Conselho de Segurança da ONU vai debater situação dos reféns a pedido de Israel

Após a divulgação pelo Hamas de vídeos de reféns israelitas famintos, o Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se em sessão extraordinária esta terça-feira.

Segundo a missão diplomática de Israel na ONU, o ministro dos Negócios Estrangeiros Gideon Sa’ar deve representar o país pessoalmente. É a primeira visita aos Estados Unidos desde que assumiu o cargo, em novembro do ano passado.

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Danny Danon, o embaixador de Israel na organização, justificou a realização da sessão extraordinária: “Enquanto há uma campanha global contra o Estado de Israel, os terroristas do Hamas matam de fome e abusam dos reféns israelitas”. Ainda de acordo com o embaixador, “é chegada a hora do Conselho de Segurança condenar inequivocamente os atos bárbaros do Hamas”.

No domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu conversou com o chefe Cruz Vermelha Internacional na região, Julien Lerisson, e pediu que se trabalhe para conseguir fazer chegar comida e assistência médica aos reféns israelitas.

Netanyahu disse também que “a difamação de Israel em relação à acusação de fome na Faixa de Gaza tem repercussão em todo o mundo, enquanto a fome sistemática é aplicada contra os reféns”.

Israel continua a negar que esteja a usar a fome como arma de guerra. O exército afirma que não há fome na Faixa de Gaza, mas que se trata de uma campanha do Hamas. Mais de 100 organizações internacionais, no entanto, dizem o contrário: ou seja, afirmam que há fome em Gaza.

Segundo os média israelitas, apesar do foco nos reféns, a expectativa é que os países membros do Conselho de Segurança discutam mais assuntos sobre a guerra, como o impasse atual nas negociações para um cessar-fogo e as condições humanitárias na Faixa de Gaza – o que inclui a distribuição de ajuda e as acusações de que Israel provoca fome à população palestiniana no território. Israel rejeita essas acusações.

Incêndios. Mais de 140 concelhos do interior Norte e Centro e Algarve em risco máximo

Acompanhe o nosso liveblog sobre a situação dos incêndios em Portugal.

Mais de 140 concelhos do interior Norte e Centro do país e da região do Algarve estão esta segunda-feira sob risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, estão em risco máximo de incêndio, o mais elevado, todos os concelhos dos distritos de Bragança, Guarda e Viseu e a maioria dos concelhos dos distritos de Vila Real e Castelo Branco.

Estão igualmente em risco máximo de incêndio dezenas de municípios dos distritos de Viana do Viana do Castelo, Braga, Porto, Coimbra, Aveiro, Santarém, Leiria, Portalegre e Faro.

Em risco muito elevado estão mais de 40 concelhos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Leiria, Santarém, Lisboa, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro.

O IPMA colocou em risco elevado quase toda a região do Alentejo e mais de 20 concelhos dos distritos de Leiria, Santarém, Lisboa e Faro.

Apenas cerca de 40 municípios, a maioria no litoral, nos distritos de Porto, Aveiro, Leiria, Lisboa, Setúbal e Faro estão sob risco moderado de incêndio.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo, sendo este último emitido quando as condições meteorológicas, como calor extremo e baixa humidade, aumentam significativamente o perigo de ignição e propagação de incêndios.

Portugal continental está desde domingo e até quinta-feira em situação de alerta, devido ao elevado risco de incêndio, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna.

O IPMA prevê para hoje continuação de tempo quente e céu pouco nublado ou limpo, com mais nebulosidade no barlavento algarvio. O vento soprará em geral fraco e temporariamente moderado a forte no Algarve.

Está igualmente prevista uma descida da temperatura máxima no Sul do país.

As temperaturas máximas previstas para hoje vão variar entre os 27 graus Celsius em Sagres e os 40 em Évora. As mínimas vão variar entre os 17 (Bragança) e os 24 (Portalegre).

Cinco distritos do norte em aviso vermelho até terça-feira devido ao calor

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Os cinco distritos mais a norte de Portugal continental estão esta segunda-feira sob aviso vermelho, o máximo, devido à persistência de valores extremamente elevados da temperatura máxima, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O aviso para Bragança, Porto, Vila Real, Viana do Castelo e Braga vai prolongar-se até às 18h00 de terça-feira, quando será substituído por aviso laranja (no caso de Vila Real e Bragança), e amarelo nos restantes casos.

Além do aviso vermelho, todos os restantes distritos apresentam já aviso laranja até às 18h00 de terça-feira, com exceção do de Beja que estará a amarelo.

Faro volta a ser o único distrito do continente sem qualquer aviso.

Depois das 18h00 de terça-feira, há ainda outros avisos, entre laranja e amarelo, para todos os distritos até quinta-feira, com exceção de Beja.

Portugal continental está desde domingo e até quinta-feira em situação de alerta, devido ao elevado risco de incêndio, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna.

O aviso vermelho é o mais elevado na escala utilizada pelo IPMA e representa uma situação meteorológica de risco extremo, enquanto o laranja, o segundo mais grave, é emitido em “situação meteorológica de risco moderado a elevado” e o amarelo é emitido sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

Para hoje é esperado tempo quente e céu pouco nublado ou limpo, com mais nebulosidade no barlavento algarvio, vento em geral fraco, temporariamente moderado a forte no Algarve. Está prevista uma descida da temperatura máxima no Sul.

Évora será a região mais quente, com 40º Celsius, e Faro a menos quente, com 28º.

Trump anuncia deslocação à Rússia do seu enviado especial Steve Witkoff

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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo que o seu enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff, visitará a Rússia “na quarta e na quinta-feira”.

A visita acontece quando se aproxima o final do prazo anunciado por Trump no ultimato que lançou a Moscovo para colocar um ponto final na guerra contra a Ucrânia.

“Se acabar o prazo e a Rússia não tiver aceitado um cessar-fogo, haverá sanções. Mas (Moscovo) parece bastante disposta a evitar as sanções. São pessoas astutas e bastante hábeis para contorná-las”, declarou Trump à comunicação social este domingo, antes de anunciar que Witkoff, “talvez” esta semana, “quarta e quinta-feira, viaje para a Rússia”. Quando questionado sobre se Moscovo poderia fazer alguma coisa para evitar as sanções, Trump respondeu: “Sim, chegar a um acordo para que as pessoas deixem de morrer”.

Trump afirmou na passada terça-feira que começava nesse dia um ultimato de dez dias que concedia ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, para chegar a um acordo de paz com a Ucrânia. “Dez dias a partir de hoje”, disse Trump, a bordo do avião presidencial Air Force 1, durante uma conversa com jornalistas, que lhe perguntaram sobre a redução do prazo que ele tinha anunciado recentemente. “Não sei se isso afetará a Rússia, porque é evidente que ela quer continuar com a guerra”, acrescentou.

Trump insistiu que o número de mortos resultantes da guerra que Moscovo trava em território ucraniano duplicou, e que, por isso, quer que a guerra chegue ao fim o mais rapidamente possível.

Por sua vez, o Governo russo manifestou-se nessa terça-feira ciente do novo ultimato de Trump, mas acrescentou que a Rússia está disposta a continuar a guerra.

Navio de patrulha oceânico Sines visita Cabo Verde para fiscalização marítima

O navio de patrulha oceânico Sines, da Marinha Portuguesa, encontra-se em Cabo Verde até sábado para realizar missões de fiscalização marítima, iniciando esta segunda-feira uma demonstração de capacidades a bordo, no Porto Grande, Mindelo, na ilha de São Vicente.

“O navio chegou no dia 2 de agosto. Nesta segunda-feira, faremos um embarque, no Porto Grande do Mindelo, ilha de São Vicente, com algumas entidades cabo-verdianas, parceiros habituais da Marinha Portuguesa, para demonstração das capacidades e procedimentos operacionais do navio. Isso permite às autoridades decidirem quem embarca nas missões seguintes”, explicou à Lusa o adido de Defesa de Portugal, capitão-de-mar-e-guerra, Carlos Afonso.

Nos próximos dias, até sábado, a missão vai decorrer em coordenação com o Centro de Operações de Segurança Marítima (COSMAR), a Guarda Costeira, a Polícia Judiciária, a Inspeção Geral das Pescas e outras entidades nacionais na vasta Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Cabo Verde, com mais de 734 mil quilómetros quadrados.

“O grande desafio é, num curto espaço de tempo, fiscalizar a maior área possível, tendo em conta a dimensão da ZEE. É essencial otimizar a localização do navio e das equipas embarcadas”, referiu o responsável, apontando ainda a importância da coordenação e da interoperabilidade entre os dois países.

Estas ações enquadram-se no tratado de fiscalização conjunta, que permite a embarcação de equipas mistas cabo-verdianas — compostas por elementos da Guarda Costeira, Polícia Judiciária, Inspeção das Pescas e Polícia Marítima — em unidades navais ou aéreas portuguesas, para fiscalização de atividades como pesca ilegal, tráfico de pessoas ou narcotráfico. “É um esforço partilhado, que permite a Portugal disponibilizar meios para projetar a autoridade do Estado de Cabo Verde no mar. Essa é a grande mais-valia deste tratado”, afirmou.

Além das missões no mar, a estadia do Navio da República Portuguesa (NRP) Sines em Cabo Verde inclui ações de treino e formação para reforçar a capacitação institucional local, com treinos conjuntos de abordagem e fiscalização, conduzidos por militares portugueses com experiência operacional. “Trata-se de uma relação recíproca, que reforça a interoperabilidade entre forças, essencial para atuarmos de forma coordenada”, acrescentou.

Esta é a segunda passagem do NRP Sines pelo arquipélago em 2025, no âmbito da Iniciativa Mar Aberto, que visa aprofundar a cooperação no domínio da defesa, promover a diplomacia naval e apoiar a política externa portuguesa. Em maio, o navio esteve também em missão em Cabo Verde, com escala na cidade da Praia.

Trata-se de uma “resposta do Estado português face à insegurança marítima no Golfo da Guiné”, integrada nas presenças marítimas coordenadas entre países da União Europeia, ao longo da costa africana.

O NRP Sines é comandado pelo capitão-tenente fragata Vítor Manuel da Silva Santos e conta com um total de 59 militares: 13 oficiais, 14 sargentos e 32 praças — incluindo uma equipa de segurança dos fuzileiros, uma equipa de mergulhadores e uma equipa para operação de sistemas aéreos não tripulados (drones).

Nova Deli desafia pressão de Trump sobre a compra de petróleo à Rússia

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O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, adotou um tom desafiador perante as ameaças tarifárias do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exortando a nação a comprar produtos locais, enquanto o seu Governo sinalizou que continuaria a comprar petróleo russo.

O Governo de Modi não deu instruções às refinarias de petróleo da Índia para que parassem de comprar petróleo russo, e nenhuma decisão foi tomada sobre a suspensão das compras, confirmaram à agência Bloomberg fontes conhecedoras da questão, que pediram o anonimato devido à sensibilidade do assunto.

Tanto as refinarias estatais quanto as privadas têm permissão para comprar aos fornecedores mais vantajosos, e as compras de petróleo bruto continuam a ser uma decisão comercial, disseram várias fontes.

No fim de semana, Modi sublinhou a importância de proteger os interesses económicos da Índia no quadro das condições globais incertas. Os comentários foram feitos poucos dias depois de a Administração Trump ter imposto uma tarifa de 25% sobre as exportações indianas para os Estados Unidos.

A Casa Branca já ameaçou tomar mais medidas, caso a Índia continue a comprar petróleo russo.

“A economia mundial está a passar por muitas apreensões — há uma atmosfera de instabilidade”, declarou Modi num comício no estado de Uttar Pradesh, no norte do país, no sábado. “Agora, seja o que for que compremos, deve ter apenas uma referência: compraremos aquilo que foi feito com o suor de um indiano”.

A Índia tornou-se um dos principais alvos de Trump, que procura pressionar o Presidente russo, Vladimir Putin, a pôr fim à guerra na Ucrânia. O Presidente dos Estados Unidos criticou duramente a Índia na semana passada por se juntar aos BRICS e manter laços estreitos com a Rússia: “podem levar as suas economias mortas para o fundo do poço juntos”, afirmou.

A repreensão marcou uma mudança significativa no tom de Washington, que durante anos ignorou os laços históricos estreitos da Índia com a Rússia, optando por cortejá-la como um contrapeso à China na Ásia. Agora, Trump parece disposto a desfazer essa estratégia para ganhar vantagem sobre Putin, que resistiu aos esforços do presidente norte-americano para pôr fim aos combates na Ucrânia.

Stephen Miller, vice-chefe de gabinete de Trump, acusou no domingo a Índia de impor tarifas “massivas” sobre produtos americanos e “enganar” o sistema de imigração dos Estados Unidos, para além de comprar quase tanto petróleo russo quanto a China.

Na semana passada, Trump disse aos jornalistas que “ouviu dizer” que a Índia deixaria de comprar petróleo à Rússia, considerando isso “um bom passo”.

O New York Times informou no sábado que a Índia continuaria a comprar petróleo russo apesar da ameaça de sanções por parte de Trump, citando dois altos funcionários indianos que não identificou.

As refinarias da Índia foram destacadas pela União Europeia e pelos Estados Unidos por apoiarem Moscovo durante a guerra na Ucrânia com as compras de petróleo. O país tornou-se o maior comprador mundial de exportações marítimas de petróleo bruto russo, absorvendo barris com desconto e aumentando as suas compras de quase zero para cerca de um terço das suas importações.

Embora a China seja o principal apoiante económico e diplomático da Rússia, a influência de Trump sobre a segunda maior economia do mundo é limitada devido ao controle de Pequim sobre o fornecimento de terras raras, que os Estados Unidos precisam para fabricar produtos de alta tecnologia.

Entretanto, a Índia defendeu já publicamente os seus laços com a Rússia, um dos seus maiores fornecedores de armas desde a Guerra Fria. As duas nações têm uma “parceria estável e comprovada pelo tempo”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores indiano, Randhir Jaiswal, aos jornalistas na passada sexta-feira.

“Climatização é um bem absolutamente essencial” num país de “pobreza energética muito acentuada”

O secretário-geral Associação Portuguesa da Indústria de Refrigeração e Ar Condicionado (APIRAC), Nuno Roque, diz que a “climatização é um bem absolutamente essencial, especialmente num país que tem uma pobreza energética muito acentuada” e onde “as pessoas vivem, genericamente, em condições precárias do ponto de vista energético”.

“Portugal é um dos países da Europa onde morrem mais pessoas devido ao calor e ao frio e, no entanto, temos o clima mais temperado da Europa” assinala Nuno Roque, em entrevista à Reanascença.

“O ar condicionado penetra apenas 20% do edificado”, precisa.

Para Nuno Roque, a razão da pobreza energética deve-se à falta de “rigor térmico” nas construções. Foi apenas a partir de 2006 que começou a existir regulamentação “que impõe regras relativamente ao edificado e às grandes reabilitações do ponto de vista térmico”.

A solução mais “tecnologicamente mais evoluída para responder do ponto de vista da eficiência energética da descarbonização”, na visão de Nuno Roque, é a das bombas de calor. Este dispositivo substitui “equipamentos que são prejudiciais para o ambiente e também prejudiciais do ponto de vista económico” e consegue cumprir com a função de “aquecimento de águas sanitárias” e de “climatização” das casas.

“É verdade que custa dinheiro, mas tudo custa dinheiro”, aponta Roque.

A APIRAC defende que “cabe aos governos fazer esolhas” para que “o país e as pessoas” tirem “maior proveito daquilo que tem de ser o contributo para a fatura energética nacional”. O secretário-geral relembra também o posicionamento de Portugal “junto da Comissão Europeia e dos Estados Membros” tem de mostrar “capacidade de tornar efetiva a adoção de soluções” que promovam a eficiÊncia energética e a descarborização.

Incêndios. Proteção Civil prevê dar fogos de Vila Real e Celorico de Basto como dominados

A Proteção Civil perspetiva que os quatro grandes incêndios que se mantêm em Portugal continental esta segunda-feira de manhã, em Vila Real, Celorico de Basto, Arcos de Valdevez e Fafe, sejam dados como dominados durante o dia.

Em declarações à Lusa pelas 7h20, oficial de operações no Comando Nacional, Pedro Araújo, referiu que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) tem a “perspetiva de poder vir a dar estes quatro incêndios como dominados” durante esta segunda-feira.

Por essa hora, havia “quatro ocorrências significativas”: em Vila Real (onde o fogo era pelas 07h20 combatido por 332 operacionais, apoiados por 111 veículos), Celorico de Basto (302 operacionais e 105 veículos), Fafe (64 operacionais e 21 veículos) e Arcos de Valdevez (42 operacionais e 11 veículos).

De acordo com Pedro Araújo, a partir das 08h30 o combate aos fogos será reforçado com meios aéreos.

Empresários moçambicanos receiam ficar fora da retoma da TotalEnergies em Cabo Delgado

Os empresários de Cabo Delgado receiam que as limitações de segurança contra ataques travem o fornecimento de serviços locais ao megaprojeto de gás natural da TotalEnergies, mas o governador da província moçambicana afirma não haver motivo para preocupações.

“O fornecimento vai ser via aérea e via marítima. Se é via aérea, o setor privado local, em particular da província de Cabo Delgado, está em condições de transportar as suas mercadorias via aérea, via marítima?”, questionou, em declarações à Lusa, Mamudo Irache, presidente do conselho empresarial daquela província do norte.

“Temos medo de ficar fora do projeto”, diz, apontando que as atividades envolvendo o pessoal da TotalEnergies fora do complexo é que “deixavam dinheiro para os empresários locais”.

Em causa está a previsão, avançada pela TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, de retoma a partir de agosto do megaprojeto de produção e exportação de Gás Natural Liquefeito (GNL), de 20 mil milhões de dólares, em Afungi, suspenso desde 2021 devido aos ataques de extremistas islâmicos.

Contudo, os empresários locais dizem ter sido informados que o fornecimento de bens e serviços ao complexo será feito apenas por via aérea e marítima, e não terrestre, por questões de segurança.

“Tem um empresário que está em Moeda, tem um empresário que está em Macomia, tem um empresário que está em Chiúri [distritos do interior de Cabo Delgado], que não tem acesso ao mar. Como é que vai fazer?”, questiona Irache.

O governador da província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, assumiu à Lusa a expectativa com o eminente regresso da TotalEnergies, mas também que não acredita na possibilidade de os empresários locais ficarem de fora.

“Nós temos a certeza que a Total não vai fechar”, afirmou, acrescentando: “Estamos em crer que alguma coisa pode ter havido em termos de comunicação, de um entendimento na comunicação, mas temos fé que pela parte Total não é o querer fechar, como possa ter sido entendido”.

E garante ainda que as preocupações da petrolífera ao adotar algumas medidas mais restritivas são com a segurança, do complexo e dos trabalhadores. “É o que a Total está a puxar, primeiro na questão de segurança (…), para que ela, ao retomar, retome com todos os cuidados necessários e o governo também vai fazendo a sua parte”, garantiu.

Já para os empresários, as preocupações passam ainda pela possibilidade de os trabalhadores ficarem isolados no interior do complexo, sem um contacto com o exterior que impulsione os negócios.

“Eles deviam viver na comunidade. Eles trabalham lá, voltam para a comunidade, aproveitavam alugar as pensões que estão ali, as casas que foram construídas para esse propósito, aproveitavam fazer a comida típica da comunidade”, conta o representante dos empresários de Cabo Delgado.

Assim, diz, terminam “os 15 ou 20 dias que eles ficam lá de trabalho”.

“E o empresário local, o que vai aproveitar?”, interroga-se.

De viaturas, apoio logístico ou alimentação a material de construção, os empresários de Cabo Delgado garantem que estão prontos para ser fornecedores.

Para o governador de Cabo Delgado, após a paragem do projeto, “a expectativa é a maior” em torno do regresso da TotalEnergies ao projeto.

“Cabo Delgado estava a evoluir, o ambiente era outro, a esperança era outra. E depois, quando houve a declaração de ‘força maior’ [suspendendo o projeto], devido às incursões dos extremistas, então, é óbvio que drasticamente todo o movimento de esperança que havia foi abaixo (…). E quando já se cria a possibilidade de se retomar, então a expectativa é maior”, disse ainda Tauabo.

“Vai catapultar mais uma vez a esperança psicológica e também a esperança de que através do trabalho, através dessa retoma, vai haver uma cadeia de valor é aí onde está o bem-estar de todos, porque vão haver empresas subcontratadas, vão haver empresas que vão oferecer alguns serviços uns aos outros, os nossos hotéis vão estar ocupados, os quartos que nós temos aqui e também o turismo, assim como todos os serviços, tudo aquilo que está na área empresarial, há de haver espaço para se oferecer serviços”, defende.

Moçambique tem três projetos de desenvolvimento aprovados para exploração das reservas de gás natural da bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Desde outubro de 2017, a província , rica em gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico, que chegaram a provocar mais de um milhão de deslocados, incluindo 349 mortos só em 2024, segundo dados do Centro de Estudos Estratégicos de África, instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.

A maioria que quis alterar a Lei de Estrangeiros “será oportunamente julgada por isso”

Marcelo Rebelo de Sousa, que já se mostrou anteriormente crítico em relação às alterações à Lei de Estrangeiros, afirmou este domingo “fica para a história que houve uma maioria que a quis alterar”, que “oportunamente será julgada por isso”. “O que interessa” em relação à nova Lei dos Estrangeiros, que altera o regime jurídico de entrada, permanência, saída e afastamento de estrangeiros do território nacional, “é haver certeza quanto ao direito que se pretende mudar, e isso fica esclarecido com a intervenção do Tribunal Constitucional”, disse este domingo o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. O chefe de estado,

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