Transferências imediatas cresceram 47,2%, mas continuam com peso “diminuto”

A utilização dos instrumentos de pagamento electrónicos, cartões, MB Way, e transferências cresceram 11,2% em quantidade e 6,6% em valor, em 2024. A maior subida verificou-se nas transferências imediatas, com um crescimento de 46,4% em quantidade e 47,2% em valor, mas o seu peso continua “diminuto”, de acordo com o Relatório dos Sistemas de Pagamentos, divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).
O total de operações processadas no Sistema de Compensação Interbancária (SICOI), gerido pelo BdP, ascendeu a 4,7 mil milhões de operações, no valor de 776,7 mil milhões de euros.
Em relação a 2023, o número de pagamentos de retalho cresceu 11,2%, e o valor subiu 4,9%. Os instrumentos de pagamento
As transferências bancárias imediatas, que deveriam ser o normal, representaram 0,4% em quantidade e 3,6% em valor. O domínio continua a pertencer às transferências a crédito, que podem demorar mais de 24 horas a chegar à conta destino.
No último ano, 59,2% das transferências imediatas foram iniciadas por particulares.
A mudança nos custos das transferências imediatas, que em 2025 passaram a custar o mesmo das de crédito, deverá incentivar uma alteração significativa neste tipo de operações.
Os cartões continuam a ser o instrumento de pagamento electrónico mais utilizado, tendo correspondido a 89,5% do número de pagamentos (88,9% em 2023), com a realização, em média, de 11,5 milhões de operações com cartão por dia.
Excluindo os pagamentos em numerário ou dinheiro vivo, os meios electrónicos foram utilizados em 99,8% dos pagamentos, tendo em conta que o recurso a cheques voltou a diminuir, gerando apenas 0,2% das operações. Segundo o relatório, tratou-se do meio de pagamento cuja utilização mais diminuiu, tanto em quantidade (-18,3%) como em valor (-13,7%), correspondendo, no entanto, a 6,7% do total processado.
Caixas automáticas descem
O crescimento das operações de pagamento reflecte o crescimento da economia, o que também é visível no aumento do número de terminais de pagamento automático (TPA), que subiu 5,2%.
Evolução oposta tiveram os caixas automáticos (CA), também conhecidos como caixas multibanco, que voltaram a diminuir (-0,5%).
“No final do ano, Portugal dispunha, em média, de 1,3 caixas automáticos e 49,0 TPA por cada mil habitantes (1,3 e 47,4, respectivamente, em 2023)”, segundo a informação divulgada.
O que não pára de crescer é o número de cartões de pagamento, existindo cerca de 30 milhões activos, emitidos por prestadores de serviços de pagamento (PSP) residentes em Portugal, mais 10,1% do que no ano anterior. Segundo o relatório, “em média, cada habitante detinha 2,8 cartões”.
Também aumentou o número de cartões emitidos por PSP residentes em Portugal com tecnologia contactless, foram mais 6,9%, para 25,5 milhões. E no final do ano, 91% dos cartões e 93% dos TPA no país estavam habilitados a funcionar com essa tecnologia, e os pagamentos com essa forma cresceram 24,0% em quantidade e 26,9% em valor
As compras online com cartões nacionais também cresceram, 37,2% em número e 38,3% em valor e este tipo de compras representou 18,0% da quantidade e 21,6% do montante agregado de compras com cartões.
No total de compras, cada habitante em Portugal realizou, em média, 395,3 pagamentos com cartões, 22,8 com débitos directos, 21 com transferências a crédito, 1,8 com transferências imediatas e 0,8 com cheques.
O relatório anual do supervisor bancário dá ainda conta que, “em valor, cada habitante gastou, em média, 19,6 mil euros com cartões, 4 mil euros com débitos directos, 41,8 mil euros com transferências a crédito, 2,7 mil euros com transferências imediatas e 4,9 mil euros com cheques”.
