Da ciência em Portugal

Quando o XXIV Governo Constitucional, liderado por Luís Montenegro e resultante da coligação entre PSD e CDS, apresentou a sua orgânica institucional, uma das principais novidades foi a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o Ministério da Educação. Este novo ministério passou a designar-se Ministério da Educação, Ciência e Inovação, ficando a seu cargo Fernando Alexandre. Esta decisão suscitou diversas críticas de vários quadrantes políticos e setores da sociedade, que a interpretaram como um sinal de desvalorização do ensino superior e da investigação científica. Contudo, esta configuração orgânica não era inédita.

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Sectores com maiores ganhos de produtividade estão a perder peso na economia

Num cenário que pode vir comprometer a capacidade da economia para sustentar empregos com salários mais elevados, os sectores de actividade que nos últimos anos têm registado maiores ganhos de produtividade do trabalho são também aqueles que estão a perder peso no emprego e no valor acrescentado bruto (VAB) do país, conclui um estudo publicado pelo organismo do Estado PlanAPP, o Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas.

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PSD retoma atividade política com Festa do Pontal e discurso de Montenegro

A Festa do Pontal, a tradicional “rentrée” política do PSD, realiza-se esta quinta-feira no Calçadão de Quarteira, Algarve, tendo como ponto alto um discurso do primeiro-ministro e líder do partido, Luís Montenegro.

A festa vai começar às 18h30 e, a partir das 19h45, começarão as intervenções políticas, com um discurso do presidente da distrital de Faro e candidato à câmara local, Cristóvão Norte, e, depois, de Luís Montenegro.

Desde que é líder do PSD, em 2022, Montenegro tem aproveitado a “rentrée” política para anunciar novas medidas ao país.

No ano passado, por exemplo, na primeira vez que foi ao Pontal enquanto primeiro-ministro, Luís Montenegro aproveitou a ocasião para anunciar um suplemento extraordinário para as pensões mais baixas.

Após o discurso de Luís Montenegro, haverá, às 21h30, um concerto do músico Toy, antes do encerramento da festa, às 23h30.

Com a Festa do Pontal, o PSD vai dar o pontapé de partida das “rentrées” partidárias. O Chega ainda não tem qualquer data prevista, enquanto a IL irá organizar a sua “rentrée” em 30 de agosto em Albufeira, com a festa “A’gosto da Liberdade”.

Entre 30 e 31 de agosto, em Coimbra, o BE vai organizar o seu tradicional Fórum Socialismo, enquanto o PS vai organizar o seu primeiro grande evento também em Coimbra, em 6 de setembro, com a Convenção Autárquica do partido.

O PCP vai organizar a Festa do Avante em 5, 6 e 7 de setembro na Quinta da Atalaia, no Seixal, no mesmo fim de semana em que o Livre irá organizar a sua ‘rentrée’, no Porto, apesar de ainda não ter divulgado qual será o teor do evento.

A “rentrée” do CDS-PP também vai ser em 6 de setembro, em Vale de Cambra, enquanto o PAN irá procurar associar vários eventos à comemoração dos 30 anos da lei de proteção animal, que se assinalam no fim de semana de 13 e 14 de setembro.

Descoberto novo objeto espacial poderoso — que não cabe em qualquer categoria conhecida

Os astrónomos ainda não sabem o que é. Quando colocado em contexto, Punctum é surpreendentemente brilhante. Um objeto desconcertantemente poderoso encontrado numa galáxia próxima e apenas visível até agora em comprimentos de onda de rádio milimétricos pode ser um novo objeto astrofísico completamente diferente de tudo o que os astrónomos já viram antes. O misterioso objeto, descoberto por uma equipa de investigadores liderada pela astrónoma Elena Shablovinskaia, da Universidad Diego Portales, no Chile, foi designado ‘Punctum‘, nome derivado do latim pūnctum que significa “ponto” ou “ponto”. Fora do reino dos buracos negros supermassivos, o agora descoberto Punctum “é genuinamente poderoso“,

As empresas “não veem o doutoramento como experiência válida de trabalho”. Antigos bolseiros preocupados com fim da FCT

Hoje, é docente convidada na mesma faculdade e continua a trabalhar como designer em regime freelancer, “já a pensar no pós” doutoramento.

“Para mim foi uma ótima oportunidade ter tido a bolsa. Portanto, agora consigo conjugar ser designer e estar na carreira académica com investigação.”

“Assusta-me que a Ciência vá desaparecendo”

Nenhum dos três antigos bolseiros permaneceu 100% na carreira científica enquanto Doutores, mas garantem que a FCT é essencial para quem queira prosseguir uma carreira científica.

Um doutoramento em Portugal pode custar entre os 1500 e mais de 4000 euros por ano, apenas em propinas. Fora deste valor estão taxas de inscrição e matrícula, o custo de entregar a tese e outros emolumentos. Com uma bolsa da FCT, as propinas são asseguradas e o aluno recebe uma bolsa mensal para se dedicar à investigação em exclusivo.

Em 2023, num relatório sobre o impacto das bolsas da FCT no percurso dos candidatos, lê-se que, tendo em conta que cerca de metade dos estudantes de doutoramento desiste do curso, “existe uma correlação positiva muito forte entre a taxa de sucesso e a existência de financiamento durante um período de tempo adequado que permita ao candidato dedicar-se de forma exclusiva”.


“A investigação não é uma coisa com um retorno financeiro imediato. As empresas muito dificilmente vão justificar dar dinheiro a este tipo de investigação fundamental”


Agora, com a transformação FCT e da Agência Nacional de Investigação (ANI) na Agência de Investigação e Inovação, trabalhadores científicos e partidos da oposição criticam a decisão do Ministério da Educação, Ciência e Inovação e questionam o que pode acontecer às bolsas de doutoramento e ao emprego científico, notoriamente precário.

Para Rita Félix, o desaparecimento da FCT é “um bocadinho assustador”, ainda que tenha esperança de que a fusão das entidades “seja apenas uma burocracia” e que não signifique que investigações futuras, ou até a própria Ciência, sejam prejudicadas.

Mas o histórico subfinanciamento da Ciência e a precariedade das carreiras preocupa a antiga bolseira: é importante “garantir que se está a acrescentar valor e não a tirar valor ao que já existia”.

Ricardo Zacarias desconfia da ligação entre a academia e o tecido empresarial que o ministro Fernando Alexandre insiste ser o futuro. Para o antigo cientista, a investigação e as empresas têm um ritmo e um propósito diferentes: “A investigação não é uma coisa com um retorno financeiro imediato. As empresas muito dificilmente vão justificar dar dinheiro a este tipo de investigação fundamental”.

Contudo, dados do Eurostat agregados pelo PORDATA mostram um investimento crescente das empresas em áreas de investigação e desenvolvimento. Em 2023, eram mais os trabalhadores dedicados a estas tarefas nas empresas (41 mil) do que no Ensino Superior (33 mil).

O que esperar do Pontal 2025

A festa do Pontal, a tradicional rentrée do PSD, passou por várias transformações ao longo dos anos, mas em 2025 vai ser o que sempre foi: uma festa a meio do Verão, ao fim da tarde, no Calçadão de Quarteira, com animação (este ano o convidado é o cantor Toy), discursos políticos e muito convívio entre sociais-democratas bronzeados.

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A estrada que pôs duas crianças órfãs e o fogo que levou memórias de infância. Em Seia, as chamas ainda são um trauma

A estrada não tem nome formal, mas isso não lhe tira importância nem memória. Quem passa por aqui acima e abaixo todos os dias e desenha a curva para Vide vai, provavelmente, a pensar nos afazeres do trabalho, que afastam para longe a história de quem aqui perdeu a vida. São os efeitos da passagem do tempo, mas que, rapidamente, são invertidos à mínima chama que apareça na encosta da aldeia de Cide, no concelho de Seia.

“Fiquei impressionada, a gente conhecia-se, éramos como família – vivíamos ao lado um dos outros. Ainda para mais, era um casal jovem, com duas crianças pequenas”. Rosa Correia nasceu em Cide, mas é emigrante em França. Lembra-se bem do dia, em outubro de 2017, em que soube que os vizinhos tinham morrido cercados pelas chamas na estrada, à beira de casa. “Quando há estas situações, ainda nos lembramos mais”, conta à Renascença.

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A aldeia fez o luto, mas não esquece. A própria dificuldade de Bruno Moura em falar do assunto autoexplica-se quando finalmente encontra palavras para resumir o que sente: “Tenho um bocado esse trauma ainda.”

Dessa altura, Bruno também não se esquece da noite de aflição, em que subiu a estrada à revelia das autoridades para mandar mais de três mil litros de água para um barracão, que conhecia desde criança e onde tinha guardado todo o material de construção civil do pai. Não conseguiu e só ali perdeu mais de cem mil euros em equipamento, que não estava protegido por seguros.

PJ detém bombeiro por alegadamente ter ateado quatro fogos

Um bombeiro da corporação dos Bombeiros Voluntários de Ourém foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) suspeito de ser o autor de, pelo menos, quatro incêndios florestais neste concelho, nos meses de Junho e Julho, foi hoje anunciado.

No comunicado, a PJ refere que, através do seu Departamento de Investigação Criminal de Leiria, e com o apoio do Grupo de Trabalho Para a Redução de Ignições da Região Centro Litoral, deteve na quarta-feira o suspeito, de 31 anos.

De acordo com a PJ, os incêndios florestais ocorreram em 26 de Junho, e 1, 17 e 19 de Julho.

“O suspeito (…) [terá ateado] o fogo com a utilização de artefactos retardadores, numa zona com vasta mancha florestal, povoada com pinheiro-bravo, carvalhos, eucaliptos e mato, existindo na proximidade vários aglomerados habitacionais e complexos comerciais”, explica o comunicado.

A PJ adianta que “a área ardida foi considerável”, assinalando ainda que, “não fosse a rápida e eficaz intervenção dos bombeiros locais, os incêndios poderiam ter tido proporções mais gravosas”.

A investigação suspeita que o mesmo bombeiro seja o autor de outros incêndios florestais naquele mesmo concelho do distrito de Santarém, atendendo ao padrão espacio-temporal e modo de actuação.

O arguido, residente na zona de Ourém, não tem antecedentes criminais e vai ser presente à autoridade judiciária competente, para eventual aplicação de outras medidas de coação.

À agência Lusa, fonte da Directoria do Centro da PJ, sediada em Coimbra, afirmou que a investigação acredita que o arguido produziria os próprios artefactos utilizados, atendendo aos objectos apreendidos no decurso das buscas.

Segundo a mesma fonte, a investigação admite que a acção do suspeito ter-se-á devido a benefícios pecuniários que poderia ter ao ser activado para combater os incêndios.

A detenção teve o apoio do Grupo de Trabalho Para a Redução de Ignições da Região Centro Litoral, que inclui PJ, Guarda Nacional Republicana e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Ourém, Guilherme Isidro, explicou que “a PJ, no seguimento da investigação, fez diligências junto de um bombeiro desta corporação e aqui na corporação, no que diz respeita aos pertences pessoais do bombeiro, que acabou detido”.

“A corporação estará sempre disponível para colaborar com as autoridades naquele que é o seu trabalho de investigação e aguarda com serenidade o cabal esclarecimento da situação”, declarou Guilherme Isidro.

Este responsável esclareceu que o bombeiro detido é voluntário na corporação há seis anos e funcionário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ourém.

“Neste período, foi sempre um elemento cumpridor das suas obrigações”, garantiu o comandante. Segundo a GNR, até ao dia 31 de Julho, foram detidas 36 pessoas em flagrante delito e identificadas 525 pessoas pela prática do crime de incêndio rural, tendo ainda, neste período, sido registados 2 979 crimes de incêndio.

Enganava alarmes das lojas com papel de alumínio. Foi apanhado na Av. da Liberdade

Um homem de 51 anos foi apanhado na semana passada pela polícia a sair de uma loja da Avenida da Liberdade, em Lisboa, com 11 T-shirts e três pares de óculos. Nem o vestuário nem os acessórios tinham passado pela caixa registadora, graças a um expediente bem conhecido das autoridades: recorria a papel de alumínio para neutralizar os alarmes das lojas, um clássico neste tipo de furtos, tendo também na sua posse, além de um rolo deste material, um alicate para cortar os alarmes. “Encontrava-se bastante apetrechado para cometer estes ilícitos criminais e denotava bastante prática”, descreve em comunicado a PSP, que o interceptou “quando saía em passo acelerado de uma das lojas da Avenida, o que levantou suspeitas”.

Tanto nesta zona de lojas de luxo como na Baixa, comerciantes e lojistas têm-se queixado ultimamente do aumento dos furtos e dos roubos, motivando acções de vigilância das autoridades. O ladrão da Avenida “andava bastante activo nos últimos dias”, refere a PSP, acrescentando que, no ano passado, ainda se encontrava na prisão pelo mesmo tipo de delito, tendo sido libertado ainda em 2024. Irá agora ser julgado. As T-shirts e os três pares de óculos, que subtraiu de uma casa de óptica, foram avaliados em 530 euros.

Outro homem, mais novo e natural da Gâmbia, foi igualmente detido na semana passada por se dedicar ao mesmo tipo de actividade, também na Baixa de Lisboa. Com 23 anos de idade, “andava já a ser investigado devido à sua conduta bastante violenta”, explica a PSP. É suspeito de roubar telemóveis nas estações do metro e do comboio e o arrombamento da montra de uma loja da Rua do Carmo, durante a madrugada, rendeu-lhe 2400 euros. Para se apoderar de três auriculares de um estabelecimento comercial da Rua dos Fanqueiros, ameaçou a empregada com uma garrafa de vidro. Mesmo assim, esta ainda o perseguiu rua fora, numa tentativa de reaver os bens furtados. A sua actuação na Baixa tornou-se de tal forma notória que já corria em vídeos nas redes sociais. Presente a primeiro interrogatório judicial, ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva.

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