“Crise tripla” em Moçambique fez 25 mil deslocados nas últimas semanas


A violência no norte de Moçambique fez mais de 25 mil deslocados nas últimas semanas, juntando-se a cerca de 1,3 milhões de pessoas que já ficaram sem casa devido aos conflitos armados, aos ciclones sucessivos e seca.
De acordo com o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), famílias inteiras estão a fugir da província de Cabo Delgado por causa dos ataques de grupos armados, entre os quais militantes de movimentos islâmicos.
“Os ataques de grupos armados não-estatais sobre civis e infraestrutura continua, forçando pessoas a fugir e perturbando os esforços para alcançar soluções e o desenvolvimento”, afirma o ACNUR, apontando que “milhares perderam as casas, muitos pela segunda ou terceira vez, e estão a procurar segurança em comunidades já sobrecarregadas”.
O organismo da ONU afirma que a “intensidade renovada” está a “afetar áreas anteriormente consideradas relativamente estáveis”, com as províncias de Ancuabe e Montepuez a ter 14.929 e 5.370 novas pessoas deslocadas em abril.
O ACNUR avisa que é cada vez mais difícil ajudar todos os que precisam, devido a orçamentos reduzidos para responder às necessidades crescentes. Para além desta onda de violência no norte, Moçambique enfrentou uma combinação de desastres naturais, e ainda está recuperar de meses de protestos e agitação pós-eleitoral.
A agência da ONU diz que a “crise tripla” está a alimentar uma crise económica: os preços dos alimentos, que já estavam altos, dispararam nos últimos meses por 10 a 20%, ao mesmo tempo que os rendimentos da população caem.