Sofia Araújo e Andrea Ustero alcançam as meias-finais no torneio de estreia

Dupla luso-espanhola terá agora, em Assunção, um confronto com a dupla número dois do mundo

A portuguesa Sofia Araújo e a espanhola Andrea Ustero continuam a somar bons resultados no Premier Padel Assunção P2, tendo esta sexta-feira garantido um lugar nas meias-finais após vencerem Lucía Sainz e Patty Llaguno por 7-6 e 6-3.

À semelhança do encontro anterior, a dupla luso-espanhola entrou com algumas dificuldades e sofreu uma quebra de serviço logo no primeiro jogo da partida. Contudo, voltou a demonstrar uma enorme capacidade de superação, recuperando o break e forçando o tie-break.

O segundo set manteve-se equilibrado até ao oitavo jogo, momento em que Araújo e Ustero conseguiram nova quebra de serviço. A dupla não desperdiçou a oportunidade e fechou o encontro com autoridade no jogo seguinte.

Este resultado coloca Sofia Araújo e Andrea Ustero nas meias-finais do seu primeiro torneio juntas, uma estreia promissora que confirma o potencial da nova parceria.

No encontro de amanhã, irão defrontar as número dois do mundo, Gemma Triay e Delfi Brea.

Por Record

Tensão em Lisboa: adepto do Barcelona chama Figo de “traidor” e este responde agarrando nos genitais

Luís Figo protagonizou um momento de tensão com adeptos do Barcelona, que se encontram em Lisboa para assistir à final da Champions feminina diante do Arsenal. O internacional português foi convidado pela UEFA para o jantar oficial da final e, à entrada do restaurante, alguns fãs apelidaram-no de traidor, aludindo à sua transferência para o Real. Figo respondeu agarrando os genitais antes de entrar em bate-boca com os adeptos. “Pensava que tinham algum problema. Não vos estou a insultar”, disse-lhes o luso.  

Portugal quer que ocupação dê lugar a Estado palestiniano soberano

Portugal defendeu na sexta-feira a necessidade de se manter viva a solução de dois Estados — israelita e palestiniano , frisando na ONU que a “ocupação deve dar lugar a um Estado da Palestina viável, independente e soberano”.

O representante permanente de Portugal na ONU, Rui Vinhas, interveio na sexta-feira numa reunião preparatória da Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente, a decorrer em junho na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, na qual indicou que Portugal participará ativamente “com contribuições e compromissos concretos”.

“A conferência é um vislumbre de esperança e uma oportunidade para criar um impulso político para concretizar a solução de dois Estados”, afirmou o embaixador, reforçando que a gravidade da situação em Gaza é imensa e que um cessar-fogo imediato e permanente é o único caminho para reverter esse cenário.

“A guerra em Gaza é um divisor de águas na história da região e devemos conduzir as nossas políticas e ações tendo em mente as lições aprendidas com esta guerra, incluindo as suas causas estruturais”, acrescentou o diplomata.

Nesse sentido, Rui Vinhas defendeu a adoção de medidas concretas para evitar que outra guerra se repita, reforçando que a “ocupação deve dar lugar a um Estado da Palestina viável, independente e soberano, em conformidade com as resoluções relevantes da ONU”.

Montenegro condena situação humanitária em Gaza e pede fim dos bloqueios à entrada de ajuda

O futuro do movimento extremista Hamas em Gaza e o reconhecimento do Estado palestiniano serão os principais eixos da Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente, a decorrer entre 17 e 20 de junho, na ONU, em Nova Iorque.

A conferência, copresidida pela França e pela Arábia Saudita, terá dois dias introdutórios, seguidos pelo “segmento de alto nível” no dia 19, onde os chefes de Estado dos dois países devem comparecer.

Não está descartado que outros líderes, especialmente árabes, também participem, embora o nível das delegações dependa do progresso alcançado até lá.

Os organizadores realizaram na sexta-feira uma reunião preparatória na sede da ONU, onde foram ouvidos apelos para um maior envolvimento da comunidade internacional para garantir o sucesso da conferência, num momento em que a crise humanitária na Faixa de Gaza está a atingir níveis nunca testemunhados e em que se verifica uma grave deterioração também na Cisjordânia.

De acordo com Rui Vinhas, Portugal dará especial atenção às mesas redondas que visam preservar e implementar a solução de dois Estados e acompanhará com particular interesse o grupo de trabalho que visa promover o respeito pelo direito internacional – “um tema ao qual Portugal é tradicionalmente muito apegado”.

ONU anuncia entrada de 198 camiões humanitários em Gaza

Já França deu a entender nas últimas semanas que considera tomar a iniciativa de reconhecer o Estado palestiniano — atualmente reconhecido por 140 dos 193 países do mundo com assento na ONU — e acredita-se que a conferência possa ser o lugar onde esse passo será formalizado.

Se confirmado, teria grande valor simbólico, já que a França, assim como as demais potências do G7 – grupo dos sete países mais industrializados do mundo -, ainda resiste a reconhecer o Estado palestiniano e não seguiu o caminho trilhado por Espanha, Irlanda ou Noruega entre os europeus.

Sobre o papel do Hamas, a representante de França, a conselheira para o Médio Oriente Anne-Claire Legendre, foi categórica: “Devemos trabalhar para desarmar e eliminar o Hamas, para que ele nunca mais represente uma ameaça a Israel, bem como promover uma governança confiável e reformar a Autoridade Palestiniana, e a ONU deve desempenhar um papel nesse processo.”

Remover o Hamas da Faixa de Gaza parece um objetivo amplamente partilhado pelos atores internacionais, mas o problema atual é que todas as estruturas institucionais do enclave estão nas mãos do grupo islamita palestiniano, e a Autoridade Palestiniana só tem jurisdição na Cisjordânia.

Grandes modelos de linguagem de IA têm potencial de registar sinais de depressão

Os grandes modelos de linguagem como o Chat GPT, têm potencial para detetar riscos para a saúde mental, incluindo depressão e suicídio, em pacientes já sob tratamento psiquiátrico, segundo um estudo publicado na Jama Open Network.

A investigação realizada por uma equipa coreana indica que, embora estes grandes modelos de linguagem (LLM, na sigla inglesa) “demonstrem potencial” para detetar esses riscos, “é essencial melhorar o desempenho e a segurança antes da aplicação clínica”.

A equipa examinou o potencial dos LLM, que são sistemas de inteligência artificial (IA) treinados em grandes quantidades de dados, pelo que são capazes de compreender e gerar linguagem natural.

O mesmo potencial é demonstrado pelos embeddings, uma técnica de processamento da linguagem natural que converte a linguagem humana em vetores matemáticos, que também foram analisados pela equipa.

O estudo baseou-se em dados de 1064 doentes psiquiátricos com idades compreendidas entre os 18 e os 39 anos que realizaram uma série de testes de autoavaliação e de frases incompletas.

Os testes de frases incompletas consistem em dar ao paciente uma série de frases inacabadas para completar com a primeira coisa que lhe vem à cabeça e fornecer informações subjetivas sobre, por exemplo, o seu autoconceito ou relações interpessoais.

Os dados foram processados por modelos LLM, como o GPT-4, o Gemini 1.0 Pro ou o Google Deepmind, e por modelos de incorporação de texto, como o text-embedding-3-large OpenAI.

A investigação refere que estes modelos “demonstraram o seu potencial na avaliação dos riscos para a saúde mental”, incluindo o stress e o suicídio, “a partir de dados narrativos de pacientes psiquiátricos”.

Alberto Ortiz, do Hospital Universitário La Paz (Madrid), comentou o estudo, no qual não participou, e salientou que este foi realizado em pacientes que já estão em tratamento psiquiátrico, pelo que a generalização dos resultados para aplicar esta metodologia à deteção de riscos na população em geral “não é possível, de momento”.

Ortiz disse ao Science Media Centre, uma plataforma de recursos científicos, que a aplicação da IA na saúde mental, em qualquer caso, terá de se centrar nas narrativas subjetivas das pessoas, como é feito nesta investigação.

No entanto, considerou que “uma coisa é detetar riscos e fazer rastreios, e outra é tratar pessoas com sofrimento mental, uma tarefa que vai além da aplicação de uma solução tecnológica e em que a subjetividade do profissional é essencial para desenvolver o vínculo terapêutico”.

Daniel Penha: «Gostava de continuar no Nacional, mas ainda não sei o meu futuro»

Médio brasileiro está cedido pelo Atlético Mineiro e não esconde a vontade de seguir na Madeira

Os quatros golos de Daniel Penha na sua época de estreia em Portugal valeram-lhe o título de melhor marcador do Nacional em 2024/25, sinal da sua influência na equipa. O médio-ofensivo de 26 anos gostou da experiência e não esconde que lhe agrada a possibilidade de continuar na Choupana.

Por João Manuel Fernandes

Grupo Climáximo coloca faixa contra aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete

O coletivo ambientalista Climáximo colocou nesta sexta-feira uma faixa nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete contra um novo aeroporto e plantou sobreiros, no que apelidou de “ação simbólica” para apelar “à resistência climática”.

Os apoiantes do movimento entraram nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete, onde deve ser construído o novo aeroporto que vai servir Lisboa, e estenderam uma faixa na qual se pode ler “Aeroporto de Alcochete p’ró cacete — Nem aqui, nem em lado nenhum!”.

A ação simbólica foi contra a construção de um novo aeroporto, mas também contra qualquer nova infraestrutura que aumente as emissões de gases com efeito de estufa, e igualmente para “apelar à resistência climática como a única forma de travar a destruição e de construir um presente e um futuro justo e digno para todas as pessoas”, dizem os jovens do Climáximo em comunicado.

A ativista Bianca Castro, citada no documento, afirmou que “construir um novo aeroporto é o equivalente a lançar bombas de carbono na atmosfera, que vão devastar vidas por todo o mundo devido a fenómenos como o aumento da temperatura, o degelo, a intensificação das secas, quebra de colheitas e eventos extremos como tempestades e incêndios”.

E acrescentou: “É para este abismo que nos encaminham as empresas e os governos quando planeiam a expansão da aviação. Eles sabem perfeitamente que estes novos projetos e a continuação da queima de combustíveis fósseis vão matar e deixar sem casa milhões de pessoas”.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Ainda no documento, Bianca Castro afirmou que o projeto do novo aeroporto não só vai aumentar emissões como prevê o corte de pelo menos 42 mil sobreiros, “que neste momento funcionam como um pulmão, filtrando carbono da atmosfera”.

O coletivo lembra a “assentada popular” conta a expansão aeroportuária que já anunciou para dia 1 de junho junto do aeroporto Humberto Delgado e que vai começar às 15h00 na Alameda D. Afonso Henriques.

E apela à participação de todos os que estão “assustados e enraivecidos” com os resultados das eleições legislativas do passado domingo.

Penas, redução do número de deputados e neutralidade ideológica. As prioridades do Chega para a revisão da Constituição

Na sequência do desafio lançado pela Iniciativa Liberal para uma revisão constitucional, após o encontro com o Presidente da República, o presidente do Chega, André Ventura, propôs, esta sexta-feira, uma “plataforma de entendimento” para os líderes da AD e da IL.

Para o líder do Chega, embora um processo de revisão constitucional não seja considerada uma prioridade para os portugueses, é, todavia, uma “oportunidade histórica” para promover mudanças à direita. Ventura adiantou que vai propor a plataforma já “amanhã” a liberais e sociais-democratas e defendeu ser “o teste do algodão à AD, escolhendo se quer ficar do lado do PS ou não”.

Nesse sentido, André Ventura centrou as prioridades do Chega para uma revisão constitucional à direita assente em cinco eixos:

  • Revisão de penas — “É tempo de Portugal se juntar aos 35 países da Europa que têm prisão perpétua para crimes hediondos, terrorismo, crimes sexuais e violentos. É hora de deixarmos de ser os mansos da Europa e é hora de acabarmos com recursos intermináveis”, disse o líder do Chega.
  • Redução do número de deputados do Parlamento — “O Chega será provavelmente a segunda bancada e continua a defender: não precisamos de 230 deputados. O Chega e a AD têm uma oportunidade histórica. Se não o fizermos agora, só nós o poderemos lamentar. O PS, assim que possa, impedirá qualquer revisão que reduza o número de deputados”.
  • Enriquecimento ilícito — “Tivemos várias decisões do Tribunal Constitucional a deixar claro que as alterações ao enriquecimento ilícito esbarravam na Constituição. É tempo de mudar a Constituição, porque quem chega a Lisboa sem nada não pode sair milionário depois de exercer funções públicas”.
  • Transparência — “Temos um dispêndio de dinheiro público que não sabemos para onde vai. É tempo de a Constituição exigir transparência ao dinheiro público. Não nos podemos queixar de ser um país onde não há dinheiro e ter centenas de milhões que não sabemos para onde vão todos os meses”.
  • Neutralidade ideológica da Constituição — “Não podemos ter uma Constituição a caminhar para o socialismo, nem para o liberalismo, nem para nenhuma forma de conservadorismo. A Constituição não caminha para lado nenhum. É um grito de liberdade que é preciso impor à Constituição. Temos uma Constituição marcada pelo comunismo e socialismo pós-revolucionário”.

Paralelamente, o presidente do Chega procurou responder aos alertas que já são feitos sobre uma eventual mudança do regime instituído após o 25 de Abril.

“Há uma oportunidade de fazer uma revisão constitucional, sem o PS e os partidos à sua esquerda. Não se trata de uma mudança de regime”, assegurou André Ventura, numa conferência de imprensa realizada na sede do partido, em Lisboa, reiterando que só ambiciona criar uma Constituição “para todos e em que todos se sintam em casa, representados e enquadrados”.

“Não é pôr a Constituição de acordo com os que agora ganharam, mas de acordo com a grande maioria do povo português, que quer viver num país democrático e livre”, concluiu.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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Marcelo e a constituição do novo Governo: “Ainda faltam três conversas muito importantes”

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou nesta sexta-feira sobre a constituição do futuro Governo que terá de voltar a falar com PS, Chega e PSD, e que não será antes de 28 de maio.

Em declarações à entrada da Casa da Música, no Porto, onde assistiu a um concerto da Orquestra Sinfónica do Porto, o chefe de Estado, quando questionado se estava tranquilo após ter recebido todos os partidos, respondeu faltarem “ainda três conversas muito importantes”.

Falta uma conversa com a eventual nova liderança do PS. Eu tive a conversa com quem saía. Agora vou ter a conversa com quem pretende entrar. Faz a diferença! Segundo, a conversa com o partido que pode passar a ser o partido líder da oposição, mas só sabe dia 28 à noite. E, finalmente, a conversa com o partido do primeiro-ministro, que naturalmente tem que saber o que é que pensam os outros partidos para saber aquilo com que conta”, informou Marcelo Rebelo de Sousa.

E prosseguiu: “Portanto, até dia 29 vamos esperar pelos resultados provisórios do dia 28. Vamos esperar pela posição de quem quer assumir a liderança do PS e vamos esperar para ver se o Chega passa a segundo partido (…) e a líder da oposição ou não”.

Perante a insistência dos jornalistas sobre se lhe parece ter encontrado uma solução de governabilidade melhor ou menos má, o Presidente da República disse preferir esperar para ver ao mesmo tempo que lembrou ser um “otimista”.

“Acho que há condições para esperar isso porque é isso que interessa para o país”, afirmou.

Costa desloca-se ao Brasil para reforçar parceria com UE e promover acordo do Mercosul

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai deslocar-se ao Brasil, entre terça-feira e quinta-feira, para reforçar a parceria entre o país e a União Europeia (UE) e promover o acordo comercial do bloco com o Mercosul.

Numa nota divulgada à imprensa nesta sexta-feira, o Conselho Europeu informa que o antigo primeiro-ministro português estará na próxima semana em Brasília e São Paulo, numa deslocação que “marca uma dinâmica política renovada nas relações UE-Brasil e reflete a importância do Brasil como parceiro estratégico fundamental”.

Está previsto que, durante a visita, António Costa se reúna com o Presidente do Brasil, Lula da Silva, com quem vai discutir “o contexto geopolítico mundial e a forma de maximizar os benefícios do Acordo UE-Mercosul [Mercado Comum do Sul]”, cujas negociações foram concluídas em dezembro passado, refere-se na mesma nota.

Centrado no reforço da cooperação política, económica e setorial, o encontro servirá também para abordar a próxima presidência brasileira da COP30 e as prioridades bilaterais e mundiais, incluindo o combate às alterações climáticas e a promoção do comércio, transições ecológica e digital e matérias-primas essenciais.

António Costa participará também no fórum inaugural de investimento UE-Brasil para lançar formalmente um diálogo para “investimentos sustentáveis e de elevada qualidade”.

Citado pelo comunicado, o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado da União destaca que “o Brasil não é apenas um amigo próximo, é um parceiro estratégico para a UE, um interveniente global e um aliado fundamental na promoção da democracia, do multilateralismo e na construção de um mundo mais justo e sustentável“.

“Numa altura em que estes valores são postos em causa a nível mundial, é ainda mais crucial que países como o Brasil e a União Europeia se unam para os defender”, sublinha o responsável, falando numa “oportunidade para aprofundar a cooperação e continuar a trabalhar” em conjunto.

O Brasil é parceiro estratégico da UE desde 2007.

A UE é o segundo maior parceiro comercial do Brasil e o seu maior investidor estrangeiro, com mais de 300 mil milhões de euros de investimento direto.

Após relações diplomáticas tensas aquando da Presidência de Jair Bolsonaro, quando Lula da Silva voltou ao cargo, em 2023, os laços UE-Brasil ganharam novo dinamismo, sendo que a conclusão das negociações do acordo UE-Mercosul, em dezembro de 2024, veio dar um novo impulso.

Este acordo é especialmente atrativo para o bloco comunitário neste momento, face às tensões comerciais com os Estados Unidos.

A UE e os países do Mercosul chegaram, no final do ano passado, a acordo político para aquele que será o maior acordo comercial e de investimento do mundo, que servirá um mercado de 700 milhões de consumidores, no âmbito do reforço da cooperação geopolítica, económica, de sustentabilidade e de segurança.

Após o acordo político, cabe agora à Comissão Europeia, que detém a competência da política comercial da UE, apresentar uma proposta ao Conselho e ao Parlamento para assinatura e conclusão, o que se espera que aconteça este verão.

O texto desse acordo foi finalizado em 2019, após 20 anos de negociações, mas nessa altura não teve seguimento.

O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.

Seis seguranças de ajuda humanitária mortos em ataque de Israel

Seis membros das equipas que protegem a ajuda humanitária em Gaza foram mortos na quinta-feira à noite após vários ataques israelitas em Deir al-Balah (centro), de acordo com as autoridades do enclave palestiniano controlado pelo Hamas.

“Condenamos nos termos mais fortes o crime horrendo cometido pelo exército de ocupação israelita contra o pessoal de segurança e assistência e comités populares voluntários na área de Deir al-Balah, que resultou no martírio de seis membros das equipas de segurança e proteção humanitária”, sublinhou o Governo de Gaza, num comunicado divulgado na madrugada de hoje.

Fontes locais informaram que a equipa, composta por polícias e voluntários do Hamas, estava a proteger os camiões de uma tentativa de ataque por parte de um grupo não identificado, quando as forças armadas israelitas lançaram uma série de ataques contra eles.

O Exército israelita garantiu à agência Efe que um dos seus drones identificou na quinta-feira à noite “vários homens armados, incluindo terroristas do Hamas, perto de camiões de ajuda humanitária no centro de Gaza”.

Portugal quer que ocupação dê lugar a Estado palestiniano soberano

“A aeronave atacou os atiradores depois de os identificar. É importante salientar que a ajuda humanitária não foi danificada em consequência do ataque”, apontou um porta-voz militar.

A mesma fonte disse que a alegação do Governo de Gaza de que os mortos faziam parte de uma equipa de escolta é “falsa e infundada”.

Questionados sobre a identidade ou filiação dos atiradores, que não foram identificados como membros do Hamas, os militares recusaram-se a responder.

Segundo a imprensa palestiniana, o incidente ocorreu enquanto os camiões circulavam pela autoestrada Salah al-Din, uma das duas principais estradas que atravessam Gaza de norte a sul, a mais próxima da linha divisória com Israel e da zona tomada pelas tropas.

O Governo de Gaza acusou Israel de tentar travar o fluxo de ajuda humanitária “e criar um estado de caos e anarquia” na Faixa de Gaza.

Ataque israelita deixa mais de 50 desaparecidos na Faixa de Gaza

A autoridade do enclave controlado pelo Hamas apelou repetidamente à população para proteger os camiões, uma vez que Israel alegou que o Hamas se estava a apropriar da ajuda que transportavam e começou a bloquear completamente o seu acesso em 2 de Março, privando a população de bens básicos (incluindo alimentos, medicamentos e combustível) durante três meses.

Cerca de 200 camiões entraram em Gaza nos últimos dias, após três meses de bloqueio total israelita, enquanto na quinta-feira, 90 destes estavam a ser distribuídos por todo o enclave, a maioria carregados com material médico ou farinha para as padarias da Faixa.

A ajuda humanitária permitida por Israel em Gaza nos últimos dias “nem sequer chega perto de cobrir a escala e o volume das necessidades dos 2,1 milhões de habitantes de Gaza”, alertou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, na quinta-feira.

Antes da guerra, entravam no país, em média, 500 camiões transportando produtos básicos para a população todos os dias, embora as organizações humanitárias já considerassem isso insuficiente.

O conflito foi desencadeado pelos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fizeram cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de duas centenas de reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 53 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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