António Salvador recandidata-se para tornar o sonho de um Braga campeão “realidade”

A conquista do título nacional de futebol e conseguir 400 títulos em todas as modalidades são duas metas de António Salvador para o próximo mantado na presidência do Sporting de Braga, para o qual apresentou a recandidatura esta segunda-feira.

“A nossa meta é alcançarmos 400 títulos nacionais e internacionais, individuais e coletivos, até 2029, 16 deles no futebol e no futsal”, assumiu António Salvador, na cerimónia de apresentação do programa eleitoral, realçando que o “foco” deve estar no que “falta conquistar, o título de campeão de futebol masculino”.

Nunca António Salvador, à frente do Sporting de Braga desde 2003, tinha inscrito no seu programa, de forma explícita, a ambição de conquistar o título nacional de futebol masculino.

“Não é uma promessa, é uma meta. Não é um sonho, é um foco, não é uma fé infundada, é um plano”, disse, acrescentando que “num clube com mentalidade de campeão, o título nacional de futebol será uma realidade”.

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António Salvador, que admitiu que o próximo mandato é o “ciclo mais ambicioso” da história do clube, elencou quatro pilares estratégicos para os próximos quatro anos – talento, proximidade, expansão e liderança – e referiu pretender que o Sporting de Braga atinja o top-36 do ranking de clubes da UEFA, assim como aumentar em 25% o número de atletas.

Crescer 50% o número de sócios, ultrapassando os 60 mil membros, é outro dos objetivos para o quadriénio 2025-29, findo o qual o clube presente alcançar uma assistência média no estádio de 20 mil espetadores.

O bastonário da Ordem dos Engenheiros, Fernando Santos, é o candidato à presidência da mesa da Assembleia Geral, havendo também novidades na direção, que será composta por oito vice-presidentes.

Inês Lopes, Ricardo Vasconcelos e Miguel Osório são as três novidades, transitando Cláudio Couto, João Carvalho, Hugo Vieira, Manuel Rodrigues e Gaspar Borges da anterior direção.

Gaspar Castro é o candidato à presidência do Conselho Fiscal e Luís Machado à do Conselho Geral, passando Raquel Cunha a liderar o Conselho Cultural e Social.

No último ato eleitoral dos arsenalistas, em maio de 2021, em que também foi o único candidato, António Salvador foi reeleito presidente com 85,4% dos votos validamente expressos.

As eleições do Sporting de Braga estão marcadas para o dia 24 de maio (um sábado).

Uma nave espacial falhada da era soviética regressa à Terra. Só não se sabe onde vai cair

Estava destinado para Vénus, mas transformou-se em sucata espacial e em breve deverá cair na superfície terrestre.

O Kosmos 482, que a União Soviética lançou no espaço em 1972, fez parte integrante de uma série de missões a Vénus.

A viagem do aparelho, no entanto, não correu como previsto e este acabou por nunca sair da órbita da Terra devido a uma avaria do foguetão, relata o The Guardian.

Desde então, partes do veículo já se terão separado e feito o trajeto de volta para a superfície do planeta, mas é possível que algumas componentes importantes, como a cápsula de aterragem, ainda se mantenham intactas e que muito em breve seja possível recuperá-las.

O cientista holandês Marco Langbroek, tem-se debruçado sobre o caso. Segundo os seus cálculos, por volta de 10 de maio o veículo irá cair novamente na Terra a uma velocidade de 242 km/h.

Nada, no entanto que deva deixar apreensiva a população. “Embora não seja isento de riscos, não devemos ficar demasiado preocupados”, disse Langbroek ao jornal britânico.

O local do embate não é possível de prever, mas o objeto é relativamente pequeno e “o risco é semelhante ao da queda aleatória de um meteorito”, algo que acontece várias vezes ao longo do ano.

A nave espacial integra um paraquedas e um escudo térmico, mas é possível que nenhum destes dispositivos esteja a funcionar.

O The Guardian acrescenta ainda que o Kosmos 482 pode reentrar em qualquer lugar entre 51,7 graus de latitude norte e sul, ou tão a norte como Londres e Edmonton, em Alberta, no Canadá, quase até ao Cabo Horn, na América do Sul. Mas como a maior parte do planeta é água, “há boas probabilidades de que acabe em algum oceano”, clarifica o cientista.

Rui Moreira diz ser “um desperdício” não se avançar com transporte fluvial no rio Douro

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, considerou nesta segunda-feira “um desperdício” não se avançar com o transporte fluvial no rio Douro, via com “um potencial enorme” para o transporte público.

“A via fluvial tem um potencial enorme, mas deve ser visto como transporte público”, afirmou Rui Moreira durante a sessão da Assembleia Municipal do Porto.

Interpelado pelo deputado Rui Sá, da CDU, sobre a travessia fluvial entre a Afurada, em Gaia, e o Cais do Ouro, no Porto, que se encontra suspensa desde 2020, o autarca independente lembrou que o transporte foi delegado, por deliberação da Assembleia Municipal, nas competências da Área Metropolitana do Porto (AMP).

“A STCP Serviços não pode atuar naquilo que foi delegado a outrem. Esperemos que a Área Metropolitana do Porto faça alguma coisa”, disse, exemplificando que o transporte fluvial poderia ziguezagueando entre o município de Gondomar e a Foz do Douro no Porto.

“É um desperdício não o fazer”, considerou.

O tema foi levantado durante a discussão do contrato-programa entre o município e a STCP Serviços, que foi aprovado por maioria, com o voto contra da CDU e a abstenção do PS e BE.

Em julho de 2022, a AMP aprovou delegar ao Porto e a Gaia competências sobre o transporte fluvial no rio Douro, permitindo à STCP Serviços lançar um concurso para a travessia Afurada — Ouro.

Nesse verão, a travessia foi retomada em regime excecional durante as festas de S. Pedro e o Festival Meo Marés Vivas.

Já em junho de 2023, o presidente da AMP e da Câmara de Gaia, Eduardo Vitor Rodrigues, disse duvidar da viabilidade financeira da travessia entre a Afurada e o Cais do Ouro, apontando um investimento inicial de 1,2 milhões de euros.

“O nível de exigência legal para uma embarcação iniciar uma operação e um procedimento contratual é de tal ordem que eu não consigo antever, no estudo económico-financeiro, nenhuma viabilidade para uma travessia”, disse o autarca.

Em maio, Eduardo Vítor Rodrigues já tinha dito que os municípios de Vila Nova de Gaia e do Porto equacionavam atribuir, durante o verão, uma licença precária a uma embarcação para assegurar o transporte fluvial de passageiros no rio Douro.

BPI estima encaixe acima de 95 milhões de euros com venda parcial do BFA em julho

O presidente do Banco BPI disse nesta segunda-feira que a venda parcial em bolsa do Banco de Fomento de Angola (BFA) acontecerá em julho e estimou que o BPI encaixará mais de 95 milhões de euros com a alienação de 14,75% do banco angolano.

O processo de IPO [venda em bolsa do BFA] está a correr muito bem. Acreditamos que o IPO se irá realizar no verão”, em julho, disse João Pedro Oliveira e Costa na conferência de imprensa de apresentação das contas do primeiro trimestre (lucros de 137 milhões de euros) em Lisboa.

O gestor disse que está a correr bem a preparação da operação que envolve BPI e a Unitel (os dois acionistas do BFA), com uma “capacidade de encontro de ideias e princípios inabalável” entre ambos, mas que ainda não pode falar em interessados na compra pois ainda não foi concluído o preço a que o banco será colocado à venda nem os contactos com investidores.

“Neste momento, não podemos falar em interessados, nem sequer existe valor final, estamos a fechar os últimos pormenores nesse aspeto e o road show [contactos com investidores] ainda não se iniciou”, disse.

Atualmente, o BFA é detido em 51,9% pela operadores de telecomunicações estatal angolana Unitel (nacionalizada em 2022, incluindo a participação de Isabel dos Santos) e em 48,1% pelo BPI.

Desde 2017, o BPI tem uma recomendação do Banco Central Europeu (BCE) que o obriga a reduzir a exposição a Angola pois considera que a supervisão angolana não é equivalente à europeia.

João Pedro Oliveira e Costa disse que em julho será vendido em bolsa 29,75% do BFA, sendo 15% da Unitel e 14,75% do BPI.

O BPI explicou nesta segunda-feira que o BFA está contabilizado a 650 milhões de euros, pelo que a participação de 14,75% equivale a 95 milhões de euros.

Oliveira e Costa disse acreditar que, tendo em conta a avaliação atual do setor bancário, o BPI conseguirá vender os 14,75% do BFA acima do valor a que está contabibilizado (book value).

“Temos a expectativa de que a operação venha a posicionar-se acima do book value. A nossa expectativa é muito positiva, é uma das melhores instituições bancárias do continente africano, com uma estabilidade de resultados importantíssima e reputação elevada”, disse Oliveira e Costa.

Caso a venda da posição do BPI se concretize, este ficará com uma participação no BFA de cerca de 33%.

Oliveira e Costa afirmou que esta redução da participação deixará o BCE em “maior conforto”, mas também que, de futuro, o BPI poderá reduzir mais a sua participação (através de vendas) se houver interessados.

Mesmo agora, disse, o supervisor “não tem dado sinais de preoucupação”, o que atribui quer ao comportamento do banco angolano quer às inciativas do Governo angolano para aproximar as metolodologias de supervisão angolana às europeias.

O presidente do BPI acrescentou que, mesmo com a participação no BFA reduzida a 33%, o BPI manterá no BFA poder de decisão e bloqueio.

Segundo explicou, foi acordado com a Unitel e com o Estado angolano que qualquer alteração de estatutos, de política de dividendos ou de governo não pode ser realizada sem o acordo do BPI.

“Não posso estar num mercado tão distante em que não tenha capacidade de voz”, disse Oliveira e Costa, considerando que esta salvaguarda dos direitos do BPI e a sua manutenção como importante acionista do BFS também dará segurança a novos investidores.

A venda de parte do BFA será feita na bolsa de Luanda.

“Será a maior operação a realizar na ainda jovem bolsa de Angola, será um desafio, mas entendemos que é dos melhores ativos disponíveis para investidores”, afirmou.

Cantora Ana Rita Coelho vence Grande Prémio Égide do Cascais Ópera

A mezzo-soprano portuguesa Ana Rita Coelho venceu o Grande Prémio Égide, no valor de dez mil euros, do 2.º concurso internacional de canto Cascais Ópera, anunciou a organização.

Ana Rita Coelho, que com o prémio tem garantido um contrato com o Teatro Nacional de São Carlos, é também a vencedora do Prémio do Público do festival, de acordo com a organização do concurso, num comunicado divulgado nesta segunda-feira.

O Cascais Ópera terminou no domingo, com o anúncio dos vencedores, no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Os principais prémios foram disputados por oito finalistas.

Além de Ana Rita Coelho, foram também distinguidos a mezzo-soprano israelita Anna Tetruashvili, com o Primeiro Prémio Teresa Berganza, destinado à melhor voz feminina, e o barítono sérvio Viktor Aksentijevic, com o Primeiro Prémio Maurício Bensaude, para melhor voz masculina.

O Prémio Carlos Gomes, que garante a atuação no Festival de Ópera da Amazónia, em Manaus, no Brasil, foi atribuído ao sul-coreano Sunu Sun.

Outros cantores foram distinguidos com contratos com instituições culturais: Madelena Oliveira Martins, Ester Ferraro, Milan Perisic e Jean Miannay com o Festival de Música de Mafra, Laura Brasó com a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, JaeWoung Lee com o Festival Internacional de Piano do Algarve, Ju Hyeok Lee com o Festival Internacional de Marvão e Sehyung Kyung com a Ópera Estatal de Istambul.

Os candidatos prestaram provas perante um júri presidido pelo barítono Sergei Leiferkus, constituído pela soprano Anna Samuil, da Ópera de Berlim, Eline de Kat, coordenadora artística da Ópera de Monte Carlo, Ivan van Kalmthout, ex-diretor artístico do Teatro Nacional de S. Carlos, a soprano Juliane Banse, a mezzo-soprano Jennifer Larmore e o produtor Pal Moe, da Ópera Glyndebourne, do Reino Unido.

Na final, os cantores atuaram acompanhados pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, sob a direção do maestro Antonio Pirolli.

Entre 23 de abril e domingo, o Cascais Ópera juntou 30 cantores de 18 países, escolhidos entre 340 candidatos de 49 nacionalidades.

O Cascais Ópera é coorganizado pela Associação CIVOC, a Câmara Municipal de Cascais e a Fundação D. Luis I.

O concurso faz parte da Ópera LatinoAmérica, a maior rede de teatros da América Latina que reúne mais de 45 teatros, festivais e companhias de ópera e outras disciplinas.

BPI emprestou 240 milhões de euros em crédito à habitação com garantia pública até abril

O Banco BPI emprestou 240 milhões de euros em créditos à habitação a jovens com garantia pública, segundo a informação divulgada nesta segunda-feira pelo banco na conferência de imprensa de apresentação das contas do primeiro trimestre.

De acordo com o banco, até final de abril, houve 4.760 pedidos para crédito à habitação com garantia pública e foram concedidos empréstimos no valor total de 240 milhões de euros.

“A percentagem de aprovação e rejeição é semelhante a outros produtos de crédito à habitação no banco e normalmente baixa”, disse o presidente executivo do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, aos jornalistas, na conferência de imprensa em Lisboa.

O BPI divulgou nesta segunda-feira que teve lucros de 137 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, numa subida homóloga de 13%.

O aumento dos lucros deve-se à contabilização dos dividendos do Banco de Fomento Angola (BFA) relativos a 2024, de 46 milhões de euros, uma vez que a margem financeira (a principal receita de um banco, a diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) caiu 9% para 223 milhões de euros.

Apenas na atividade em Portugal, o lucro caiu 13% em termos homólogos para 98 milhões de euros.

A garantia pública para o crédito à habitação a jovens até 35 anos (inclusive) aplica-se a contratos assinados até final de 2026 e permite ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação.

O Governo definiu o montante máximo da garantia pública em 1.200 milhões de euros, sendo distribuída uma quota a cada banco, mas abriu a possibilidade de esse valor ser reforçado se os bancos o esgotarem e se pedirem esse reforço.

Na prática, e conjugando esta garantia com as regras para a concessão de crédito à habitação, a medida permite que os jovens consigam obter 100% do valor da avaliação da casa, em vez dos 90% de limite que vigoram para a generalidade dos clientes.

Pode beneficiar desta garantia no crédito à habitação quem tenha entre 18 e 35 anos de idade (inclusive) e que esteja a comprar a primeira de habitação própria permanente cujo valor não exceda 450 mil euros.

Os beneficiários não podem ser proprietários de prédio urbano ou fração de prédio urbano e não podem ter rendimentos superiores aos do oitavo escalão do IRS (cerca de 81 mil euros de rendimento coletável anual).

A crónica do AVS SAD-Boavista, 1-2: do inferno ao céu com Diaby à solta

Axadrezados chegaram a ‘estar’ na 2.ª Liga, deram a volta e saltaram para o lugar de playoff

Uma tremenda reviravolta do Boavista deixou a luta pela permanência literalmente a arder, depois de um jogo cheio de emoções fortes na Vila das Aves.

Por António Mendes

Um diabo no “horizonte” e outro nas pensões. Pedro Nuno aponta para onde AD quer “meter as mãos”

O teleponto a guiar o líder no seu discurso não foi a única novidade que Pedro Nuno Santos trouxe para os comícios de campanha, a maior é mesmo a panóplia de diabos que agita aos eleitores. Depois de, há um ano, ter acenado com o retrocesso que a AD traria em algumas áreas, agora há duas novas assombrações: as “nuvens cinzentas no horizonte” de Montenegro e o que a AD quererá fazer nas pensões.

A AD tem feito a mancha ao eleitorado pensionista e isso incomoda o PS, que tenta agarrá-lo com as duas mãos, enquanto acusa o adversário de “lhe meter as mãos“. No comício de Viseu, o líder socialista acenou como fantasma, acusando a AD de querer privatizar o sistema de pensões e exortando a coligação a deixar “o sistema público de pensões em paz. Não lhe meta as mãos”.

Acredita que “o PS não precisa de uma máscara para falar dos pensionistas, sabem que podem confiar” no partido, ao contrário da AD, jura. Mas pelo caminho vai largando promessas de somar mais aumentos extraordinários aos que o PS já traz no currículo — não vá o diabo tecê-las.

Já quanto ao outro diabo, vem em forma de “nuvens cinzentas” a fazerem adivinhar uma eventual “tempestade”. O que quer isto dizer na narrativa pedronunista? Que Luís Montenegro não tem inspirado confiança como primeiro-ministro, à conta do caso Spinumviva, sugerindo que os casos podem não ficar por aqui.

“A promiscuidade entre a vida profissional e política de Montenegro enche o horizonte de nuvens cinzentas que um dia podem transformar-se numa tempestade”, acenou Pedro Nuno Santos apontando mesmo uma “instabilidade que ainda pode estar para vir”.

Chegou a Viseu apostado nessa diabolização e à porta da Aula Magna do Politécnico já se ia diferenciando de Montenegro, em declarações aos jornalistas que o rodeavam: “Eu sou genuíno, sou o que as pessoas veem. Luís Montenegro não é”.

O líder do PS dizia que era diferente na “forma de estar na vida” e que Montenegro “não está de forma séria na política”, “está habituado a mentir e a enganar as pessoas e que são todos iguais” — isto na resposta a um jornalista que o confrontou com as afirmações de Montenegro, no debate das rádios da manhã, ao acusar o socialista de estar “mascarado” em campanha.

Nessas declarações de rajada e em tom agressivo, ainda foi confrontado com o apoio do ex-primeiro-ministro Cavaco Silva a Luís Montenegro, num artigo de opinião publicado no Observador, e disparou uma frase curta mas pensada para o efeito: “Treze dias antes do BES cair Cavaco Silva disse que estava tudo bem.”

Sobre si, disse que é “inteiro”, “transparente, com qualidades e defeitos, forças e fraquezas como todos, mas transparente”, repetiu para logo a seguir aproveitar a deixa deixada no dia anterior por Montenegro:  “Comigo não há ziguezagues.”

Descreveu, ao estilo Paulo Portas,  que “no início era uma empresa familiar para gerir terrenos agrícolas, zigue”, e “a seguir era uma empresa de proteção de dados, zague”.
“Depois, fazia a reestruturação de gasolineiras, zigue. Mais à frente, faz consultoria de assuntos públicos a mais umas quantas empresas, zague. Se alguém tem estado a ziguezaguear de há dois meses para cá, eu diria mesmo há um ano, é Luís Montenegro”, atirou por fim.

O caso Spinumviva acompanhou o percurso socialista durante toda a pré-campanha e segue instalado na campanha oficial. O líder mantém que “já sabe o suficiente para ter a convicção de que Luís Montenegro não reúne idoneidade nem credibilidade para ser primeiro-ministro” e que isso “compromete a integridade da democracia.”

São as tais “nuvens cinzentas”, diferentes das que têm ameaçado os comícios ao ar livre que o PS alinhou para esta campanha — o de Viseu acabou por passar para dentro de portas com receio do mau tempo e o de Leiria, esta terça-feira, também está com uma interrogação. Em Viseu as nuvens acabaram por não descarregar. As outras se verá.

A crónica do Rio Ave-E. Amadora, 2-0: nervos em franja em dia de decisões

Rio Ave fechou as contas da permanência e adiou as intenções tricolores. Final com incidentes

Terminou em grande confusão a partida que garantiu matematicamente a permanência do Rio Ave na 1.ª Liga. Após o apito final, assistiu-se no relvado a vários focos de tensão, deixando para segundo plano um duelo entre duas equipas que lutavam por objetivos idênticos, embora com a condição classificativa diferente.

Por José Santos

Met Gala. Alfaiataria em preto e branco para celebrar o dandismo negro

Em atualização

Alfaiataria em fatos com tecido estruturado, bordados, brilho e plumas em cores sólidas, branco e preto. A prioridade da passadeira vermelha da Met Gala 2025 foi para a elegância, a sofisticação e um toque de extravagância típicas de um dandy, com todo o estilo e as tendências de moda imortalizadas pela população negra ao longo dos séculos XX e XXI.

É um dos eventos mais esperados do mundo da moda e decorre esta segunda-feira, 5 de maio, no Metropolitan Museum, em Nova Iorque. Este ano o dress code seguiu o mote Tailored for You, de acordo com a exposição no Costume Institute, chamada Superfine: Tailoring Black Style. O tema inspira-se no livro da professora de estudos africanos da Barnard College Monica L. Miller, que escreveu em 2009 Slaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity, obra que explora o papel da indumentária na formação da identidade das populações negras.

Zendaya foi uma das presenças mais marcantes nos últimos anos e nesta edição volta a corresponder ao tema, ao levar um fato estruturado branco combinado com um chapéu que quase cobria os olhos. O visual é inspirado no look de noiva de Bianca Jagger, em 1971. Colman Domingo é outro destaque: a capa azul que trouxe à chegada escondia um fato preto e branco elegante e bem cortado. Ainda entre as celebridades que optaram pela alfaiataria, Bad Bunny homenageou Porto Rico com o chapéu que combinou com o fato castanho Prada e Lupita Nyong’o usou um fato azul claro com capa.

Outras estrelas apostaram em visuais com mais glamour. Foi o caso de Diana Ross, que fez uma entrada triunfal num vestido branco com detalhes em plumas e uma capa que ocupou praticamente toda a escadaria de acesso ao Metropolitan Museum. Gigi Hadid apostou num vestido dourado com cauda e detalhes em 3D, uma peça sob medida Miu Miu que é uma homenagem à costureira dos anos 1940 Zelda Wynn Valdes.

O preto foi uma das cores de eleição na passadeira vermelha esta noite — a escolha de nomes como Miley Cyrus, Dua Lipa, Heidi Klum, Sydney Sweeney e Sadie Sink. Pode ver os looks da passadeira vermelha na galeria que abre este artigo.

O termo dandy apareceu no final do século XVIII e era associado a homens de estilo extravagante que ao mesmo tempo usavam alfaiataria feita à medida, em contraponto ao até então estilo clássico aristocrata. Exemplos são o escritor Oscar Wilde ou Beau Brumell, amigo do príncipe regente e futuro rei de Inglaterra George IV, que se tornou um ícone da sua geração pela presença em festas e bailes. Na sua obra, Mónica Miller debruça-se sobre os dandies negros, ou os chamados “escravos de luxo” de Londres da mesma época, que por trabalharem como acompanhantes pessoais dos seus senhores, por norma, vestiam-se com roupas elegantes. “É uma estratégia e uma ferramenta para repensar identidades, reimaginar o eu num contexto diferente”, explica a professora, citada pela Vogue. Para Miller, a exposição com a história do dandismo negro “ilustra como os negros deixaram de ser escravizados e estilizados como itens de luxo, adquiridos como qualquer outro item que signifique riqueza e status, para se tornarem indivíduos autónomos, que fazem a própria moda e são criadores de tendências mundiais”.

Esta é a primeira exposição focada em roupas masculinas desde Man in Skirts, de 2003. Fatos clássicos às riscas, com xadrez ou com padrões extravagantes dividem espaço com conjuntos de Virgil Abloh ou Pharrell Williams para a Louis Vuitton. A exposição abre ao público no dia 10 de maio.

Pharrell Williams faz parte também da presidência da MetGala 2025, que inclui ainda o ator Coman Domingo, o piloto de Fórmula 1 Lewis Hamilton e o rapper A$AP Rocky. LeBron James foi nomeado presidente honorário, mas falha o evento devido a uma lesão. O comité anfitrião é composto por artistas, escritores, atletas e músicos, entre os quais a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, o realizador Spike Lee e a sua mulher Tonya Lewis Lee, a cantora Janelle Monáe e o rapper Usher. Este ano o evento é patrocinado pela Louis Vuitton, o Instagram, a Fundação da Família Hobson/Lucas, o Africa Fashion International e a Fundação Perry.

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