Violência doméstica. PSP detém homem suspeito de agredir a mãe de 76 anos no Porto

A PSP deteve um homem de 54 anos por, alegadamente, agredir a mãe de 76 anos com quem vivia no bairro das Campinas, no Porto, por esta não lhe dar dinheiro, anunciou esta quarta-feira esta força policial.

Em comunicado, a PSP referiu que o suspeito de violência doméstica, detido na segunda-feira, ficou em prisão preventiva — medida de coação mais gravosa — depois de ter sido presente a primeiro interrogatório judicial. O homem, desempregado, vivia com a mãe há cerca de um ano, depois de ter cumprido nove anos de prisão por crimes contra a propriedade, sublinhou.

Segundo a PSP, o suspeito exigia dinheiro à mãe e, quando esta não lho dava, tornava-se agressivo e ameaçava-a e atirava-lhe objetos, numa escala de violência cada vez maior nos últimos tempos.

“No dia da detenção, o suspeito, em mais um episódio de querer obter dinheiro à vítima, e perante a recusa da mesma, pegou numa garrafa de vidro e ameaçou-a violentamente contra a sua vida, fazendo crer que o crime prenunciado se pudesse realizar e, em pânico, sabendo que o filho seria capaz de concretizar as ameaças, a vítima teve de fugir de casa e refugiar-se nos vizinhos até à chegada da PSP”, explicou aquela força policial.

Quando os polícias chegaram ao local, o homem partiu uma garrafa de vidro e pegou numa corrente e ameaçou-os, adiantou a PSP. Aquando da detenção, o homem tinha uma faca no bolso das calças, acrescentou. Devido à quebra da garrafa, o suspeito ficou com ferimentos numa das mãos, tendo sido transportado ao Hospital de Santo António para ser tratado.

Parlamento marca eleição do novo provedor de Justiça para dia 16 de julho

A conferência de líderes parlamentares marcou esta quarta-feira a eleição do novo provedor de Justiça para o próximo dia 16, candidato que deverá ser proposto pelo PS e que terá de alcançar uma aprovação por dois terços.

Com a posse em junho do novo Governo PSD/CDS, liderado por Luís Montenegro, a até então provedora de Justiça, a constitucionalista Maria Lúcia Amaral, passou a desempenhar as funções de ministra da Administração Interna.

Esta mudança tornou por isso prioritária do ponto de vista político a escolha pela Assembleia da República do sucessor de Maria Lúcia Amaral à frente da Provedoria de Justiça, a instituição responsável por receber queixas de cidadãos que vejam os direitos fundamentais violados.

Além da questão do novo provedor de Justiça, a conferência de líderes agendou para o próximo dia 11 a eleição dos representantes da Assembleia da República na Comissão Nacional de Eleições.

Perante os jornalistas, o porta-voz da conferência de líderes, o deputado social-democrata Francisco Figueira, referiu que ainda não foi marcada a eleição dos cinco representantes da Assembleia da República para o Conselho de Estado — uma eleição cujo apuramento se faz por método de “Hondt” entre as diferentes listas de candidatos que foram apresentadas.

Perante os jornalistas, Francisco Figueira assinalou que a conferência de líderes agendou para o próximo dia 9 o debate do projeto da Iniciativa Liberal de abertura de uma comissão eventual de inquérito parlamentar sobre o INEM.

Também no dia 9, o parlamento debate duas propostas do Governo sobre o Estatuto dos Magistrados e o critério de distribuição de processos no âmbito do processo civil. Ainda nessa mesma sessão plenária, será discutida uma iniciativa do Chega sobre ocupação ilegal de imóveis e outra do PS relacionada com o apoio aos viticultores da Região do Douro.

No dia seguinte, em 10 de julho, por proposta do PSD, será debatido “o andamento do processo europeu” e ainda um diploma social-democrata referente lei do lobby.

Microsoft vai despedir 9 mil trabalhadores

A Microsoft vai despedir cerca de 9 mil trabalhadores, avançam meios como a Bloomberg e a CNBC. Esta é mais uma ronda de cortes que a tecnológica faz este ano, numa tentativa de controlar custos.

Em junho de 2024, a empresa empregava 228 mil pessoas. A redução de 9 mil postos de trabalho representa um corte de cerca de 4%. Deverão ser afetados funcionários em várias geografias. O Observador contactou a Microsoft para perceber que implicações poderá ter na operação portuguesa esta redução, aguardando resposta.

“Continuamos a implementar as mudanças organizacionais necessárias para posicionar da melhor forma a empresa e as equipas para o sucesso num mercado dinâmico”, declarou um porta-voz da companhia à Bloomberg.

A Microsoft já fez algumas reduções de trabalhadores este ano. Em maio, por exemplo, saíram da empresa 6 mil pessoas, com particular foco nas equipas de produto e engenharia. Já a CNBC refere que, no mês passado, saíram mais 300 pessoas da empresa.

Microsoft corta 6.000 postos de trabalho em várias regiões

Esta informação sobre novos despedimentos surge logo após o início do ano fiscal de 2026 para a empresa, que tem início em julho.

Presunto ibérico é alimento secreto para superatletas

O presunto ibérico é um ‘superalimento’ para os atletas devido ao seu perfil nutricional único, cujo consumo tem sido associado à redução da inflamação muscular, à aceleração da regeneração pós-treino e ao aumento da massa muscular magra. O presunto ibérico tem perfil nutricional que, segundo um novo estudo, o torna superalimento para atletas. “Cada fatia de presunto ibérico contém ciência, sabor e desempenho“. Esta reflexão foi feita por Luis Montiel, durante uma conferência com Francisco Tovar realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Complutense de Madrid (UCM). O professor destacou que o presunto é um produto com proteínas de alta

Santos Silva não será candidato a Belém porque o seu nome seria “divisivo”

O antigo ministro socialista Augusto Santos Silva não será candidato à Presidência da República nas eleições de Janeiro do próximo ano, que determinarão o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa. Depois de ter feito contactos nos últimos dias, chegou à conclusão que a sua candidatura “não é suficientemente abrangente e seria divisiva” no partido. Deixa, no entanto, um desejo: “Espero que surja uma candidatura independente mas agregadora”, sem dizer, no entanto, se se refere a António Sampaio da Nóvoa, que se candidatou em 2016 ao mesmo tempo que Maria de Belém Roseira.

O também ex-presidente da Assembleia da República escolheu o Jornal da Tarde da RTP1 para fazer o anúncio, depois de na passada semana ter assumido que iria tornar pública a sua decisão nesta quarta-feira. Na área do PS resta agora António José Seguro, mas o partido só anunciará que vai apoiar depois das eleições autárquicas.

Nos últimos anos, Santos Silva manteve no ar a dúvida sobre se iria, ou não, avançar para a corrida presidencial. Quando ocupava o segundo lugar na hierarquia do Estado, como presidente do Parlamento, admitiu sucessivamente em entrevistas manter a porta entreaberta. Em Julho de 2022, questionado na RTP sobre se rejeitava entrar na corrida a Belém, foi taxativo: “Eu não rejeito nada em absoluto porque se rejeitasse coisas em absoluto não teria procurado servir o meu país nas ocasiões em que foi necessário e nos lugares em que se entendeu que poderia ser mais útil.”

Ainda em Novembro passado, o socialista voltou a reconhecer ao PÚBLICO essa disponibilidade para uma candidatura: “Não me ponho de fora, nem para a Assembleia de Freguesia, nem para Presidente da República.” Já este ano, Santos Silva chegou a admitir que estaria à espera de uma decisão do também socialista António Vitorino, elogiando o seu currículo. Na prática, se Vitorino se candidatasse, Santos Silva não o faria.

Mas desde que o antigo líder socialista António José Seguro anunciou a sua candidatura, passou a ter um discurso ainda mais crítico. No início de Junho, quando Seguro confirmou na CNN que se candidatava a Belém, Augusto Santos Silva defendia ao PÚBLICO: “Nenhum dos quatro candidatos [Seguro, Marques Mendes, Gouveia e Melo e Mariana Leitão] já conhecidos tem o perfil e as qualidades indispensáveis para que me reveja nessa candidatura e que o PS deva apoiá-las. O PS deve continuar à procura de um candidato que cumpra dois critérios: seja uma candidatura unificadora e forte.”

Na passada semana, com o antigo comissário europeu António Vitorino a decidir que não iria candidatar-se, Santos Silva assumiu que era agora o seu tempo de reflectir. Numa publicação no seu perfil da rede social Facebook afirmou-se obrigado a “uma nova reflexão sobre o quadro de candidaturas presidenciais possíveis”, incluindo a eventual apresentação da sua própria candidatura. “Se tudo correr normalmente, e considerando os meus próprios afazeres profissionais, tenciono comunicar publicamente a decisão que tomar na próxima quarta-feira, 2 de Julho”, apontava o socialista.

Uber: “Totalmente prematuro” alterar política de contratação

Na sequência de decisões desfavoráveis às plataformas por parte do Supremo Tribunal de Justiça, que reconheceu pela primeira vez a existência de um contrato de trabalho entre um estafeta e a Glovo e que anulou um acórdão da Relação relativamente à Uber Eats, a Uber considera “totalmente prematuro ter qualquer tipo de iniciativa” para alterar a sua política de contratação. “Não vemos essa necessidade”, salienta Francisco Vilaça, diretor-geral da empresa em Portugal.

Questionado sobre as decisões da justiça relativamente aos estafetas e às plataformas, o responsável lembrou que as decisões do Supremo “ainda estão a decorrer” e que “existe uma grande variação nas decisões” que têm sido tomadas na primeira instância e pela Relação. Alguns tribunais reconhecem a existência de um contrato de trabalho, enquanto outros não. “No Supremo, há uma grande decisão, especificamente da Uber, que remeteu de volta para a Relação — e provavelmente de volta para a primeira instância. Teremos de aguardar, obviamente, o desenrolar desses processos. Acreditamos que existe grande incerteza jurídica em torno de todo este processo e a necessidade de maior clareza nos próximos passos, em termos regulamentares”, defende Francisco Vilaça.

O diretor-geral da Uber em Portugal refere-se à decisão do Supremo de anular um acórdão da Relação de Évora, pedindo que o processo volte para esse tribunal — e, se necessário, à primeira instância — para apurar novos factos relacionados com cinco estafetas que prestavam serviços para a Uber Eats. O Supremo considera, por exemplo, segundo o jornal Público, que é necessário perceber se esses estafetas “têm outras profissões com horário completo e fazem entregas à noite e aos fins de semana como part-time” ou se o faziam em full-time.

Quanto ao facto de a Glovo ter contratado, segundo o El País, que cita fontes da empresa, 14 mil estafetas em Espanha e se esse pode ser um fator que leve a Uber na mesma direção, Francisco Vilaça optou por não se pronunciar por não ser o responsável pela área de entregas. “Eu não me quero pronunciar sobre as decisões que o meu par de delivery poderá vir a tomar”, afirmou, à margem da apresentação de uma nova funcionalidade, que será lançada na próxima semana, em que as mulheres (passageiras e motoristas) podem optar por viajar apenas com outras mulheres.

Uber vai permitir a passageiras e motoristas escolherem viajar só com mulheres

Já sobre a nova política migratória em Portugal, cujas propostas vão ser discutidas no Parlamento na sexta-feira, nomeadamente sobre se antecipam um impacto de maior, o responsável diz que “por enquanto não” e assegura que a “principal prioridade” é garantir que quem procura o serviço e quem conduz na plataforma “está apto e legal em todas as vertentes regulamentares”. Isto, “independentemente de qualquer que seja a política de imigração” em vigor.

Além de autorização de residência e trabalho, os motoristas que pretendem prestar serviços para a Uber têm de ter também o registo criminal limpo. “Naturalmente, cumpriremos com qualquer que seja o novo cenário e qualquer que seja a alteração que isso venha a ter, em termos de perfil, de quem nos procura para conduzir”, afirma, notando que mais de 60% dos motoristas são portugueses e mais de 74% são de países de língua oficial portuguesa.

Na passada segunda-feira, nas horas de ponta da manhã e da tarde, os motoristas de TVDE estiveram paralisados contra uma tarifa imposta pela Uber. Desligaram essa aplicação e mantiveram-se a operar somente na Bolt. À agência Lusa, Tiago Sousa, responsável pelo movimento que convocou a iniciativa, o Stop Uber, disse que nunca tinha existido uma paralisação “tão grande” em Portugal e deu um exemplo: “O preço do Uber triplicou numa viagem de Almada para o Aeroporto de Lisboa”.

Confrontado, pelo Observador, com esta declaração específica, o diretor-geral da Uber responde que “as viagens não triplicam”, uma vez que “a tarifa dinâmica é muito clara”. “No máximo duplicam e não é isso que verificamos. Retirar fotografias pontuais de uma realidade é sempre tirar fora do contexto aquilo que é uma indústria muito mais complexa, muito mais vasta, com muito mais envolvência”, afirma. A Uber, tal como tinha feito antes da convocação da paralisação, diz não ter sido contactada pelo movimento e mostra estar “sempre” disponível para “receber associações e falar com motoristas”.

Durante a paralisação, Tiago Sousa disse que a Bolt “aumentou duas vezes o preço este ano e há garantias do presidente [da plataforma em Portugal] que vai aumentar outra vez”, motivo pelo qual a app poderá não ter sido visada pelo movimento. Questionado sobre o facto de a concorrência não ter sido afetada, o responsável da Uber diz que a empresa aumenta os preços, “de forma dinâmica”, “frequentemente ao longo do ano”, mas nem sempre o anuncia. “Nós fizemos, sim, várias mudanças ao longo do ano e fazemos sempre o necessário para garantir o equilíbrio. É importante frisar que existe sempre a dupla responsabilidade de garantir que está tudo equilibrado dos dois lados [plataforma e motoristas]”, defende.

Uber. Motoristas de TVDE mobilizam-se esta segunda-feira para paralisação nas horas de ponta

Papa lamentou “guerra sem sentido” na Ucrânia e reza para que “a paz regresse o mais rapidamente”

O Papa Leão XIV disse esta quarta-feira que devido à “guerra sem sentido” na Ucrânia “não é fácil falar de esperança” aos membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, que recebeu em audiência, nem às pessoas que lhes estão confiadas.

“Sei que têm muitas necessidades a enfrentar, tanto no âmbito eclesial como humanitário. Vós sois chamados a servir Cristo em cada pessoa ferida e angustiada que se dirige às vossas comunidades pedindo ajuda concreta. Estou perto de vós e, por meio de vós, estou perto de todos os fiéis da vossa Igreja”, disse o Papa, no seu discurso, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico do Vaticano.

Aos membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, que celebram a sua Assembleia Sinodal após a peregrinação jubilar de 28 de junho, Leão XIV assinalou que era um “momento importante” e que se insere no contexto do Ano Jubilar, “que convida todo o Povo de Deus a renovar-se na esperança”.

O Papa acrescentou que, no atual contexto histórico, “não é fácil falar de esperança”, nem aos membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, nem às pessoas que lhes estão confiadas pastoralmente, por causa da guerra na Ucrânia, que começou com ataques e invasão do território pela Rússia no dia 24 de fevereiro de 2022.

A Igreja Católica está a celebrar o Ano Santo 2025, o 27.º jubileu ordinário da história, por iniciativa do Papa Francisco, que o dedicou ao tema da esperança, e Leão XIV recordou o seu antecessor neste encontro, repetindo que “a esperança não desilude, porque se funda no amor de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Leão XIV convidou os membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana a permanecerem “unidos na única fé e na única esperança”, e afirmou que a “comunhão é um grande mistério”, referindo que “é também comunhão real com todos os irmãos cuja vida foi arrancada desta terra, mas é acolhida em Deus”.

O Papa Leão XIV começou a audiência a lembrar que se encontrou com “numerosos peregrinos da Igreja Greco-Católica Ucraniana”, onde abençoou também um grupo de mães de soldados mortos na guerra, na Basílica de São Pedro, no sábado, dia 28 de junho, e partilhou que gostaram “muito de cantar o ‘Pai Nosso’ em ucraniano”.

“Gostámos muito do cântico do Pai-Nosso em ucraniano. Se cantassem para nós, poderíamos cantar o Pai-Nosso”, acrescentou, já em inglês, aos membros do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana, que aceitaram o convite.

Linha do Norte cortada em Gaia no sentido sul-norte entre Granja e Francelos Sul

A circulação de comboios na Linha do Norte, que esteve cortada no sentido sul-norte entre a Granja e Francelos Sul, em Gaia, devido a um atropelamento do qual resultou uma vítima mortal, foi retomada, disseram à Lusa várias fontes.

“Foi totalmente retomada às 12h09”, indicou fonte da Infraestruturas de Portugal (IP), cerca das 12h45.

Já fonte do Comando Sub-regional da Área Metropolitana do Porto confirmou a morte de uma pessoa sem especificar sexo nem idade.

A circulação esteve a decorrer alternadamente por uma só via, isto depois de ter chegado a estar totalmente cortada entre a Granja e Francelos.

O Comando Sub-regional da Área Metropolitana do Porto registou um atropelamento ferroviário em São Félix da Marinha, concelho de Vila Nova de Gaia.

O alerta foi dado às 10h58 e no local estavam, pelas 12h00, nove elementos dos bombeiros voluntários da Aguda com duas ambulâncias e um carro de combate.

Portugueses desconfortáveis com mais de 2,5 segundos de silêncio em conversa

A académica Erin Meyer, autora do livro “The Culture Map” (O Mapa Cultural), disse esta quarta-feira que, em média, os portugueses aguentam 2,5 segundos de silêncio até ficarem desconfortáveis, ao passo que outras culturas podem chegar aos 10.

“Se compararmos Portugal com a China, em Portugal podemos aguentar ficar confortáveis com os silêncios até dois segundos e meio num diálogo, e a mesma investigação mostrou que na China as pessoas podem ir a oito ou até 10 segundos sem pressentir que está a ocorrer algo de anormal”, disse esta quarta-feira Erin Meyer na QSP Summit, na Exponor, em Matosinhos.

Falando na sessão de abertura do evento na Exponor, a autora de “The Culture Map: Breaking Through the Invisible Boundaries of Global Business“, de 2014, (O Mapa Cultural: Rompendo as Barreiras Invisíveis dos Negócios Mundiais, numa tradução livre) apresentou vários exemplos de como as diferenças culturais podem afetar as relações no mundo empresarial.

A professora na INSEAD em Paris ilustrou que nalgumas culturas, se “permanecer calada durante alguns segundos, é provável que interprete esse silêncio como algo negativo, indicando zanga ou aborrecimento, mas noutras “esse mesmo silêncio pode ser interpretado como algo bastante positivo”, em que alguém pode ser “bom ouvinte” ou estar “a pensar com cuidado”.

De acordo com um gráfico mostrado fruto de uma sua investigação recente, o Japão, Tailândia, Coreia do Sul, China, Finlândia ou Indonésia estão na ponta das culturas mais confortáveis com o silêncio e, na ponta oposta, estão países como Itália, Estados Unidos, França, Espanha, Reino Unido, México, Portugal e Brasil.

Na sua apresentação desta quarta-feira, Erin Meyer abordou ainda temas distintos da cultura empresarial em vários países, focando-se sobretudo em como esta varia em assuntos como dar ou receber “feedback” negativo ou na forma como são vividas as reuniões de trabalho e interpretadas as suas conclusões.

Segundo dados apresentados pela autora, os países com uma cultura empresarial que tende a dar “feedback” negativo de forma mais direta são os Países Baixos, a Rússia, a Alemanha, a Dinamarca, a Polónia ou França.

Já na ponta oposta, em que o “feedback” negativo é dado de forma mais indireta, estão países como o Japão, Tailândia, Coreia do Sul, Colômbia, México ou Arábia Saudita.

Quanto às reuniões de trabalho, é necessário dar mais contexto sobre as conclusões e operacionalização de tarefas em países como a China, Japão, Coreia do Sul, Tailândia ou Etiópia, e menos contexto em culturas como a dos Estados Unidos, Austrália, Países Baixos, Alemanha, Canadá ou Nova Zelândia.

“Numa cultura de menos contexto, enquanto estamos a comunicar, assumimos que temos um nível reduzido de pontos de referência, de conhecimentos e informação”, o que priviligia a comunicação “explícita, simples e clara”.

Pelo contrário, numa cultura de elevado contexto, “assumimos que temos um conjunto alargado de referências partilhadas”, em que a boa comunicação é entendida como sendo baseada em “nuances ou sendo implícita”, realizando-se também através de camadas de entendimento. .

De acordo com a autora, quando as diferentes culturas se encontram, há diferentes perceções sobre o que é interpretado e esperado das reuniões, sendo assumido automaticamente por uns de acordo com o decorrer dos acontecimentos e de se “ler a sala”, mas tal não acontecendo noutras culturas, em que por vezes é necessário escrever as conclusões por escrito.

A QSP Summit arrancou oficialmente na terça-feira no Porto e prossegue até quinta-feira na Exponor, em Matosinhos, tendo este ano como lema “The New Strategic Drivers” (Os Novos Motores Estratégicos), propondo “reflexão sobre os motores estratégicos que estão a transformar as organizações – da cultura à tecnologia, passando pela estratégia, pessoas, comunicação, educação, performance e até ética”.

Qual a urgência dos países em investir na defesa

Podemos imputar custos a outros países e incluir como custos de defesa e investimento de outros ministérios? Ouça o comentário de Nuno Rogeiro na versão podcast do programa Jogos de Poder, emitido na SIC a 1 de julho.

A análise de Nuno Rogeiro sobre os temas que marcam a atualidade internacional. Todos os domingos, às 14h, Leste/Oeste na SIC Notícias e em podcast. Ouça mais episódios:

1 3 4 5 6 7 643