Nadar com golfinhos nos Açores: um mergulho na dimensão azul

Vera Dantas no Atlântico, Açores

Texto: Vera Dantas

Fotografias: Vera Dantas

Fotografias de golfinhos: Natália Pérez e Picos de Aventura

Nada
nos
prepara para uma experiência como esta. Podemos saber o que está
previsto, ter as melhores expectativas, sentir euforia por
antecipação e até algum receio por irmos mergulhar em alto mar,
mas só lá, no momento em que tudo se concretiza, é que realmente
sentimos o que significa
nadar
com golfinhos em
liberdade
nos Açores.

Vou reviver por muito tempo aqueles momentos, quase inimagináveis, do meu mergulho na dimensão azul. Quando abri os olhos debaixo de água e espreitei, por breve momentos, o meio que é o dos golfinhos, senti-me verdadeiramente privilegiada e grata por aqueles seres meigos me deixarem nadar como eles. Sim, é mesmo isto, fui nadar com golfinhos ao largo da Ilha de São Miguel, nos Açores, com a Picos de Aventura – não teria sido possível fazê-lo sozinha e, garanto-vos, não poderia ter tido melhor experiência. Já tinha nadado ao lado destes mamíferos fabulosos há muito tempo nos Açores e claro que gostei, mas desta vez tive uma experiência muito mais completa, sobretudo graças à forma como a equipa que me levou soube aproveitar cada momento. Eis como se passou esta pequena e inesquecível aventura aquática numa manhã de Setembro.

Conteúdo deste artigo:

Da marina de Ponta Delgada ao alto mar

Sede da Picos de Aventura na Marina de Ponta Delgada

Foi num dia de férias de verão em família. Éramos dois adultos – eu e o Nuno – e as nossas duas crianças – o Artur, pequeno aventureiro de 9 anos, e o Luís, recém-adolescente muito bem humorado de 13. Fomos recebidos na sede da Picos de Aventura na Marina de Ponta Delgada pela bióloga marinha Natália Pérez, que trocou a sua terra natal, Tenerife, nas Canárias, um pouco mais a Sul dos Açores, pela ilha de São Miguel. Aqui está o mais próxima possível da sua paixão e área de estudo: os cetáceos. Foi Natália quem nos fez um pequeno briefing de como deveríamos agir durante a viagem para podermos mergulhar a tempo de aproveitar a proximidade dos golfinhos selvagens, cumprindo as normas de segurança em alto mar e, claro, respeitando o ritmo e a vontade destes animais livres. Incutiu-nos também confiança, já que iria estar connosco em toda a experiência.

Tínhamos chegado na segunda-feira à ilha mas dada a instabilidade do mar nessa semana, a Picos fez-nos uma pré-reserva para a manhã de domingo, altura em que se previam melhores condições meteorológicas, o que se confirmou. A Natália disse-nos logo que estava um dia óptimo para entrar na água do mar, que registava uns apetecíveis 24 ºC, pelo que não precisaríamos de fato de mergulho, que estão disponíveis em todos os tamanhos quando são necessários, assim como máscaras de mergulho. Como todos tínhamos máscaras de mergulho nossas, apenas eu precisei de pedir uma. Não quis tubo de snorkeling para não me preocupar em expelir constantemente a água do tubo. E ainda bem que o fiz, pois assim pude ouvir e ver melhor os golfinhos debaixo de água.

Vera Dantas na Marina de Ponta Delgada

Todos sabemos nadar e no alto mar flutua-se com facilidade, mas o Artur ainda não se aguenta muito tempo por isso iria nadar com o colete de salva-vidas colocado. Para a viagem, toda a família vestiu os obrigatórios coletes salva-vidas. Depois, para não arrefecermos com o vento, foram-nos cedidos casacos impermeáveis para vestirmos no barco até à hora de nadarmos. Saímos com a Natália em direcção ao cais, onde o capitão Rodrigo já nos esperava, a bordo do SIR DINHA – curiosamente a fazer lembrar o nome do peixe que está na base da alimentação dos golfinhos nas costas portuguesas. Tínhamos o barco só para nós, o que foi mesmo excepcional. Seja como for, os barcos semi-rígidos da Picos de Aventura destinados a esta experiência têm sempre uma lotação máxima de 8 pessoas e a sua dimensão permite não só uma aproximação ao nível dos golfinhos, como também mergulhar com eles!

Pouco antes, saíra outro barco da Picos, mas apenas para visionamento de cetáceos. Nós, portanto, sentimo-nos muito especiais.

Seguindo
o rasto dos golfinhos

O barco afasta-se da marina e começa a breve viagem. A Picos de Aventura conta com o apoio de um vigia na costa que, munido de um binóculo potente, procura os golfinhos (e baleias, para as experiências de whale watching) e dá indicações ao capitão do barco que assim se dirige para os locais do avistamento. Todos os dias são diferentes e o destino é sempre uma surpresa. Afinal, somos apenas exploradores de um mundo aquático que vive num espaço e tempo próprios.

Mas o que é bom é que aqui é quase impossível não ver golfinhos – a percentagem de avistamentos nas saídas é de 98 a 99%! Os Açores são de facto um dos melhores locais do mundo para a observação de cetáceos, graças à sua localização em plena rota de espécies migratórias. E não são apenas os animais que estão de viagem que podemos ver. Durante todo o ano, quatro espécies residem ao largo do nosso maior arquipélago: os golfinhos comuns, os roazes e de risso e também os grandes cachalotes. Ao todo, são 26 as espécies de cetáceos que se podem vislumbrar ao longo do ano nas ilhas açorianas.

A aproximação aos golfinhos selvagens

Golfinhos comuns em frente à Ilha de São Miguel, Açores

Naquela
manhã o vigia da Picos de Aventura localizou dois grupos de
golfinhos e nós fomos ao seu encontro. A nossa não era a única
embarcação na área. A presença de catamarãs
por vezes atrai os golfinhos que se colocam à frente da proa para
aproveitarem o impulso gerado pelo
andamento do
barco. A “nossa” bióloga identifica logo a espécie que estamos
a ver: são golfinhos comuns, muito bonitos. Pequenos, se comparados
com outras
espécies,
subdividem-se
entre
os de
bico
comprido
e os de bico curto
(que
são residentes nos Açores). Têm
uma coloração bem
definida que
os distingue: dorso negro sob uma mancha amarelada de ambos os lados,
ventre branco e
mancha cinzenta junta à cauda.
Medem até
2,5
metros de comprimento e pesam entre 70 e 130
kilogramas. São muito sociáveis e podem integrar grupos de
até
500 indivíduos. E também curiosos, para nossa sorte, que os
gostamos de os
ver
bem de
perto.

Em harmonia com o mar e o dia, os dois grupos de golfinhos, estavam muito calmos, relaxados e bem dispostos, como nos confirmou Natália. E isso via-se no ritmo suave com que deslizavam pela superfície e até nos saltos e acrobacias. Tão suaves que pareciam pinceladas azuis sob as nuances cinzas e brancas das nuvens marítimas açorianas. Era toda uma dança que me transmitia um bem-estar enorme, no silêncio do mar. E o capitão Rodrigo soube deixar-nos viver estes momentos de contemplação, desligando o motor do barco enquanto esperávamos que os nossos “concorrentes” se afastassem e que os golfinhos se quisessem aproximar de nós.

Semi-rígidos da Picos de Aventura junto a golfinhos nos Açores

Eu
já estava a achar que ia ser difícil tê-los “para nós”, mas a
Natália, que entretanto ia respondendo às minhas perguntas sobre os
golfinhos, logo me animou a esperança: “Sim (há muitos barcos)
mas há outro grupo de
golfinhos que
está a ficar aqui perto”. E dizendo isto apontou para a direcção
que ficava nas nossas costas. Vimos logo vários golfinhos a saltar
em grupo, cada vez mais próximos. “Preparem-se, tirem os coletes,
coloquem as máscaras de snorkeling e sentem-se na borda do barco,
com as mãos nas pegas e um pé de fora”. Tudo muito bem
controlado. Não podíamos perder a oportunidade!… Primeiro o pai,
depois o Arturzinho,
seguidos de mim e do Luís.

Não vou mentir e dizer que não senti o coração a bater mais forte. Não só ia mergulhar em alto mar, como os meus filhos também. Mas é preciso perder os medos para entrar e aproveitar o momento. A Natália e o Rodrigo sabem-no bem. Mais do que instruir-nos, acalmou-nos: “Quando nós dissermos para entrarem, entrem logo, vai um atrás do outro, de seguida, e quanto aos meninos não se preocupem. Eu estou cá a vê-los e a tomar conta de tudo. Vocês mantenham a cabeça debaixo de água, senão, se ficam a olhar para as crianças, não vão ver nada…”. Foi muito importante ouvir isto. Todos os pais que me estão a ler podem entender o quanto é fundamental sabermos que os nossos filhos estão seguros. E estiveram-no sempre nesta aventura.

O primeiro mergulho

Golfinho abordando barco

Com o barco parado, motor desligado e os golfinhos à nossa volta, a nossa equipa de bióloga e capitão deu a ordem: “É agora, entrem o mais rápida e suavemente possível, tentando deslizar e não saltar, para não afastar os golfinhos.” Dito isto, o Nuno entrou e, logo a seguir, vejo a Natália a pegar no Arturzinho e a fazê-lo deslizar para a água… Ai!… Lá foi ele, tão pequenino, para aquele mar tão grande! Mas nem tive tempo de ficar aflita, pois queria aproveitar e confiei no que me tinha sido dito: entrei logo. O Luís foi depois de mim, cumprindo o que tinha sido planeado.

Vera Dantas a ver golfinhos nos Açores

Foi apenas a primeira tentativa e todos viram alguns golfinhos debaixo de água menos eu, que me pus a olhar à superfície. Este primeiro grupo afastou-se pouco depois e chamaram-nos de volta ao barco, que estava mesmo ao lado. Subimos facilmente a bordo e os miúdos estavam muito contentes. A mim aconselharam-me a ser mais rápida a olhar para dentro de água. Com toda a razão. O barco retomou a marcha, connosco sentados no flanco lateral como antes e, pouco depois, tornou a parar junto a mais golfinhos – não me perguntem como os nossos navegadores os conseguem localizar tão bem, mas o facto é que vêem o que nós não vemos.

Harmonia em tons de azul

Vencidos
os receios do primeiro mergulho, desta vez entramos ainda
mais
determinados.
Desta vez vimos um grupo muito maior, que se manteve visível durante
mais tempo. Havia dois golfinhos a rodarem um sobre o outro – a
namorar, disse-nos a nossa guia – e todos nadavam em conjunto. Uma
visão impressionante! O azul da água, forte e límpido, realçava a
pele clara dos golfinhos, que ganhava novos tons conforme se juntavam
ou afastavam uns dos outros ou desciam e subiam, reflectindo as
nervuras do sol na ondulação marítima. Já estávamos todos
emocionados com a experiência, mas ainda não tinha acabado. Haveria
ainda uma terceira vez, que seria a mais especial desta aventura.

Um grupo de golfinhos saltava de ambos os lados do nosso barco. Quase podíamos tocar-lhes. Só esta visão já nos enche, mas quando adentramos no oceano azul, com eles, há um mundo que se desvenda, uma e outra vez.

Golfinho comum

Um encontro frente a frente com um golfinho

O pequeno Artur teve a melhor surpresa de todas. Corajoso, deslizou para a água para viver uma experiência que nunca irá esquecer. Ao espreitar debaixo de água teve um pequeno susto (bom) quando viu que tinha um golfinho mesmo à sua frente, a olhá-lo nos olhos! “Estava tão perto que até lhe consegui ver a textura! E depois ainda ficou a olhar para mim de lado, antes de se afastar!”, conta o Artur que sentiu o seu coraçãozinho a bater muito e que na altura, diz, só conseguiu pensar: “isto é mesmo cool!”. Nós, que não tivemos um contacto tão próximo, vivemos através dele a emoção. E todos vimos um grande grupo de cerca de 30 golfinhos em harmonia, mesmo ao nosso lado. Desta vez, talvez por estarmos mais relaxados e sabermos agir melhor para aproveitar cada momento, conseguimos ouvir as vocalizações destes animais maravilhosos. Estaria o golfinho do Artur a contar aos outros que esteve tão perto de um menino que até lhe viu a textura da pele? Podia bem ser, pois os golfinhos têm uma linguagem própria riquíssima.

Golfinhos comuns

Como comunicam os golfinhos?

Sabemos que os golfinhos são verdadeiramente incríveis: além das suas conhecidas aptidões sociais, são seres inteligentes, ágeis e brincalhões que partilham muitas similaridades emocionais com os humanos. Para comunicar usam sinais vocais, sinais audíveis não vocais, sinais visuais e sinais tácteis. Os sinais vocais incluem os assobios, chilreios e gritos; os não vocais consistem em cliques, batimentos caudais e até estalidos sonoros, para disciplinar as crias e manter os tubarões afastados. Para se alimentarem, os golfinhos recorrem à ecolocalização, com um sonar que capta as ondas sonoras rebatidas pela presa e revela a sua localização, tamanho e forma. É um sistema comunicativo que beneficia o grupo: ao ouvir os cliques de ecolocalização de outros golfinhos, um golfinho forma no seu cérebro uma imagem mental do objecto que o seu amigo está a ecolocalizar. Há muito mais para saber sobre a comunicação entre golfinhos (vejam aqui) e sobre como funciona o seu cérebro (a ler aqui), mas agora tenho que voltar à minha história

Golfinhos em liberdade debaixo de água no mar

Podemos acreditar que o Arturzinho provavelmente terá sido apresentado a todos os companheiros do seu amigo golfinho. O Luís ficou maravilhado por nadar com tantos golfinhos e orgulhoso por conseguir estar em alto mar sem colete. Comparadas com as fortes vagas de algumas praias açorianas que passara horas a desafiar com o irmão mais novo, a leve ondulação e a amena temperatura deste mar mais pareciam os de uma piscina.

O regresso

Vera Dantas em experiência de natação com golfinhos com a Picos de Aventura

Colocados os coletes e vestidos os casacos impermeáveis, restava regressar, com a certeza de que tudo o que vivemos naquele espaço de tempo não poderia ter sido melhor. Ao aproximarmo-nos do pontão da marina de Ponta Delgada, mais uma surpresa: paralelo ao nossa barco, uma silhueta distinguia-se no ar. O Artur, seguro dos conhecimentos que ganhou com o seu jogo Animal Crossing, apontou logo: “Mãe olha, um peixe voador!”. Era mesmo – a Natália confirmou. Uma visão nada comum. Este singular peixe manteve-se a voar sobre a água durante mais de 10 segundos! Um final com chave-de-ouro, pois as memórias que ganhámos nesta manhã vão manter-nos nas nuvens durante muito tempo.

Frota da Picos de Aventura, São Miguel, Açores, Portugal

Quer nadar com golfinhos?

A Picos de Aventura é há muito uma empresa de animação turística de referência nos Açores com quase duas décadas de existência e um espírito de juventude inerente à sua filosofia: em mar e em terra, criam e reinventam experiências únicas de interação e em harmonia com a natureza, da forma o mais personalizada possível. As saídas para nadar com golfinhos fazem-se todo o ano, desde que as condições do mar o permitam.

A
Picos organiza experiências nas Ilha de São Miguel e Terceira.

Para reservar uma experiência de natação com golfinhos vá ao site da Picos de Aventura.

Contactos
telefónicos:

Ilha de S. Miguel +315 296 283 288

Ilha Terceira +351 918 377 926

Viajar até às praias do Algarve: do verde norte ao dourado sul de Portugal

Viajar do Norte ao Sul de Portugal num só dia é uma experiência de diferentes sensações, que são também aquelas que vivo nas minhas viagens ao Algarve. Natural do Minho e mais ligada ao Norte do que ao Sul, o Algarve foi durante uma boa parte da minha vida um destino desconhecido. Como vivia perto da fronteira com a Espanha, a Galiza era um destino frequente para mim, que a visitava com a minha família. A seguir à Galiza, foram várias as viagens que fiz atravessando a Espanha, explorando depois o sul de França e, por fim, a Europa para lá das latinidades. Isto para vos dizer que conheci uma boa parte do Velho Continente ainda antes de ter visitado o Algarve. Mas quando finalmente o conheci, já adulta, fiquei fascinada por aquele Portugal tão diferente do das minhas vivências.

Travelling from north to south of Portugal in one single day is a journey filled with different sensations, which I experienced during my first trip to the Algarve and relive every year. There are mainly three reasons why you must visit AlgarveA native from the northern province of Minho and with more liaisons to the north than the south of Portugal, the Algarve remained for a big part of my life an unknown destination. Living near the border with Spain, Galicia was a frequent destination for me and my family. Following Galicia, there were several trips I made through Spain, later exploring the south of France and, finally, Europe beyond the latin region. This goes to show you that I travelled across the old continent even before visiting the Algarve. When I finally got there, as an adult, I was overwhelmed by that part of Portugal that was so different from what I knew.

Numa viagem do Norte ao Sul de Portugal pelo litoral posso ver as cambiantes da paisagem, que das verdes montanhas do Minho e do Douro vai perdendo altura até se desdobrar em vales de arrozais na bacia dos afluentes do Tejo, zona em que sempre me encanta ver os majestosos ninhos de cegonhas que habitam nos postes de electricidade ao longo da estrada.
Atravessado o Tejo sinto que cheguei ao Sul. A partir daqui prendem-me o olhar as manadas de touros ribatejanos e de bois de côr clara, até branca – que não são comuns no Norte – assim como ocasionais cavalos lusitanos, por vezes solitários. Este é um território de planícies douradas onde seculares oliveiras desenham sombras que transbordam bucolismo. É também nesta região que me sinto sempre tentada a sair da auto-estrada e ir explorar os caminhos dourados do Alentejo através da fotografia, um projecto que quero muito concretizar.
Quando faço a viagem para Sul na Primavera fico rendida à brancura das amendoeiras em flor. No Verão as miragens que se formam na estrada ao longo do asfalto anunciam o bom calor que sei que me espera mais abaixo. E eis que surge o letreiro colorido a marcar a entrada no “ALGARVE”, finalmente. Mais de cinco horas de viagem e percorrido o país de Norte a Sul, chego a uma parte de Portugal que me deu algumas das minhas melhores memórias de férias de Verão.

In a journey from the North to the South of Portugal along the coast you can see the landscape changing, from the green mountains of Minho and Douro regions to the rice paddies valleys in the basin of the Tejo river, where I’m always delighted to see the majestic nests of storks inhabiting the electricity poles along the road.
After crossing the Tejo I feel I have entered in the South part of the country. Herds of Ribatejo bulls and light coloured oxen – which are rare in the North – as well as occasional Pure Blood Lusitano horses, which are a native Portuguese breed. This is a land of golden plains where ancient olive trees draw bucolic shadows. By this time in my journey, I am always tempted to leave the motorway and go exploring the Alentejo through photography, a project that I hope to accomplish soon.
When I make this trip in spring the whiteness of the almond blossom leave me overwhelmed. In summer the mirages that form on the road along the asphalt announce the warm air I know is awaiting for me ahead. Finally, a colourful sign to mark the entry in the “ALGARVE” appears. More than five hours of travel and having crossed Portugal from north to south, I arrive to one of the parts of Portugal where I enjoyed some of my best summer holidays.

Tenho ficado muitas vezes na zona de Vilamoura, um verdadeiro oásis pensado para o lazer, onde aprecio as ciclovias em toda a extensão, as palmeiras ao longo das estradas, os bairros de casas caiadas de branco e encimadas pelos terraços mouriscos, que honram o legado dos antepassados que aqui habitaram. Tudo aqui transmite uma sensação de calma, de sol, de… férias.
Vilamoura estende o tapete a algumas das praias mais bonitas da Europa. Fiel às praias da Falésia e da Rocha baixinha (mais conhecida por Praia dos Tomates), deslumbro-me incansavelmente com os tons quentes das falésias que mergulham na areia. Faço longas caminhadas pela praia e observo cada recorte daquelas escarpas cujos veios oscilam entre a alvura da areia branca e o impactante laranja avermelhado.

I have often been in the Vilamoura area, a true oasis thought for leisure, with dedicated bike lanes, palm trees along the roads, neighbourhoods of whitewashed houses surmounted by Moorish terraces which honor the legacy of all the arabic ancestors who lived here. Everything here exudes a sense of calm, sun, and … vacation.

Vilamoura has some the most beautiful beaches in Europe. Faithful to the beaches of Falésia and Rocha Baixinha (better known as Praia dos Tomates) I stare tirelessly with the warm tones of the cliffs plunging into the sand. I love taking long walks along the beach, always bewildered by the cliffs tones ranging from a sharp sandy white and a striking reddish orange.


Os cactos que nelas se enraízam para crescerem vertiginosamente, dão-me a impressão de estar nalgum destino exótico do continente americano. O Grand Canyon dir-se-ia antepassado destas algarvias escarpas vermelhas. Mas são as águas tépidas do nosso Atlântico algarvio que me surpreendem sempre. No Verão passado estive 10 dias nesta latitude e em todos eles entrei na água sem qualquer receio de alguma maldosa corrente fria.

Huge cactuses give me the sensation of being at some exotic destination in the Americas. The Grand Canyon could claim to be an ancestor of these Algarve’s red cliffs.
But the thing that strikes me most are that here the Atlantic waters are warm! In each of the 10 days I spent this summer in the Algarve I have always entered the water without any fear of a cold stream.


E o ar quente.
Uma nortenha como eu está habituada à neblina da manhã, àquela humidade no ar que o torna mais fresco e que adia a chegada à praia dos apreciadores dos raios de sol aberto. No Algarve o ar amanhece quente e límpido, transparente. O Sol agarra-se ao dia desde a madrugada até à hora em que a noite o leva definitivamente embora, puxando-o suavemente para baixo da linha de água no horizonte, a ocidente.

And the warm air.
A northern girl like me is used to some fog and humidity in the early morning. In the Algarve the air dawns warm, clear and transparent. The sun clings to the day from the morning to the time when the evening takes him definitely away, pulling it gently down the water line on the horizon, to the west.

All photos are my own and copyright protected.

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Roteiro de três dias no Gerês

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Vera Dantas numa cascata do Rio Gerês

A maior dificuldade perante a imensidão do Gerês é decidir o que explorar, por onde ir. Sinto-a sempre que entre neste reino verde, aquático e aberto. O tempo limita-me a vontade de explorar todas as paisagens que comporta, e por isso volto com renovada ânsia para continuar a descoberta. A última vez que lá estive foi em Agosto e  fiz da vila do Gerês a base para novas explorações. Agora que nos prepararmos para viver um Verão diferente, Portugal é o melhor destino. E o Gerês está entre os lugares mais seguros e amplos onde pode ir em segurança.

Com uma tenda espaçosa para estrear, ousei voltar a acampar após muitos anos. Optei  pelo Parque do Vidoeiro, um dos mais antigos do Gerês, mesmo acima da vila, cuja proximidade é uma grande vantagem. Inicialmente reticente pela localização dos alvéolos em escarpa apertada, procurei um lugar melhor e encontrei uma zona, no alto do parque, onde não entram automóveis, perfeitamente idílica e com muito espaço e arvoredo. Depois da tenda montada resolvi explorar o curso do Rio Gerês, que passa mesmo pelo meio do parque de campismo. Tinham-me dito que dava apenas para refrescar. Mas na verdade forma duas lagoas de água translúcida onde se pode nadar! Uma delas, a maior, é banhada por uma cascata, de água bem fresca, paradisíaca.

E, claro, mergulhei! Cá fora o ar quente brindou a minha coragem com uma doce recompensa de bem estar revigorado.

Majestosa Árvore No Camping do Vidoeiro no Gerês Por Vera Dantas

No segundo dia, com vontade de subir a serra e descobrir novos destinos, parti em direcção à “Cascata Tahiti” ou “Cascata Fecha de Barjas”, que na verdade é a maior de um conjunto de várias cascatas belíssimas. Pedi indicações no Camping e fiquei a saber que há dois caminhos possíveis para lá chegar. Optei por seguir as coordenadas GPS – Latitude: 41º42’13.94 N, Longitude: 8º06’36.71 W – que me levaram pelo caminho mais directo. A viagem demora cerca de 20 minutos, com a calma e o cuidado necessários em estradas de montanha e subidas bastante íngremes com grandes escarpas a nossos pés e paisagens abertas proporcionadas pela considerável altitude do percurso. Ao chegar, a partir da ponte sobre o rio, há dois caminhos para descer até à cascata. Nenhum deles é muito fácil, mas são ambos praticáveis, desde que se vá sem pressas e com precaução. O da direita (para quem está na ponte virado para o lado descendente das cascatas), começa com umas pedras bastante escorregadias e íngremes mas mais à frente beneficia de um novo passadiço em madeira (cuja passagem será cobrada a 1 € segundo o cartaz afixado no local). A partir daí a descida é fácil e rápida até às cascatas. O da esquerda é sempre pelo solo da montanha, é mais longo mas menos íngreme, à excepção da última etapa, para a qual convém ter alguma ajuda nas descidas. Este último vai dar às rochas mais abaixo da grande cascata.

Vera Dantas Na Cascata Tahiti Do Gerês

Vá por que caminho for, acredite que o esforço compensa. Chegar à espaçosa lagoa verdejante e nela nadar é maravilhoso. E ainda me soube melhor porque a água aqui não é fria! A força da água junto à cascata é de cortar a respiração. E por isso mesmo sabe bem senti-la. Mesmo em Agosto, e apesar dos muitos visitantes, há espaço suficiente para estar na água à vontade. Difícil é querer sair…

Cascata Tahiti no Gerês Por Vera Dantas

Terceiro dia e a vontade de nadar na albufeira fez-me seguir directamente do Vidoeiro pela estrada fora, passando a vila do Gerês. Cinco minutos depois cheguei a um desvio sinalizado com um cartaz do “Restaurante Gerês Albufeira”. Virei à direita em direcção à albufeira. Chegando à praia restava-me estender a toalha e aproveitar o espaço a céu aberto rematado a verde geresiano. E como soube bem entrar naquele lago de água de temperatura macia…

A Albufeira em tons verdes no Gerês
E com um pouco de esforço chega-se a nado à península de Lugar de Cubos, Vilar da Veiga, em frente à praia.

Nadar até à Pensínsula de Vilar da Veiga no Gerês

Para esta experiência o ideal é ir apenas ao final da tarde, se for Verão, pois é nessa altura que a praia está menos povoada de gente e já há espaço para se estar bem.

Três dias de Gerês. Estes foram no Verão. Mas em todas as estações há deslumbramento à nossa espera.

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