Pote explica recaída: «Fiz um passe sem pensar no aquecimento e disse logo ‘acho que fiz asneira’»

Pote revelou esta terça-feira, em entrevista ao Canal 11, os contornos da lesão que sofreu, nomeadamente a recaída que o obrigou a parar mais do que o esperado.

“O Sporting sempre me tentou defender porque a culpa foi minha. Tive uma lesão no tendão do adutor da perna esquerda. Senti o tendão a estalar em Braga e estive dois meses a recuperar. Sabia que podia ser operado, mas a opção foi prosseguir naturalmente. Ninguém reparou, acho mas, na final da Taça da Liga, estava a ver o aquecimento, com o Dani e o Nuno, vem uma bola, levantei-me e fiz um passe sem pensar… Voltei para trás com uma cara, virei-me para ele e disse: ‘acho que fiz asneira’. Fui para o balneário, fui para o campo, voltei a fazer o treino de corrida, pedi uma ressonância e deu que tinha piorado, que rasguei. Senti-me culpado e sabia que ia durar mais três meses. Foi horrível. Não sabia que um passe me iria prejudicar assim tanto”, lamentou o criativo do Sporting, ao Canal 11.

Pote revelou ainda que ninguém da equipa sabia.  “Os meus colegas não souberam… O Viktor, o Morten perguntavam e eu não contava. A equipa médica sabia, ia dia a dia, mas parecia que o mês nunca passava. Quando disse que voltava, no Instagram, foi antes da Taça da Liga.”

Decisão de ir para fora – Espanha e Inglaterra

“A ida para Espanha foi boa e Inglaterra ainda melhor. No Sp. Braga, juvenil, jogava sempre e decidi ir para fora porque precisava de mais concorrência. O Sp. Braga não apostava tanto nos jovens… O Agostinho dizia que eu jogava muito com bola no pé e que a defender sentava e pedia um café. Fui para o Valencia, com maior competitividade e, depois, Inglaterra, onde tive o estímulo do ginásio, jogos, até as lesões…”

Roménia. Candidato derrotado da extrema-direita acusa França de “interferência” e pede anulação das presidenciais

O candidato derrotado nas eleições presidenciais de domingo na Roménia, George Simion, anunciou que iria contestar o sufrágio e pediu a anulação dos resultados que deram a vitória ao candidato liberal Nicusor Dan, alegando que a França e a Moldávia terão intervindo nas votações.

“Peço oficialmente ao Tribunal Constitucional que anule as eleições presidenciais romenas”, anunciou Simion na rede social X, alegando “interferências externas de atores estatais e não estatais“.

A eleições presidenciais de domingo foram uma segunda tentativa de descobrir o sucessor do cessante Ilie Bolojan. O primeiro sufrágio foi em dezembro e teve o candidato ligado à extrema-direita pró-russa, Calin Georgescu, a ganhar na primeira volta. Porém, as eleições acabaram por ser anuladas pela justiça romena, numa decisão depois confirmada pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, por alegada manipulação através do TikTok por atores externos ligados à Rússia.

Roménia. Tribunal Constitucional anula resultados das eleições presidenciais

Antes de se saberem os resultados, o candidato do partido Aliança para a União dos Romenos já tinha alegado haver “pessoas mortas nos cadernos eleitorais romenos“.

Agora, na publicação em que anuncia oficialmente o pedido ao Tribunal Constitucional, George Simion diz que pede a anulação “pelas mesmas razões que as eleições de dezembro foram anuladas”.

Roménia escolheu a União Europeia em vez de Putin e JD Vance. A reviravolta do centrista que derrotou a extrema-direita

“Desta vez está demonstrado com provas! Nem a França, nem a Moldávia, nem ninguém tem o direito de interferir nas eleições de outro Estado”, afirmou ainda, referindo-se às alegações do CEO da rede social Telegram, Pavel Durov, de que a França terá pedido para que “silenciasse vozes conservadoras”.

“Eu recusei categoricamente. O Telegram não vai restringir as liberdades dos utilizadores romenos ou bloquear os canais políticos“, acrescentou.

“Não se pode ‘defender a democracia’ destruindo a democracia. Não se pode ‘combater a interferência eleitoral’ interferindo nas eleições. Ou se tem liberdade de expressão e eleições justas, ou não se tem. E o povo romeno merece ambos“, acrescentou Durov que, citando a publicação de Simion, disse estar “pronto a testemunhar se ajudar a democracia romena”.

A Direção Geral de Segurança Externa, agência francesa responsável pela espionagem, respondeu e refutou “veementemente as alegações de que, nessas ocasiões, foram feitos pedidos de proibição de contas ligadas a qualquer processo eleitoral”.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Pote e a chamada à Seleção: «Fiquei muito contente. À minha namorada até lhe caíram umas lágrimas»

Médio mostrou a nova camisola do Sporting no ‘Futebol Total’, em declarações no ’11’

Pote é o convidado especial do programa ‘Futebol Total’ do ‘Canal 11’. O extremo do Sporting passa em revista a temporada complicada que teve em termos pessoais, com lesões, mas que culminou com a festa no Marquês de Pombal pela conquista do bicampeonato.

A nova camisola

“É bonita, voltamos à lista verde e branca, as cores do Sporting. Não tenho gostos, o meu gosto é jogar futebol. O que mais gosto – o mais importante – é estar dentro de campo.”

A chamada à Seleção para disputar a final four da Liga das Nações

“Supreendido? Acreditamos sempre que vamos ser chamados, mas sim, porque foi uma época complicada para mim. Mas sempre que tive oportunidade de trabalhar, dei o meu melhor. Quando voltei, tentei dar o meu melhor pelo Sporting. Estava a ver a convocatória num quarto de hotel com a minha mulher. Ela ficou muito entusiasmada, até lhe caíram lágrimas. Fiquei muito contente.”

A discussão sobre a sua ausência nas convocatórias de Portugal

“Passava-me ao lado, sabia que a minha oportunidade ia chegar. Tento aproveitar todos os momentos, nos treinos e jogos, mostrando que posso estar num grupo que tem os melhores do Mundo.”

As celebrações no Marquês

“Já recuperei… Também não fiquei assim tão mal”, terminou.

Relatório encomendado pelo governo alerta para “ameaça à coesão” em França devido a aumento do islamismo

Um relatório encomendado pelo Governo francês alertou para uma “ameaça à coesão nacional” com o desenvolvimento do islamismo “a partir de baixo”, de acordo com o documento que será analisado no Conselho de Defesa na quarta-feira.

“A realidade desta ameaça, mesmo que se baseie num horizonte temporal longo e não recorra a ações violentas, coloca o risco de um ataque ao tecido associativo e às instituições republicanas (…) e, mais amplamente, à coesão nacional”, indica o relatório, cujas linhas gerais foram divulgadas pelo jornal francês Le Figaro.

O relatório sobre o movimento Irmandade Muçulmana, que sucedeu à união de organizações islâmicas de França (UOIF) em 2017, vai estar no centro de uma reunião do Conselho de Defesa presidido pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, na quarta-feira.

Em França, o movimento “estabeleceu uma estrutura sólida, mas o islamismo político está a propagar-se principalmente a nível local”, sublinha o relatório, que considera que a propagação deste islamismo “a partir de baixo” constitui “uma ameaça a curto/médio prazo”.

O relatório de dois funcionários sublinha o “caráter subversivo do projeto promovido pela Irmandade Muçulmana”, que trabalha “a longo prazo para obter progressivamente alterações das regras locais ou nacionais”, nomeadamente em matéria de laicidade e de igualdade entre homens e mulheres.

Este “islamismo municipal” é suscetível de ter “efeitos crescentes no espaço público e na política local”, com “redes que trabalham para virar as comunidades para dentro, chegando a formar ecossistemas islamistas cada vez mais numerosos”, refere.

No entanto, os autores acrescentam que “nenhum documento recente demonstra o desejo dos muçulmanos em França de estabelecer um Estado islâmico em França ou de aplicar a lei [islâmica] da sharia“.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

O relatório sublinha também que a Irmandade Muçulmana, “perdendo influência” no mundo árabe-muçulmano, “concentra a ação na Europa”. É por isso que os autores apelam para “a continuação dos esforços de sensibilização já efetuados junto da Comissão Europeia”.

Para os autores, “uma ação resoluta e a longo prazo no terreno parece necessária para travar a ascensão do islamismo político”.

Consideram também que “ser essencial” acompanhar esta ação de “sensibilização da opinião pública”, que deve ser conciliada com “um discurso laico renovado” e “sinais fortes e positivos para a comunidade muçulmana”.

Entre estes sinais, mencionam “a aprendizagem do árabe” que “beneficiaria se fosse reposta” e “a posição francesa sobre o conflito israelo-palestiniano.

“Este relatório corrobora os factos reais e vai permitir-nos agir”, afirmou a porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, nos canais Europe 1 e CNews, referindo-se a “um despertar de toda a população” para o perigo.

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, denunciou este “islamismo discreto que se propaga tentando infiltrar-se em associações desportivas, culturais, sociais e outras”.

“É inaceitável, uma vez que é totalmente incompatível com os princípios da República e com os objetivos de coesão nacional”, defendeu Retailleau.

Em 11 de maio, Retailleau confirmou que o relatório seria apresentado numa “versão mais ligeira”, já que a publicação na totalidade é classificada como “confidencial para a Defesa”.

Livro de contos traduzido do canarês vence prémio Booker Internacional

O livro de contos “Heart Lamp”, da escritora indiana Banu Mushtaq, conquistou o prémio literário Booker Internacional 2025, tornando-se no primeiro livro do género a vencer o galardão, anunciou esta terça-feira a organização.

O livro é também o primeiro escrito em canarês, uma língua da Índia falada por 65 milhões de pessoas, a vencer o Booker Internacional. A tradução para o inglês foi feito por Deepa Bashthi (a primeira tradutora indiana a ganhar o Booker Internacional).

“”Heart Lamp” é algo genuinamente novo para leitores em inglês. Uma tradução radical que abana a linguagem, para criar novas texturas numa pluralidade de ingleses. Desafia e expande a nossa compreensão da tradução. Estas belas, ocupadas e esperançosas histórias emergem do canarês, misturadas com a extraordinária riqueza sociopolítica das outras línguas e dialetos. Fala das vidas das mulheres, de direitos reprodutivos, fé, casta, poder e opressão”, afirmou o presidente do júri deste ano, o também escritor Max Porter.

Citado em comunicado, Porter disse que “este foi o livro que os jurados realmente adoraram, logo a partir da primeira leitura”, ficando agora “entusiasmados por partilhar este oportuno e palpitante vencedor do Prémio Booker Internacional 2025 com leitores pelo mundo”.

O júri foi ainda composto pelo poeta Caleb Femi, pela editora Sana Goyal, pelo autor e tradutor Anton Hur, e pela cantora Beth Orton.

De acordo com a organização do Booker, “Heart Lamp” “conta a resiliência, resistência, sagacidade e irmandade das mulheres em comunidades patriarcais no sul da Índia”.

Booker Internacional revela seis finalistas que são lentes para a experiência humana

“Desde mães duras e estoicas a avós cheias de opiniões, de maridos cruéis a crianças resilientes, as personagens femininas das histórias aguentam grandes desigualdades e dificuldades, mas permanecem desafiantes”, acrescenta o texto.

“Natureza plurilinguística do sul da Índia”

Os contos incluídos no livro foram escritos por Banu Mushtaq entre 1990 e 2023, tendo sido escolhidos pela tradutora, que pretendeu “preservar a natureza plurilinguística do sul da Índia“.

Quando são utilizadas palavras em árabe ou urdu estas são deixadas no original, “reproduzindo os ritmos únicos da língua falada”.

Banu Mushtaq tem 77 anos, é advogada e uma das principais vozes dentro da literatura em canarês, tratando-se de uma ativista pelos direitos das mulheres e uma opositora do sistema de castas indiano.

Nenhuma das suas obras está publicada em português, incluindo o agora vencedor do Booker Internacional.

O prémio, que distingue anualmente um livro de ficção traduzido para o inglês e prevê a atribuição de um valor monetário de 50 mil libras (distribuído por autor e tradutor), foi anunciado numa cerimónia esta terça-feira à noite, em Londres.

Cerca de 300 garimpeiros ilegais apanhados em mina moçambicanas vandalizam lojas

Cerca de 300 garimpeiros artesanais apanhados em atividades ilegais numa mina em Mogovolas, província de Nampula, norte de Moçambique, retaliaram com a vandalização de mais de uma dezena de lojas, com quatro detenções, confirmou fonte oficial nesta terça-feira.

“Estamos a falar de cerca de 300 garimpeiros que acabaram por vandalizar uma mina na zona de Marraka. Os proprietários, de nacionalidade estrangeira, pediram reforço policial, para retirar aqueles garimpeiros ilegais”, descreveu à Lusa o administrador de Mogovolas, Emanuel Impissa.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Chamada ao local, em Naholoco, no posto administrativo de Luluti, elementos da Polícia da República de Moçambique realizaram quatro detenções, enquanto os restantes membros do grupo avançaram para o saque de espaços comerciais na zona da mina de extração de turmalinas (pedras preciosas), dos mesmos proprietários, “em jeito de retaliação”, partindo depois em “debandada”, acrescentou o administrador.

“Por enquanto temos registadas 12 lojas de agentes económicos [vandalizadas], três viaturas que também foram vandalizadas”, apontou ainda Emanuel Impissa.

De acordo com o administrador do distrito de Mogovolas, a prioridade das autoridades passa por recuperar os bens saqueados, numa altura que vários estrangeiros acabaram por sair da área da mina, fechando os seus negócios.

“As pessoas que tinham tudo ao seu redor vão passar a ter de ir noutros cantos para adquirir produtos de primeira necessidade. É algo repudiável, repugnável”, conclui Impissa, apelando à pacificação na localidade.

ONU alerta para aumento da criminalidade nos mares

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou esta terça-feira para os riscos de segurança marítima global, lembrando que os oceanos enfrentam “ameaças tradicionais”, mas também “perigos emergentes” de criminalidade.

Perante o Conselho de Segurança da ONU e durante um debate sob a presidência da Grécia, Guterres denunciou que os oceanos do mundo enfrentam “pressões sem precedentes”, com o aumento significativo de crimes, incluindo pirataria, terrorismo, tráfico de drogas, armas e pessoas, além de ciberataques.

“As rotas marítimas do mundo e as pessoas que dependem delas estão a pedir socorro”, disse o responsável, citando dados apresentados pela Organização Marítima Internacional (OMI), a mostrar que os incidentes de pirataria e assaltos à mão armada aumentaram 47,5% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024.

Guterres sublinhou que o terrorismo nos mares representa uma ameaça significativa à segurança internacional, ao comércio global e à estabilidade económica, reconhecendo que este problema se tem vindo a agravar.

A situação é particularmente crítica na Ásia, onde os crimes marítimos quase duplicaram, com destaque para o estreito de Malaca e para as águas internacionais na região de Singapura.

O mar Vermelho e o golfo de Áden também permanecem como focos de instabilidade, com os ataques do movimento rebelde Houthis a embarcações comerciais que interrompem cadeias logísticas e intensificam as tensões na região.

Guterres avisou ainda sobre a multiplicação de redes criminosas transnacionais, com o golfo da Guiné como exemplo de um cenário complexo, onde se combinam pirataria, sequestros, roubo de petróleo, pesca ilegal e tráfico de armas e de seres humanos.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

De acordo com a ONU, a heroína do Afeganistão chega à África Oriental pelo oceano Índico; a cocaína atravessa o Atlântico rumo à África Ocidental e aos portos europeus; e, mais recentemente, até os portos globais estão sob ameaça de ataques cibernéticos.

Perante este cenário, Guterres apresentou três prioridades para uma resposta da comunidade internacional: o respeito pelo direito internacional, especialmente pela Carta das Nações Unidas e pela Convenção sobre o Direito do Mar, a criação de oportunidades sustentáveis para populações costeiras vulneráveis, como forma de dissuadir o aliciamento pelo crime organizado, o reforço das parcerias entre todos os atores do setor marítimo, de governos a companhias de navegação, passando por organizações regionais, seguradoras e pescadores.

População de Gaza foge para o porto porque já “não há outro lugar”

Acompanhe o nosso liveblog sobre o conflito israelo-palestiniano

O porto de Gaza foi transformado num acampamento improvisado e lotado, onde milhares de habitantes procuram desesperadamente um lugar para sobreviver aos ataques do Exército israelita.

Entre eles está Masoud Ibrahim Harb Warshega, que fugiu de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, com os filhos. “Mudámo-nos ontem [segunda-feira] por causa dos bombardeamentos e dos projéteis”, disse à agência espanhola EFE junto de uma tenda.

O homem mostra os sulcos nas palmas das mãos, ferimentos que sofreu ao resgatar os filhos. “Hoje voltei para casa só para recuperar o pouco que sobrou”, descreveu. Ele não tem para onde ir. Como diz, em Gaza já “não há outro lugar”.

“Do porto dizem-nos para ir para o sul. Amanhã voltarão a dizer-nos. Sul, sul… mas para onde vamos?”, questionou Muhammad al-Attar, pai de quatro filhos, também deslocado de Beit Lahia.

Depois fez um apelo: “Estamos a implorar. Israel, vocês têm um problema com o [grupo islamita] Hamas, não connosco. Qual é a nossa culpa? E dos nossos filhos? Todos os dias nos dão uma nova ordem. Não nos deixam viver”.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

A sensação de insegurança é constante. “Disseram-nos que esta era uma área segura, mas não é”, disse à EFE Majed Mohammed Sukkar, que já teve de se mudar 15 vezes, perdendo todos os pertences e poupanças pelo caminho. “Aqui também não há segurança. Podem atacar-nos a qualquer momento. Não há lugar seguro na Palestina“.

Colchões, sacos de lixo cheios de pertences, frascos e garrafas de água vazios, carrinhos de bebé e botijas de gás acumulam-se ao longo da costa. Tendas feitas de lonas, plástico e lençóis são montadas na areia.

De acordo com Abu Wael Abu Al-Kas, um homem de 80 anos do bairro de Shuja’iyya, na Cidade de Gaza, estão pelo menos mais 800 famílias no porto.

“O porto está cheio. Há mais de 1,5 milhões de pessoas aqui. Israel está a avançar de todas as frentes: Al-Tuwam, do sul, do norte. Estão a empurrar-nos, a encurralar-nos”, contou o idoso à EFE.

A ONU anunciou nesta terça-feira ter recebido autorização das autoridades israelitas para permitir a entrada até 100 camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, depois de ter divulgado apenas nove no dia anterior, após um bloqueio de 11 semanas.

No entanto, os interlocutores da EFE no porto estão de acordo: estes camiões, que muitos nunca viram, não chegam para nada.

“Há exatamente 20 dias que só comemos arroz e lentilhas. É tudo o que tenho. O rapazinho acorda-me de manhã e diz: ‘Pai, quero pão’.” Onde lhe compro pão? Onde? Não há nenhum!”, exclamou al-Attar.

“Cada pessoa precisaria de um camião inteiro para sobreviver”, disse Masoud, enquanto Abu Wael acrescentou: “Estes não chegam nem para uma rua em Shuja’iyya. Para uma só rua, precisamos de cinquenta camiões. Não há comida. Não há água. Nem sequer dá para lavar a roupa”.

Majed afirmou que “a cidade precisa de 500 a mil camiões por dia para cobrir o mínimo”, lamentando a pequena ajuda para as necessidades.

“Esta não é apenas a pior deslocação que já vivemos… é o pior da história da humanidade”, considerou.

Cerca de 14 mil bebés poderão morrer na Faixa de Gaza nas próximas 48 horas se os mantimentos não chegarem imediatamente ao enclave palestiniano, alertou o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, nesta segunda-feira.

Magnus Carlsen empata “contra o Mundo” em jogo de xadrez online

O empate foi o desfecho final do jogo online entre o Grande Mestre de xadrez norueguês Magnus Carlsen e 143.000 pessoas, promovido pelo site chess.com e concluído nesta terça-feira.

O invulgar duelo, chamado de “Carlsen contra o Mundo”, começou em 04 de abril, com a resposta aos lances do norueguês, que foi campeão do mundo entre 2013 e 2023, a ser feita a partir do voto de todos os xadrezistas amadores que integraram o extenso grupo.

Carlsen tinha 24 horas para mover uma peça, com o mesmo tempo a ser dado depois ao “Mundo”.

“Pouco depois da abertura, tive a sensação de estar um pouco melhor, mas, honestamente, depois não me deram a mínima hipótese“, reconheceu, em mensagem vídeo, o jogador que possui a pontuação ELO mais elevada na classificação mundial.

O norueguês, de 34 anos, acrescenta que “definitivamente, o ‘Mundo’ jogou xadrez de uma forma muito sólida, desde o início”.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Grande mestre aos 13 anos, Carlsen lidera a classificação mundial da modalidade e ganhou cinco campeonatos do mundo. Alcançou a classificação mais alta de sempre no xadrez, ELO de 2.882, em 2014.

Este é o terceiro jogo online “contra o Mundo” depois do russo Garry Kasparov, em 1999, contra 50.000 pessoas, e do indiano Viswanathan Anand no ano passado, contra 70.000. Ao contrário de Carlsen, ambos conseguiram a vitória.

EUA pediram a vários países que recebam refugiados de Gaza

Acompanhe nosso liveblog sobre o conflito israelo-palestiniano

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou nesta terça-feira que os Estados Unidos pediram a vários países que aceitem a reinstalação “voluntária” de palestinianos em fuga da ofensiva israelita em Gaza.

Em resposta a uma pergunta durante uma audição perante a Comissão dos Negócios Estrangeiros do Senado, Rubio rejeitou estarem em curso “expulsões” de palestinianos, mas sim abandonos “voluntários” do enclave atacado por Israel desde 2023 em resposta a uma incursão do Hamas em território israelita.

“O que discutimos com alguns países é que, se alguém se voluntariar para ir para outro lugar por algum tempo, porque está doente, porque os seus filhos precisam de ir à escola, ou o que quer que seja, existem países na região que estão dispostos a acolhê-los por algum tempo?”, acrescentou. “Trata-se de decisões pessoais e voluntárias”.

Rubio não especificou que países foram contactados, mas negou que a Líbia fosse um deles.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu em várias ocasiões a deslocação dos dois milhões de habitantes de Gaza antes da reconstrução do enclave.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

A NBC News, citando fontes não identificadas, informou recentemente que a administração Trump estava a trabalhar num plano para deslocar permanentemente até um milhão de palestinianos da Faixa de Gaza para a Líbia.

Perante a afirmação de Rubio sobre abandonos voluntários de Gaza, o senador democrata Jeff Merkley questionou: “Se não há água potável, nem comida, e os bombardeamentos estão a toda a volta, será que isso é realmente uma decisão voluntária?

Israel voltou a avisar a população de Gaza – quase totalmente deslocada desde o início da guerra na sequência do ataque do Hamas a Israel em 07 de outubro de 2023 – contra uma nova ofensiva, que surge após um bloqueio que dura há mais de dois meses.

No Senado, Rubio disse também nesta terça-feira estar satisfeito por ver a ajuda humanitária a chegar finalmente a Gaza, após dois meses de bloqueio, com Israel a permitir nos últimos dias a entrada de alguns camiões.

Em resposta a um senador democrata que considerou que a ajuda inicial de 100 camiões não era suficiente, tendo em conta o risco de fome, Rubio afirmou: “Compreendo o seu ponto de vista de que as quantidades não são suficientes, mas estamos satisfeitos por ver que a decisão foi tomada”.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, e os primeiros-ministros britânico, Keir Starmer, e canadiano, Mark Carney, declararam na segunda-feira “oposição firme à expansão das operações militares israelitas em Gaza”, considerando que o “nível de sofrimento humano” no enclave palestiniano “é intolerável”.

“Se Israel não terminar a nova ofensiva militar e levantar as restrições à ajuda humanitária, tomaremos novas medidas concretas em resposta”, alertaram numa declaração conjunta, sem detalhar.

Em reação, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou que a condenação da ofensiva militar do país na Faixa de Gaza pelos líderes de Reino Unido, Canadá e França equivale a oferecer ao Hamas uma “enorme recompensa”.

Ao apelarem a Israel para que termine uma guerra defensiva pela nossa sobrevivência antes que sejam destruídos os terroristas do Hamas na nossa fronteira, e ao exigirem um Estado palestiniano, os líderes de Londres, Otava e Paris estão a oferecer uma enorme recompensa pelo ataque genocida a Israel em 07 de outubro, enquanto encorajam novas atrocidades deste tipo”, afirmou Netanyahu em comunicado, referindo-se ao ataque das milícias palestinianas em 2023.

Já nesta terça-feira, a União Europeia anunciou que vai rever o acordo de associação com Israel, por bloquear há mais de dois meses a entrada de comida e ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

“No final de uma reunião dos chefes da diplomacia dos 27, em Bruxelas, a alta-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, considerou que é o momento de “avançar para esse exercício”, depois de os Países Baixos terem apresentado uma proposta nesse sentido na reunião.

O conflito foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

1 7 8 9 10 11 653