto que deva deixar apreensiva a população. “Embora não seja isento de riscos, não devemos ficar demasiado preocupados”, disse Langbroek ao jornal britânico.

O local do embate não é possível de prever, mas o objeto é relativamente pequeno e “o risco é semelhante ao da queda aleatória de um meteorito”, algo que acontece várias vezes ao longo do ano.

A nave espacial integra um paraquedas e um escudo térmico, mas é possível que nenhum destes dispositivos esteja a funcionar.

O The Guardian acrescenta ainda que o Kosmos 482 pode reentrar em qualquer lugar entre 51,7 graus de latitude norte e sul, ou tão a norte como Londres e Edmonton, em Alberta, no Canadá, quase até ao Cabo Horn, na América do Sul. Mas como a maior parte do planeta é água, “há boas probabilidades de que acabe em algum oceano”, clarifica o cientista.

Rui Moreira diz ser “um desperdício” não se avançar com transporte fluvial no rio Douro

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerou nesta segunda-feira “um desperdício” não se avançar com o transporte fluvial no rio Douro, via com “um potencial enorme” para o transporte público.

“A via fluvial tem um potencial enorme, mas deve ser visto como transporte público”, afirmou Rui Moreira durante a sessão da Assembleia Municipal do Porto.

Interpelado pelo deputado Rui Sá, da CDU, sobre a travessia fluvial entre a Afurada, em Gaia, e o Cais do Ouro, no Porto, que se encontra suspensa desde 2020, o autarca independente lembrou que o transporte foi delegado, por deliberação da Assembleia Municipal, nas competências da Área Metropolitana do Porto (AMP).

“A STCP Serviços não pode atuar naquilo que foi delegado a outrem. Esperemos que a Área Metropolitana do Porto faça alguma coisa”, disse, exemplificando que o transporte fluvial poderia ziguezagueando entre o município de Gondomar e a Foz do Douro no Porto.

“É um desperdício não o fazer”, considerou.

O tema foi levantado durante a discussão do contrato-programa entre o município e a STCP Serviços, que foi aprovado por maioria, com o voto contra da CDU e a abstenção do PS e BE.

Em julho de 2022, a AMP aprovou delegar ao Porto e a Gaia competências sobre o transporte fluvial no rio Douro, permitindo à STCP Serviços lançar um concurso para a travessia Afurada — Ouro.

Nesse verão, a travessia foi retomada em regime excecional durante as festas de S. Pedro e o Festival Meo Marés Vivas.

Já em junho de 2023, o presidente da AMP e da Câmara de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues, disse duvidar da viabilidade financeira da travessia entre a Afurada e o Cais do Ouro, apontando um investimento inicial de 1,2 milhões de euros.

“O nível de exigência legal para uma embarcação iniciar uma operação e um procedimento contratual é de tal ordem que eu não consigo antever, no estudo económico-financeiro, nenhuma viabilidade para uma travessia”, disse o autarca.

Em maio, Eduardo Vítor Rodrigues já tinha dito que os municípios de Vila Nova de Gaia e do Porto equacionavam atribuir, durante o verão, uma licença precária a uma embarcação para assegurar o transporte fluvial de passageiros no rio Douro.

BPI estima encaixe acima de 95 milhões de euros com venda parcial do BFA em julho

O presidente do Banco BPI disse nesta segunda-feira que a venda parcial em bolsa do Banco de Fomento de Angola (BFA) acontecerá em julho e estimou que o BPI encaixará mais de 95 milhões de euros com a alienação de 14,75% do banco angolano.

O processo de IPO [venda em bolsa do BFA] está a correr muito bem. Acreditamos que o IPO se irá realizar no verão”, em julho, disse João Pedro Oliveira e Costa na conferência de imprensa de apresentação das contas do primeiro trimestre (lucros de 137 milhões de euros) em Lisboa.

O gestor disse que está a correr bem a preparação da operação que envolve BPI e a Unitel (os dois acionistas do BFA), com uma “capacidade de encontro de ideias e princípios inabalável” entre ambos, mas que ainda não pode falar em interessados na compra pois ainda não foi concluído o preço a que o banco será colocado à venda nem os contactos com investidores.

“Neste momento, não podemos falar em interessados, nem sequer existe valor final, estamos a fechar os últimos pormenores nesse aspeto e o road show [contactos com investidores] ainda não se iniciou”, disse.

Atualmente, o BFA é detido em 51,9% pela operadores de telecomunicações estatal angolana Unitel (nacionalizada em 2022, incluindo a participação de Isabel dos Santos) e em 48,1% pelo BPI.

Desde 2017, o BPI tem uma recomendação do Banco Central Europeu (BCE) que o obriga a reduzir a exposição a Angola pois considera que a supervisão angolana não é equivalente à europeia.

João Pedro Oliveira e Costa disse que em julho será vendido em bolsa 29,75% do BFA, sendo 15% da Unitel e 14,75% do BPI.

O BPI explicou nesta segunda-feira que o BFA está contabilizado a 650 milhões de euros, pelo que a participação de 14,75% equivale a 95 milhões de euros.

Oliveira e Costa disse acreditar que, tendo em conta a avaliação atual do setor bancário, o BPI conseguirá vender os 14,75% do BFA acima do valor a que está contabibilizado (book value).

“Temos a expectativa de que a operação venha a posicionar-se acima do book value. A nossa expectativa é muito positiva, é uma das melhores instituições bancárias do continente africano, com uma estabilidade de resultados importantíssima e reputação elevada”, disse Oliveira e Costa.

Caso a venda da posição do BPI se concretize, este ficará com uma participação no BFA de cerca de 33%.

Oliveira e Costa afirmou que esta redução da participação deixará o BCE em “maior conforto”, mas também que, de futuro, o BPI poderá reduzir mais a sua participação (através de vendas) se houver interessados.

Mesmo agora, disse, o supervisor “não tem dado sinais de preoucupação”, o que atribui quer ao comportamento do banco angolano quer às inciativas do Governo angolano para aproximar as metolodologias de supervisão angolana às europeias.

O presidente do BPI acrescentou que, mesmo com a participação no BFA reduzida a 33%, o BPI manterá no BFA poder de decisão e bloqueio.

Segundo explicou, foi acordado com a Unitel e com o Estado angolano que qualquer alteração de estatutos, de política de dividendos ou de governo não pode ser realizada sem o acordo do BPI.

“Não posso estar num mercado tão distante em que não tenha capacidade de voz”, disse Oliveira e Costa, considerando que esta salvaguarda dos direitos do BPI e a sua manutenção como importante acionista do BFS também dará segurança a novos investidores.

A venda de parte do BFA será feita na bolsa de Luanda.

“Será a maior operação a realizar na ainda jovem bolsa de Angola, será um desafio, mas entendemos que é dos melhores ativos disponíveis para investidores”, afirmou.

Cantora Ana Rita Coelho vence Grande Prémio Égide do Cascais Ópera

A mezzo-soprano portuguesa Ana Rita Coelho venceu o Grande Prémio Égide, no valor de dez mil euros, do 2.º concurso internacional de canto Cascais Ópera, anunciou a organização.

Ana Rita Coelho, que com o prémio tem garantido um contrato com o Teatro Nacional de São Carlos, é também a vencedora do Prémio do Público do festival, de acordo com a organização do concurso, num comunicado divulgado nesta segunda-feira.

O Cascais Ópera terminou no domingo, com o anúncio dos vencedores, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Os principais prémios foram disputados por oito finalistas.

Além de Ana Rita Coelho, foram também distinguidos a mezzo-soprano israelita Anna Tetruashvili, com o Primeiro Prémio Teresa Berganza, destinado à melhor voz feminina, e o barítono sérvio Viktor Aksentijevic, com o Primeiro Prémio Maurício Bensaude, para melhor voz masculina.

O Prémio Carlos Gomes, que garante a atuação no Festival de Ópera da Amazónia, em Manaus, no Brasil, foi atribuído ao sul-coreano Sunu Sun.

Outros cantores foram distinguidos com contratos com instituições culturais: Madelena Oliveira Martins, Ester Ferraro, Milan Perisic e Jean Miannay com o Festival de Música de Mafra, Laura Brasó com a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, JaeWoung Lee com o Festival Internacional de Piano do Algarve, Ju Hyeok Lee com o Festival Internacional de Marvão e Sehyung Kyung com a Ópera Estatal de Istambul.

Os candidatos prestaram provas perante um júri presidido pelo barítono Sergei Leiferkus, constituído pela soprano Anna Samuil, da Ópera de Berlim, Eline de Kat, coordenadora artística da Ópera de Monte Carlo, Ivan van Kalmthout, ex-diretor artístico do Teatro Nacional de S. Carlos, a soprano Juliane Banse, a mezzo-soprano Jennifer Larmore e o produtor Pal Moe, da Ópera Glyndebourne, do Reino Unido.

Na final, os cantores atuaram acompanhados pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direção do maestro Antonio Pirolli.

Entre 23 de abril e domingo, o Cascais Ópera juntou 30 cantores de 18 países, escolhidos entre 340 candidatos de 49 nacionalidades.

O Cascais Ópera é coorganizado pela Associação CIVOC, a Câmara Municipal de Cascais e a Fundação D. Luis I.

O concurso faz parte da Ópera LatinoAmérica, a maior rede de teatros da América Latina que reúne mais de 45 teatros, festivais e companhias de ópera e outras disciplinas.

1 17 18 19 20 21 648