Trabalhadores do Metro de Lisboa iniciam esta sexta-feira greve às horas extra

Os trabalhadores do Metro de Lisboa iniciam na sexta-feira uma greve às horas suplementares e eventos especiais e que terá impacto na final da Liga dos Campeões de futebol feminino, no sábado, e nos Santos Populares, segundo fonte sindical.

Em declarações à agência Lusa, Sara Gligó, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), adiantou que a greve ao trabalho suplementar e eventos especiais vai durar 30 dias, renovável por igual período. Em causa está, segundo a sindicalista, a luta pelo aumento do subsídio de almoço e redução para as 35 horas de jornada de trabalho semanal. A sindicalista defendeu que os trabalhadores “não servem só para os eventos especiais”, ao contrário da empresa, que “vive apenas para os eventos”. “Em causa está o cumprimento do acordo de empresa e o acordo que a empresa fez connosco no final de dezembro para levantar uma greve similar relativamente ao pagamento do dinheiro que é devido aos trabalhadores desde sempre, portanto as variáveis remuneratórias [trabalho suplementar e feriados]”, disse.

De acordo com Sara Gligó, os trabalhadores exigem também a reposição imediata dos efetivos em falta, porque, “sucessivamente nos planos de atividades e orçamentos”, a empresa vai pedindo trabalhadores, mas o Governo não concretiza nas áreas operacionais. “A empresa tem cumprido as suas metas nas áreas de quadros superiores, mas nos operacionais nem por isso”, disse, adiantando que querem igualmente “a abertura imediata do regulamento de carreiras”.

Sara Gligó alertou para a possibilidade de esta greve ao trabalho suplementar vir a ter impacto já no próximo sábado na final da Liga dos Campeões de futebol feminino e nas Festas de Lisboa, que vão decorrer durante todo o mês de junho em Lisboa. “A empresa tem falta de efetivos e por isso precisa de recorrer a trabalho suplementar. Possivelmente, teremos tempos de espera superiores e atrasos na manutenção das composições. Tudo depende da empresa. Os sindicatos estão sempre disponíveis para negociar”, disse.

A Lusa contactou fonte da empresa para obter informações, mas tal não foi possível, até ao momento.

O Metropolitano de Lisboa opera diariamente com quatro linhas: Amarela (Rato-Odivelas), Verde (Telheiras-Cais do Sodré), Azul (Reboleira-Santa Apolónia) e Vermelha (Aeroporto-São Sebastião). Normalmente, o metro funciona entre as 6h30 e a 1h00.

ONU anuncia entrada de 198 camiões humanitários em Gaza

Um total de 198 camiões entraram na Faixa de Gaza através da passagem fronteiriça de Kerem Shalom, confirmou hoje um porta-voz do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários em Genebra, na Suíça.

Destes 198 camiões, 90 já foram recolhidos por várias organizações e associações humanitárias para que o seu conteúdo, que inclui produtos nutricionais, medicamentos e farinha, seja distribuído, segundo o porta-voz Jens Laerke.

“Persistem desafios significativos no carregamento e distribuição de carga devido à insegurança, ao risco de pilhagens e às rotas fornecidas pelas forças israelitas, que são inadequadas para o movimento de carga”, salientou Laerke.

Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária em Gaza desde 02 de março, ainda antes de o último acordo de cessar-fogo ter sido quebrado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou na semana passada que meio milhão de habitantes de Gaza estavam à beira da fome devido ao “bloqueio deliberado” de Israel, e 57 crianças já tinham morrido de subnutrição desde o início de março.

Na quarta-feira à noite, a ONU confirmou que começou a distribuir o equivalente a 90 camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, pela primeira vez desde o início do bloqueio total do território palestiniano.

Três dias após o anúncio da retoma limitada da ajuda por Israel, “na quarta-feira, 21 de maio, as Nações Unidas recolheram cerca de 90 camiões na passagem de Kerem Shalom e que foram enviados para Gaza”, declarou o porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Stéphane Dujarric, em comunicado, sem especificar os destinos exatos.

De acordo com fontes locais, os camiões com ajuda humanitária que entraram em Gaza através da passagem de Kerem Shalom nos últimos dias já começaram a distribuir farinha em diferentes padarias da Faixa de Gaza.

Segundo as mesmas fontes do enclave palestiniano e confirmadas pelo Cogat (organismo militar israelita encarregado de coordenar a entrada de ajuda em Gaza), os camiões começaram a distribuir as suas cargas pelos centros de destino.

A ajuda humanitária começou a ser distribuída em zonas como Khan Yunis (sul) e Deir Al Balah, Zawaida e Nuseirat (centro).

As fontes locais indicaram que as padarias de Khan Yunis e das três zonas do centro de Gaza já têm farinha para começar a fazer pão e alimentar uma população sujeita a um bloqueio total de alimentos, combustível ou medicamentos imposto por Israel desde 02 de março.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelita disse estar pronto para aceitar um “cessar-fogo temporário” na Faixa de Gaza que permita a libertação dos últimos 20 reféns, e que posteriormente pretende assumir o controlo de todo o enclave palestiniano.

Primeiros pinguins bebés nascem na Invicta

Depois de, em 2019, o grupo de Pinguins-de-Humboldt se ter tornado o primeiro contingente da espécie a chegar à cidade do Porto, os adoráveis habitantes do parque exterior do SEA LIFE Porto voltam a fazer história: nasceram, pela primeira vez, crias desta espécie.

Os dois novos habitantes do aquário, filhos do casal Bramble e Baobab, assinalam não só um momento inédito na cidade como, sobretudo, um importante passo na intenção do Aquário em reforçar o contributo de Portugal para o esforço global de conservação desta espécie através da reprodução em cativeiro.

Nativos da América do Sul e assinalados como “vulneráveis” na “Red List of Threatened Species” do IUCN (“International Union for Conservation of Nature”), os Pinguins-de-Humboldt enfrentam atualmente desafios muito significativos à sua sobrevivência e reprodução nos seus habitats naturais, como a sobrepesca, a destruição de ninhos, a poluição marinha e, mais recentemente, os impactos da gripe aviária agravada pelo fenómeno El Niño.

Em 2024, registou-se uma forte queda das suas populações no Chile, segundo investigadores locais, destacando a urgência de esforços de conservação para evitar sua extinção. De acordo com Rui Ferreira, Diretor Geral do Aquário do Porto, “Seis anos depois da chegada dos Pinguins-de-Humboldt, o nascimento e a resiliência destes pequenos pinguins surge de um cuidadoso trabalho liderado pelas nossas equipas especializadas, em estreita cooperação com o SEA LIFE Trust. Este é um exemplo claro de como os programas de reprodução em cativeiro podem ter um papel determinante na proteção de espécies ameaçadas, especialmente à luz dos dados mais recentes, que são muito preocupantes”.

Do alto dos seus cerca de 70 centímetros de altura, com plumagem preta e branca, e uma característica faixa preta em forma de ferradura no peito, os Pinguins-de-Humboldt destacam-se pelas suas excelentes habilidades como nadadores. Ana Ferreira, curadora do Aquário, explica que “a reprodução desta espécie sob o cuidado humano exige condições que recriam as existentes em meio natural, seja em termos de habitat seja em termos de comportamento. Este casal foi bem-sucedido nas várias etapas de reprodução, gerando duas crias saudáveis que já ultrapassaram os 1000 gr”.

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Humanidade está a destruir a biodiversidade, adverte António Guterres

O secretário-geral das Nações Unidas adverte que a humanidade está a destruir a biodiversidade a passos largos, pela poluição, crise climática e destruição de ecossistemas, e frisa que é preciso mudar a forma de produzir e consumir. O aviso, repetido, de António Guterres é feito no Dia Internacional da Diversidade Biológica (ou Biodiversidade), criado pela ONU e que se assinala esta quinta-feira.

Na mensagem, o secretário-geral aponta o dedo aos interesses de curto prazo, “que incitam à utilização insustentável do mundo natural”, e alerta que a perda de biodiversidade é um problema mundial, que nenhum país, por mais rico e poderoso que seja, pode enfrentar sozinho. “Tampouco é possível viver sem a enorme biodiversidade que caracteriza o nosso planeta”. Além de uma mudança na forma como se produz e consome, para se conseguir um desenvolvimento sustentável é preciso cumprir o Quadro Mundial para a Biodiversidade de Kunming-Montreal, o plano aprovado no Canadá (COP15, em 2022) para deter e reverter a perda de diversidade, defende o responsável na mensagem.

“São necessárias políticas, regulamentos e outros incentivos orientados para apoiar as formas de vida sustentáveis e construir economias verdes fortes”, diz António Guterres, instando os governos a aproveitarem os progressos da reunião de Roma (COP16) sobre a mobilização de recursos, e eliminarem os apoios públicos a atividades que prejudicam a natureza. “Tal como o tema do Dia Internacional deste ano nos recorda, viver em ´harmonia com a natureza e com o desenvolvimento sustentável´ é o caminho a seguir para que a humanidade construa um mundo melhor para todos”, afirma o secretário-geral na mensagem.

A propósito do dia que se assinala esta quinta-feira, Astrid Schomaker, secretária executiva da Convenção da Biodiversidade, diz numa mensagem colocada na página oficial da Convenção que o dia é de todas as pessoas, porque a biodiversidade é a base de toda a vida na Terra, e recorda que já só há cinco anos para se atingir as metas acordadas para a proteção da natureza. Sob o lema “Harmonia com a natureza e desenvolvimento sustentável”, o Dia da Biodiversidade pretende chamar a atenção da humanidade para as ligações entre a Agenda 2030 e os seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 23 metas do Quadro Global da Biodiversidade de Kunming-Montreal. O acordo de Kunming-Montreal estabelece nomeadamente a proteção de 30% do planeta até 2030.

A UNESCO, que salienta também que a vida da humanidade depende da biodiversidade e que hoje a biodiversidade depende da humanidade, apela a uma utilização sustentável dos recursos naturais e à recuperação dos ecossistemas. E deixa alertas. Três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente alterados pelas ações humanas. E depois um milhão de espécies animais e vegetais estão atualmente ameaçadas de extinção. Uma crise global provocada pelas alterações climáticas, a poluição, a sobre-exploração, as espécies invasoras e a urbanização.

A biodiversidade é a base de toda a vida na Terra. Dela depende a obtenção de alimentos, medicamentos, energia, ar e água limpos, ou proteção contra catástrofes naturais. Esta é a Década das Nações Unidas para a Restauração, que salienta que a biodiversidade é a resposta a vários desafios de desenvolvimento sustentável. O Dia Internacional da Diversidade Biológica foi criado pela ONU para assinalar a criação da Convenção sobre a Diversidade Biológica, um tratado internacional aberto a assinaturas na cimeira do Rio de 1992 (Eco-92). Inicialmente comemorou-se a 29 de dezembro, data de entrada em vigor da Convenção, mas em dezembro de 2000 a Assembleia-Geral da ONU escolheu o dia 22 de maio.

Mais de 4.000 crianças assinalam nas escolas dia nacional da segurança infantil

Mais de 4.000 crianças de todo o país vão assinalar na sexta-feira o dia nacional da segurança infantil com a iniciativa “Ruas que brincam” e que passa por fechar as ruas à volta das escolas para brincarem sem restrições.

“O Dia Nacional da Segurança Infantil (DNSI) que se celebra no dia 23 de maio pretende fazer parar o trânsito à porta das escolas em Portugal”, indica o comunicado da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI) enviado à Lusa.

A nota indica que a associação recebeu mais de 150 inscrições, sendo que cada escola pode inscrever uma ou mais turmas, e vão estar envolvidas pelo menos 4.000 crianças na nona edição do DNSI da APSI, numa iniciativa que se chama “Ruas que brincam” e que este ano vai fechar as estradas junto aos estabelecimentos de ensino.

A diretora técnica da APSI, Sandra Nascimento, disse à Lusa que, pela primeira vez, o evento transformou-se num movimento nacional, sublinhando que a APSI conseguiu a adesão de escolas e de turmas de todos os distritos do país, inclusive dos Açores e da Madeira.

A responsável disse que o interesse das escolas em assinalar o DNSI tem vindo a crescer, sendo que em 2023, a APSI recebeu 80 inscrições e 148 no ano passado.

De acordo com o guião de implementação da APSI, o evento “poderá acontecer ao longo do dia ou num horário definido pela organização escolar, de acordo com a dinâmica da comunidade educativa”. O evento conta maioritariamente com turmas do pré-escolar e do primeiro ciclo, mas também vão participar turmas do segundo e do terceiro ciclo, inclusive do ensino técnico profissional.

Sandra Nascimento indicou que os acidentes são a principal motivação para existir este dia, indicando que o relatório de segurança infantil que a APSI publicou, em 2022, dava conta que os desastres continuam a ser a segunda causa de morte de crianças entre os cinco e os 14 anos e a primeira a partir dos 15 anos.

A responsável afirmou que os espaços e os ambientes têm de estar ajustados às características e às necessidades das crianças, sendo por isso “preciso criar condições de segurança que passam por mais restrições à presença de carros, reduzir as velocidades, construir mais espaço, passeios mais largos à frente das escolas e espaços para brincar”.

A diretora apontou que o DNSI é também importante para que não se esqueça que “a segurança ainda não está garantida” e que o dia deve ser sempre marcado pelas crianças.

A responsável referiu que a segurança, “ao contrário do que muitas pessoas pensam não é fechar uma criança numa redoma”, mas existe para criar liberdade e autonomia nos menores, sendo que um dos objetivos do dia é passar essa mensagem.

As escolas organizam o evento de sexta-feira e a APSI dá suporte ao corte das estradas e sugeriu aos estabelecimentos de ensino atividades interativas.

A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária vai também assinalar o Dia Nacional da Segurança Infantil com a realização, a partir das 09h30 de sexta-feira, de um conjunto de atividades interativas para 450 alunos do 1.º ciclo do concelho da Amadora, distrito de Lisboa.

O evento vai acontecer no Parque Aventura da Amadora e as crianças irão testemunhar uma simulação de um acidente rodoviário, explorar veículos das forças de segurança, entre outras atividades interativas.

“Visite museus, coisas boas acontecem”. Até pode levar livros gratuitos para casa

A associação cultural Assarapanto assinala esta quinta-feira o Dia do Autor Português com a segunda edição da iniciativa “Um Livro no Museu”.

Entre esta quinta-feira e sábado, quem visitar o Museu dos Transportes e Comunicações, no Porto, vai poder levar livros de autores portugueses para casa de forma gratuita. Há uma condição: tirar uma fotografia da capa. Basta ler a carta que encontrará dentro do livro e seguir as instruções.

O projeto visa promover as visitas aos museus, a leitura e os livros, em favor de “quem não tem tanto poder aquisitivo”, diz à Renascença Marta Vaz, da associação Assarapanto.

“Este ano, acho que tem tudo para correr bem”, reamata a dirigente da Assarapanto, confiante de que a iniciativa seguirá a impressão deixada no lançamento da iniciativa, em 2024.

Ainda no âmbito do Dia do Autor Português, a Assarapanto promove esta quinta-feira, a partir das 17h30, um encontro com vários convidados do mundo das artes – da literatura à pintura, ao cinema, à ilustração. Na Biblioteca da Alfândega do Porto vão estar nomes como Joana Rêgo, Joaquim Pavão, José Manuel Saraiva, Rui Manuel Amaral e Sara F. Costa.

“Apoiar a cultura é fundamental, apoiar os autores é fundamental. Falar das artes em geral é algo que nós temos de fazer acontecer todos os dias. A cultura faz falta como pão para a boca”, nota Marta Vaz.

Nova abordagem ao controlo da malária abre a porta a mosquiteiros mais eficazes

Uma equipa de cientistas desenvolveu uma nova estratégia de controlo da malária que mata eficazmente os parasitas presentes nos mosquitos e que poderá conduzir a redes mosquiteiras mais eficazes.

Investigadores da Universidade de Harvard identificaram 22 compostos potentes que inibem o desenvolvimento do parasita Plasmodium falciparum nos mosquitos que o transmitem, de acordo com o estudo publicado na revista Nature. Estes antimaláricos, que poderiam ser produzidos a baixo custo, seriam utilizados para impregnar os mosquiteiros, segundo os cientistas.

Mais de meio milhão de pessoas morrem todos os anos de malária. Embora os mosquiteiros tratados com inseticida tenham reduzido significativamente os casos de malária, a sua eficácia contínua é comprometida pela resistência generalizada aos inseticidas. Investigações anteriores sugerem que a utilização de medicamentos antimaláricos contra o parasita Plasmodium falciparum no mosquito pode ser uma forma eficaz de atenuar este problema.

Para aprofundar esta abordagem, Alexandra Probst, da Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan, e a sua equipa começaram por determinar as partes essenciais dos genes do parasita que deveriam ser alvo de medicamentos antimaláricos. Os investigadores testaram 81 compostos antiparasitários aplicando-os diretamente nos mosquitos Anopheles gambiae (principais vetores da doença) para identificar quais deles matavam os parasitas Plasmodium falciparum, que causam mais de 90% dos casos de malária humana em todo o mundo e acabaram por selecionar os 22 mais eficazes.

Os compostos eram facilmente escaláveis e de síntese pouco dispendiosa. Todos os 22 impediram significativamente o desenvolvimento do P. falciparum e dois deles eram extremamente activos. O mais eficaz matou 100% dos parasitas nos mosquitos em seis minutos de contacto com um material semelhante a uma rede mosquiteira impregnada com o composto. Este resultado manteve-se quando testado em mosquitos resistentes a inseticidas. O efeito dos compostos nas redes também durou um ano, demonstrando a sua funcionalidade e potência a longo prazo.

“Esta nova estratégia de controlo da malária bloqueia a transmissão do parasita pelo mosquito sem matar o mosquito nem induzir resistência, o que pode prolongar o tempo de vida efetivo das redes”, afirma Alexandra Probst em comunicado.

Festas do Santo Cristo movimentam economia em manifestação de fé que rompe fronteiras

No Campo de São Francisco, “coração” das Festas do Santo Cristo, em Ponta Delgada, fazem-se os últimos preparativos, testam-se milhares de lâmpadas, os comerciantes desdobram-se e os peregrinos aglomeram-se junto ao Santuário, mantendo viva a fé.

José Moniz, 72 anos, natural da ilha de São Miguel, veio dos Estados Unidos da América, onde reside há quase 50 anos, propositadamente para as festas.

“Há três anos que não vinha. Já cheguei a estar 17 anos sem cá vir, mas a fé chama-nos. A devoção ao Santo Cristo está em nós desde sempre”, diz o emigrante à agência Lusa, no Campo de São Francisco, na cidade de Ponta Delgada, nos Açores, onde no fim de semana decorrem as festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, consideradas a segunda maior manifestação religiosa do país, depois das peregrinações as Santuário de Fátima.

Ao seu lado, a mulher, Alda Moniz, 69 anos, refere: “desta vez vim cumprir uma promessa e por fé. Quando emigrei levei essa fé comigo para a América”. “É uma fé tão grande. Fomos habituados assim. E a fé é que nos salva“, confessa a emigrante, ao apontar para o Convento da Esperança e para o Santuário do Santo Cristo, localizados na ilha de São Miguel.

Ângela Soares, reside em São Miguel, e embora não sendo natural dos Açores, admite que a sua ligação ao Santo Cristo é igualmente forte. Esteve na roda do Santo Cristo, uma janela composta por uma estrutura de madeira, onde os fiéis colocam as doações e recebem lembranças do Santo Cristo.

“Hoje vim cumprir uma promessa. Faço um donativo e recebo uma lembrança, que pode ser uma imagem, um terço, uma medalha, o que também é uma forma de proteção”, explica.

Por estes dias, a procura por círios, para pagar promessas, também aumenta. As festas movimentam a economia. Vítor Melo é pai do proprietário de uma loja localizada no Campo de São Francisco, um espaço de artesanato que também vende lembranças relacionadas com o Santo Cristo.

“Esperamos sempre o ano todo por esta altura”, afirma, numa azáfama para atender clientes, na sua grande maioria turistas e muitos emigrantes açorianos. Garante que vende “de tudo um pouco” relacionado com a imagem do Santo Cristo.

Mas, os artigos mais pequenos, como terços e ímanes para pendurar, são os que “têm mais saída”. “As malas não podem ir muito carregadas e estas lembranças são leves e fáceis de oferecer”, explica à agência Lusa.

Francisco Amorim gere a loja propriedade do Santuário. Abriu há duas semanas e substitui um espaço anterior na Rua dos Mercadores. “Vendíamos sobretudo literatura religiosa, mas agora, com a nova localização e a proximidade com o Convento, acreditamos que a procura aumente bastante“, diz Francisco Amorim.

O principal objetivo do espaço é “servir os fiéis católicos romanos”, mas disponibilizando também “artigos relacionados com o Santuário e com a imagem do Santo Cristo que não estejam disponíveis na roda”, realça. “Temos imagens do Santo Cristo, terços, incluindo o oficial, literatura relacionada com o Santuário e com o Santo Cristo, frascos para água benta com a imagem, guarda-joias, porta-chaves”, entre outros, enumera.

As iluminações do Santo Cristo, no Santuário e zonas circundantes, constituem uma das principais atrações das festas. Com 43 anos, João Luís, natural da Lagoa, na ilha de São Miguel, faz as últimas afinações nas luzes.

“Estamos a verificar algumas avarias, algumas lâmpadas que possam ter fundido, porque na sexta-feira, dia da inauguração das luzes, tem de estar tudo a postos”, afirma João Luís, que trabalha na construção civil e já faz este trabalho há mais de uma década.

“Tiro sempre um mês e meio para ajudar na montagem das luzes. Isso é uma questão de gosto, de amor, não é por dinheiro”, garante.

Já José Chaves, 72 anos, residente e natural da ilha de São Miguel, também se orgulha de “ajudar na festa há 24 anos”. “Está no sangue. Faço porque gosto e quero ajudar para que as festas corram bem“, sublinha, enquanto pica verduras para a decoração dos arcos do pátio da igreja.

As Festas do Santo Cristo dos Milagres começam na sexta-feira, em Ponta Delgada, tendo como um dos pontos altos a procissão que, no próximo domingo, percorre as ruas da cidade, cortejo que se realiza desde 1700.

Jorge Andrade: “Quando jogava a minha série preferida eram as ‘Donas de Casa Desesperadas’. Aprende-se muito com as mulheres”

Foi um dos melhores centrais portugueses da sua geração. Formado no Estrela da Amadora, onde deu nas vistas, brilhou no FC Porto, fez carreira internacional no Desportivo da Corunha, atingindo as meias-finais da Champions, e chegou à Juventus onde terminaria a carreira. Pela Seleção Nacional, foi figura de destaque nas campanhas do Euro 2004 e do Mundial 2006, sob o comando de Luiz Felipe Scolari. Mas por trás do central duro, nascido e criado na Amadora, havia um lado inesperado.

Nuno Fox

Em conversa com Luís Aguilar, no podcast Ontem Já Era Tarde, Jorge Andrade revela um gosto pouco convencional para quem se habituou a vê-lo a travar os melhores avançados do mundo. “Quando jogava, a minha série preferida eram as Donas de Casa Desesperadas. Vi as oito temporadas. Acalmava-me”, confessa. E não foi apenas passatempo: foi observação atenta: “Gostava de ver as várias personalidades dessas mulheres, como pensavam, como se organizavam, como também faziam as suas maldades. Aprende-se muito com as mulheres”.

O futebol é o ponto de partida nestas conversas sem fronteiras ou destino agendado. Todas as semanas, sempre à quinta-feira, Luís Aguilar entra em campo com um convidado diferente. O jogo começa agora porque Ontem Já Era Tarde.

Uma pequena ilha filipina desafia Pequim no Mar do Sul da China

A China reclama soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, rico em petróleo e gás. A reivindicação territorial é contestada por cinco dos países da região, mas apenas o Vietname e as Filipinas se atrevem a fazer frente a Pequim. A pequena ilha de Pagasa é um estandarte dessa resistência. Com apenas 37 hectares, a ilha de Pagasa – ou “esperança” – controlada pelas Filipinas, é pouco maior que o suficiente para se viver. Quase não há nada lá. Os cerca de 300 habitantes vivem num aglomerado de pequenas casas de madeira. Pescam nas águas turquesa cristalinas

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