Antes que o Pontal acabe com a silly season, dizemos-lhe por onde andam, o que comem e o que lêem alguns dos políticos que estão de férias

Estando no Algarve, é muito provável que Montenegro aproveite para falar de imigração, já que o Chega ganhou as eleições naquele distrito, mas para nós é um pretexto para lhe falar de férias, gastronomia e literatura.

Neste podcast diário, Paulo Baldaia conversa com os jornalistas da redação do Expresso, correspondentes internacionais e comentadores. De segunda a sexta-feira, a análise das notícias que sobrevivem à espuma dos dias. Oiça aqui outros episódios:

Judiciária insta Governo a reflectir sobre crime de incêndio fora do “período quente”

Um director nacional da Polícia Judiciária (PJ) instou o Governo a reflectir sobre o crime de incêndio florestal fora do “período quente” dos fogos, após a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, ter admitido na semana passada, no final do Conselho de Ministros, um “eventual agravamento do quadro sancionatório” previsto para este tipo de ilícito. O crime de incêndio florestal é actualmente punido com penas de prisão que variam entre um e os 12 anos, no caso de ilícitos intencionais, e entre multa e três anos de cadeia, no caso dos negligentes.

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Da ciência em Portugal

Quando o XXIV Governo Constitucional, liderado por Luís Montenegro e resultante da coligação entre PSD e CDS, apresentou a sua orgânica institucional, uma das principais novidades foi a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior com o Ministério da Educação. Este novo ministério passou a designar-se Ministério da Educação, Ciência e Inovação, ficando a seu cargo Fernando Alexandre. Esta decisão suscitou diversas críticas de vários quadrantes políticos e setores da sociedade, que a interpretaram como um sinal de desvalorização do ensino superior e da investigação científica. Contudo, esta configuração orgânica não era inédita.

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Sectores com maiores ganhos de produtividade estão a perder peso na economia

Num cenário que pode vir comprometer a capacidade da economia para sustentar empregos com salários mais elevados, os sectores de actividade que nos últimos anos têm registado maiores ganhos de produtividade do trabalho são também aqueles que estão a perder peso no emprego e no valor acrescentado bruto (VAB) do país, conclui um estudo publicado pelo organismo do Estado PlanAPP, o Centro de Planeamento e de Avaliação de Políticas Públicas.

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PSD retoma atividade política com Festa do Pontal e discurso de Montenegro

A Festa do Pontal, a tradicional “rentrée” política do PSD, realiza-se esta quinta-feira no Calçadão de Quarteira, Algarve, tendo como ponto alto um discurso do primeiro-ministro e líder do partido, Luís Montenegro.

A festa vai começar às 18h30 e, a partir das 19h45, começarão as intervenções políticas, com um discurso do presidente da distrital de Faro e candidato à câmara local, Cristóvão Norte, e, depois, de Luís Montenegro.

Desde que é líder do PSD, em 2022, Montenegro tem aproveitado a “rentrée” política para anunciar novas medidas ao país.

No ano passado, por exemplo, na primeira vez que foi ao Pontal enquanto primeiro-ministro, Luís Montenegro aproveitou a ocasião para anunciar um suplemento extraordinário para as pensões mais baixas.

Após o discurso de Luís Montenegro, haverá, às 21h30, um concerto do músico Toy, antes do encerramento da festa, às 23h30.

Com a Festa do Pontal, o PSD vai dar o pontapé de partida das “rentrées” partidárias. O Chega ainda não tem qualquer data prevista, enquanto a IL irá organizar a sua “rentrée” em 30 de agosto em Albufeira, com a festa “A’gosto da Liberdade”.

Entre 30 e 31 de agosto, em Coimbra, o BE vai organizar o seu tradicional Fórum Socialismo, enquanto o PS vai organizar o seu primeiro grande evento também em Coimbra, em 6 de setembro, com a Convenção Autárquica do partido.

O PCP vai organizar a Festa do Avante em 5, 6 e 7 de setembro na Quinta da Atalaia, no Seixal, no mesmo fim de semana em que o Livre irá organizar a sua ‘rentrée’, no Porto, apesar de ainda não ter divulgado qual será o teor do evento.

A “rentrée” do CDS-PP também vai ser em 6 de setembro, em Vale de Cambra, enquanto o PAN irá procurar associar vários eventos à comemoração dos 30 anos da lei de proteção animal, que se assinalam no fim de semana de 13 e 14 de setembro.

Descoberto novo objeto espacial poderoso — que não cabe em qualquer categoria conhecida

Os astrónomos ainda não sabem o que é. Quando colocado em contexto, Punctum é surpreendentemente brilhante. Um objeto desconcertantemente poderoso encontrado numa galáxia próxima e apenas visível até agora em comprimentos de onda de rádio milimétricos pode ser um novo objeto astrofísico completamente diferente de tudo o que os astrónomos já viram antes. O misterioso objeto, descoberto por uma equipa de investigadores liderada pela astrónoma Elena Shablovinskaia, da Universidad Diego Portales, no Chile, foi designado ‘Punctum‘, nome derivado do latim pūnctum que significa “ponto” ou “ponto”. Fora do reino dos buracos negros supermassivos, o agora descoberto Punctum “é genuinamente poderoso“,

As empresas “não veem o doutoramento como experiência válida de trabalho”. Antigos bolseiros preocupados com fim da FCT

Hoje, é docente convidada na mesma faculdade e continua a trabalhar como designer em regime freelancer, “já a pensar no pós” doutoramento.

“Para mim foi uma ótima oportunidade ter tido a bolsa. Portanto, agora consigo conjugar ser designer e estar na carreira académica com investigação.”

“Assusta-me que a Ciência vá desaparecendo”

Nenhum dos três antigos bolseiros permaneceu 100% na carreira científica enquanto Doutores, mas garantem que a FCT é essencial para quem queira prosseguir uma carreira científica.

Um doutoramento em Portugal pode custar entre os 1500 e mais de 4000 euros por ano, apenas em propinas. Fora deste valor estão taxas de inscrição e matrícula, o custo de entregar a tese e outros emolumentos. Com uma bolsa da FCT, as propinas são asseguradas e o aluno recebe uma bolsa mensal para se dedicar à investigação em exclusivo.

Em 2023, num relatório sobre o impacto das bolsas da FCT no percurso dos candidatos, lê-se que, tendo em conta que cerca de metade dos estudantes de doutoramento desiste do curso, “existe uma correlação positiva muito forte entre a taxa de sucesso e a existência de financiamento durante um período de tempo adequado que permita ao candidato dedicar-se de forma exclusiva”.


“A investigação não é uma coisa com um retorno financeiro imediato. As empresas muito dificilmente vão justificar dar dinheiro a este tipo de investigação fundamental”


Agora, com a transformação FCT e da Agência Nacional de Investigação (ANI) na Agência de Investigação e Inovação, trabalhadores científicos e partidos da oposição criticam a decisão do Ministério da Educação, Ciência e Inovação e questionam o que pode acontecer às bolsas de doutoramento e ao emprego científico, notoriamente precário.

Para Rita Félix, o desaparecimento da FCT é “um bocadinho assustador”, ainda que tenha esperança de que a fusão das entidades “seja apenas uma burocracia” e que não signifique que investigações futuras, ou até a própria Ciência, sejam prejudicadas.

Mas o histórico subfinanciamento da Ciência e a precariedade das carreiras preocupa a antiga bolseira: é importante “garantir que se está a acrescentar valor e não a tirar valor ao que já existia”.

Ricardo Zacarias desconfia da ligação entre a academia e o tecido empresarial que o ministro Fernando Alexandre insiste ser o futuro. Para o antigo cientista, a investigação e as empresas têm um ritmo e um propósito diferentes: “A investigação não é uma coisa com um retorno financeiro imediato. As empresas muito dificilmente vão justificar dar dinheiro a este tipo de investigação fundamental”.

Contudo, dados do Eurostat agregados pelo PORDATA mostram um investimento crescente das empresas em áreas de investigação e desenvolvimento. Em 2023, eram mais os trabalhadores dedicados a estas tarefas nas empresas (41 mil) do que no Ensino Superior (33 mil).

O que esperar do Pontal 2025

A festa do Pontal, a tradicional rentrée do PSD, passou por várias transformações ao longo dos anos, mas em 2025 vai ser o que sempre foi: uma festa a meio do Verão, ao fim da tarde, no Calçadão de Quarteira, com animação (este ano o convidado é o cantor Toy), discursos políticos e muito convívio entre sociais-democratas bronzeados.

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A estrada que pôs duas crianças órfãs e o fogo que levou memórias de infância. Em Seia, as chamas ainda são um trauma

A estrada não tem nome formal, mas isso não lhe tira importância nem memória. Quem passa por aqui acima e abaixo todos os dias e desenha a curva para Vide vai, provavelmente, a pensar nos afazeres do trabalho, que afastam para longe a história de quem aqui perdeu a vida. São os efeitos da passagem do tempo, mas que, rapidamente, são invertidos à mínima chama que apareça na encosta da aldeia de Cide, no concelho de Seia.

“Fiquei impressionada, a gente conhecia-se, éramos como família – vivíamos ao lado um dos outros. Ainda para mais, era um casal jovem, com duas crianças pequenas”. Rosa Correia nasceu em Cide, mas é emigrante em França. Lembra-se bem do dia, em outubro de 2017, em que soube que os vizinhos tinham morrido cercados pelas chamas na estrada, à beira de casa. “Quando há estas situações, ainda nos lembramos mais”, conta à Renascença.

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A aldeia fez o luto, mas não esquece. A própria dificuldade de Bruno Moura em falar do assunto autoexplica-se quando finalmente encontra palavras para resumir o que sente: “Tenho um bocado esse trauma ainda.”

Dessa altura, Bruno também não se esquece da noite de aflição, em que subiu a estrada à revelia das autoridades para mandar mais de três mil litros de água para um barracão, que conhecia desde criança e onde tinha guardado todo o material de construção civil do pai. Não conseguiu e só ali perdeu mais de cem mil euros em equipamento, que não estava protegido por seguros.

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