Terroristas reivindicam ataque em Cabo Delgado e morte de dois cristãos

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram esta segunda-feira o ataque a uma aldeias de Cabo Delgado, com pelo menos dois cristãos mortos, num momento de contínua violência, com milhares de deslocados naquela província moçambicana.

A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico (EI), refere que o ataque aconteceu no sábado, numa povoação do distrito de Muidumbe, resultando na execução de “dois cristãos” entre a população.

A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas desde então.

Pelo menos 29 pessoas morreram e outras 208 mil foram afetadas, em julho, pelos ataques de grupos extremistas em distritos de Cabo Delgado, província moçambicana que enfrenta a insurgência armada desde 2017, avançou na sexta-feira uma agência da ONU.

De acordo com um relatório de campo do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), em julho os confrontos entre grupos armados e as forças de segurança moçambicanas resultaram no deslocamento de 56.215 pessoas.

“O número de incidentes registados aumentou de 72 em junho para 82 em julho. Uma mudança significativa também foi observada na distribuição geográfica da violência, que se expandiu para o sul, para Ancuabe, Chiúre [Cabo Delgado] e Eráti [Nampula]”, refere-se no documento.

De acordo com aquela agência da ONU, essa expansão restringiu agora ainda mais o acesso rodoviário a Macomia ao longo da estrada Número 380 [N380], tanto do norte quanto do sul: “o OCHA estima que mais de 208.122 civis foram afetados — direta e indiretamente — pela violência”.

No documento avança-se que em julho foram relatados 47 ataques contra civis, abrangendo assassínios, sequestros, extorsão e saques, que resultaram em “pelo menos 29 mortes e 69 sequestros” e na interrupção de meios de subsistência, além de terem provocado deslocamentos e reforçarem um “clima de medo”.

“Chiúre e Macomia registaram o maior número de incidentes, seguidos por Ancuabe e Muidumbe. Além disso, o estabelecimento de nove postos de controlo informais de veículos ao longo da N380 e da Estrada Número 14 restringiu significativamente o acesso humanitário, atrasando a assistência a mais de 85 mil pessoas em Macomia e Muidumbe”, explica-se.

A agência da ONU avança ainda que os conflitos entre os Grupos Nacionais de Apoio e as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, incluindo forças locais, intensificaram-se em Chiúre, no litoral de Macomia e em Muidumbe.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

Chega pede comissão de inquérito ao “negócio mafioso dos fogos altamente suspeitos”

Chega recomenda legislação que proíba a negociação da madeira resultante dos fogos, agravamento das penas para os condenados por incêndio florestal e apela a que se “considere que um incendiário é um terrorista”. O Chega anunciou que daria entrada ainda no domingo com o pedido para a realização de uma comissão de inquérito aos fogos em Portugal e do seu negócio, disse o seu líder, André Ventura, em Leiria. “E é isso que nós vamos fazer. Nós vamos fazer mesmo uma investigação a sério aos fogos, vamos propor ao parlamento que o faça e que recomende legislação que não deixe

Luís Menezes: “O que me inspira é termos o poder de sonhar, voltar ao presente, executar, conquistar pessoas e ver os projetos a andar”

Luís Menezes sempre achou que ia ser médico, seguindo a longa tradição da família onde há médicos há mais de três gerações, e garante que não tinha um “plano B” para o caso do “plano A falhar”. Mas falhou. Não entrou em Medicina e ainda chegou a frequentar o curso de Engenharia Química, mas foi pela Economia que acabou por se encantar.

Formou-se na Universidade Católica e ao currículo académico acrescentou várias formações executivas em gestão, liderança internacional e transformação digital, no Insead e no IMD. Acrescentar conhecimento e alargar horizontes de pensamento é algo que diz ser essencial para se robustecer enquanto líder.

Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal

Nuno Fox

Luís Menezes, CEO do Grupo Ageas Portugal, durante as gravações do podcast “O CEO é o limite”

Nuno Fox

Apesar de derivar o seu caminho para as áreas da Economia e da Gestão, a Saúde acabou por ser um fio condutor no percurso de carreira de Luís Menezes. Depois de uma primeira experiência internacional ao serviço da JP Morgan, em Londres – de que recorda a extrema intensidade das rotinas: “às vezes trabalhávamos um, dois dias quase seguidos e onde acabávamos por descansar, era a dormir 20 ou 25 minutos para a casa de banho, o que era uma prática recorrente” -, integrou a Unilabs durante 18 anos, chegando a CEO da empresa.

“Tive três ciclos de crescimento e de reestruturação na Unilabs. Conseguirmos ter as pessoas preparadas, a liderança alinhada para perceber que as empresas vivem por ciclos. Quando isto está dentro da engrenagem da empresa, traz muita agilidade e capacidade de execução”, explica. Integrou o Grupo Ageas Portugal em maio de 2024 e chegou ao cargo de CEO seis meses depois.

Diz que o percurso de carreira que construiu é muito mais sustentado nos erros do que nos sucessos. “O superpoder de um líder vem da capacidade de não repetir erros”, sublinha.

Este episódio foi originalmente publicado em 20 de janeiro de 2025.

Cátia Mateus podcast O CEO é o limite

O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios:

“Um colega meu palestiniano dizia: ‘chamem-lhe genocídio ou o que quiserem, nós estamos demasiado ocupados a morrer’” em Gaza

A primeira vez que Raul Manarte esteve na Faixa de Gaza foi em novembro e dezembro do ano passado, e a última foi há cerca de um mês, para uma missão humanitária de duas semanas no enclave palestiniano. O psicólogo da organização Médicos Sem Fronteiras diz que “nunca viu nada assim” ao longo de toda a sua carreira e experiência internacional em conflitos.

“Os palestinianos não podem sair. Nunca vi pessoas a não poderem ser refugiadas, que é um direito humanitário internacional, todos nós podemos fugir do horror”, conta. “Nunca vi um sítio onde a comunidade internacional sabe tão bem o que se passa e há tanta revolta, mas tal não se traduz em mudanças no terreno. Também nunca tinha visto a distribuição de comida ser usada como uma arma de guerra”, descreve o psicólogo.

Neste último ponto, Raul Manarte refere-se à polémica Fundação Humanitária de Gaza, que gere a entrega de ajuda e alimentos, apoiada por Israel e Estados Unidos, e considerada uma “armadilha mortal” por organizações de direitos humanos. Desde 27 de maio, dia em que a Fundação começou a operar, quase 2000 civis foram mortos pelas tropas israelitas enquanto tentavam obter comida e cerca de 14 mil ficaram feridos, segundo a Organização Mundial de Saúde.

Os profissionais de saúde e os trabalhadores humanitários têm de tentar fazer o seu trabalho num cenário de guerra, e em que não há comida, água ou medicamentos suficientes para ninguém. E não é possível falar de “saúde mental sem necessidades básicas e sem segurança”, diz o ativista. “Uma pessoa não pode estar bem se não sabe se vai estar cá amanhã, ou se o filho vai estar cá amanhã ou se viu a filha despedaçada ontem, ou se não tem acesso a comida ou água…”

Tendo estado no terreno já por duas ocasiões diferentes e visto com os seus próprios olhos o que está a acontecer, Raul Manarte não tem pudor em usar a palavra “genocídio” devido “à matança em massa de civis, aos deslocamentos forçados, à fome ou à impossibilidade de condições básicas de vida”. “Um colega meu palestiniano dizia: ‘chamem-lhe genocídio ou o que quiserem, discutam a terminologia, que nós estamos demasiado ocupados a morrer’”.

Este episódio foi conduzido pela jornalista Mara Tribuna e contou com a edição técnica de Gustavo Carvalho. O Mundo a Seus Pés é o podcast semanal da editoria Internacional do Expresso. A condução do debate é rotativa entre os jornalistas Ana França, Hélder Gomes, Mara Tribuna, Pedro Cordeiro e Catarina Maldonado Vasconcelos. Subscreva e ouça mais episódios.

Autoridade da Concorrência investiga subida de preços na saúde privada após compra do Hospital Particular do Algarve pela CUF

A Autoridade da Concorrência (AdC) está a investigar se a subida de preços na saúde privada resulta das fusões e aquisições no setor, nomeadamente da compra do grupo Hospital Particular do Algarve (HPA) pela CUF, noticiou esta segunda-feira o Público.

Segundo o jornal, a AdC decidiu abrir uma investigação aprofundada à operação por considerar que a concentração de operadores pode estar a aumentar os preços cobrados pelos hospitais privados às seguradoras. A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) também identificou riscos concorrenciais, com destaque para o Alentejo e o Algarve, regiões onde a concentração de mercado é mais elevada.

Entre 2020 e 2025, foram notificadas 11 operações de concentração envolvendo os maiores grupos de saúde privada, segundo a mesma notícia.

O Mundo a Seus Pés

Podcast da secção de internacional do Expresso assinado por Ana França, Hélder Gomes, Catarina Maldonado Vasconcelos, Pedro Cordeiro e Mara Tribuna. Episódios semanais sobre assuntos que dominam a atualidade mundial, com jornalistas, correspondentes e outros convidados

“Os jovens ainda vão para a escola na sua noite biológica, os horários são muito matutinos. Era como acordar um adulto às quatro da manhã”

Matilde Fieschi

Será que se dormir poucas horas durante a semana, pode compensar durante o fim de semana? Quantas horas é mesmo necessário dormir? O álcool pode ajudar a adormecer? E o café faz assim tão mal antes de dormir?

Matilde Fieschi

Para responder às perguntas mais frequentes sobre sono, Margarida Graça Santos volta a receber Bruna Reis. A co-autora do podcast ‘O teu mal é sono’ é mestre em medicina do sono pela Universidade Europeia de Madrid.

Qual é afinal o lugar mais seguro num carro? Depende…

Segundo os peritos em segurança rodoviária, há um lugar que é claramente mais seguro do que os restantes, e um mais perigoso. Mas há muitos fatores a ter em conta — principalmente, o tipo de veículo em causa. E nunca é demais lembrar: use sempre cinto de segurança, independentemente do lugar. Há a ideia generalizada de que estar ao lado do condutor pode trazer maiores riscos numa situação de emergência, o que levanta a questão: qual é o lugar mais seguro quando viajamos de carro? “O lugar mais seguro de um carro depende muito do tipo de veículo em que

Contas Poupança

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Podcast de Pedro Andersson, jornalista especializado em Finanças Pessoais, que aproveita as suas viagens de carro para falar sobre dinheiro. Todas as segundas-feiras às 7h, uma nova boleia para começar bem a sua semana financeira. Disponível em todas as aplicações de podcast e nos sites da SIC Notícias e Expresso.

Pacto para a floresta só será útil após avaliação ao que correu mal, diz Marques Mendes

O candidato presidencial Marques Mendes defendeu este domingo que um pacto para a floresta só será útil se for feita uma avaliação ao que correu mal este verão e às medidas tomadas após os trágicos incêndios de 2017.

Em declarações aos jornalistas durante uma visita à Feira de São Mateus, em Viseu, Luís Marques Mendes considerou que as medidas anunciadas na quinta-feira após a reunião extraordinária do Conselho de Ministros “são todas positivas e vão todas na direção certa“.

Uma das medidas é um plano de intervenção para as florestas de 2025 a 2050, que, segundo o primeiro-ministro, Luís Montenegro, será alvo de um debate para “consensualizar um verdadeiro pacto para a gestão florestal e a proteção” do território nacional.

Primeiro é preciso avaliar o que é que correu mal nesta época de fogos. Sem isto, o pacto fica coxo“, avisou Marques Mendes.

Segundo o candidato a Presidente da República, é também necessário fazer outra avaliação, “de que pouco se tem falado, das medidas que foram tomadas depois dos incêndios de 2017”.

“Foram cumpridas ou não foram cumpridas, foram na direção certa ou na direção errada? Estas duas avaliações são indispensáveis para que um pacto para a floresta não seja apenas retórica e tenha conteúdo útil”, sublinhou.

Marques Mendes considerou que, “em matéria dos fogos em Portugal, parece que São Pedro manda mais do que as reformas da floresta“, porque “se o tempo está razoável não há fogos, se o tempo está quente há fogos”.

“Isto significa que não se tem investido a sério, como deve ser, na prevenção. E também significa que as medidas adotadas em 2017 parece que não surtiram efeito. Às tantas está praticamente tudo na mesma na floresta”, afirmou.

O candidato presidencial reiterou que este momento ainda não é de avaliações, mas de apoiar os bombeiros, as populações e os autarcas.

“Mas vai haver um tempo para avaliar”, acrescentou, lembrando que “toda a gente prometeu que ia ser diferente de 2017”, mas, “até hoje, a sensação que existe é de que está tudo na mesma”.

No que respeita à globalidade das medidas anunciadas, disse apenas ter receio da burocracia.

“Espero que o Governo seja muito atento para que a burocracia não emperre estas medidas, para que os apoios às pessoas cheguem rapidamente”, acrescentou.

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