Por segredos em areais estendidos
Como relaxar
Enquanto o Natal não chega – não é que Vigo já está a preparar as luzes? – a ordem é para combater a canícula. Fique a saber que as ventoinhas não enganam o calor (só o cérebro) e tome nota destes truques refrescantes.
Nesta onda, prepare também as plantas para quando for de férias, quer opte pelo areal estendido de uma praia fluvial recém-nascida no Alentejo – a Oriola, em Portel – ou pelas promessas de luxo de um novo hotel lisboeta.
Relaxar não significa necessariamente parar: em Cascais, podemos encontrar numa partida de beach tennis uma comunidade de “pessoas felizes e amparadas”; e, pelo telemóvel, podemos ter uma vida mais Apptiva, com a nova aplicação do Governo que promove o exercício e não se inibe de incluir ofertas para nos pôr a mexer.
Por onde andar
Pst! Aqui entre nós… O “segredo mais bem guardado da Escócia” está nas palavras de Sousa Ribeiro, que trouxe de Fife postais de um reino que surpreende a toda a hora. Mas, já sabe, não conte a ninguém… Beleza é com o Museu do Louvre, onde o percurso De toutes beautés! anda a deslumbrar e seduzir visitantes – e de viva voz.
Por cá, Ana Costa também segreda dicas, mas sobre os encantos de Guimarães quando o objectivo é fugir aos turistas. No Algarve, ergue-se uma Sand City construída grão a grão – uma de várias sugestões para passear em família por estes dias.
Entre festivais de encher o pulmão, também temos um programa de Vizinhanças a espreitar no Porto, o Cais do Ginjal reaberto a todos (agora menos esburacado) e os preparativos cascalenses para as Festas do Mar.
O que comer
Já que estamos por Cascais, vai uma piza com alma para comer à mão? A Souldough tem novidades para os dias quentes, sempre temperadas pela brisa do mar. Os pergaminhos do bem receber descobrimos com os chefes de sala, mestres de uma arte tantas vezes invisível mas fonte de refeições memoráveis.
Com Rafaela Ferreira, a chef que roubava batatas fritas, aprendemos a receita de bacalhau à lagareiro do pai Paulo. E é com o “fiel amigo” que seguimos para Ílhavo, que o cozinha de 1001 maneiras num festival cheio de estrelas e com o Brasil como convidado. Mais sabores brasileiros num restaurante que deve o nome a Zazah, um transformista.
Não há amor ao coração-de-boi que não dê em fartura: chega Agosto e o Douro põe-se em festa. Adorado o tomate, vamos na peugada de Dom Quixote, levados por um roteiro gastronómico pelas terras dos moinhos de vento.
O que beber
De Castela-La Mancha, com o seu terroir único, chegam detalhes de uma casta muito especial, a Airén, usada em espumantes e brancos. Da Caves de São Domingos, histórica casa de espumantes da Bairrada, vêm notícias de modernização e investimento para duplicar a produção.
Na carta de vinhos entra mais um grande Loureiro para acelerar a tendência das castas brancas com que o vinho português pode impressionar o mundo, palavra de Manuel Carvalho. Notas também para um “um tinto contagiante” da Monte D’Oiro, outro de Beja que é um achado e ainda “um Gouveio mais típico“.
O que ver
Quem não gostaria de ser Wednesday Addams? Boa pergunta para acompanhar a segunda temporada da série-fenómeno, acabada de chegar ao streaming. Quem já lá está é Marc Maron, a entrar em Panicked num especial de comédia e ansiedade contra o fascismo.
No cinema, o Festival de Locarno torna a ser refúgio discreto de uma certa ideia de cinema, enquanto Marvão vê filmes em Periferias sob as estrelas e Isabelle Huppert fala d’As Aventuras de Uma Viajante na Coreia do Sul, filmada (novamente) por Hong Sang-soo. Esta é uma das estreias da semana nas salas portuguesas, onde também fica à vista a Misericórdia de Emma Dante.
O que ler
César Aira, o mais prolífico e inventivo dos escritores latino-americanos vivos, é também um autor excêntrico, reservado, de aura inatingível. Isabel Lucas falou com ele, no momento em que passam 50 anos do seu primeiro livro e a sua obra está a ser publicada e reeditada em Portugal.
A nutrir as estantes estão também os meandros do amor romântico (d)escritos por uma neurocientista (Luísa V. Lopes, em Programados para Amar), o soneto reabilitado por Bernardo Maria Salgado, as Mortes Fabulosas dos Antigos coleccionadas por Dino Baldi e a arquitectura do Bolhão pelo olhar de Nuno Miguel Borges.
Só falta dizer que “a liberdade vai passar por aqui”: de 22 de Agosto a 7 de Setembro, a Feira do Livro do Porto tem na palavra de Sérgio Godinho o seu princípio, meio e fim.
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