Henrique Rocha conquista primeira vitória em Roland Garros nas qualificações

Tenista português bateu o francês Robin Bertrand

O tenista português Henrique Rocha conquistou esta 3.ª feira a primeira vitória em Roland Garros, segundo torneio do Grand Slam da temporada, ao derrotar na primeira ronda da fase de qualificação o francês Robin Bertrand.

Depois da estreia há um ano, com um desaire na abertura do qualifying, o jovem portuense de 21 anos, que ocupa o 201.º lugar no ranking ATP, eliminou o jogador da casa (294.º ATP) ao cabo de uma hora e 55 minutos, com os parciais de 7-6 (7-5) e 6-2.

Henrique Rocha, a recuperar de uma fase menos positiva, com apenas dois triunfos nos últimos 10 encontros, entrou mal no major parisiense e chegou a estar em desvantagem no primeiro set (1-3), mas conseguiu recuperar e, apesar de ter desperdiçado dois set points, levou a melhor no tie-break. Duas quebras de serviço no sexto e oitavo jogo da segunda partida foram suficientes para sentenciar a vitória do português.

O próximo adversário do tenista do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, na segunda ronda da fase de qualificação, será o chileno Tomas Barrios Vera (110.º ATP), que se impôs ao também francês Luka Pavlovic, pelos parciais de 6-4 e 6-3.

Por Lusa

Falhas na fiscalização permitiram traficar canábis medicinal para mercados ilícitos

O grupo visado pela Polícia Judiciária (PJ) numa operação contra o tráfico usou “as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportações de canábis medicinal em Portugal” para traficar toneladas de droga, indicou a força policial.

“A organização criminosa em causa, conhecendo as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportações de canábis medicinal em Portugal, adquiria empresas farmacêuticas, depois criava sociedades comerciais licenciadas para o comércio por grosso, importação e exportação de canábis medicinal, acabando, na realidade, por enviar vários milhares de quilos de canábis para mercados ilícitos utilizando documentação e certificados falsos”, refere, em comunicado, a PJ.

A droga ter-se-á destinado aos mercados europeu e africano e a atividade duraria há alguns meses.

Na operação desta terça-feira, foram detidos “vários suspeitos” de pertencer ao grupo criminoso e cumpridos “64 mandados de busca e apreensão de norte a sul do país” e na Madeira. “Foram, igualmente, cumpridos mais seis mandados de busca em Espanha, um na Bulgária e outro em Chipre”, informa a PJ.

A investigação começou no início de 2022, no âmbito da cooperação com as autoridades espanholas, e tinha, numa primeira fase, culminado na apreensão de “um total de cerca de 1.200 quilos de anfetaminas (3-CMC e 3-MMC)”.

O inquérito é titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, tendo participado na operação “Erva Daninha” cerca de 300 inspetores, 48 peritos e 24 seguranças da PJ, seis magistrados do Ministério Público e três juízes. As investigações prosseguem.

Porto reforça bicicletas e diminui trotinetes na cidade

A cidade do Porto vai reforçar o contingente de bicicletas atribuídas nas licenças aos operadores privados de mobilidade suave, diminuindo as trotinetes, disse esta terça-feira o vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, em reunião de câmara.

“Estas duas hastas que agora se vão realizar preveem um número máximo de veículos de 900, mas 40% – e isto é uma alteração de paradigma – no mínimo, terão de ser bicicletas elétricas de partilha, o que, em certo sentido, vai reduzir o contingente de trotinetes e aumentar as bicicletas”, disse Pedro Baganha.

O vereador com os pelouros do Urbanismo e Espaço Público e Habitação respondia a uma proposta de recomendação da CDU para uma “melhor utilização e maior fiscalização do uso de trotinetes no Porto”.

“Estamos a lançar uma hasta pública para escolhermos dois novos operadores, mas não se tratam de novos veículos, trata-se da substituição de contratos que entretanto chegam ao seu final durante o mês de maio”, explicou o vereador.

Em causa está a licitação, na sexta-feira, de duas licenças para operadores de mobilidade suave, num número de 700 veículos, com possibilidade de ampliação até 900.

A vereadora da CDU Joana Rodrigues alertou que “tem havido mais acidentes, um maior descuido de abandono de trotinetes”, referindo que, “da parte dos operadores, deve haver um maior cuidado em cumprir as regras que existem”.

A proposta pedia ainda a adoção de campanhas de sensibilização e apelo ao civismo, levantamento real do número de trotinetes que existem na cidade e reavaliar o ajustamento desse número, e reforço da fiscalização.

A recomendação acabou por ser rejeitada, tendo Pedro Baganha considerado que as medidas propostas pela vereadora Joana Rodrigues já estão a ser acauteladas pelo município.

Porém, a CDU alertou que o Porto foi a cidade com mais acidentes com trotinetes no biénio 2023/2024 (70, face a 47 em Lisboa, 19 em Setúbal e 15 em Faro), o vereador do BE Sérgio Aires referiu que a recolha de veículos em situação irregular continua a não acontecer, e a vereadora do PSD Mariana Ferreira Macedo manifestou preocupação com acidentes com pessoas cegas.

Já a vereadora Catarina Araújo referiu que há contraordenações em curso por estacionamento de trotinetes em cima do passeio.

Arguidos do BES/GES em silêncio no início do julgamento sobre corrupção no Brasil

O julgamento do processo do Universo Espírito Santo relacionado com a alegada corrupção de ex-responsáveis do Banco do Brasil arrancou esta terça-feira, em Lisboa, com os quatro arguidos presentes a optarem por se remeter ao silêncio.

O processo conta com oito arguidos, entre os quais o ex-banqueiro Ricardo Salgado, de 80 anos e dispensado pelo tribunal de comparecer no julgamento por sofrer de doença de Alzheimer.

Nas exposições introdutórias, o advogado do antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) lamentou que a defesa esteja “amarrada pela ausência […] cognitiva” do seu cliente e criticou a sobreposição de datas do julgamento que começou esta terça-feira com as do chamado caso Banco Espírito Santo Angola (BESA), ambos a decorrer no Tribunal Central Criminal de Lisboa.

“Esta defesa está a combater uma Justiça de arrastão, que, como aqui vemos, retira o direito do arguido, querendo, estar presente, ao mesmo tempo que desvaloriza a doença que o impede de estar presente”, considerou Francisco Proença de Carvalho.

Antes, a presidente do coletivo de juízes recordara que os advogados podem ser substituídos nas sessões por outros que escolham, através da figura do substabelecimento. O Ministério Público e as defesas dos restantes arguidos prescindiram de fazer exposições introdutórias.

Na primeira sessão do julgamento, estiveram presentes os arguidos João Alexandre Silva, ex-diretor do BES Madeira e atualmente consultor no Dubai; Humberto Coelho, ex-funcionário de uma filial do Grupo Espírito Santo (GES) no Dubai; e Miguel Freitas e Sofia Freitas, advogados.

Os restantes arguidos são a sociedade de advogados destes últimos, Ricardo Salgado e os antigos funcionários do BES/GES Paulo Nacif Jorge e Paulo Murta. Em causa estão crimes de corrupção com prejuízo do comércio internacional e branqueamento de capitais, entre outros.

A acusação do Ministério Público data de dezembro de 2021 e a decisão instrutória do Tribunal Central de Instrução Criminal, que confirmou a ida a julgamento dos arguidos, de julho de 2024.

Segundo uma nota de agosto de 2024 do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, os atos sob suspeita, praticados entre 2011 e 2014, estão relacionados com financiamentos através de linhas de crédito no Mercado Monetário Interbancário e no contexto de crédito documentário (cartas de crédito).

Embora não tenham sido acusados, no caso estão ainda envolvidos um antigo vice-presidente do Banco do Brasil e fornecedores da petrolífera venezuelana PDVSA. Os arguidos terão obtido vantagens de cerca de 12 milhões de euros.

O julgamento prossegue a 7 de julho, com a audição de testemunhas.

Jurásek de regresso ao Benfica

Lateral esquerdo internacional checo esteve cedido por empréstimo ao Hoffenheim

O Hoffenheim, clube da primeira divisão da Alemanha, anunciou esta terça-feira que não irá exercer a claúsula de opção de compra que tinha sido estipulada entre os dois clubes por Jurásek, valor esse estava nos 11 milhões de euros. Desta forma, o checo irá regressar ao clube encarnado. 

David Jurásek chegou ao clube da Luz na época 2022/2023 proveniente do Slavia Praga a troco de 14 milhões de euros, realizando apenas 12 partidas no Benfica antes de ser emprestado ao clube alemão e não entrar nas contas do na altura treinador dos encarnados, Roger Schmidt.

O defesa esquerdo, de 24 anos, volta à Luz depois de ter participado em 34 partidas na formação germânica.

Caixa de cereja do Fundão com 33 frutos leiloada por 610 euros

As primeiras cerejas do Fundão, numa caixa com 33 frutos, foram leiloadas esta terça-feira por 610 euros, na iniciativa que marcou o início da campanha deste ano, duas semanas atrasada devido às condições meteorológicas.

O leilão foi feito na Praça do Município e a receita reverteu para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Durante a apresentação da Campanha da Cereja do Fundão, o presidente do município, Paulo Fernandes, adiantou que uma das novidades é a cor cereja do Fundão, que vai agora ser registada e a que se chegou a partir da análise de mil cerejas.

“Notoriedade, nós já temos muita. Nós queremos é desenvolver outras formas de criar valor a partir deste ecossistema à volta da Cereja do Fundão”, salientou Paulo Fernandes. Segundo o presidente da Câmara do Fundão, no distrito de Castelo Branco, a cor Cereja do Fundão pode ser utilizada nas mais diversas áreas, da moda à cosmética, da decoração a outras aplicações criativas.

O autarca realçou que se pretende que “qualquer pessoa que a utilize saiba que está, na prática, a fazer um tributo à cereja do Fundão”.

“Hoje, a cereja é muita coisa. Da cereja aproveitamos tudo”

O lançamento de uma linha de produtos da Vista Alegre associada à cereja do Fundão, com design de João Vaz de Carvalho, é outra das novidades, dando seguimento às “parcerias com marcas de prestígio”.

“A ideia não é sermos só um território, mas a casa da cereja, uma marca identitária”, sustentou.

Paulo Fernandes anunciou que em junho abre a primeira fase do espaço Ciência Viva, na Quinta da Cereja e das Ideias, em Alcongosta, a aldeia com maior produção do fruto e onde de 06 a 08 de junho se realiza a Festa da Cereja do Fundão.

“Vai ser mais uma valência, que vai ficar em permanência, daquilo que são os espaços, neste caso mais ligados à experimentação, mas também ligados à pedagogia e à ciência para os mais jovens”, frisou Paulo Fernandes, sobre a Quinta da Cereja e das Ideias, espaço no qual é possível apadrinhar árvores.

Na plataforma digital de venda de produtos do Fundão é possível encomendar o fruto, tal como outros artigos que lhe estão associados, como chás de cereja, cerveja de cereja, compotas, licores, kombucha, pastéis, gelados, chocolates, gin, mel e outras formas em que a cereja se pode desdobrar. “Hoje, a cereja é muita coisa. Da cereja aproveitamos tudo”, enfatizou.

Nos hipermercados vão estar à venda embalagens “grab and go”, com pequenas quantidades, prontas a consumir, no Castelo de São Jorge vai estar um dos Quiosques da Cereja, em Cascais realiza-se a Semana da Cereja do Fundão e de 01 a 30 de junho decorre nos restaurantes, pastelarias e bares do concelho o festival gastronómico “Sabores da Cereja”. Paulo Fernandes sublinhou que o município quer, através do conjunto de iniciativas, “aumentar a perceção de valor” da cereja, para que os consumidores estejam dispostos a pagar um preço mais justo aos produtores.

“Temos também experiências mais espirituais e holísticas dentro dos próprios pomares”, reforçou o presidente, referindo-se ao SPA no cerejal, às caminhadas meditativas no pomar, à possibilidade de apanhar cereja de forma tradicional, aos passeios turísticos em tuk tuk, em comboio, junto aos cerejais, ou às cestas de piquenique disponibilizadas para quem queira fazer uma refeição à sombra da árvore.

A experiência “escape room” no pomar é outra das ofertas, tal como o Trail da Cereja, marcado para 08 de junho. “Estamos sempre a tentar criar caminho para o nosso “cluster” associado à cereja”, referiu.

Segundo o autarca, no concelho, na área da Indicação Geográfica Protegida da Cereja do Fundão, há cerca de dois mil hectares de cerejal.

Histórico: há novo acordo sobre próximas pandemias (OMS)

Adotado dotou hoje o acordo internacional sobre prevenção e controlo de pandemias. Negociações duraram três anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) adotou hoje o acordo internacional sobre prevenção e controlo de pandemias, após mais de três anos de negociações. “A assembleia está pronta para adotar esta resolução? Não vejo objeções. A resolução foi adotada”, disse o presidente da Assembleia Mundial da Saúde e ministro da Saúde das Filipinas, Ted Herbosa, numa declaração seguida de aplausos. O texto, que tinha sido finalizado em 16 de abril por consenso, estabelece uma coordenação global mais precoce e eficaz para prevenir, detetar e

Ministério Público pediu informações adicionais a Montenegro sobre Spinumviva

O Ministério Público (MP) pediu informações adicionais a Luís Montenegro, no âmbito da averiguação preventiva relacionada com a empresa Spinumviva, e aguarda ainda o envio desses documentos, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta terça-feira.

Em resposta escrita enviada à Lusa, a PGR esclareceu que “foram solicitados elementos adicionais” em relação às duas averiguações preventivas em curso – uma relacionada com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a empresa Spinumviva, e outra relacionada com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e a aquisição de um imóvel em Lisboa.

“As averiguações preventivas encontram-se em curso, aguardando o Ministério Público resposta a essas solicitações”, acrescentou a PGR. As duas averiguações preventivas estão a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Esta segunda-feira, o procurador-geral da República falou à Lusa sobre a averiguação preventiva a Pedro Nuno Santos, não tendo dado detalhes sobre a averiguação preventiva que envolve Luís Montenegro, que foi anunciada no início de março deste ano.

Nessa altura, Amadeu Guerra explicou que foram recebidas três queixas relacionadas com a empresa da família do primeiro-ministro e que o objetivo da averiguação preventiva será avaliar se existem elementos para avançar com a abertura de um inquérito e que terá como base informações obtidas em fontes abertas e em documentos solicitados aos envolvidos.

O caso relacionado com a Spinumviva levou o Governo a apresentar uma moção de confiança, que foi chumbada na Assembleia da República, e provocou eleições antecipadas que aconteceram este domingo.

Em relação ao secretário-geral do Partido Socialista, cuja averiguação preventiva foi aberta há mais de um mês, o procurador-geral da República adiantou ainda esta segunda-feira que a questão será “analisada mais uma vez para a semana, eventualmente ainda esta semana”.

Ministério Público pediu informações adicionais a Montenegro (sobre Spinumviva) e a Pedro Nuno Santos sobre compra de casa

O Ministério Público (MP) pediu informações adicionais a Luís Montenegro, no âmbito da averiguação preventiva relacionada com a empresa Spinumviva, e aguarda ainda o envio desses documentos, informou esta terça-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR), esclarecendo que também foram pedidos mais informações a Pedro Nuno Santos sobre a compra da sua casa.

Em resposta escrita enviada esta terça-feira à Lusa, a PGR esclareceu que “foram solicitados elementos adicionais” em relação às duas averiguações preventivas em curso — uma relacionada com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a empresa Spinumviva, e outra relacionada com o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e a aquisição de um imóvel em Lisboa.

“As averiguações preventivas encontram-se em curso, aguardando o Ministério Público resposta a essas solicitações”, acrescentou a PGR. As duas averiguações preventivas estão a cargo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).

Esta segunda-feira, o procurador-geral da República falou à Lusa sobre a averiguação preventiva a Pedro Nuno Santos, não tendo dado detalhes sobre a averiguação preventiva que envolve Luís Montenegro, que foi anunciada no início de março deste ano.

Nessa altura, Amadeu Guerra explicou que foram recebidas três queixas relacionadas com a empresa da família do primeiro-ministro e que o objetivo da averiguação preventiva será avaliar se existem elementos para avançar com a abertura de um inquérito e que terá como base informações obtidas em fontes abertas e em documentos solicitados aos envolvidos.

O caso relacionado com a Spinumviva levou o Governo a apresentar uma moção de confiança, que foi chumbada na Assembleia da República, e provocou eleições antecipadas que aconteceram este domingo.

Em relação ao secretário-geral do Partido Socialista, cuja averiguação preventiva foi aberta há mais de um mês, o procurador-geral da República adiantou ainda esta segunda-feira que a questão será “analisada mais uma vez para a semana, eventualmente ainda esta semana”.

Grandes projetos de hidrogénio com parque solar em Sines implicam abate de quase 13.500 árvores, incluindo mil sobreiros

A expansão da área industrial de Sines para a instalação de quatro grandes projetos industriais previstos para a região vai implicar a desflorestação de uma área total de 74,8 hectares. A informação consta do resumo técnico do projeto de desflorestação colocado em consulta pública pela Aicep Global Parques, a empresa pública proprietária dos terrenos.

Esta área está dividida em quatro lotes que serão ocupados por dois projetos do consórcio Madoqua, um de hidrogénio e outro de amónia, pela fábrica de baterias da Calb e pelo parque de painéis solares associado à reconfiguração industrial Repsol Polímeros. São todos investimentos internacionais ligados à transição energética e classificados como PIN (potencial interesse nacional) e representam investimentos totais de mais de 4.000 milhões de euros (Calb — 2.000 milhões, Madoqua — 1.000 e 500 milhões de euros e Repsol — 670 milhões de euros).

Mapa com a localização prevista para grandes projetos industriais em Sines

O estudo de impacte ambiental que entrou agora em consulta pública analisa apenas os impactos de um destes lotes, o 1A3.4, que será ocupado pela instalação dos painéis fotovoltaicos que irão abastecer o complexo industrial da Repsol. Mas a área abrangida de 30,27 hectares permitirá também “a criação de acessos a importantes projetos de interesse nacional (PIN) como é o caso da Madoqua NH3 que produzirá amónia verde à escala industrial, a partir de hidrogénio verde, o MDQP2X para a produção de hidrogénio verde e a Calb — Indústria de Produção de Baterias de Lítio”.

Os projetos industriais da chinesa Calb e da Repsol Polímeros já obtiveram o estudo de impacto ambiental favorável, mas no caso da reconfiguração industrial da empresa química espanhola, designado de projeto Alba, faltava o parque solar com potência de 6,5 megawatts (MW) para alimentar a unidade de produção de hidrogénio por eletrólise.

Na área a desflorestar foram identificadas 12.415 árvores a abater, sobretudo pinheiros, para além de 1.034 sobreiros, o que perfaz 13.449. No entanto, o resumo técnico do estudo de impacte ambiental admite que o projeto envolverá globalmente o abate de um total de 2.475 sobreiros, dos quais apenas 10% são adultos e a maioria são jovens. O sobreiro é uma espécie protegida e o seu abate obriga a medidas de compensação, estando prevista a plantação de 11 hectares de exemplares numa área próxima.

O universo de árvores a abater é dominado pelo pinheiro bravo, com mais de nove mil exemplares (a maioria dos quais adultos). Serão afetados também mais de mil exemplares de pinheiro manso e cerca de dois mil eucaliptos.

A intervenção de desmatação será desenvolvida “de forma faseada em função das necessidades para implementação de novas instalações industriais e/ou logísticas”.

Esta avaliação ambiental foca-se num dos quatro lotes, uma vez que a desflorestação das áreas a ocupar por outras unidades industriais já foi alvo de um estudo específico já aprovado — no caso da Calb — e será alvo de outro a apresentar pela Madoqua para os seus projetos industriais. O terreno localiza-se entre as instalações da Repsol Polímeros e envolve também uma nova rotunda de acesso a áreas ocupadas por outros projetos.

De acordo com o documento apresentado pela Aicep Global Parques, a “área a desflorestar corresponde a solo destinado à instalação de estabelecimentos industriais, que ao longo de décadas tem estado desocupado pela ausência de investimentos, e que atualmente apresenta um coberto vegetal diverso composto maioritariamente por pinheiros mansos e bravos, eucaliptos e sobreiros”.

O estudo considera que os principais impactes negativos apresentam uma “significância reduzida” com exceção do indicador flora e vegetação por afetar espécies com estatuto de proteção. E destaca que a paisagem na zona já é “fortemente marcada pela presença de várias infraestruturas industriais e portuárias”.

E argumenta que a não concretização da desflorestação deste lote “gera impactos negativos importantes nas atividades económicas e na estratégia nacional e europeia para alcançar as metas em termos de descarbonização da economia, da transformação do sistema energético da Europa e combater as alterações climáticas pois, na sua sua ausência, não será possível a implementação de painéis fotovoltaicos que se integram estas políticas e que trarão um contributo importante para a descarbonização”.

Super-reforço da rede elétrica aprovado para Sines pode ter custos para os consumidores se projetos industriais não avançarem

Para além dos impactos ambientais locais, o desenvolvimento destes grandes projetos para a região de Sines está também a obrigar a reconfigurar e reforçar a capacidades nacionais de fornecimento de eletricidade e de água àquela região do país.

Grandes projetos vão triplicar procura de água em Sines e fontes atuais não chegam. Quais as soluções?

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