Pedro Amaral é o novo director artístico do Teatro Nacional de São Carlos

O maestro e compositor Pedro Amaral foi a escolha unânime do júri para a direcção artística do Teatro Nacional de São Carlos. Será o antigo director artístico e maestro titular da Orquestra Metropolitana de Lisboa a suceder ao neerlandês Ivan van Kalmthout, que cessou funções em Julho de 2024, um ano depois de ter sido assumido o cargo. Pedro Amaral foi seleccionado entre as 21 candidaturas recebidas pelo júri do concurso internacional. Tem mandato para o quadriénio 2025-2028 e inicia funções a 1 de Setembro de 2025.

Composto por Conceição Amaral (presidente do júri), Rui Morais, Jorge Vaz de Carvalho, Isamay Benavente e Paolo Pinamonti, o júri escolheu por unanimidade o maestro e compositor nascido em Lisboa, em 1972. No texto em que foi anunciada a sua nomeação, é destacado um “profundo sentido de missão” e a clareza e coerência da proposta programática” da candidatura de Pedro Amaral, bem como a solidez da sua formação musical e a relevante experiência artística.

Segundo informa o júri, Pedro Amaral pretende, na sua direcção, focar-se na criação artística, no repertório, no património musical português, no desenvolvimento do talento e na criação portuguesa, com uma atenção especial e rigorosa na itinerância, na diversidade dos públicos e na construção de redes e colaborações internacionais.

ONU receia morte de 14 mil bebés em Gaza nas próximas 48 horas

Catorze mil bebés podem morrer nas próximas 48 horas em Gaza devido ao atraso na chegada de ajuda humanitária, alertou hoje o líder do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Tom Fletcher.

O número decorre, segundo disse o responsável da ONU em declarações à Rádio 4 da BBC, de uma avaliação feita pelas equipas do OCHA no terreno.

“Temos equipas fortes no terreno. Claro que muitos dos elementos dessas equipas foram mortos, mas ainda temos muitas pessoas no terreno. Estão em centros médicos, em escolas… a avaliar as necessidades”, adiantou.

“Quero salvar o maior numero possível destes 14 mil bebés nas próximas 48 horas”, acrescentou.

Referindo que a quantidade de ajuda que Israel está a permitir entrar em Gaza “é lamentável”, Tom Fletcher reiterou que a autorização de entrada de nove camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, após 11 semanas de bloqueio, é “uma gota de água no oceano”.

Segundo sublinhou, até agora, apenas cinco camiões de ajuda humanitária tiveram acesso ao enclave palestiniano, o que “é uma ajuda totalmente inadequada” para as necessidades da população.

Embora nenhuma ajuda humanitária tenha entrado no território palestiniano desde 02 de março, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou no domingo que ia autorizar a entrada de uma “quantidade básica de alimentos destinados à população, a fim de evitar o desenvolvimento da fome na Faixa de Gaza”.

As autoridades israelitas já tinham anunciado que tinham deixado passar camiões com alimentos para bebés, sem especificar quantos, mas, de acordo com Fletcher, essa ajuda está tecnicamente em Gaza, mas não chegou aos civis, já que se mantém “do outro lado da fronteira”.

“A quantidade limitada [de alimentos] agora autorizada a entrar em Gaza não substitui, evidentemente, o acesso sem entraves aos civis necessitados”, insistiu Tom Fletcher, lembrando que as Nações Unidas têm um plano para fornecer ajuda em grande escala no território palestiniano.

Na semana passada, a ONU explicou que tinha camiões carregados com 171.000 toneladas de alimentos à espera de serem autorizados a entrar.

Durante o cessar-fogo de 42 dias entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, no início do ano, 4.000 camiões de ajuda entraram no território todas as semanas, segundo a ONU.

Fletcher apelou ainda a Israel para que abra “pelo menos dois pontos de passagem para Gaza”, para que “simplifique e acelere os procedimentos e levante todas as quotas”, a fim de satisfazer todas as necessidades em termos de “alimentos, água, higiene, abrigo, saúde ou combustível”.

Tom Fletcher adiantou esperar que Israel deixe entrar hoje 100 camiões em Gaza.

“Será difícil”, admitiu, garantindo que, se houver permissão, esses camiões, serão carregados com comida para bebés.

A abertura agora dada pelo Governo de Telavive foi justificada por Netanyahu com o receio de que as imagens de fome dos palestinianos fizessem com que os aliados de Israel retirassem o apoio militar e diplomático ao país.

As agências da ONU e as organizações não-governamentais (ONG) que trabalham em Gaza têm vindo, há várias semanas, a assinalar a escassez de alimentos, água potável, combustível e medicamentos no território palestiniano, em guerra há mais de 19 meses.

“Dois milhões de pessoas estão a passar fome” em Gaza, enquanto “toneladas de alimentos estão bloqueadas na fronteira”, lamentou o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Israel impôs um bloqueio ao território palestiniano de 2,4 milhões de habitantes em março, depois de ter posto termo a um cessar-fogo negociado em janeiro, durante o qual trocou vários reféns israelitas por prisioneiros palestinianos.

As eleições à luz da experiência europeia

Caro leitor, cara leitora

Primeiro, um pedido de desculpas. Tal como terá acontecido a muito boa gente, o resultado destas eleições foi ainda mais negro que o mais negro dos cenários que eu pudesse ter imaginado. Escrevi aqui que, em Bruxelas, não havia preocupação com as eleições portuguesas, ao contrário das presidenciais na Roménia ou na Polónia, porque a solidez dos dois grandes partidos portugueses garantia o rumo europeu e euro-atlântico do país, como sempre garantiu.

Ora, as eleições de domingo representam uma mudança estrutural do nosso sistema político-partidário – e não apenas um acidente de percurso –, sobretudo se olharmos para os seus resultados à luz da experiência dos nossos parceiros europeus. A maioria ampla que os dois grandes partidos democráticos garantiram desde as primeiras eleições livres desapareceu. O partido fundador da democracia e o primeiro responsável pela nossa inquestionável opção europeia perde o seu lugar central. Com quase total certeza, o partido nacionalista e populista que nasceu há menos de seis anos ganha o estatuto de líder da oposição no Parlamento.

André Ventura não verbaliza o seu antieuropeísmo com demasiada energia porque sabe até que ponto os portugueses valorizam a pertença à União Europeia. Segue, aliás, a prudência de alguns dos seus amigos europeus, como Marine Le Pen, que adoçaram o seu antieuropeísmo e a sua proximidade política a Trump, mas também a Putin, para se poderem “normalizar” junto dos eleitores e, mais recentemente, por causa da guerra e por causa das tarifas.

Mas o que Ventura defende é “trumpismo” puro e duro, à moda portuguesa – ao lado do “povo” contra as elites; contra os imigrantes que são o novo inimigo “externo”; contra a chamada cultura “woke“, por uma revolução ultraconservadora quanto baste. É uma espécie de etnonacionalismo cristão, à moda de Victor Orbán, que combate o alegado declínio moral da Europa laica, liberal e aberta ao mundo.

O seu sucesso, como na América ou na maioria dos países europeus, não advém só ou principalmente das más condições económicas de algumas camadas da população, embora em Portugal isso ajude. Vem do ressentimento de quem sente que não é visto pelos de cima, de quem perdeu estatuto social, com a acentuada terceirização da economia ou com a globalização do trabalho, quem vive em condições de mais difícil acesso aos bens materiais que se concentram no centro das grandes cidades. Mas também de quem pensa que os imigrantes prejudicam as escolas que os seus filhos frequentam ou o acesso aos serviços públicos de saúde ou até à habitação condigna. De quem é a culpa? Das elites – o “pântano” de Trump – e dos imigrantes.

Quem vota neles
Nos Estados Unidos, nas eleições presidenciais de Novembro passado, Kamala Harris venceu nas camadas mais educadas e com rendimentos superiores a 100 mil dólares; Trump, nas camadas mais modestas e menos educadas. Ou mesmo entre os imigrantes, muitos deles hispânicos, com o seu pequeno negócio ou com a sua fé católica, que vêem com péssimos olhos alguns aspectos da cultura “woke“, identitária e liberal dos democratas e que preferem um partido que pensam ser mais favorável aos seus negócios.

Há já alguns anos, entrevistei o sociólogo alemão Wolfgang Merkel, na altura conhecido por ter aconselhado alguns dos partidos de centro-esquerda europeus de tendência “terceira via” (ou “blairiana”, se preferir), precisamente sobre o que se adivinhava ser a crise subsequente dos partidos sociais-democratas e socialistas europeus. Lembro-me que Merkel avisou para o enorme risco de transferência dos votos nesses partidos para os movimentos extremistas e populistas da direita. Essa deslocação já tinha começado nos países com fortes partidos comunistas, directamente para as forças de extrema-direita.

O caso francês é paradigmático. Com a morte “natural” dos partidos comunistas depois de 1989, hoje, em alguns países europeus (não todos), assistimos a um fenómeno muito mais preocupante: como se viu por cá, os eleitores transferem-se directamente do PS para o Chega, depois de se terem transferido do PCP. Basta olhar para o mapa dos resultados – zonas tradicionalmente do PCP e, depois, do PS, todas pintadas a azul forte do Chega. Na margem sul, antigo bastião comunista e depois socialista, a única excepção foi Almada. No Alentejo, foi Évora, pintada desta vez a cor de laranja.

Portugal “europeizou-se”, no pior sentido da palavra, tal como acompanhou a tendência europeia de grande fragmentação do espectro partidário. Convém, de resto, reflectir nas experiências dos nossos parceiros europeus para lermos com mais atenção o que se espera do tsunami eleitoral de domingo. Ou seja, o que fazer com estes partidos populistas e nacionalistas.

Em países como a Alemanha ou a França, a fórmula do “cordão sanitário” permite conclusões diversas.

Na Alemanha, que não pode seguir outro caminho em face do seu passado, a AfD, que nasceu como um partido que se mobilizava apenas contra o euro, é hoje a segunda força política no Bundestag, com um discurso extremista, xenófobo, putinista e trumpista. Mesmo assim, a sua força eleitoral ainda vem significativamente dos antigos Lander da Alemanha de Leste.

Na França, o sistema maioritário a duas voltas tem permitido manter a União Nacional de Marine Le Pen fora do Governo, mas não a impediu de se transformar no maior partido francês. A estratégia de Le Pen não foi a da radicalização, como a AfD, mas a da “normalização”. Menos antieuropeísmo, mais “condições de vida”, o mesmo discurso contra os imigrantes ilegais, sobretudo de origem islâmica.

A Áustria é um caso interessante. O Partido Liberal, de extrema-direita, hoje liderado por Herbert Kickl, já participou três vezes na governação, como parceiro menor dos conservadores de centro-direita, convencidos de que essa participação o “domesticaria”. Envolveu-se em escândalos de corrupção. O efeito foi o contrário: a radicalização. Nas últimas eleições, no ano passado, foi o partido mais votado, sobretudo com a sua aposta na estigmatização dos imigrantes e na recusa em apoiar a Ucrânia contra a invasão russa, com o pretexto do estatuto, que ainda mantém, de “neutralidade.”

No final da II Guerra, a Áustria alegou ter sido anexada pela Alemanha nazi (o Anschluss) para não passar pelo processo de desnazificação. Na verdade, o nazismo criou raízes. Recebeu, proporcionalmente à sua população, mais refugiados sírios ou afegãos do que a própria Alemanha de Merkel ou a Suécia. Mas, tal como acontece, por exemplo, no Reino Unidos, os apoiantes do partido de extrema-direita concentram-se mais nas regiões da província onde a imigração é menor e perdem em Viena, onde as populações migrantes se concentram. Viena continua a ser “vermelha”, da cor da social-democracia. Desta vez, a resposta à vitória do partido de Herbert Kickl foi diferente – uma coligação entre os partidos do arco democrático, incluindo o centro-direita e o centro-esquerda, à imagem e semelhança da “grande coligação” alemã.

Na Suécia, Noruega e Finlândia, houve ou há governos de centro-direita que aceitam ou aceitaram o apoio parlamentar da extrema-direita. É o caso do Governo de Estocolmo, cujo primeiro-ministro, Ulf Kristersson, líder do Partido Moderado, que ficou em terceiro lugar nas últimas eleições, com os sociais-democratas em primeiro e o Partido dos Suecos, de direita nacionalista, em segundo, mas que conseguiu negociar com este último o seu apoio parlamentar a um Governo minoritário.

O caso dos Países Baixos também é interessante. O partido populista de Geert Wilders, profundamente xenófobo, venceu as últimas eleições, mas abdicou de liderar um Governo de coligação com outros partidos de direita e centro-direita a favor de um primeiro-ministro tecnocrata.

Mas, como é fácil de compreender, a vaga de extrema-direita não dá sinais de regredir e não há uma fórmula bem-sucedida, pelo menos até agora, para a travar. Muitos partidos de centro-direita tentaram seguir a via da “imitação” de algumas das bandeiras da extrema-direita e, em primeiro lugar, da bandeira contra a imigração. Foi assim em França ou, em parte, na Alemanha e na Áustria. O resultado não tem sido o de enfraquecê-las, mas antes fortalecê-las, ao “normalizar” o seu discurso.

Nada de radicalmente diferente aconteceu em Portugal, com a AD a tentar um discurso eleitoral sobre a imigração e a segurança mais próximo do de Ventura. Não travou o crescimento do Chega.

A polarização
Da mesma maneira, caro leitor, cara leitora, que aquele crescimento não é travado por uma campanha de “todos contra todos”, nomeadamente entre o PS e o PSD, quando todos sabemos, por longos anos de experiência, que os dois partidos, ainda que distintos na sua visão da sociedade, têm muitos pontos de convergência que tornam as pontes entre ambos relativamente fáceis.

Mas não. Pareciam pertencer a galáxias diferentes – o PSD pouco interessado em batalhas programáticas e mais interessado em cavalgar as benesses que ofereceu a várias classes profissionais graças aos excedentes de António Costa, e a tentar roubar eleitorado do Chega; o PS sem conseguir disfarçar a sua versão mais radical, que sempre foi minoritária e que sempre o afastou do poder quando prevaleceu. Um partido relativamente envelhecido, muito agarrado aos sectores mais imobilistas da sociedade – os pensionistas, naturalmente, ou os funcionários públicos. Ou, a uma certa cultura, “bloquista” fracturante, que já deu o que tinha a dar, como também se viu nestas eleições ou nas americanas, que não diz nada aos “de baixo”, aos invisíveis, aos ressentidos.

As “profecias” de Wolfgang Merkel estão a cumprir-se, também aqui. Infelizmente.

E a Europa?
Voltando ao início desta newsletter, o sistema político mudou estruturalmente, o que também pode abrir as portas a mudanças estruturais nas grandes orientações políticas do país, nomeadamente na sua inserção europeia. Ainda não vimos Ventura a apontar ostensivamente o dedo a Bruxelas, mas nada nos garante que não o fará.

Muita coisa dependerá da sabedoria e da lucidez com que PS e PSD olharem para a frente e compreenderem de onde vem a ameaça à democracia portuguesa e à própria União Europeia

A exuberância de Luís Montenegro na noite eleitoral compreende-se. Venceu, aumentou a votação, espera apagar os efeitos do caso Spinumviva sobre a sua idoneidade política. Devia ter sido mais comedido, interpretando os resultados eleitorais como um aviso a tempos difíceis que aí vêm. Vai ceder ao Chega, como muita gente desejaria dentro do PSD? Vai manter o “cordão sanitário”? Uma nova liderança no PS permitirá que faça o que fazem muitos dos nossos parceiros europeus – entendimentos ao centro , para que o centro democrático não colapse perante a vaga extremista?

As campanhas eleitorais dos maiores partidos do centro democrático foram paupérrimas, ignoraram a Europa e o mundo, polarizaram ainda mais o discurso político. Tudo o que não deveriam ter feito. Agora têm de olhar com toda a atenção para os desafios e os perigos enormes que a Europa enfrenta e decidirem em conformidade.

Tenha uma boa semana.

PSP abre processo disciplinar a agente que agrediu adepto algemado durante os festejos do Sporting

A Polícia de Segurança Pública (PSP) abriu um procedimento disciplinar ao agente que foi filmado a agredir na barriga um jovem algemado, este sábado, durante os festejos do bicampeonato do Sporting.

Em resposta ao Observador, a PSP adianta que “depois do conhecimento da situação, foi de imediato aberto procedimento disciplinar pela PSP, em processo autónomo” da ocorrência registada na Praça do Saldanha, em Lisboa, em que outro adepto perdeu um olho após ter sido atingido por uma bala de borracha.

A força de segurança afirma que o adepto algemado cuja agressão foi filmada tinha sido detido “por resistência e coação sobre funcionário (polícia da PSP), comunicada de imediato ao Ministério Público”.

Em causa está um vídeo que entretanto começou a circular nas redes sociais, assim como em vários canais de televisão, onde é possível ver um agente da PSP a agredir um adepto que estava algemado e que teria sido detido para ser identificado. Vários utilizadores das redes sociais indicaram que o adepto em questão tinha sido detido por posse e uso de pirotecnia, mas a PSP refere então que a detenção esteve relacionada por resistência e coação a um agente.

PSP abre inquérito após adepto do Sporting ter ficado cego de um olho devido a bala de borracha disparada nos festejos

De recordar que, também no sábado, um adepto foi atingido por uma bala de borracha disparada por um agente da PSP na Praça do Saldanha, acabando por ficar totalmente cego de um olho após ser submetido a uma cirurgia no Hospital de São José. Ao Observador, a força de segurança confirmou estar a conduzir um processo de inquérito ao incidente, sendo que o adepto em questão pretende processar a PSP e o Estado português por negligência.

“Eu estava com amigos. À nossa volta estava tudo a abrir fogo de artifício e engenhos pirotécnicos. Como já tinha a experiência do ano anterior e sabia que a polícia podia intervir com cassetetes, procurei afastar-me tanto quanto pude. De repente vi agentes armados com ‘shotgun’ a disparar sobre a multidão e o que aconteceu foi que uma bala perdida acertou-me no olho esquerdo e fiquei cego”, disse o adepto leonino em declarações ao jornal Record.

Presidenciais: Gouveia e Melo apresenta candidatura dia 29 em Lisboa

Henrique Gouveia e Melo vai apresentar oficialmente a sua candidatura à Presidência da República no próximo dia 29, na Gare de Alcântara, em Lisboa.

De acordo com fonte oficial da candidatura do antigo Chefe do Estado-Maior da Armada, a apresentação está agendada para as 19h00.

Gouveia e Melo confirmou que é candidato às eleições presidenciais de Janeiro de 2026, em declarações à Rádio Renascença, no passado dia 14, em plena campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de domingo.

Segundo referiu, a sua decisão foi tomada também tendo em conta “alguma instabilidade interna que se tem prolongado” no país, devido a governos de curta duração e à falta de uma governação estável.

“Esta instabilidade interna está aos olhos de todos nós, portugueses”, salientou Gouveia Melo, para quem o “mundo mudou bastante” desde 2023.

“A guerra da Ucrânia agravou-se, a tensão na Europa também se agravou, e a eleição do senhor Trump como Presidente dos Estados Unidos da América veio alterar a configuração internacional. Nós estamos perante uma nova tentativa de edificação de uma ordem mundial que pode ser perigosa, ou nos pode afectar de forma significativa”, realçou o antigo chefe do Estado Maior da Armada, no passado dia 14.

Os líderes do PSD e do PS recusaram comentar a candidatura no decorrer da campanha para as legislativas, considerando que há tempo para abordar o tema, mas vários partidos criticaram o timing do anúncio, feito a poucos dias das eleições.

Henrique Eduardo Passaláqua de Gouveia e Melo nasceu em Quelimane, Moçambique, em 21 Novembro 1960. Ingressou na Escola Naval em 7 Setembro de 1979 e passou 22 anos da sua carreira nos submarinos. Esteve três anos à frente da Marinha.

O almirante decidiu passar à reserva logo após o fim do seu mandato, argumentando que continuar no activo retirava-lhe “alguma liberdade” nos seus “direitos cívicos”.

Depois de manter algum “tabu” sobre a sua candidatura, confirmou-a na semana passada. Em Março, já tinha submetido um pedido ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial para registar como marca o “Movimento Gouveia e Melo Presidente”.

Em Fevereiro, num artigo publicado no semanário Expresso, intitulado “Honrar a Democracia”, Gouveia e Melo considerou que “a bem do sistema democrático”, o país deve ter um Presidente da República “isento e independente de lealdades partidárias”, rejeitando que o chefe de Estado seja um “apêndice de interesses partidários”.

O militar na reserva ― que neste artigo se posicionou politicamente “entre o socialismo e a social-democracia, defendendo a democracia liberal como regime político” ― sustentou a tese de que “nenhum Presidente pode ser verdadeiramente ‘de todos’ se estiver claramente associado a uma facção política, pois não terá a independência necessária para representar o interesse colectivo”.

“O Presidente não está ao serviço dos partidos, está ao serviço dos portugueses e de Portugal. Garante a Constituição, a união e a integridade do país e é, por isso, um poder contrapoder de um sistema democrático equilibrado ao serviço da liberdade, segurança, equidade e prosperidade dos portugueses e, consequentemente, de Portugal”, considerou.

Supremo Tribunal de Justiça arquiva inquérito criminal contra ex-ministra Francisca Van Dunem

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) anunciou esta terça-feira o arquivamento do inquérito que visava a antiga ministra da Justiça Francisca Van Dunem no caso sobre a nomeação do Procurador Europeu José Guerra.

De acordo com a nota de imprensa divulgada pelo STJ, Francisca Van Dunem tinha sido alvo de uma denúncia pela alegada “prática dos crimes de falsificação, abuso de poder, corrupção e prevaricação” no processo de seleção do procurador europeu, numa polémica que abalou o Governo de António Costa entre o final de 2020 e o início de 2021.

“No caso, que se referia à alegada indicação de elementos curriculares erróneos relativos a um dos candidatos ao cargo de Procurador Europeu Nacional por parte do governo português, o STJ concluiu não se ter verificado qualquer um desses crimes”, lê-se na nota enviada às redações.

Câmara do Porto vai estudar a criação de transporte fluvial público entre as margens do Douro

O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP) anunciou esta terça-feira, durante a reunião pública do executivo, a intenção de avançar com um estudo para perceber a procura que teria a criação de um transporte fluvial público de passageiros entre as duas margens do Douro. A ideia, explicou Rui Moreira, seria fazer a ligação entre Porto, Vila Nova de Gaia e Gondomar.

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Magnus contra o Mundo. Grande mestre de xadrez cede empate contra 143 mil pessoas

O grande mestre norueguês Magnus Carlsen, considerado o “Mozart do xadrez”, foi forçado a ceder um empate na segunda-feira, numa partida disputada contra mais de 143.000 pessoas em todo o mundo, que estabeleceu um novo recorde para uma simultânea. Anunciada como “Magnus Carlsen contra O Mundo”, a partida começou a 4 de abril e foi disputada online no Chess.com, o maior site de xadrez do mundo. Este foi o primeiro jogo online de estilo livre com a participação de um campeão mundial de xadrez, diz a ABC. O mega-confronto terminou depois de a Equipa Mundo ter dado xeque ao rei

Desempregados inscritos recuam 4,8% em abril

No final de abril estavam registados nos serviços de emprego de Portugal continental e nas regiões autónomas 313.623 desempregados, segundo dados publicados esta terça-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Contas feitas, o número total de desempregados inscritos nos centros de emprego baixou 1,5% em abril, em termos homólogos, e 4,8% face ao mês anterior, para 313.623. Em relação a abril de 2024, são menos 4.708 desempregados e menos 15.898 do que em março deste ano.

Para a descida dos inscritos, em comparação com abril do ano passado, destacaram-se os contributos dos inscritos há menos de 12 meses (menos 7.967), os que procuram um novo emprego (menos 3.528) e os jovens (menos 2.612).

Por profissão, os mais representados entre os desempregados são os trabalhadores não qualificados (29,5%), seguem-se os trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores (20,2%), o pessoal administrativo (10,7%) e os especialistas das atividades intelectuais e científicas (10,2%).

Em termos homólogos, registou-se uma diminuição de inscritos “nos grupos profissionais do pessoal administrativo (12,5%), técnicos e profissões de nível intermédio (7%) e trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices (5,1%)”.

No sentido oposto, aumentaram os desempregados não qualificados (7,2%) e operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem (0,2%).

Por regiões, o desemprego no continente recuou 1,2% em abril, em termos homólogos, caiu 10,7% na Madeira e 3,6% nos Açores.

Apesar de ainda haver muito desemprego registado, também aumentaram as ofertas de emprego por satisfazer, uma subida de 39,2%, para 16.825, em comparação com igual período de 2024. Face ao mês anterior o aumento é de 8,9%.

No acumulado do mês, o IEFP recebeu 13.593 ofertas de emprego (mais 37,0% do que no mesmo mês do ano passado e menos 9,6% face a março), tendo efetuado 9.352 colocações (crescimento de 16,3% em termos homólogos e um recuo de 2,8% em cadeia).

Há menos casais no desemprego

O número de casais com ambos os elementos desempregados recuou 4,3% em abril, para mais de quatro mil.

“Do total de desempregados casados ou em união de facto, 9.664 (8,0%) têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desempregado no Serviço de Emprego, totalizando 4.832 casais desempregados, em abril de 2025, o que representa -4,3%, quando comparado com o período homólogo do ano anterior”, revela o IEFP.

Os casais nesta situação, de duplo desemprego, têm direito a uma majoração de 10% do valor da prestação de subsídio de desemprego, quando têm dependentes a cargo.

No final de abril, estavam registados no continente 302.748 desempregados, dos quais 39,7% eram casados ou viviam em situação de união de facto, num total de 120.302 trabalhadores.

Dann Hoole conquista contrarrelógio do Giro marcado por muita chuva em Pisa

Etapa 10 marcada por muita chuva, com Primoz Roglic a subir 5 lugares na geral (é 5.º)

O mexicano Isaac del Toro (Emirates) conservou a camisola rosa no Giro, defendendo-se bem das adversidades do contrarrelógio desta terça-feira, conquistado pelo holandês Daan Hoole (Lidl-Trek).

Depois do dia de descanso, os ciclistas enfrentaram 28,6 km planos na ligação Lucca-Pisa, mas as condições atmosféricas instáveis afetaram bastante os ciclistas, acabando por ser um especialista a ganhar a jornada.

Quanto ao tempo dos favoritos à geral, o esloveno Primoz Roglic (Red Bull) foi 17.º (a 1.15 do vencedor) e subiu 5 lugares na classificação, o espanhol Juan Ayuso (Emirates) foi 22.º (a 1.34), Antonio Tiberi (Bahrain) foi 26.º (a 1.53), Isaac del Toro foi 37.º (a 2.22), entre outros.

Afonso Eulálio (Bahrain) acabou em 150.º (a 4.36).

Veja as classificações

Por Alexandre Reis