Incêndios. Castro Almeida garante respostas aos pedidos de apoios em 10 dias


O ministro da Economia e Coesão Territorial garantiu esta segunda-feira que as respostas aos pedidos de apoio formulados pelos agricultores afetados pelos incêndios vão ser dadas em 10 dias. Em entrevista ao programa Explicador, da Rádio Observador, Manuel Castro Almeida destacou a articulação com as câmaras municipais e as CCDR [Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional] no apoio burocrático e assegurou também que o anunciado plano a 25 anos para as florestas não foi feito apenas em plena crise da gestão do combate aos incêndios no país.
“A partir desta semana, as pessoas lesadas podem fazer os respetivos pedidos e as primeiras respostas aparecerão em menos de 10 dias. Estamos a pensar sobretudo nos apoios mais expeditos para os agricultores com prejuízos até 10 mil euros, que não terão de fazer prova”, disse o governante, sublinhando que as autarquias “são o primeiro contacto” para a resolução do problema: “É lá que as pessoas se deverão dirigir, apoiam os lesados na formulação dos pedidos”.
Num dia em que entra em vigor o diploma aprovado pelo Governo e promulgado pelo Presidente da República sobre o apoio às populações atingidas pelos incêndios de 2025, o ministro prosseguiu: “O apoio vai ser muito expedito até 10 mil euros para agricultores. Há uma vistoria técnica da câmara e da CCDR e desde que esse valor seja até 10 mil euros é pago até 10 dias. Se for mais de 10 mil euros, é mais complicado, porque entram regras comunitárias mais exigentes”.
Com os incêndios a entrarem agora numa fase mais calma, Manuel Castro Almeida vincou ser ainda “impossível ter um valor minimamente rigoroso” sobre os prejuízos, embora tenha estimado que serão “sensivelmente maiores” do que aqueles que se registaram em 2024. No entanto, expressou a ideia de que o “número de casas que ardeu é inferior ao número do ano passado”.
Sobre as especificidades dos apoios, o ministro assegurou que quem perdeu a primeira habitação tem de fazer o pedido de indemnização. Então, os técnicos da respetiva câmara municipal e da CCDR deslocam-se ao local para avaliar o prejuízo. “Pagamos 100% até 250 mil euros e a partir de 250 mil euros pagamos 85%”, ressalvou. Manuel Castro Almeida notou igualmente que os apoios se estendem também a quem não tem seguro: “Tratando-se de casa da primeira habitação, não valorizamos ter seguro ou não ter. Se tiver seguro, pagamos a diferença. O objetivo não é compensar perdas de património, é dar condições de vida dignas”.
Na eventualidade de a habitação destruída pelos incêndios não estar anteriormente legalizada, o governante vincou que o apoio não visará a recuperação da casa afetada, mas sim a atribuição de um valor equivalente para uma residência noutra zona legalizada.
Confrontado com a apresentação do plano do Governo para as florestas para 25 anos, Manuel Castro Almeida rejeitou que tivesse sido elaborado por força dos grandes incêndios deste verão e salientou que o trabalho já tem meses de preparação. “O Governo deve ser avaliado pelo que faz em cada ano, mas deve ter-se a consciência de que este é um trabalho para 20 anos. É preciso começar já. Este plano não foi preparado agora nos últimos dias. Foi preparado desde o final do verão passado”, declarou.
A nível político, lembrou que o Governo tem a “obrigação” de acolher as melhores propostas da oposição. Contudo, sobre a ideia de uma comissão de inquérito aos incêndios, conforme foi defendido pelo Chega, Manuel Castro Almeida já deixou implícitas algumas dúvidas se essa será a melhor solução para a investigação dos incêndios deste ano.
“Acho muito bem que isso seja investigado. A questão que se coloca é quem é competente: é o parlamento ou a Polícia Judiciária e o Ministério Público? Isso é uma decisão que o Parlamento deve tomar”, concluiu.
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