ADSE discrimina psicólogos e penaliza utentes: um retrocesso inaceitável

Recentemente deparei-me com uma alteração das regras da ADSE para as consultas de psicologia clínica e apercebi-me de que a mesma impõe um grave entrave ao acesso a estas consultas. Apesar de as notícias e a própria ADSE referirem que a nova tabela pretende dar uma resposta melhor a quem procura consultas, a verdade é que esta alteração camufla o que realmente acontece. Após uma longa troca de emails com a ADSE, que sempre responde de forma pouco clara e imprecisa, foi-nos dito que, agora, apenas psicólogos com a especialidade em Psicologia Clínica e da Saúde poderão prestar este serviço aos beneficiários da ADSE.

Esta decisão exclui inúmeros profissionais altamente qualificados e prejudica diretamente os utentes, que verão reduzida a sua possibilidade de acesso a cuidados psicológicos. Se tal não bastasse, levanta uma questão preocupante: o que acontecerá aos utentes que já estavam a ser acompanhados por psicólogos sem esta especialidade? Serão forçados a interromper os seus tratamentos e a procurar novos profissionais, com todas as dificuldades que isso acarreta? Será que quem cria estas regras coloca a pessoa no centro da sua preocupação? Não me parece! E isso também é, por si mesmo, preocupante. Presumo que isto se tenha modificado com as novas regras, porque tenho colegas que não têm especialidade, mas que tinham convenção com a ADSE. Ora, se a regra fosse já antiga, a ADSE nunca teria permitido esta vinculação.

Esta medida terá um impacto negativo não apenas nos utentes, mas também em muitos colegas psicólogos que, apesar de não terem a especialidade específica exigida pela ADSE, sempre exerceram a sua prática com competência e rigor. Muitos destes profissionais perderão uma fatia significativa de utentes que, sem o apoio da ADSE, não terão capacidade financeira para continuar os seus tratamentos. Esta decisão, em vez de melhorar o acesso à saúde mental, promove uma elitização do serviço, onde apenas alguns psicólogos poderão atender os beneficiários da ADSE, enquanto outros ficarão sem pacientes que dependiam do regime convencionado para manter um acompanhamento psicológico profissional.

Portanto, o que a ADSE fez foi adoptar uma tática que serve, única e exclusivamente, de camuflagem. De facto, por um lado a ADSE faz um comunicado em que refere o “empenho permanente da ADSE I.P. na garantia de acesso a cuidados de saúde mais inovadores, vantajosos e equitativos, mesmo em momentos de maior desafio”, mas, na verdade, limita o acesso aos doentes ao obrigar os profissionais a terem especialidade. Com os preços que a ADSE paga aos profissionais de saúde, dificilmente um psicólogo já com especialidade irá aceitar ter convenção. A exigência imposta pela ADSE não tem fundamento técnico e muito menos ético. A Ordem dos Psicólogos Portugueses não restringe a prática da psicologia clínica a quem detém uma especialidade em particular, reconhecendo a qualificação dos psicólogos para a prestação destes serviços. Com esta medida, a ADSE cria mais uma barreira que penaliza os profissionais e limita injustificadamente a escolha dos beneficiários, forçando-os a desistir de consultas ou a ter uma menor oferta de consultas a preços acessíveis.

Além disso, a decisão levanta sérias dúvidas sobre o favorecimento de um grupo restrito de profissionais em detrimento de muitos outros igualmente competentes. A ADSE, cujo propósito deveria ser facilitar o acesso a cuidados de saúde (como apregoa), parece mais preocupada em impor restrições do que em garantir a equidade e acessibilidade dos serviços. Esta imposição parece apenas mais uma salvaguarda para que menos apoios sejam dados. Os beneficiários da ADSE e a classe profissional dos psicólogos não podem aceitar esta medida passivamente. Exige-se transparência e uma justificação clara para esta decisão, bem como uma revisão urgente da regra. A saúde mental não pode ser objeto de limitações que prejudicam aqueles que mais necessitam de apoio.

Apelo aos beneficiários da ADSE, aos psicólogos e às entidades reguladoras que se manifestem contra esta injustiça. O acesso à psicologia clínica deve continuar a ser garantido de forma ampla e equitativa, sem entraves que apenas dificultam a vida de quem procura apoio especializado.

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

Elétricas pedem investigação a oscilações “extremas” de tensão antes do apagão

A associação espanhola de empresas de energia, de que fazem parte Iberdrola, Endesa e EDP, pediu hoje para serem investigadas oscilações “extremas e generalizadas” de tensão no dia do apagão elétrico e em 22 e 24 de abril.

Segundo a Associação de Empresas de Energia (conhecida como Aelec), houve nos dias 22 e 24 de abril, antes do apagão de 28 do mesmo mês na Península Ibérica, variações que provocaram a desconexão automática de centros de geração de energia e de clientes em Espanha, dando como exemplo a refinaria da Repsol em Cartagena, na região de Múrcia, e linhas de comboio de alta velocidade.

Referindo a investigação ao apagão aberta pela Rede Europeia de Redes de Transporte de Eletricidade (Entso-e), a associação chama a atenção de que só começa nos 20 segundos anteriores ao corte total, sem mencionar as oscilações nas horas e dias anteriores.

“A Entso-e chega a afirmar que no momento do incidente não havia oscilações e as variáveis do sistema elétrico estavam no intervalo normal da operação”, lê-se num comunicado da Aelec divulgado esta terça-feira.

Repsol alertou para "falha elétrica grave" cinco dias antes do apagão

No entanto, prossegue a associação, durante a manhã de 28 de abril, verificou-se uma situação instável e nos segundos anteriores ao apagão registaram-se valores de tensão na rede elétrica acima dos limites considerados de emergência.

“Nos nós de interligação com a rede de transporte, começou a notar-se um aumento da instabilidade de tensão em todo o território peninsular a partir das 10:00 horas [09:00 em Lisboa], aumentando a partir daí”, segundo a Aelec.

Estas tensões “elevadas e oscilantes” foram medidas em diversos nós da rede de transporte, diz a associação, que sublinha que, até agora, não há indícios de que a origem do apagão tenha sido a desconexão automática de um qualquer centro de geração de energia, ao serem ativados mecanismos automáticos de resposta e proteção face aos níveis de tensão acima de determinados níveis.

Neste contexto, a Aelec pede que as investigações ao apagão sejam ampliadas tanto às horas prévias ao corte, como aos dias anteriores.

Apagão. Aliança Solar Internacional nega responsabilidade de energias renováveis

O apagão, que afetou todo o território continental de Portugal e Espanha, ocorreu às 11:33 de Lisboa em 28 de abril.

Segundo as autoridades dos dois países, a origem esteve em território espanhol, mas desconhecem-se, até agora, as causas.

O Governo de Espanha disse na semana passada que após as primeiras análises não há indícios de um ciberataque à empresa Red Elétrica, a operadora do sistema elétrico de Espanha.

Por outro lado, segundo a ministra com a tutela da energia, Sara Aagesen, foram identificadas três falhas na geração de eletricidade nos 20 segundos antes do apagão – a primeira em Granada, a segunda em Badajoz e a terceira em Sevilha, no sudoeste e sul de Espanha.

A ministra acrescentou que para além dessas três falhas, “houve duas oscilações do sistema ibérico com o resto do continente europeu” na meia hora anterior.

Dias antes, a Rede Europeia de Gestores de Redes de Transporte de Eletricidade (Entso-e) tinha já revelado que meia hora antes do corte de energia na Península Ibérica houve “dois períodos de oscilações de potência e de frequência na zona síncrona da Europa continental”.

É preciso “ainda determinar em que medida as duas oscilações” tiveram ligação com o apagão, afirmou a ministra.

O Governo espanhol criou uma comissão para investigar as causas do apagão, com a ministra a sublinhar que é um tema de “extrema complexidade”.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, disse em 07 de maio que levará tempo até haver uma explicação, por ser necessário analisar 756 milhões de dados, e prometeu que o Governo vai “chegar ao fundo” para saber o que aconteceu, “assumir e pedir responsabilidades políticas” e adotar medidas para que não se repita.

A Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência de Espanha (CNMC) abriu uma investigação própria e a justiça espanhola um inquérito para apurar a possibilidade de um ataque informático ter estado na origem do corte de eletricidade.

PCP apresenta moção de rejeição ao programa de governo da AD como “sinal claro de combate”

Perante uma nova vitória sem maioria da AD, o PCP vai repetir as ações do ano passado e apresentar uma moção de rejeição ao programa de governo que irá obrigar o PS a definir-se, ainda que o seu voto possa não ser decisivo. “Não precisamos esperar pelo programa do Governo, não temos nenhuma ilusão do que é que virá”, disse Paulo Raimundo, esta terça-feira, após a reunião do Comité Central sobre as eleições do passado domingo.

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Tribunal ordena Eduardo Vítor Rodrigues a cumprir suspensão de funções do presidente das Águas de Gaia

Eduardo Vítor Rodrigues está prestes a deixar a presidência da Câmara Municipal de Gaia, após anunciar na última semana a sua renúncia, por força da rejeição no Tribunal Constitucional (TC) do seu recurso contra a condenação pelo crime de peculato e a sanção acessória de perda de mandato. Contudo, o autarca de Gaia tem ainda mais questões a resolver com a justiça.

Além de outros dois inquéritos em que foi visado pelo Ministério Público (MP), Rodrigues viu este mês o tribunal ordenar-lhe que suspendesse de funções o líder da empresa municipal Águas de Gaia. Tudo porque Miguel Lemos Rodrigues, que chegou a ser posicionado como um dos potenciais nomes do PS para a candidatura à autarquia gaiense nas autárquicas deste ano, foi constituído arguido.

Em causa está um inquérito de 2019, no qual Lemos Rodrigues foi sujeito no passado dia 19 de março às medidas de coação de suspensão de funções, proibição de contactos com outras cinco pessoas e uma caução de 10 mil euros. O Observador não conseguiu confirmar os ilícitos criminais que são imputados ao gestor público num inquérito criminal aberto no DIAP Regional do Porto.

Ao que o Observador apurou, o presidente do Conselho de Administração das Águas de Gaia foi notificado da decisão, bem como o presidente da Câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, no dia 20 de março. O autarca foi também notificado, uma vez que a autarquia detém a 100 por cento aquela empresa municipal — uma sociedade anónima constituída por capitais públicos.

Perante a ausência de informações sobre o cumprimento da decisão, o MP enviou um ofício no dia 3 de abril. Depois, em 21 de abril, o MP insistiu para obter uma comunicação do gabinete do presidente da Câmara de Gaia sobre esta matéria, com este último ofício a ser inclusivamente assinado pela juíza de instrução criminal, como insistência para a obtenção de esclarecimentos, e remetido no dia 24 de abril.

Foi nesse mesmo dia 24 que terão dado entrada as alegações do recurso de Miguel Lemos Rodrigues contra a medida de coação, defendendo um efeito suspensivo sobre a execução da decisão judicial.

Um dia depois, segundo o MP, Eduardo Vítor Rodrigues respondeu finalmente ao tribunal, indicando que tinha enviado a notificação ao arguido e que lhe deu a devida sequência. Acrescentou também a informação de que Miguel Lemos Rodrigues lhe tinha comunicado que tinha apresentado recurso para o Tribunal da Relação do Porto relativamente à medida de coação e que tinha sido pedida a atribuição do efeito suspensivo nesse recurso.

A conduta do autarca gaiense neste caso foi censurada pelo MP, que lembrou a existência de sanções para a ausência de colaboração com as autoridades, a necessidade de executar ordens judiciais sem demora e admitiu inclusivamente avaliar uma extração de certidão para investigação autónoma a Eduardo Vítor Rodrigues, pelo que considerou ser a inação do autarca.

Nesse sentido, o MP pediu ao tribunal para ordenar o cumprimento imediato da medida de coação de suspensão de funções de Miguel Lemos Rodrigues na Águas de Gaia e que ouvisse o ainda presidente da Câmara de Gaia para explicar a alegada demora no cumprimento da decisão e a ausência de respostas aos ofícios do Ministério Público.

O Juízo de Instrução Criminal do Porto acatou parcialmente a promoção do MP e deu ordem a Eduardo Vítor Rodrigues, no passado dia 13 de maio, para cumprir de imediato a medida de coação de suspensão de funções de Miguel Lemos Rodrigues e a dar conhecimento da execução da diligência num prazo de cinco dias.

Eduardo Vítor Rodrigues assegurou, em respostas enviadas após questões do Observador, que a suspensão de Miguel Lemos Rodrigues foi comunicada de imediato e executada.

“Ao presidente da Câmara foi ‘comunicada’ pelo Tribunal a existência de uma suspensão de exercício de funções do Presidente da Águas de Gaia, EM [empresa municipal], por um processo que ignoro e que decorre de uma denúncia anónima. No próprio dia em que tomei conhecimento, notifiquei por escrito o Presidente das Águas de Gaia. Fiz o que devia“, afirmou.

Segundo Eduardo Vítor Rodrigues, o presidente das Águas de Gaia comunicou-lhe “dias depois” que tinha recorrido da medida de coação aplicada e que “o recurso teria efeito suspensivo”. Porém, o autarca referiu que só “na passada quinta-feira” é que lhe foi “comunicado que o recurso não tem efeito suspensivo, mas efeito devolutivo”, tendo disso notificado Miguel Lemos Rodrigues.

“Respondi isso mesmo ao Tribunal e confirmo que o presidente das Águas de Gaia se encontra suspenso de funções”, continuou, apresentando ainda um documento de 21 de março, no qual notificou Miguel Lemos Rodrigues da aplicação da medida de coação de suspensão de funções.

O presidente das Águas de Gaia, Miguel Lemos Rodrigues, chegou a manifestar publicamente a sua disponibilidade para entrar na luta pela sucessão a Eduardo Vítor Rodrigues à frente da autarquia de Gaia, que está a cumprir o último ano do seu terceiro mandato.

Numa entrevista ao Porto Canal, em setembro de 2023, o líder da empresa municipal, de 43 anos, declarou estar “disponível para debater o futuro do PS e das eleições autárquicas com muita tranquilidade”, além de se mostrar “disponível para ser parte da solução vencedora do Partido Socialista, em Gaia“.

Miguel Lemos Rodrigues assumiu na mesma entrevista o seu orgulho por ver o seu nome incluído na lista de potenciais sucessores do atual autarca, considerando que essa inclusão era “resultado e reflexo” do trabalho efetuado “à frente das Águas de Gaia”.

Contudo, o líder das Águas de Gaia acabou por ser preterido pelo ex-secretário de Estado da Juventude e do Desporto João Paulo Correia, numa decisão oficializada em dezembro de 2024 pela Comissão Política Concelhia do PS. João Paulo Correia, que foi deputado na Assembleia da República nesta última legislatura, será, assim, o candidato do PS a suceder a Eduardo Vítor Rodrigues, que deixa a autarquia em junho.

Na base dessa saída está a condenação em novembro de 2023, pelo Tribunal de Vila Nova de Gaia, por um crime de peculato de uso, à perda de mandato e ao pagamento de uma multa de 8.400 euros por usar, de forma pessoal, um veículo elétrico do município. Eduardo Vítor Rodrigues recorreu para o Tribunal da Relação do Porto, que manteve a perda de mandato e reduziu apenas a multa aplicada, e depois para o TC, que confirmou novamente a perda de mandato do autarca.

Economia Expresso

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“Vamos ter estabilidade”, diz Marcelo, depois de receber PSD, Chega e PS

O Presidente da República está convencido de que “vamos ter estabilidade” política após a formação do novo governo.

Numa curta declaração à saída da sessão comemorativa dos 50 anos da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se otimista quanto ao futuro do país e adiantou que vai receber novamente o PSD, Chega e PS na próxima semana.

“Correu bem, em qualquer das três [audições]. Vamos ver, isto continua. Os três [PSD, Chega e PS] continuam para a semana”, afirmou à saída do Museu Nacional dos Coches, em Belém, escusando-se a comentários mais prolongados devido ao facto de “ainda faltarem ouvir sete partidos”.

O Presidente da República iniciou esta terça-feira a ronda de audições aos partidos que obtiveram assento parlamentar, nas eleições legislativas do último domingo, começando pelo PSD, PS e Chega.

No caso do presidente social-democrata, Luís Montenegro disse apenas que a reunião foi “normal”, enquanto o ainda líder socialista, Pedro Nuno Santos, apelou a “estabilidade no país”. André Ventura do Chega foi quem prestou declarações mais longas após o encontro com Marcelo: disse que será “farol de estabilidade”, mas que está pronto para apresentar um “governo alternativa” se Portugal voltar às urnas.

Estas audições são um passo obrigatório, antes da indigitação do primeiro-ministro e da formação do novo governo. Marcelo Rebelo de Sousa já avisou, ainda durante a campanha eleitoral, que só vai dar posse a um governo que “tenha condições para arrancar o seu programa”.

[Notícia atualizada às 20h08]

Operação Pretoriano. Ministério Público pede junção de condenação de Madureira aos autos

O Ministério Público (MP) pediu esta terça-feira pela junção aos autos da Operação Pretoriano da certidão das condenações de Fernando Madureira e Hugo Carneiro, relativas a agressões ocorridas antes do jogo FC Porto-Benfica de hóquei em patins, em 2018.

O julgamento que decorreu há cerca de um ano condenou a sete meses de prisão o ex-líder da claque Super Dragões, Fernando Madureira, e a 15 o arguido conhecido como ‘Polaco’, ambos com pena suspensa.

Com este pedido, no decurso da 11.ª sessão do julgamento, no Tribunal de São João Novo, no Porto, o MP visa comprovar um “padrão de comportamento” apresentado por ambos em contexto de complexo desportivo.

Ademais, solicitou ainda a certidão de arquivamento de uma queixa contra o chefe da PSP Bruno Branco, testemunha no caso.

A queixa notava que o polícia teria sido autor de uma agressão na Assembleia Geral do FC Porto de novembro 2023 e agido como segurança pessoal do atual presidente dos ‘dragões’, André Villas-Boas, com o alegado lesado, que também está alistado como depoente na Operação Pretoriano, a ter desistido de avançar com o processo.

As defesas manifestaram oposição ao primeiro pedido e parte das mesmas requereram um pedido de vista relativamente ao segundo, tendo o Tribunal estipulado que terão de analisar o conteúdo e pronunciar-se até à sessão do julgamento seguinte, agendada para a próxima terça-feira.

Ao longo da tarde, foram ainda chamados a prestar declarações dois vigilantes de uma empresa de segurança privada que prestaram serviços aos ‘azuis e brancos’ na AG, que assumiram que houve “descontrolo” face aos acontecimentos, nomeadamente no processo de credenciação, com o roubo de pulseiras de entrada.

“Éramos poucos, apenas uns 10, e perdemos o controlo”, admitiu o segundo a depor.

Este segurança relatou também que viu Fernando Madureira na posse de pulseiras, mas rejeitou ter visto o arguido a retirar pulseiras de uma caixa e feito a sua distribuição, entrando em contradição com o que havia assegurado em sede de inquérito.

Por este motivo, a procuradora solicitou uma certidão para que fosse instaurado um processo à testemunha por falsas declarações.

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob forte aparato policial nas imediações.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023.

Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases.

Rangel rejeita coligação com Chega e diz que Governo terá abertura para falar com todos

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O dirigente social-democrata Paulo Rangel rejeitou nesta terça-feira a criação de uma coligação pós-eleitoral com o Chega, mas reconheceu a possibilidade de negociações diploma a diploma com todos os partidos representados no parlamento.

“Os resultados eleitorais são o que são e temos de respeitar a vontade dos eleitores”, disse Paulo Rangel, à margem de uma reunião ministerial em Bruxelas, na Bélgica, em que participou enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros.

O vice-presidente social-democrata disse que é conhecida “a posição que a Aliança Democrática tomou há muito tempo sobre a feitura ou não de coligações com outros partidos”.

“Isto não significa que, dossier a dossier, como aconteceu no último ano […], pode haver muitas situações em que há convergência sobre medidas concretas“, comentou.

Na legislatura anterior “houve abertura para falar com todos”, insistiu Paulo Rangel.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Ministério Público não quer pena efetiva para ex-militares da Força Aérea acusados de praxes violentas

O Ministério Público (MP) defendeu esta terça-feira que não devem ser aplicadas penas efetivas aos 10 ex-militares da Força Aérea acusados de praxes violentas sobre dois soldados na Base Aérea N.º5 – Monte Real, em Leira, sendo suficiente uma advertência

“Nenhuma pena deve ser efetiva”, disse o procurador do MP durante as alegações finais no Tribunal São João Novo, no Porto.

Pedindo que se faça justiça, o procurador, lembrando que os arguidos já foram censurados disciplinarmente, entendeu que “uma advertência será o suficiente”.

O procurador do MP referiu ainda que nada ficou provado quanto a dois dos 10 arguidos.

Já quanto aos oito restantes, “todos eles tiveram alguma participação”, sublinhou.

Além disso, o procurador vincou que, tendo em conta a prova produzida em julgamento, ficou claro que as vítimas eram “frágeis e que sofreram efetivamente”, o que “não é bonito”.

Um dos advogados de defesa salientou que a acusação está destinada a “cair com estrondo”.

Já um outro advogado falou numa “montagem deliberada e consciente” contra os arguidos, apelidando as vítimas de “mentirosos compulsivos”.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Neste processo estão em causa factos praticados, entre maio de 2018 e setembro de 2019, por 10 ex-militares (praças), com a especialidade de Polícia Aérea, colocados, à data, na secção Cinófila e nas Equipas de Intervenção, integrando a Esquadra de Proteção e Segurança — EPA.

Os dois soldados, atualmente com 27 anos, e os arguidos, com idades entre os 28 e os 35 anos, abandonaram entretanto a FAP.

A acusação conta que os 10 ex-militares “de forma reiterada, em conjugação de esforços e na execução de plano previamente delineado”, executaram aquilo a que chamaram “processo de integração/ensinamento”.

Entre maio de 2018 e setembro de 2019, a investigação, tutelada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto e a cargo da Polícia Judiciária Militar (PJM), apurou que, “por várias vezes e em dias distintos, foi ordenado pelos arguidos aos ofendidos que comessem ração e líquidos para canídeos na presença de outros militares”.

A investigação refere ainda que, no período noturno, “os arguidos, por várias vezes, ordenaram aos ofendidos que entrassem numa gaiola de transporte de cães, colocada numa viatura de serviço”, sendo transportados pela periferia da BA5, em terreno “sinuoso e acidentado”, além de outros episódios relatados na acusação.

Uma árvore fedorenta está a invadir os EUA (e já há estados a bani-la)

Apesar de terem sido inicialmente muito populares devido à sua beleza, as pereiras Callery estão a espalhar-se descontroladamente e a ameaçar o ecossistema local nos Estados Unidos. Outrora aclamada como a árvore ornamental perfeita, a pereira Callery, vulgarmente conhecida como pereira Bradford, é agora uma ovelha negra nos Estados Unidos. Introduzidas no país há mais de um século, estas importações do Leste Asiático foram inicialmente elogiadas pelas suas belas flores primaveris, crescimento rápido e resistência a doenças. Mas hoje em dia, a pera Callery é insultada como uma espécie invasora que perturba os ecossistemas, parte-se facilmente e tem um odor

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