Conclave demorou apenas dois dias. Mas houve eleições que duraram anos — e outras que foram horas


Desde que o intrincado conclave de 1830-1831 terminou que tudo tem sido mais simples para cardeais e fiéis. De Gregório XVI a Francisco, nenhum conclave durou mais do que uma semana.
Curiosamente, há um dado que une o italiano que governou a Igreja Católica entre 1831 e 1846 ao argentino: pertencem a uma rara porção de Papas (34 em 266) que integravam uma ordem religiosa quando foram eleitos.
Gregório XVI era da Ordem beneditina dos Camaldulenses e Francisco tornou-se no primeiro membro da Companhia de Jesus a chegar a Papa. Entre os dois, todos eram diocesanos, como a maioria dos Sucessores de Pedro, o primeiro Pontífice.
Depois de Gregório XVI, a maioria dos 12 conclaves durou dois dias (Pio IX, Leão XIII, Pio XII, João Paulo I, Bento XVI, Francisco, e o Papa eleito esta quinta-feira); três duraram três dias (Bento XV, Paulo VI, João Paulo II); dois duraram quatro dias (Pio X e João XXIII) e um, o maior dos tempos recentes, demorou cinco dias, quando foi escolhido Ambrogio Ratti, que escolheu o nome de Pio XI.
O italiano foi escolhido, ao 14.º escrutínio, por 53 eleitores, face a várias ausências, três por motivos de saúde, outros três porque não chegaram a tempo e um, vindo do Rio de Janeiro, não chegou a tentar a viagem por saber que não conseguiria estar em Roma atempadamente.
Estes constrangimentos levaram Pio XI a decidir, três semanas depois da sua eleição, prolongar o tempo que leva da morte do Papa ao início do conclave, para permitir a chegada de cardeais vindos de mais longe.