BP descobre depósito de gás e petróleo no Brasil. É a maior descoberta em 25 anos

A gigante petrolífera britânica BP anunciou ter detetado um depósito de gás e petróleo ao largo do Brasil, afirmando tratar-se da sua maior descoberta em 25 anos. A BP anunciou a descoberta do maior depósito de gás e petróleo dos últimos 25 anos. “Estamos empolgados em anunciar esta descoberta significativa (…), a maior realizada pela BP em 25 anos”, declarou Gordon Birrell, vice-presidente executivo da BP, num comunicado. As ações do grupo, que deverá apresentar os resultados do segundo trimestre na terça-feira, subiam a meio da manhã de hoje cerca de 1,5% na Bolsa de Londres. “Os resultados da análise

Autárquicas. Analista de crimes financeiros Rita Ribeiro é a candidata do Bloco de Esquerda à Câmara de Espinho

A analista de crimes financeiros Rita Ribeiro é a cabeça de lista do BE à Câmara Municipal de Espinho, revelou esta segunda-feira o partido, defendendo a necessidade de maior proximidade entre a autarquia e a população, em especial os jovens.

Tendo exercido nos últimos quatro anos o cargo de deputada municipal nesse concelho do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, a candidata, de 30 anos, é licenciada em Direito pela Faculdade da Universidade de Coimbra e pós-graduada em Ciências Jurídico-Forenses.

“Trabalha atualmente como analista de crimes financeiros, com experiência consolidada na área do direito bancário: a prevenção da corrupção, o financiamento de terrorismo e o branqueamento de capitais”, adianta o Bloco de Esquerda (BE).

A candidatura de Rita Ribeiro a Espinho visa “colocar o cidadão no centro das decisões e garantir que a política volte a ser feita com proximidade”, para que o concelho se torne “mais inclusivo, acessível e ambientalmente responsável”.

Para isso, a candidata quer um município “construído em conjunto com a comunidade — especialmente com os jovens, que têm sido sistematicamente excluídos dos processos de decisão” — e defende uma política “mais transparente, mais próxima e, acima de tudo, mais humana”.

Segundo o BE, a cabeça de lista à Câmara de Espinho sempre foi ativa “em causas sociais, culturais e políticas, movida pelo desejo de transformar a realidade que a rodeia”.

Foi presidente do Coro Misto da Universidade de Coimbra, membro do Núcleo de Estudantes de Direito e “organizadora e coordenadora de debates, workshops, ações de sensibilização e encontros internacionais”.

Além disso, participou em “inúmeros voluntariados, coordenou projetos europeus de capacitação juvenil e cooperou e integrou diversas associações culturais, movimentos locais e coletividades do concelho, sempre com espírito de serviço público”.

Além de Rita Ribeiro pelo BE, às eleições de 12 de outubro em Espinho também já foram anunciadas as candidaturas de José Ilídio Sá (IL), Pilar Gomes (CDU), Luís Canelas (PS) e ainda Maria Manuel Cruz como independente — que, embora sendo presidente da Câmara pelo PS desde 2023 (na sequência da renúncia de Miguel Reis devido ao caso Vórtex), se desvinculou entretanto do partido, por esse ter preferido como cabeça de lista o vereador Luís Canelas.

Quanto ao PSD, o candidato confirmado pela estrutura distrital e nacional do partido é Jorge Ratola, mas está a decorrer um processo de impugnação dessa candidatura por iniciativa de Ricardo Sousa, que foi o nome votado por unanimidade na concelhia e é acompanhado nessa contestação por mais de 110 militantes.

O executivo municipal de Espinho é atualmente composto por sete elementos: Maria Manuel Cruz, Leonor Lêdo Fonseca e Lurdes Rebelo, pelo PS; Luís Canelas, eleito pelo PS, mas agora sem pelouros, após a presidente lhe retirar a confiança política; e Lurdes Ganicho, João Passos e Hélder Rodrigues, pelo PSD.

Governo prepara linha de apoio às empresas do turismo afetadas por incêndios

O Governo está a ultimar uma linha de apoio às empresas do setor do Turismo afetadas pelos incêndios, avança, à Renascença, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Luís Pedro Martins fala em apoios financeiros que podem chegar até aos 90% dos prejuízos e que deverão ser anunciados ainda esta semana pelo Executivo liderado por Luís Montenegro.

“Estão a ser preparadas linhas de apoio que podem permitir ter financiamento a fundo perdido de valores bastantes significativos e a possibilidade de algumas centenas de milhares de euros por projeto”, indica.

O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal diz que a situação dos incêndios em Portugal – que se agravou substancialmente nas últimas duas semanas – estão a ter como consequência o cancelamento de reservas.

Para lá dos efeitos diretos dos fogos, como no caso dos Passadiços do Paiva, afetados pelas chamas em Arouca, Luís Pedro Martins sublinha que os incêndios têm vários efeitos indiretos no setor.

“A atividade das empresas de animação turística nestes territórios parou. E, depois, obviamente a restauração e a hotelaria também sofrem”, explica.

Portugal continental entrou este domingo em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna. O alerta vigora até quinta-feira.

Os cinco distritos mais a norte de Portugal continental estão esta segunda-feira sob aviso vermelho, o máximo, devido à persistência de valores extremamente elevadas da temperatura máxima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

ULS do Algarve mostra “incompreensão” perante motivos invocados para greve

O presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve manifestou esta segunda-feira a sua “incompreensão” perante os argumentos invocados para três sindicatos convocarem uma greve de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde para quinta-feira.

A paralisação de 24 horas, anunciada na passada semana, abrange médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde do Algarve, em protesto contra a falta de profissionais e o agravamento das condições de trabalho.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da administração da ULS do Algarve, Tiago Botelho, manifestou a sua “profunda incompreensão” quanto aos motivos invocados pelos sindicatos, considerando que, na sua origem, estão estruturas que atuam por razões políticas.

“É preciso perceber que ela é convocada por três organizações sindicais, de diferentes áreas profissionais, é um facto, mas todas elas ligadas à mesma central sindical e à mesma força político-partidária”, afirmou Tiago Botelho, referindo-se ao Partido Comunista Português (PCP).

A greve prevista para quinta-feira foi convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM), pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul e das Regiões Autónomas.

O administrador hospitalar rejeitou haver falta diálogo com os trabalhadores, como invocam os sindicatos, e assegurou que as reuniões que manteve com o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, com a Ordem dos Enfermeiros e, inclusivamente, com o próprio SEP, demonstram que é “falso” o argumento.

“E, portanto, estes três sindicatos, estas três organizações que gravitam na esfera do Partido Comunista, a nós parece-nos muito pouco razoável os motivos que apresentam para justificar a greve”, considerou Tiago Botelho, argumentando que muitas matérias invocadas “não respeitam especificamente à ULS do Algarve”, são “de política geral” e “competem ao Governo”.

O administrador da unidade algarvia considerou também que a alegação de não haver diálogo com o Governo é “injusta”, porque o executivo “tem estado, de facto, a dialogar com os sindicatos e as forças representativas dos trabalhadores”, justificou.

Tiago Botelho disse que a ULS do Algarve está a “aplicar o resultado dessas negociações” e deu o exemplo da classe dos enfermeiros, cuja massa salarial cresceu 11,5 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano, comparativamente ao período homólogo de 2024.

“Portanto, de janeiro a maio de 2025, comparativamente com janeiro a maio de 2024, este conselho de administração pagou à carreira de enfermagem desta instituição, que são cerca de 2.340 enfermeiros, mais 11,5 milhões de euros, o que dá quase, em média, cerca de 5.000 mil euros a cada um”, quantificou.

Tiago Botelho frisou que a ULS está também a aplicar acordos com outras carreiras profissionais “com quem o Governo já fechou negociações” e que a “massa salarial cresceu 17,7 milhões de euros” no acumulado de janeiro a maio a maio de 2025, em relação ao período homólogo de 2024.

“Temos quase 18 milhões de euros, ou seja, dinheiro a mais que estamos a entregar aos trabalhadores desta casa. E, portanto, de facto, não conseguimos compreender aquilo que se diz”, defendeu, reconhecendo que há uma crónica falta de profissionais na região e assegurando que a ULS está a contratar quem queira trabalhar na região.

A greve, marcada para o período entre as 00h00 e as 23h59 de quinta-feira, abrange os serviços de saúde do distrito de Faro e os trabalhadores exigem, entre outras reivindicações, a contratação de mais profissionais para travar o desgaste a que dizem estar a ser sujeitos na região.

Monica Lafayette: “Fui mãe aos 20 anos e, enquanto estudava, trabalhei na Springfield do Colombo a dobrar polos. As pessoas é que olham para nós e acham que estivemos sempre prontas”

O Tal Podcast

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Apontada em 2010 como ícone de moda, a stylist Monica Lafayette conta, neste episódio d’ O Tal Podcast, o poder dessa convocatória. “Quando assinei contrato com a Nike, como Fashion Icon Ibérica, mudei o jogo”. Siga a conversa, na companhia de Georgina Angélica e Paula Cardoso

Nuno Fox

Perdeu a conta ao número de celebridades com quem se cruzou em Londres, num circuito exclusivo, percorrido entre etiquetas de luxo. “Comecei como assistente do assistente do assistente, numa loja da Gucci, e ali entravam imensos artistas, tipo Pharrel Williams. E eu lembro-me que eu ia para a casa de banho a pensar: Isto é real?”. Mas foi em Portugal, a partir de uma campanha da Nike lançada por causa de Cristiano Ronaldo, que Monica Lafayette se tornou, ela própria, uma marca na arte de desfilar e criar estilos únicos.

Apontada pelo gigante desportivo como ícone de moda, no âmbito de uma ação de apoio à presença portuguesa no Mundial de Futebol da África do Sul, a stylist conta, neste episódio d’ O Tal Podcast, o poder dessa convocatória.

“Quando assinei contrato com a Nike, como Fashion Icon Ibérica, mudei o jogo”.

À época recém-regressada a Lisboa, depois de uma temporada transformadora em Londres, Monica recorda que essa distinção ativou algumas resistências, entretanto ultrapassadas.

“Na altura, foi um choque porque eu estava em Portugal há três anos, então houve muitos problemas. As pessoas achavam que eu estava aqui há pouco tempo, e recebi poucos parabéns de colegas”.

Nuno Fox

Hoje com um percurso incontornável, que inclui a sua própria empresa, e também passou por Paris, a stylist sublinha, nesta conversa, como a sua trajetória se tem construído à margem de romantismos, e à prova de deslumbramentos.

“Tive aquelas histórias que pensava que iam ser da novela: em que me apaixono, perco a virgindade e penso que vai ser para sempre. Mas não entrava no estereótipo da miúda-mulher-mãe, comecei a desconectar-me e terminei a relação. Acredito que até hoje ele não aceita isso. Então afastou-se de mim e do meu filho”.

Mãe de Maximus, a empresária partilha com Georgina Angélica e Paula Cardoso algumas das feridas abertas a partir da maternidade e separação precoces.

“Tive que começar a fazer-me à vida mais a sério. Na altura estava a estudar para a faculdade e tinha que ter um part-time – trabalhava na Springfield do Colombo a dobrar polos. Mas as pessoas olham para nós, e acham que saímos do helicóptero, já prontas, e com o cabelo a voar”.

Nuno Fox

Aos 42 anos, e com um filho de 23, Monica depara-se hoje com outro tipo de desafios: “Agora que o meu filho é um homem, tenho tempo e digo: quem sou eu? Do que gosto?”.

Os planos de vida, antecipa a stylist, passam pela sua Angola de nascimento, pertencimento e redireccionamento.

“O Coréon Dú, filho do ex-Presidente da República de Angola, convidou-me para ser a figurinista e diretora criativa principal da novela Windeck. Na altura tinha zero ideia de quem ele era”.

A experiência permitiu não apenas assumir novas responsabilidades, mas também fortalecer identidades. “De repente estás em Londres, em Paris, em Nova Iorque, e voltas a Luanda e dizes: eu sou daqui. E olhas para a tua família, para a tua comunidade e dizes: sou um bocado disto, um bocado daquilo”.

Nuno Fox

Além do ambicionado regresso às raízes – “vou voltar a tentar viver em Luanda, ou a ter mais projetos lá” –, Monica revela o desejo de resgatar sonhos interrompidos. “Acredito no casamento, no amor, na união. Quero ter alguém, mas na minha frequência. Ou numa outra frequência, mas que acrescente, e que honre os lugares em que eu já estive, que não me veja como um troféu e não se assuste, porque as pessoas cada vez mais assustam-se com mulheres como nós”.

Siga a conversa, na companhia de Georgina Angélica e Paula Cardoso.

Nuno Fox

O Tal Podcast é um podcast semanal dedicado às relações interpessoais e aos afectos humanos. Através de conversas profundas com convidados notáveis, o podcast revela uma narrativa original e abre as portas a uma comunidade internacional de reflexão e de interesse.

Pioneiro na cultura negra e afro-descendente em Portugal, é um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização.

Em longas conversas sem guião, Georgina Angélica e Paula Cardoso apresentam convidados especiais, em novos episódios, todas as quintas-feiras nos sites do Expresso, SIC e SIC Notícias ou qualquer plataforma de podcasts.

Georgina Angélica é especialista em Educação e Intervenção Social. Atua como educadora, formadora e palestrante, com mais de 20 anos de experiência em Portugal, Inglaterra e Angola.

Paula Cardoso é fundadora da rede Afrolink e autora da série de livros infantis ‘Força Africana’. É ainda apresentadora do programa de TV “Rumos” , transmitido na RTP África.

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Leclerc perdeu 1,4 segundos por volta no GP Hungria com um misterioso problema no chassis

Mesmo depois de Charles Leclerc arrancar na pole position (em condições muito específicas) no sábado, a expectativa de uma vitória da McLaren no Grande Prémio da Hungria permanecia. O início da corrida criou a possibilidade da Ferrari vencer pela primeira vez na F1 em 2025, mas as esperanças despenharam-se nas últimas 30 voltas, e Leclerc acabou a corrida quase 40 segundos atrás de Lando Norris, o vencedor.

“Isto é tão incrivelmente frustrante. Perdemos toda a competitividade. Vocês só têm de me ouvir, eu teria encontrado uma forma diferente de gerir esses problemas”, proclamou o monegasco da Ferrari, na volta 53 de 70, acrescentando que “agora é simplesmente impossível de conduzir” e seria “um milagre acabarmos no pódio”.

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O desespero de Leclerc era tal que a transcrição da mensagem para a equipa quase não cabia nos ecrãs da transmissão televisiva. Mas o piloto estava a falar (já desde a primeira troca de pneus) de um ajuste na asa dianteira — que, afinal, não era o culpado do descalabro que acontecia ao Ferrari. Esse era um misterioso “problema” no chassis.

Algo se partiu do lado do chassis, e até pensámos que não íamos conseguir acabar a corrida”, disse Frédéric Vasseur, o diretor da equipa, aos jornalistas, ainda sem saber, logo após a corrida, “especificamente o que aconteceu”.

Seja qual for a causa, é provável que obrigue a uma investigação aprofundada em Maranello. As contas da Renascença, com base nos dados disponíveis sobre a corrida, mostram que Charles Leclerc perdeu, em média, 1,4 segundos por volta para Oscar Piastri após a última troca de pneus.

Ao todo, Leclerc perdeu 38,5 segundos para Piastri, 31,7 segundos para Lando Norris e 26,8 segundos para George Russell entre a volta 42 e a volta 70 (o final da corrida). As contas excluem as voltas afetadas por idas às boxes.

Curiosamente, a volta mais rápida de Charles Leclerc durante toda a corrida foi na volta 47. O tempo de 1:20.440 é apenas o oitavo mais rápido de toda a corrida; naquela volta, significou uma perda de 0,774 segundos para Oscar Piastri, 0,082 segundos para Lando Norris, e 0,809 segundos para George Russell.

Depois disso, Leclerc raramente perdeu menos de um segundo por volta para a dupla da McLaren — e o mesmo aconteceu mal foi ultrapassado pelo Mercedes de Russell. Tudo isto depois de mostrar velocidade suficiente para aguentar Piastri durante mais de metade da corrida.

Aposta arriscada da Ferrari?

Os dados de telemetria disponíveis em sites como o GP Tempo mostram que o problema não era nas retas — ao contrário de outras corridas, em que a Ferrari obrigou os pilotos a levantar o pé bem antes da zona de travagem para evitar que o fundo do carro raspasse demasiado no asfalto e não cumprisse a espessura mínima das regras, o SF-25 chegava ao fim da reta com 10 km/h a mais que o McLaren. O que é visível é uma perda de velocidade em curva, com as velocidades mínimas por vezes 10 km/h abaixo da competição direta.

Vasseur continua. Ferrari elimina dúvidas sobre liderança antes da pausa de verão

Qual a razão para isto tudo? A primeira teoria a aparecer, do bem-informado jornalista britânico Mark Hughes, aponta para uma aposta da Ferrari numa altura ao solo mais arriscada (ou seja, reduzida), que trouxe benefícios nos ventos cruzados do final da qualificação e do início da corrida, mas que seria preciso gerir durante a corrida para evitar uma nova desqualificação.

A forma de gestão escolhida pela Scuderia terá sido, continua a teoria, aumentar as pressões dos pneus para aumentar a altura do carro ao solo — o que pode ter levado os pneus a sobreaquecer facilmente, e explicaria os tempos por volta inconsistentes de Leclerc na última parte da corrida.

Norris só ganhou tempo a Piastri em 12 voltas

A expectativa geral era que o GP da Hungria voltasse a ser uma corrida em que o ideal era trocar de pneus duas vezes. E teria sido, em condições normais — mas Charles Leclerc atirou essas condições janela fora com a pole position no sábado.

A presença e resistência do Ferrari na frente da corrida, depois de um arranque menos bom dos McLaren e de Oscar Piastri não conseguir fugir ao ‘ar sujo’ (com turbulência) provocado por Leclerc, alterou as regras do jogo. Isso tornou-se visível assim que um McLaren circulou em ‘ar limpo’ — sem carros à vista por umas centenas de metros.

Por resultado da estratégia e da incapacidade também de Lando Norris ultrapassar um carro, o Mercedes de Russell, seria esse McLaren, o menos bem colocado, a ter esse privilégio. Com a equipa laranja papaia a ter de adaptar a estratégia de Piastri à necessidade de derrotar Leclerc, o jovem australiano apenas jogou as cartas como queria na segunda ida às boxes, quando já era tarde demais para derrotar o colega de equipa.

Lando Norris e a abertura sobre saúde mental: "Só estou a tentar ser eu mesmo"

Do outro lado, Norris aceitou a sugestão da McLaren de mudar para apenas uma paragem — o próprio respondeu que não tinha nada a perder —, logo após Russell ir às boxes pela primeira vez. Apesar de não ganhar tempo entre esse momento e a troca para pneus duros na volta 32, o britânico foi consistente nas voltas e perdeu pouco mais de nove segundos para Piastri. Mas ainda havia dúvidas sobre o quão exequível era parar apenas uma vez — poucas voltas antes da escolha, o próprio Norris alertava que estava a ficar sem aderência (suficiente para manter o andamento, entenda-se).

Foi a seguir que Norris venceu a corrida. Depois de ir às boxes, ganhou 8,7 segundos a Piastri em 12 voltasfazendo sucessivamente a volta mais rápida da corrida por cinco vezes, das voltas 35 a 39 —, assegurando 12 segundos de liderança sobre o colega de equipa quando este foi novamente às boxes.

Em conjunto com os cerca de 20 segundos poupados ao evitar a segunda troca de pneus, e com a vantagem de prejudicar Piastri nas curvas e contracurvas do Hungaroring com a turbulência causada pelo seu carro, a margem foi suficiente para colocar o britânico de 25 anos a controlar a liderança da corrida.

Norris apenas teve de saber fechar a porta da primeira curva quando era preciso, e não repetir erros da corrida anterior. Piastri ficou a poucos milímetros de assegurar que os dois saíam de Budapeste com zero pontos, provavelmente frustrado por se ver em segundo apesar de ser o McLaren mais rápido na qualificação e corrida. O toque fatídico não aconteceu, e Norris viu o esforço de conversão de uma oportunidade sortuda ser recompensado.

“Há tantas curvas onde se perde o contacto, e depois as curvas longas no fim da volta — que, quando estás atrás de outro carro, simplesmente mata a tua carga aerodinâmica”, disse Piastri depois da corrida. A seguir, diagnosticou a F1 moderna: “Chegar a seis ou sete décimas é possível. Mas precisaria de ter pneus macios novos para ultrapassar depois disso“. Tradução? Se passar carros de outras equipas já não é fácil, muito menos é ultrapassar um carro igual, mesmo com grandes diferenças nos pneus.

A Fórmula 1 regressa a 29, 30 e 31 de agosto, com o Grande Prémio dos Países Baixos, em Zandvoort. Com nove pontos a separar Oscar Piastri de Lando Norris, está tudo por decidir.

CGTP. Propostas do Governo para maternidade demonstram “enorme insensibilidade social”

A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH) da CGTP acusa o Governo de com as propostas para revisão dos direitos de maternidade e paternidade demonstrar uma “enorme insensibilidade social” e promover a “desumanização das relações laborais”.

“As propostas do Governo que visam, nomeadamente, a revisão dos direitos de maternidade e de paternidade refletem uma enorme insensibilidade social e constituem um grave retrocesso nos atuais direitos das crianças, das mães e dos pais trabalhadores”, sustenta a CIMH/CGTP-IN numa carta aberta dirigida à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e ao Governo.

“Na prática mais não são do que uma tentativa de desumanização das relações laborais e de regresso ao tempo de má memória da ‘troika’”, acrescenta.

Na carta aberta esta segunda-feira divulgada, a central sindical lamenta que, em vez de combater os “horários de trabalho desregulados e sistematicamente alterados pelo patronato” e a “proliferação desregrada e infundada de regimes de turnos e trabalho em dias de descanso e feriados”, o Governo siga “o caminho inverso”, pretendendo “fazer tábua rasa dos pareceres, acórdãos e sentenças dos tribunais” sobre o trabalho flexível nas famílias com filhos até aos 12 anos.

Adicionalmente, sustenta que, “ao pretender limitar a licença de amamentação até aos dois anos de idade da criança”, a ministra Rosário da Palma Ramalho “ignora por completo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que defendem que a amamentação pode ir para além dos dois anos”.

“E, inexplicavelmente, coloca as mães sob suspeita ao exigir a prova, através de atestado médico, de seis em seis meses, quando hoje é feito ao fim de um ano”, enfatiza.

Por outro lado, “ao manifestar a intenção de acabar com o direito a três dias de faltas justificadas e remuneradas, em caso de luto gestacional”, o executivo “confirma não reconhecer o impacto devastador desta perda, que confere atualmente às mães e aos pais o direito a estas ausências justificadas e remuneradas”, defende a CGTP.

“Estamos a falar de vidas. Do superior interesse das crianças, de mães e de pais que zelam, acompanham e cuidam, pelos quais a Sra. ministra e o seu Governo demonstram um profundo desprezo e uma total indiferença”, acusa a CIMH.

Sustentando que “os problemas do país não residem nos direitos das crianças ou dos seus pais, mas na injusta distribuição da riqueza, na política seguida que precariza o emprego, fomenta os horários longos e desregulados, explora muito e paga pouco”, a central sindical destaca o “mais de um milhão e 900 mil trabalhadores a trabalhar por turnos, à noite, aos fins de semana e feriados, sendo que destes, 48% são mulheres”.

Para a CIMH/CGTP-IN, o Governo “pretende atacar e punir” o “compromisso político com a promoção da maternidade e da paternidade conscientes, respeitadas e protegidas” que até agora foi sendo construído, apelando, por isso, para que “todas as mulheres e homens se juntem a uma luta comum para travar e derrotar estas propostas”.

O anteprojeto de reforma da legislação laboral, que prevê, segundo o Governo, a revisão de “mais de uma centena de artigos do Código de Trabalho”, já foi apresentado aos parceiros sociais e será negociado em sede de Concertação Social.

Incêndio ameaça aldeias em Mondim de Basto

O incêndio que deflagrou em Vila Real avançou para o concelho de Mondim de Basto, onde ameaça as aldeias de Pardelhas e Ermelo, embora ainda não haja ordem para evacuação.

“Há um risco sério de o incêndio chegar a essas aldeias. As pessoas estão já avisadas para se concentrarem nos locais identificados em termos de prevenção e temos já preparado, no centro escolar do município, uma zona de acolhimento para, se for necessário, deslocarmos alguém”, referiu à Lusa o presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Ferreira.

O fogo teve início na noite de sábado, em Sirarelhos, no concelho de Vila Real, progredindo depois pela serra do Alvão. Segundo o autarca, o vento forte e os acessos difíceis ajudaram à propagação das chamas naquela zona, onde se mantém cortada ao trânsito a Estrada Nacional 304 (EN304).

De acordo com os dados da Proteção Civil, em permanente atualização, no total há neste momento 72 fogos ativos em Portugal Continental, que estão a ser combatidos por 1925 operacionais, apoiados por 627 meios terrestres e 14 meios aéreos.

Todo o território do Continente está em situação de alerta desde as 00:00 de domingo e até às 23h59 de quinta-feira, face às condições meteorológicas que favorecem a propagação de incêndios. No total, mais de 140 concelhos do interior Norte e Centro e da região do Algarve estão em risco máximo.

Devido às temperaturas extremamente elevadas, os distritos de Bragança, Porto, Vila Real e Viana do Castelo estão sob aviso vermelho, o mais grave na escala do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Os outros distritos do continente encontram-se sob aviso laranja, com exceção de Beja, que permanece a amarelo. Faro volta a ser o único distrito sem qualquer aviso meteorológico.

Um anticiclone intenso vai trazer uma nova onda de calor a Portugal nos próximos dias, com temperaturas a superar os 40 graus em várias regiões. “Poderá ser o agosto mais quente dos últimos 15, 20 anos, em termos gerais “, disse à CNN Portugal o climatologista Mário Marques.

Incêndios. Aldeias de Pardelhas e Ermelo em Mondim de Basto estão em risco

O presidente da Câmara de Mondim de Basto disse esta segunda-feira que o incêndio proveniente de Vila Real está a colocar em risco as aldeias de Pardelhas e Ermelo, bem como área do Parque Natural do Alvão.

“Temos já cerca de 500 hectares de área ardida no nosso concelho, temos duas aldeias confinadas, Pardelhas e Ermelo, e estamos preocupados com os cerca de oito quilómetros de extensão de incêndio que temos neste momento”, afirmou Bruno Ferreira à agência Lusa.

O autarca especificou que “não há, para já, evacuações”, há sim um “cuidado redobrado porque o fogo aproxima-se muito destas aldeias e as pessoas têm que estar de precaução caso ele possa chegar à suas habitações”.

“Quer dizer que há um risco sério de o incêndio chegar a essas aldeias, as pessoas estão já avisadas para se concentrar nos locais identificados em termos de prevenção e temos já preparado, no centro escolar do município, uma zona de acolhimento para, se for necessário, deslocarmos alguém, termos as condições para o fazermos”, referiu.

O fogo que atingiu Mondim de Basto teve início às 23h45 de sábado, em Sirarelhos, progredindo pela serra do Alvão, aproximando-se de várias aldeias e entrou, no domingo à tarde, em Mondim de Basto.

“É de facto uma área bastante grande, dispersa e que implica que haja todos os meios concentrados para podermos realizar este combate”, referiu, acrescentando que “estão a atuar quatro meios aéreos” naquela zona.

Bruno Ferreira explicou que o vento forte e os acessos difíceis ajudaram à propagação das chamas naquela zona, onde se mantém cortada ao trânsito a Estrada Nacional 304 (EN304).

“Temos uma preocupação de primeiro proteger casas e pessoas, mas também proteger este parque”, sublinhou.

O fogo mantém duas frentes ativas, a de Mondim de Basto e uma outra em Vila Real, na zona de Sirarelhos.

De acordo com a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 11h00, estavam mobilizados para esta ocorrência cerca de 397 operacionais, apoiados por 132 viaturas e seis meios aéreos.

“Enorme insensibilidade social”. CGTP critica revisão de direitos de maternidade

A Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens (CIMH) da CGTP acusa o Governo de com as propostas para revisão dos direitos de maternidade e paternidade demonstrar uma “enorme insensibilidade social” e promover a “desumanização das relações laborais”.

“As propostas do Governo que visam, nomeadamente, a revisão dos direitos de maternidade e de paternidade refletem uma enorme insensibilidade social e constituem um grave retrocesso nos atuais direitos das crianças, das mães e dos pais trabalhadores”, sustenta a CIMH/CGTP-IN numa carta aberta dirigida à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e ao Governo.

“Na prática mais não são do que uma tentativa de desumanização das relações laborais e de regresso ao tempo de má memória da troika”, acrescenta.

Na carta aberta divulgada esta segunda-feira, a central sindical lamenta que, em vez de combater os “horários de trabalho desregulados e sistematicamente alterados pelo patronato” e a “proliferação desregrada e infundada de regimes de turnos e trabalho em dias de descanso e feriados”, o Governo siga “o caminho inverso”, pretendendo “fazer tábua rasa dos pareceres, acórdãos e sentenças dos tribunais” sobre o trabalho flexível nas famílias com filhos até aos 12 anos.

Adicionalmente, sustenta que, “ao pretender limitar a licença de amamentação até aos dois anos de idade da criança”, a ministra Rosário da Palma Ramalho “ignora por completo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que defendem que a amamentação pode ir para além dos dois anos”.

“E, inexplicavelmente, coloca as mães sob suspeita ao exigir a prova, através de atestado médico, de seis em seis meses, quando hoje é feito ao fim de um ano”, enfatiza.

Por outro lado, “ao manifestar a intenção de acabar com o direito a três dias de faltas justificadas e remuneradas, em caso de luto gestacional”, o executivo “confirma não reconhecer o impacto devastador desta perda, que confere atualmente às mães e aos pais o direito a estas ausências justificadas e remuneradas”, defende a CGTP.

“Estamos a falar de vidas. Do superior interesse das crianças, de mães e de pais que zelam, acompanham e cuidam, pelos quais a Sra. ministra e o seu Governo demonstram um profundo desprezo e uma total indiferença”, acusa a CIMH.

Sustentando que “os problemas do país não residem nos direitos das crianças ou dos seus pais, mas na injusta distribuição da riqueza, na política seguida que precariza o emprego, fomenta os horários longos e desregulados, explora muito e paga pouco”, a central sindical destaca o “mais de um milhão e 900 mil trabalhadores a trabalhar por turnos, à noite, aos fins de semana e feriados, sendo que destes, 48% são mulheres”.

Para a CIMH/CGTP-IN, o Governo “pretende atacar e punir” o “compromisso político com a promoção da maternidade e da paternidade conscientes, respeitadas e protegidas” que até agora foi sendo construído, apelando, por isso, paea que “todas as mulheres e homens se juntem a uma luta comum para travar e derrotar estas propostas”.

O anteprojeto de reforma da legislação laboral, que prevê, segundo o Governo, a revisão de “mais de uma centena de artigos do Código de Trabalho”, já foi apresentado aos parceiros sociais e será negociado em sede de Concertação Social.