Eurovisão: os portugueses NAPA estão na final

É oficial: os NAPA vão este sábado à final da Eurovisão cantar Deslocado, a canção da entusiástica banda madeirense sobre estar longe de casa no continente. Portugal passou à próxima fase na semifinal do concurso que decorreu esta terça-feira à noite em Basileia, Suíça, transmitido em directo pela RTP1.

O nosso foi o sétimo de 15 países a actuar na cerimónia e o nono de dez cujo apuramento foi anunciado no final do espectáculo. Passou à final em conjunto com a Noruega, com Kyle Alessandro e Lighter, a Albânia, com Shkodra Elektronike e Zjerm, a Suécia, com KAJ e Bara bada bastu, Islândia, com VÆB e RÓA, os Países Baixos, com Claude e C’est la vie, a Polónia, com Justyna Steczkowska e GAJA, San Marino, com Gabry Ponte e Tutta l’Italia, a Estónia, com Tommy Cash e Espresso macchiato, e a Ucrânia, com Ziferblat e Bird of pray. Esta é a quinta vez seguida que o nosso país chega à final do concurso. De fora desta eliminatória ficaram a Eslovénia, a Bélgica, o Azerbaijão, a Croácia e Chipre.

A primeira etapa do concurso que vai na 69.ª edição e começou justamente na Suíça em 1956 foi apresentada por Hazel Brugger e Sandra Studer, que, como cantora, representou a Suíça na Eurovisão em 1991. No espectáculo, que arrancou com um medley à suíça de temas do passado do festival, ouviram-se as canções que disputaram um lugar na final, mas foram ainda apresentadas as representantes de três dos países já apurados à partida. Espanha e Itália, que, como metade dos chamados grandes quatro, os maiores contribuidores para a UER (a União Europeia de Radiodifusão, a entidade organizadora da Eurovisão), têm passagem directa, e a própria Suíça, que, como organizadora deste ano, tem automaticamente lugar na última etapa. Espanha mostrou Esa diva, cantada por Melody, a Itália Volevo essere un duro, por Lucio Corsi, e a Suíça Voyage, por Zoë Më.

Há mais canções que não se voltarão a ouvir na final. Houve um número musical sobre as invenções da Suíça, um tributo a Céline Dion, que não pôde actuar e gravou um vídeo, com as vozes da portuguesa iolanda, a concorrente do ano passado, e os colegas Marina Satti, da Grécia, Jerry Heil, da Ucrânia, e Silvester Belt, da Lituânia, a interpretarem Ne partez pas sans moi, a canção com que o ícone canadiano venceu, pela Suíça, a Eurovisão em 1988. Jørgen Olsen, metade dos Olsen Brothers, que ganharam pela Dinamarca no ano 2000, interpretou Fly on the Wings of Love, a canção vencedora desssa altura.

Rui Borges e a possibilidade de subir a mítica escadaria do Jamor: «É algo que desejava muito…»

Rui Borges concedeu, à RTP, uma entrevista que serviu como uma espécie de antevisão ao dérbi da final da Taça de Portugal com o Benfica (domingo, 17h15). Além de ter considerado que não haverá um favorito no Jamor, o treinador do Sporting revelou ainda que está “expectante” quanto à possibilidade de poder vir a subir a mítica escadaria e deixou em dúvida a utilização de Diomande, que saiu lesionado do último jogo do campeonato, frente ao V. Guimarães.

Depois da festa já estão de pés no chão de olho no próximo objetivo?

“Sim, claramente. O festejo e o aproveitar da conquista, tiveram dois ou três dias para o fazer, com todo o direito. A partir do momento em que começámos a treinar, a equipa está ligada e focada no que é voltar a conquistar mais um título para a história do Sporting e para a história individual de cada. Tentar fazer a dobradinha que já foge há mais de 20 anos ao Sporting para assim ficar com mais um troféu”.

Não perdeu frente ao Benfica esta época. Sente-se favorito ou em vantagem?

“Penso que não. São jogos e histórias diferentes. Taça da Liga, campeonato, Taça de Portugal… Jogos diferentes. Uma coisa é as equipas conhecerem-se em termos individuais, em termos coletivos também. Estarmos preparados para o que cada um faz. Mas será sempre um jogo muito disputado, o início do jogo dá e cria nuances. Temos o exemplo do último jogo quando marcámos cedo na Luz e transforma o jogo. Conhecemo-nos bastante bem, tanto de um lado como do outro. Acima de tudo será sempre um grande jogo porque tem grandes intervenientes”.

Há vantagem de os seus jogadores terem estado neste palco na época passada?

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“Acima de tudo espero que sirva de mais motivação para o que não fomos capazes de concretizar na época passada, a dobradinha. Que essa perda sirva de motivação para que este ano consigamos fazê-lo”.

Vai poder contar com Diomande?

“O Diomande está em dúvida pelo problema que teve no jogo com o Vitória. Vai ser até em cima do jogo. Tomaremos a melhor decisão dentro das condições em que ele estará. Mais perto do jogo tomamos a decisão”.

A conquista da Taça pode dissipar as dúvidas de quem acha que não é o treinador certo para o Sporting?

“Não, não olho nesse sentido, olho sim no que é acrescentar valor ao nosso trajeto, acrescentar à história do Sporting e ficar nela por mais uma conquista. Como atleta ou treinador é algo que sonhava, chegar à final da Taça de Portugal. Nos escalões inferiores é a única competição que disputamos em fases iniciais. É algo que queria e desejava muito, desde novo. É desfrutar do momento e da final”.

Já desenha na sua cabeça esse momento de entrar no Jamor e a possibilidade de subir a escadaria?

“Sim, expectante em relação a isso. É um troféu que marca pela sua emoção, paixão e festa. Quero desfrutá-lo ao máximo, é algo que desejava muito. Que a festa seja bonita e espetacular. Quero desfrutar da final e ter a capacidade de a ganhar”.

Como reagiu ao desafio do Pote do tricampeonato? Último jogo de Gyökeres?

“O Viktor está focado no jogo, quer ganhar e marcar. É muito competitivo e procura sempre mais e melhor. Tem contrato com o clube, não me posso alongar. O seu futuro está, para já, no Sporting. Em relação ao Pote demonstra a ambição deste grupo, a coragem, querer e fome que têm por mais. Ganhámos o campeonato, felizes pela conquista, mas já estão a pensar em conquistar mais e na próxima época, que será ainda mais difícil do que esta, para serem de novo campeões”.

Hospital de Gaza em chamas pelo segundo dia após ataque de Israel

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O hospital Al-Awda, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, tenta pelo segundo dia extinguir um incêndio que deflagrou após um bombardeamento israelita, relatou nesta sexta-feira o diretor interino da unidade hospitalar, Mohammed Salha.

O ataque atingiu o terceiro andar do hospital, cujo depósito de combustível se situa imediatamente acima da zona de incêndio e ocorreu numa fase em que a ajuda humanitária tarda a chegar ao norte do enclave palestiniano, após mais de dois meses de bloqueio total, perante uma situação que as Nações Unidas referem estar a atingir “níveis catastróficos” de insegurança alimentar.

“Ontem [quinta-feira], voltaram a bombardear o terceiro andar. Atacaram o nosso armazém central”, disse Salha à agência noticiosa espanhola EFE, numa mensagem áudio, dando conta que os geradores também se encontram acima da linha de fogo.

Se o fogo atingir o depósito de combustível, “será um desastre”, alertou, ao som de um rugido constante de fundo.

No hospital, segundo Salha, permanecem 16 doentes, 11 acompanhantes e 131 funcionários, três dos quais ficaram feridos em ataques de drones israelitas contra as instalações.

Na tarde desta sexta-feira, os bombeiros do serviço de emergência da Defesa Civil da Faixa de Gaza deslocaram-se a Al-Awda para tentar extinguir o incêndio, que já dura há dois dias e ardia descontroladamente.

Num vídeo partilhado pela Quds News Network, um dos bombeiros explicou que o acesso a Jabalia depende de coordenação com o Comité Internacional da Cruz Vermelha.

Esta situação decorre de o norte de Gaza ser uma “zona vermelha”, sujeita a ordens do Exército israelita, pelo que circulação exige coordenação com as autoridades, gerida neste caso pela Cruz Vermelha.

Pelo menos 81% da Faixa de Gaza fazem agora parte das “zonas proibidas” controladas por Israel, sujeitas a ordens de evacuação emitidas pelo Exército ou por serem “áreas militarizadas” sob o seu controlo, de acordo com o escritório das Nações Unidas para a coordenação de assuntos humanitários (OCHA).

Salha disse que os funcionários do hospital continuam a prestar serviços aos que ainda estão internados, apesar de estarem “completamente cercados” há cinco dias, descrevendo as carências alimentares.

“Não tomamos o pequeno-almoço. Só comemos depois das quatro, distribuímos arroz, mas não é suficiente. Ao jantar, comemos pão. Às vezes, feijão se tivermos muita sorte, atum [de lata] com zaatar [mistura de especiarias]… mas não temos muito”, descreveu.

Este é o quarto cerco a Al-Awda desde que Israel lançou a sua ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, contra o grupo islamita palestiniano Hamas.

O Hamas condenou o bombardeamento do hospital e o incêndio como “uma nova tentativa de atacar o setor da saúde e destruir o que resta dele”.

Israel permitiu que a ajuda internacional voltasse a entrar no território esta semana, tendo o Cogat, a agência do Ministério da Defesa responsável pelos assuntos civis nos territórios palestinianos, indicado que 107 camiões foram autorizados na quinta-feira.

No entanto, 15 camiões do Programa Alimentar Mundial (PAM) foram saqueados durante a última noite quando se dirigiam para o sul do enclave com vista a abastecer padarias agora reabertas, num caso enquadrado pela agência da ONU como um resultado da “fome, desespero e ansiedade” da população.

Philippe Lazzarini, chefe da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), recordou por seu lado que, durante a trégua de seis semanas quebrada em março por Israel, entravam diariamente entre 500 e 600 camiões.

“Ninguém deve ficar surpreendido ou chocado ao ver cenas onde ajuda preciosa está a ser saqueada, roubada ou ‘perdida’”, escreveu na rede X, lamentando que “o povo de Gaza está a morrer de fome há mais de onze semanas”.

O PAM insistiu aliás no pedido a Israel para que permita “a entrada de volumes muito maiores de ajuda alimentar, e mais rapidamente”, no seguimento de apelos insistentes das Nações Unidas de que as autorizações atuais são bastante insuficientes.

“Finalmente, a ajuda humanitária está a chegar”, comentou o secretário-geral da ONU nesta sexta-feira, mas o que Israel permitiu foram “apenas umas colheres quando era necessário um dilúvio”.

Referindo-se à “fase mais cruel” do conflito, António Guterres informou que quase 400 camiões foram autorizados a entrar na Faixa de Gaza nos últimos dias através da passagem fronteiriça de Kerem Shalom, mas apenas 115 conseguiram recolher os bens para distribuição, além de que “nada chegou ao norte sitiado”.

Ao mesmo tempo, o secretário-geral da ONU voltou a condenar a intensificação da ofensiva militar israelita, “com níveis atrozes de morte e destruição”, sublinhando que 80% do território está agora fora do alcance da população.

A Defesa Civil da Faixa de Gaza relatou pelo menos 16 mortes nesta sexta-feira em “ataques israelitas em diversas zonas” do território, no seguimento da nova campanha militar aérea e terrestre lançada no passado fim de semana, com o objetivo declarado de recuperar os reféns em posse do Hamas, tomar todo o enclave e empurrar os habitantes para sul.

O conflito foi desencadeado pelos ataques do Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Svilar, ex-Benfica, melhor guarda-redes na Série A

O guardião Mile Svilar, ex-jogador do Benfica agora na Roma, foi considerado o melhor guarda-redes da liga italiana.

Já o melhor jogador do campeonato transalpino foi o escocês Scott McTominay, do Nápoles.

Bastoni (Inter) foi considerado o melhor defesa, Tijani Reijnders (Milan) melhor médio, Mateo Retegui (Atalanta) melhor avançado e Nico Paz (Como) melhor jogador sub-23.

Antonio Conte, que já venceu o Scudetto por três equipas diferentes, foi distinguido como melhor treinador da Serie A.

Seis seguranças de ajuda humanitária mortos em ataque israelita

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Seis membros das equipas que protegem a ajuda humanitária em Gaza foram mortos na quinta-feira à noite após vários ataques israelitas em Deir al-Balah (centro), de acordo com as autoridades do enclave palestiniano controlado pelo Hamas.

“Condenamos nos termos mais fortes o crime horrendo cometido pelo exército de ocupação israelita contra o pessoal de segurança e assistência e comités populares voluntários na área de Deir al-Balah, que resultou no martírio de seis membros das equipas de segurança e proteção humanitária”, sublinhou o Governo de Gaza, num comunicado divulgado na madrugada desta sexta-feira.

Fontes locais informaram que a equipa, composta por polícias e voluntários do Hamas, estava a proteger os camiões de uma tentativa de ataque por parte de um grupo não identificado, quando as forças armadas israelitas lançaram uma série de ataques contra eles.

O Exército israelita garantiu à agência Efe que um dos seus drones identificou na quinta-feira à noite “vários homens armados, incluindo terroristas do Hamas, perto de camiões de ajuda humanitária no centro de Gaza”.

“A aeronave atacou os atiradores depois de os identificar. É importante salientar que a ajuda humanitária não foi danificada em consequência do ataque”, apontou um porta-voz militar.

A mesma fonte disse que a alegação do Governo de Gaza de que os mortos faziam parte de uma equipa de escolta é “falsa e infundada”.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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Questionados sobre a identidade ou filiação dos atiradores, que não foram identificados como membros do Hamas, os militares recusaram-se a responder.

Segundo a imprensa palestiniana, o incidente ocorreu enquanto os camiões circulavam pela autoestrada Salah al-Din, uma das duas principais estradas que atravessam Gaza de norte a sul, a mais próxima da linha divisória com Israel e da zona tomada pelas tropas.

O Governo de Gaza acusou Israel de tentar travar o fluxo de ajuda humanitária “e criar um estado de caos e anarquia” na Faixa de Gaza.

A autoridade do enclave controlado pelo Hamas apelou repetidamente à população para proteger os camiões, uma vez que Israel alegou que o Hamas se estava a apropriar da ajuda que transportavam e começou a bloquear completamente o seu acesso em 02 de Março, privando a população de bens básicos (incluindo alimentos, medicamentos e combustível) durante três meses.

Cerca de 200 camiões entraram em Gaza nos últimos dias, após três meses de bloqueio total israelita, enquanto na quinta-feira, 90 destes estavam a ser distribuídos por todo o enclave, a maioria carregados com material médico ou farinha para as padarias da Faixa.

A ajuda humanitária permitida por Israel em Gaza nos últimos dias “nem sequer chega perto de cobrir a escala e o volume das necessidades dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza”, alertou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, na quinta-feira.

Antes da guerra, entravam no país, em média, 500 camiões transportando produtos básicos para a população todos os dias, embora as organizações humanitárias já considerassem isso insuficiente.

O conflito foi desencadeado pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Governo da Argentina restringe acesso dos jornalistas às suas instalações

O governo de Javier Milei publicou nesta sexta-feira no Boletim Oficial várias restrições ao acesso dos jornalistas à sede do Executivo, bem como às deslocações dentro das instalações.

Entre aquelas restrições estão um sistema de acreditações com exigências maiores, quotas de acesso, avaliação dos jornalistas com uma pontuação mínima, exigência de documentação exaustiva e regras de comportamento reforçadas.

A nova normativa estabelece que os jornalistas apenas podem circular nas áreas comuns do edifício para se deslocarem dos pontos de entrada para os locais de eventos ou atividades jornalísticas.

“A permanência e circulação em corredores, gabinetes, salas ou outras zonas da Casa do Governo que não estejam explicitamente autorizadas, é proibida”, explicita-se no texto.

O acesso às conferências de imprensa também mudou: vai ser limitada a quantidade de participantes, determinaram-se condições formais de vestuário e estipularam-se normas de comportamento dentro do espaço.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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O moderador das conferências de imprensa vai poder limitar o tempo das perguntas e gerir o uso do microfone, que deve ser devolvido imediatamente depois de cada intervenção, o que impede eventuais movas perguntas.

Vai estabelecer-se também um sistema de acreditação anual e eventual. Para a anual, os meios vão ter de apresentar informação detalhada e e apoiada em métricas verificadas sobre a sua audiência e cobertura geográfica, além de documentação sobre a trajetória e vínculo laboral dos profissionais que solicitarem a acreditação.

Têm ainda de assinar uma declaração juramentada sobre o cumprimento de normas de convivência e respeito institucional.

Para a acreditação eventual, válida por até cinco dias, também se habilita a candidatura de jornalistas independentes, que têm de presentar um portefólio verificável, referências editoriais e provas de produção regular em temas institucionais.

Um dos pontos mais controversos é a criação de uma “matriz de avaliação objetiva”, com um sistema de pontuação obrigatório para obter a acreditação, que incluiu critérios como audiência, especialização temática em temas de gestão governamental, trajetória profissional, entrega correta de toda a documentação solicitada, cobertura prévia de atos oficiais e compromisso com o pluralismo.

Estes critérios vão ser avaliados pela Secretaria de Comunicação e Meio, dirigida pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni, e na órbita da Secretaria-Geral da Presidência, Karina Milei, e só os que obtiverem um mínimo de 35 pontos serão acreditados.

Estas alterações inscrevem-se em contexto de tensão crescente entre o governo e os jornalistas, marcado por declarações estigmatizantes, cortes orçamentais em meios públicos, denúncias de censura indireta e violência exercida contra os trabalhadores da imprensa durante as manifestações.

JPP defende fim dos representantes da República nas regiões autónomas

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O deputado único do JPP, Filipe Sousa, defendeu nesta sexta-feira o reforço dos poderes atribuídos às regiões autónomas dos Açores e da Madeira e a extinção do cargo de Representante da República nos arquipélagos.

Após uma audiência com o Presidente da República no Palácio de Belém, que durou menos de uma hora, o deputado único do Juntos Pelo Povo, Filipe Sousa, disse que o partido não fechará a porta a um processo de revisão constitucional e defendeu o “reforço dos poderes autonómicos” e a extinção do cargo de Representante da República nas Regiões Autónomas.

“Nós já temos maturidade política suficiente e democracia suficiente para que o Estado reconheça de uma vez por todas que nós somos ilhéus, com todos os constrangimentos a eles associados, mas não precisamos de ninguém a vigiar-nos”, atirou, depois de apelidar os Representantes da República como “polícias”.

Nesta audiência com Marcelo Rebelo de Sousa, o partido com sede na Madeira, que se vai estrear no parlamento nesta legislatura, defendeu também uma “nova organização administrativa do país”, a que o Presidente terá reagido, disse Filipe Sousa, com satisfação.

O deputado único do JPP reconheceu que o poder reivindicativo do partido “ainda é curto”, mas que têm como missão “fazer sentir que o centralismo de Lisboa em nada beneficia” as regiões autónomas.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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O madeirense criticou ainda o PCP por ter anunciado que irá apresentar uma moção de rejeição ao próximo Governo, considerando que essa decisão dos comunistas é “um tiro no pé”.

Filipe Sousa garantiu também que o partido não será obstáculo ao futuro Governo e quer “criar pontos de diálogo, de tolerância e de proximidade” e que será o deputado de todo o país e não só dos madeirenses.

O recém-eleito pelo círculo da Madeira disse, por exemplo, já ter contactado produtores de vinho do Douro sobre os problemas no setor e assegurou que, logo após a tomada de posse, irá visitar o Peso da Régua para dar voz aos problemas da região.

“Se o vinho morre na parreira, e se o país aceita a importação de aguardente de Espanha para o fabrico do vinho português, algo está mal“, lamentou.

O JPP, nascido de um movimento de cidadãos na Madeira, tornou-se no dia 18 de maio no primeiro partido com sede fora de Lisboa a eleger um deputado para o parlamento português.

O Juntos Pelo Povo (JPP) concorreu pela quinta vez consecutiva a eleições legislativas nacionais desde que foi constituído como partido, em 2015, e viu concretizada a sua expectativa com a eleição de Filipe Sousa, impulsionado pelo resultado que obteve em março na Madeira.

Filipe Sousa foi o cabeça de lista pelo círculo da Madeira, que elege seis deputados à Assembleia da República, e será agora deputado, com 12,32% dos votos do arquipélago.

Luís Pedro Nunes e as gerações TikTok: “Dizem que não vão querer aprender nada que não se converta em ganho monetário”

No novo episódio de Irritações, Luana do Bem começa por anunciar que desistiu de tentar uma reclamação com a companhia aérea que lhe cancelou o voo, no dia do apagão: “Está tudo a lavar as mãos e a dizer que foi uma exceção”. Para além disso, a humorista irrita-se também com quem lhe envia áudios no WhatsApp com o bluetooth do carro: “Não sei se é um áudio ou uma ecografia”. Luís Pedro Nunes fala sobre o atual mundo de TikTokers, e lamenta: “Dizem que não vão aprender nada que não se converta em ganho monetário, não querem saber da escola por isso”. Já José de Pina volta a temas recorrentes, e mostra-se perplexo com um cartaz do PS sobre o IVA zero, que mostra um prato de comida: “O partido levou uma tareia e o cenário está à vista”. Com moderação de Pedro Boucherie Mendes, o Irritações foi emitido a 23 de maio, na SIC Radical.

Um programa com muita controvérsia, algum humor e bastante ironia. José de Pina, Luís Pedro Nunes e Luana do Bem debatem em estúdio com Pedro Boucherie Mendes sobre aquilo que os irrita de forma geral e em particular. Ouça mais episódios:

Trump assina ordens executivas para “renascimento” nuclear civil acelerado

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira quatro ordens executivas destinadas, segundo um conselheiro, a lançar um “renascimento” nuclear civil nos Estados Unidos, com a ambição de quadruplicar a produção de energia nuclear nos próximos 25 anos.

Trump, que prometeu procedimentos “muito rápidos e muito seguros”, quer, em particular, que a análise de um pedido de construção de um novo reator nuclear não demore mais de 18 meses e pretende reformar a Comissão Reguladora do Nuclear, reforçando simultaneamente a extração e o enriquecimento de urânio.

“O tempo para a energia nuclear é agora”, declarou Donald Trump numa conferência de imprensa na Sala Oval, enquanto o secretário do Interior, Doug Burgum, disse que o desafio era “produzir eletricidade suficiente para ganhar o duelo da Inteligência Artificial com a China”.

“Queremos estar em condições de testar e instalar reatores nucleares durante o atual mandato”, ou seja, até janeiro de 2029, disse um alto responsável da Casa Branca, que solicitou o anonimato, durante uma troca de impressões com jornalistas.

Os Estados Unidos continuam a ser a maior potência nuclear civil do mundo, com 94 reatores operacionais, mas a sua idade média está a aumentar (42 anos).

Perante a crescente necessidade de eletricidade, nomeadamente impulsionada pelo desenvolvimento da Inteligência Artificial, e a intenção de alguns países de descarbonizarem as suas economias, a energia nuclear está a despertar um novo interesse a nível mundial.

França que, com 57 reatores, continua a ser o país mais nuclearizado per capita, anunciou em 2022 um novo programa de entre seis e 14 reatores, estando a conclusão do primeiro prevista para 2038.

A China, particularmente ativa, iguala agora França, com 57 reatores no seu território, e tem mais 27 em construção.

Por sua vez, a Rússia continua a ser o principal exportador mundial de centrais nucleares, com 26 reatores em construção, seis dos quais no seu território.

Psiquiatra do Hospital Júlio de Matos queixa-se de boicote no acesso dos doentes sem-abrigo

O psiquiatra João Gama Marques, do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, acusou nesta sexta-feira a administração hospitalar de “boicotar ao máximo” o acesso dos doentes em situação de sem-abrigo às consultas no centro hospitalar psiquiátrico.

“Atualmente há um grande movimento da administração do Júlio de Matos, que está nas mãos de São José, para que seja boicotado ao máximo o acesso dos doentes em situação de sem-abrigo ao Hospital Júlio de Matos”, afirmou João Gama Marques, no âmbito de uma audição com deputados da Assembleia Municipal de Lisboa.

O psiquiatra foi ouvido na 6.ª Comissão Permanente – Direitos Humanos e Sociais, Cidadania e Transparência e Combate à Corrupção, por proposta da deputada do CDS-PP Margarida Neto, aprovada por unanimidade, a propósito de uma petição de moradores e comerciantes do Beato que exigem a revisão do plano municipal e das intervenções sociais da Câmara de Lisboa para pessoas em situação de sem-abrigo.

A trabalhar há quase 20 anos no Hospital Júlio de Matos, João Gama Marques acompanha pessoas em situação de sem-abrigo com perturbação psiquiátrica, inclusive integra, quinzenalmente, as visitas de rua da Equipa de Projeto do Plano Municipal para a Pessoa em Situação de Sem-Abrigo de Lisboa, dando continuidade ao legado do psiquiatra António Bento.

“No dia em que o doutor António Bento se reformou, os técnicos da consulta festejaram […], festejaram porque estavam convencidos que iam deixar de aparecer pessoas feias, porcas e más à porta da consulta. Isso não aconteceu, porque eu continuo a fazer essa consulta”, disse João Gama Marques, referindo-se às pessoas em situação de sem-abrigo, a quem o acesso a uma consulta no Hospital Júlio de Matos está “muito mais difícil”.

Segundo relatou o psiquiatra, que se descreveu com o enfant terrible do Júlio de Matos, “agora há todo um procedimento administrativo burocrático” para a realização de consultas, quando há doentes sem-abrigo que “muitas vezes” nem sabem o nome completo, nem têm cartão de cidadão, nem passaporte.

“É claramente ilógico, absurdo, estarmos a criar mais obstáculos a uma população que só por si já tem tantas dificuldades”, declarou, afirmando que “há um desinteresse total” da administração do Hospital Júlio de Matos por parte das pessoas em situação de sem-abrigo.

Aos deputados municipais, João Gama Marques contou que a administração hospitalar já o tentou expulsar “várias vezes”, com processos disciplinares, e que foi amnistiado pelo Papa, “senão tinha sido suspenso do hospital e tinha perdido alguns 100 mil euros”.

“Um dos motivos que os administradores hospitalares dão para o acesso não ser tão facilitado como no tempo do doutor António Bento é uma coisa que me envergonha imenso. Uma administradora disse-me assim: ‘O professor Gama tem de se proteger, porque ver os sem-abrigo sem marcação e sem lista de espera está ao mesmo nível do que aconteceu no Hospital de Santa Maria com as gémeas brasileiras que vieram buscar aquele tratamento”, disse o psiquiatra, numa alusão ao caso de suspeitas de favorecimento, que envolveu o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa.

Nem que eu tivesse todos os 10.000 sem abrigo de Portugal ao meu cuidado, nós não gastaríamos 1/10 do que foi gasto por esse caso das gémeas que, graças às ligações políticas que são conhecidas, tiveram essa benesse. Eu sinto-me muito ofendido quando a administração do hospital me comparou com essas pessoas, quando a minha intenção é apenas diagnosticar, saber se o doente é esquizofrénico ou epilético, se tem um tumor na cabeça ou se é dependente de cocaína, se tem sífilis cerebral ou se tem malária”, declarou.

Referindo que estes exames nos doentes sem-abrigo são baratos, João Gama Marques reforçou a importância de ter um diagnóstico correto do ponto de vista clínico e médico para, posteriormente, se pensar numa solução social adequada.

A maior parte dos doentes não estão diagnosticados como deve ser, porque a psiquiatria parte do princípio que é tudo psiquiátrico e a neurologia, como eles são feios porcos e maus, não se interessa por eles e a medicina interna também não”, salientou.

O médico psiquiatria disse ainda que tem sido acusado de fazer “safáris dos pobres” ao “angariar pobres para pôr no hospital” e de “fazer tortura aos doentes por mantê-los internados até conseguir um bilhete para voltarem para o país de origem”, por considerar que “é muito melhor o tratamento no país de origem, onde têm família, a mesma língua, a mesma cultura, a mesma religião”.

“Isto não tem nada a ver com xenofobia ou com racismo. Tem a ver com o prognóstico ser melhor”, sustentou, referindo-se aos sem-abrigo estrangeiros em Portugal.

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