Pessoas retidas em elevadores, supermercados cheios e Sánchez fechado em reuniões. Como o apagão levou Espanha “de volta ao século XIX”

Além do metro, também a ferrovia ficou completamente paralisada em Espanha. A operadora de comboios espanhola Renfe encerrou toda a operação por causa da falta de eletricidade. Esta segunda-feira à tarde, o ministro dos Transportes, Oscar Puente, escreveu no X que “não é previsível que se recupere a circulação de comboios a média e larga distância” até ao final do dia.

Durante os primeiros minutos do apagão, várias pessoas ficaram retidas em estações de metro ou de comboios e tiveram de ser retiradas das estações e de túneis. Por causa da falta de eletricidade, várias pessoas ficaram presas em elevadores — e foram resgatadas. Por exemplo, em Valência, informa o jornal local Las Provincias, os bombeiros que trabalham na região realizaram 80 resgates. As 15 comunidades autónomas que integram a Espanha peninsular ativaram os seus planos de emergência — e o foco estava em retirar pessoas presas em elevadores e nos transportes públicos.

Segundo Oscar Puente, às 18h30 (menos uma hora em Lisboa), ainda havia 26 comboios parados, cujos passageiros ainda tinham de ser retirados das carruagens. Um total dos 14 dos comboios nesta situação faziam a ligação entre Madrid e Sevilha, ao passo que oito entre a capital e Barcelona.

Até em teleféricos houve registo de pessoas retidas. De acordo com o El Mundo, no Parque Nacional dos Picos da Europa, na região da Cantábria, no norte de Espanha, algumas pessoas estavam dentro da cabines quando a eletricidade foi abaixo. Porém, foram retiradas com segurança.

Electricidade regressa a conta-gotas, várias zonas do Norte e Centro já têm energia

A electricidade está a regressar a conta-gotas a alguns pontos do país. O fornecimento de energia foi reposto no Hospital de Gaia há momentos, tal como sucedeu com a cidade de Torres Novas. O Entroncamento e parte da cidade de Abrantes também já saíram do apagão, o mesmo tendo sucedido com algumas freguesias do concelho de Mação. Na Golegã a electricidade já foi reposta pelas 16h30, mas, por essa hora, Santarém ainda continuava às escuras.

Em Espinho, tal como em Abrantes, há partes da cidade onde a energia já foi reposta. Não é o caso da zona do casino, estabelecimento que teve de recorrer a um gerador.

Na cidade de Vila Nova de Gaia a electricidade também já está a regressar nalgumas zonas, como na de Santo Ovídio. E em Paços de Ferreira também. A electricidade foi reposta por volta das 17h15 e, entretanto, também as redes de multibanco e de telecomunicações já estão a funcionar, pelo menos, no centro da cidade.

A reposição da energia nestas zonas está acontecer a pelo facto de ter sido “recuperada a produção nas centrais hídrica de Castelo de Bode e termoeléctrica da Tapada do Outeiro”, as duas centrais que têm contratos de reposição de serviço da rede eléctrica nacional, segundo anunciou a REN, que gere o sistema eléctrico nacional.

“Com esta produção, está em curso um processo muito gradual de retoma dos consumos, em primeiro lugar na região destas centrais e progressivamente em zonas adjacentes”, explica a empresa. Castelo de Bode situa-se no distrito de Santarém, nos concelhos de Tomar e Abrantes. Já a Tapada do Outeiro fica no concelho de Gondomar, distrito do Porto.

No entanto, a energia poderá ainda demorar a voltar nalguns pontos do país. Segundo a REN, estão “a ser preparadas as acções necessárias para retomar, em primeiro lugar, o abastecimento a pontos de consumo prioritários, como hospitais, forças de segurança, aeroportos e vias ferroviárias e rodoviárias”.

“As operações de reposição da distribuição de energia por todo o país revestem-se de particular complexidade” porque parte de uma “situação de completo vazio e só com recurso aos meios de produção nacional”. Em contrapartida, em Espanha, a retoma do serviço “está a contar com contributos dos sistemas eléctricos francês e marroquino”. Segundo a Red Eléctrica de Espanha – a congénere espanhola da REN – já há abastecimento eléctrico em áreas da Catalunha, Aragão, País Basco, Galiza, Astúrias, Navarra, Castilha e Leão, Estremadura, Andaluzia e La Rioja. com Ana Brito e Ana Dias Cordeiro

Apagão. ANA afasta possibilidade de partidas de voos de Lisboa até às 22h00

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Devido ao apagão nacional, a ANA Aeroportos acredita que, com a informação atualmente disponível sobre a falha de eletricidade, não são esperadas partidas de voos do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, até às 22h00.

“No aeroporto de Lisboa a operação mantém-se condicionada, com alimentação por geradores de emergência, tendo nas últimas duas horas chegado quatro voos e partido outros quatro”, adiantou também a gestora aeroportuária, em comunicado.

Nos aeroportos do Porto e Faro, para onde estão a ser desviados voos de Lisboa, “a operação continua a decorrer com as limitações decorrentes da situação”.

A ANA aconselhou os passageiros a aguardarem pelo contacto das companhias aéreas antes de se dirigirem ao aeroporto e garantiu que os passageiros que estão no aeroporto “estão a ser apoiados pelas equipas da ANA no terreno, prestando a informação possível e distribuindo água e bens alimentares”.

Está também a ser preparada logística de apoio para quem precisar de ficar a passar a noite no terminal, acrescentou a ANA.

A situação será reavaliada as 21h00.

A REN – Redes Energéticas Nacionais confirmou um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia. O apagão registou-se às 11h30 de Lisboa.

Houve “oscilação na tensão espanhola”, mas REN ainda não avança causa do apagão

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A Redes Energéticas Nacionais (REN) revela que se verificou uma “grande oscilação na tensão espanhola” minutos antes da quebra energética em Portugal, na manhã desta segunda-feira, mas ainda não é conhecido o motivo que levou ao apagão geral.

Em conferência de imprensa, o administrador João Faria Conceição começou por dizer que “ainda não é possível apontar nenhuma causa concreta”, mas foi possível assistir, “momentos antes das 11h33, uma grande oscilação de tensões na rede espanhola e, naquele momento, o sistema elétrico português estava num momento de importação para aproveitar uma energia mais barata de Espanha”.

“Isso fez disparar algo semelhante aos disjuntores que temos em casa e o sistema veio todo abaixo”, explicou Faria Conceição.

No entanto, ainda não se sabe o que causou a instabilidade na energia espanhola e, por consequência, a queda de toda a eletricidade na Península Ibérica. E também não é uma prioridade para a REN.

João Faria Conceição diz que “a preocupação atual não é tanto ir às causas, isso será a seguir, agora é preciso recuperar os consumos”.

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Até chegar ao motivo – e “podem ser mil e uma causas” que levaram à quebra da energia – “vai demorar algum tempo” porque a REN “não quer criar falsas ideias”.

“Já ouvimos de tudo hoje, não temos qualquer informação de um ataque cibernáutico e não temos qualquer informação que um avião caiu. Pode ter sido só a oscilação de tensões no sistema espanhol que se propagou para o português”, explica.

A Redes Energéticas Nacionais (REN) avançou esta segunda-feira que fará tudo para que o apagão seja resolvido ainda esta segunda-feira, referindo que “cerca de 300 mil” consumidores já têm eletricidade, mas ressalvando que não se pode “dar um passo em falso”.

“Tudo o que depender da REN, vão acordar amanhã com eletricidade. Mas infelizmente não é só a REN que conta, é todo um sistema”, afirmou o administrador João Faria Conceição.

Com geradores a falharem, serviços (internet e chamadas) móveis são apanhados no apagão. Operadores desligam 5G

À medida que os geradores que fornecem eletricidade às baterias que alimentam as antenas e pontos centrais das redes de telecomunicações falham, também estas vão estando mais indisponíveis. A instabilidade tem sido sentida ao longo de todo o dia.

Os recetores instalados em casa dos clientes que são alimentados a eletricidade não funcionam desde o início do apagão. À medida que os portugueses chegam a casa deparam-se com essa realidade.

Mas ainda podiam recorrer à rede móvel, quer para aceder à internet quer para fazer chamadas. No entanto, a rede que suporta esses serviços começa também a apagar à medida que os geradores que alimentam as baterias deixem de ter combustível. As baterias têm carga para algumas horas, mas depois têm de ser alimentadas pelos geradores.

Os operadores estão a trabalhar no sentido de reconfigurarem a rede para garantirem mais autonomia. O Observador sabe que desligaram a rede 5G, que consome mais energia, mantendo a rede 4G operacional.

A Meo, por exemplo, indica que limitou a utilização de dados móveis e apelou aos clientes que “façam um uso responsável das comunicações móveis até que a situação seja totalmente normalizada”.

No início do incidente as operadoras indicaram logo que o prolongamento da situação iria deteriorar a capacidade das redes.

“Caso o período de reposição da energia se prolongue excessivamente, é expectável que ocorra deterioração da capacidade das nossas redes”, indicava então a Vodafone, acompanhada no mesmo alerta pela Nos. “Dependendo da duração da falha de energia, este impacto poderá ser generalizado a todos os serviços, em todo o país”.

As três operadores indicam ter acionado o plano de contingência.

Desligar o quadro elétrico, limitar o uso do telemóvel e atenção à desinformação. O guia de medidas para o apagão

Com a maioria do território nacional ainda em apagão, com constrangimentos a nível das telecomunicações, além de supermercados fechados e as autoridades a recomendarem que sejam evitadas deslocações desnecessárias, é importante que mantenha a calma e esteja informado. Para isso, um rádio a pilhas pode ser o mais indicado.

Para fazer face à falta de eletricidade, ter lanternas em casa é importante. Ou velas, sendo que estas devem ser usadas com precaução e não devem ser colocadas perto de objetos inflamáveis. Mas há mais recomendações que os portugueses devem seguir nestas circunstâncias excecionais.

O Observador reuniu um guia com as principais dicas e conselhos para a população lidar com o apagão.

Compras de supermercado às escuras, filas para os transportes públicos e caos no trânsito. As imagens do apagão em Portugal e Espanha

Tendo em conta que não se sabe quando é que a energia voltará, é importante que tente poupar a bateria do telefone (e, se possível, ter um powerbank disponível e carregado). É boa ideia ativar o modo de poupança de bateria e desligar tudo o que sejam funcionalidades que consomem bateria, como a localização ou o Bluetooth.

As comunicações atravessam ainda um período instável. Nesse sentido, a Meo, por exemplo, indica que “reconfigurou a sua rede, limitando a utilização de dados móveis e apelando aos clientes que façam um uso responsável das comunicações móveis até que a situação seja totalmente normalizada”. Ao longo do dia, a Vodafone e a Nos também confirmaram as dificuldades no serviço.

Também é recomendado que evite fazer chamadas para o 112, a menos que se trate efetivamente de uma emergência.

É recomendável desligar os quadros elétricos de casa para evitar que os equipamentos, como os eletrodomésticos, fiquem danificados. E voltar a ligar apenas depois da reposição da energia.

No caso específico do frigorífico e do congelador é importante, em primeiro lugar, manter as portas fechadas. De acordo com o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos Estados Unidos (USDA, na sigla original), em casos de falha de energia, os alimentos resistem dentro do frigorífico quatro horas. Como o apagão que atinge Portugal começou há mais tempo, por voltas das 11h30, alimentos como carnes cruas ou cozidas, peixes, ovos, leite e derivados, vegetais e frutas já cortadas ou sumos já abertos podem já não estar próprios para consumo. No caso dos congelados, se ainda tiverem cristais de gelo, continua a ser seguro comer.

Descartar carnes e ovos, manter manteiga e queijos processados. O que fazer com os alimentos do frigorífico depois do apagão

A Polícia de Segurança Pública pediu à população para evitar deslocações desnecessárias. Se vai na estrada, “redobre a atenção” e “reduza a velocidade”. Em comunicado, as autoridades apelaram aos condutores para que respeitem as orientações que são dadas no terreno e para priorizarem uma “circulação segura”. Foram ainda dadas recomendações para que, em cruzamentos sem sinalização, já que os semáforos que habitualmente aí se encontram não estão a funcionar, seja dada “prioridade à direita”.

Manter a tranquilidade é um dos conselhos dados também pelo Sistema de Segurança Interna (SSI), que apelou à população para que “evite consumos desnecessários” e que “adote medidas de gestão responsável”. Horas antes, a EPAL — Empresa Portuguesa das Águas Livres já tinha apelado a um “uso consciente da água” e alertado que o apagão poderia originar interrupções no fornecimento.

Apagão. Transtejo e Soflusa com barcos grátis esta 2.ª feira enquanto houver passageiros

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A Transtejo e a Soflusa, que ligam por barco Lisboa à margem sul do Tejo, têm esta segunda-feira carreiras gratuitas enquanto houver passageiros, para minimizar os efeitos do corte generalizado de energia elétrica, informou fonte do Ministério das Infraestruturas.

Segundo a mesma fonte, as carreiras são gratuitas desde as 13:00/14:00 e enquanto existirem passageiros para transportar.

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A REN — Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e parte do território francês e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.

O apagão registou-se às 11:30 de Lisboa.

A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.

As empresas têm uma administração comum.

“Do que depender da REN, o país vai acordar amanhã com eletricidade”

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A Redes Energéticas Nacionais (REN) avançou esta segunda-feira que fará tudo para que o apagão seja resolvido ainda esta segunda-feira, referindo que “cerca de 300 mil” consumidores já têm eletricidade, mas ressalvando que não se pode “dar um passo em falso”.

Em declarações na sede, em Sacavém, o administrador da REN, João Faria Conceição adiantou que a “previsão de estabilização dos consumos” é de duas horas para o Grande Porto, mas que na Grande Lisboa “vai demorar mais tempo” e que a normalização total é “mais difícil dizer”.

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“Temos menos centrais na proximidade de Lisboa” e por isso a previsão é de “cinco a seis horas nos consumos mais prioritários”, como hospitais, forças de segurança, infraestruturas de abastecimento de água.

Indicando que podem ser “mil e uma causas”, o administrador da REN acrescentou que momentos antes da quebra de energia foi registada uma “grande oscilação de tensões na rede espanhola” e que “naquele momento o sistema elétrico português estava num momento de importação” da eletricidade de Espanha.

“Tudo o que depender da REN, vão acordar amanhã com eletricidade. Mas infelizmente não é só a REN que conta, é todo um sistema”, afirmou.

🔴 Apagão em Portugal. Energia retomada no Porto até às 21h00, em Lisboa vai demorar mais

“Por volta das 11h33 ficámos sem eletricidade em toda a rede de muita alta tensão, que depois se propaga a todas as redes, de média e baixa tensão. Ainda não conseguimos com toda a certeza apontar para uma causa concreta”, detalhou João Faria Conceição.

O administrador da REN refere que o que aconteceu se assemelhou “aos disjuntores do quadro das nossas casas”, com os sistemas de controle e proteção a dispararem devido a um desequilíbrio entre os consumos e a produção.

Para resolver este desequilíbrio, a estratégia foi de um “blackstart”, em que é acrescentando consumo e produção na rede de forma gradual e cuidadosa, que tem de ser feito de forma paciente.

“Aconteceu-nos várias vezes a partir das tentativas de recuperação desta manhã em que verificámos alguns desequilíbrios e isso era o suficiente para vir tudo abaixo”, detalhou o administrador da REN.

“Estamos a tentar recuperar o país em várias zonas: uma iniciada a partir da central da Tapada do Outeiro, que é uma central que presta um serviço ao sistema elétrico para arranques de emergência. A central da Tapada do Outeiro arrancou, depois de várias tentativas e desligares, e neste momento temos várias subestações da REN à volta da zona do Grande Porto e a Central do Torrão ligada e estamos progressivamente a tentar abastecer”, afirmou.

Apagão em Portugal. Meo reconfigura rede e limita uso de dados móveis

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A Meo reconfigurou a sua rede, limitando o uso de dados móveis para garantir a funcionalidade dos serviços essenciais e apela para que os clientes façam um uso responsável das comunicações até à reposição da energia.

“Face à falha de energia que afeta Portugal Continental, a Meo ativou de imediato o seu plano de contingência, com o objetivo de garantir a máxima estabilidade e continuidade dos serviços”, disse a operadora da Altice Portugal, no seu último ponto de situação.

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“Para reforçar a autonomia da sua rede móvel, dada a imprevisibilidade da reposição de energia, a Meo reconfigurou a sua rede, limitando a utilização de dados móveis e apelando aos seus clientes que façam um uso responsável das comunicações móveis até que a situação seja totalmente normalizada”, acrescentou a mesma fonte.

Neste momento, “a nossa prioridade é garantir a funcionalidade dos serviços essenciais e trabalhar rapidamente para a reposição total de todas as operações”, afirma a Meo.

“Todos juntos, estamos empenhados em proteger os serviços críticos que são fundamentais para o país e para os nossos clientes”, remata.

A REN — Redes Energéticas Nacionais confirmou hoje um corte generalizado no abastecimento elétrico em toda a Península Ibérica e avançou que estão a ser ativados os planos de restabelecimento por etapas do fornecimento de energia.

O apagão registou-se às 11h30 de Lisboa.

Montenegro: Governo espera que eletricidade seja restabelecida ainda esta segunda-feira

O apagão “imprevisto” desta segunda-feira apanhou toda a gente de surpresa — Governo incluído — e não há grandes certezas sobre as suas causas ou o momento em que todo o território português voltará a ter eletricidade. Ainda assim, a “expectativa” do Executivo é que “ainda hoje [segunda-feira] toda a situação esteja restabelecida”, adiantou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na primeira comunicação ao país desde que o episódio começou, durante a parte da manhã.

À porta da residência oficial, em São Bento, onde o Conselho de Ministros decorria (e à hora de publicação deste texto, ao final da tarde, ainda decorre) e de onde saía para se dirigir ao centro de operações da REN, Luís Montenegro quis deixar palavras de calma e confiança: “A situação é muito incómoda mas não é razão para alarme” nem para adotar “comportamentos” que não se tivessem num dia normal, assegurou.

Até porque, com alguns sinais de corrida aos supermercados e de abastecimento de bens como água e papel higiénico, o primeiro-ministro quis avisar: é preciso ter “paciência” e sobretudo evitar “consumos desnecessários”, mesmo que a situação provoque stress e crie a tentação de comprar comida ou água a mais para enfrentar um momento de incerteza.

Para já, as centrais de Castelo de Bode e da Tapada do Outeiro estão a trabalhar para tentar ativar a produção elétrica, explicou — coisa que já se verificou em zonas próximas destas centrais. Não há, nesta altura, “indicação” de que a causa seja um ciberataque, embora o Governo também ainda não esteja em condições de afastar definitivamente algum motivo — e tenha o sistema de segurança interna com a célula de crise ativa e o sistema de informações a recolher informações, explicou Montenegro. Portugal está também em contacto com Espanha — Montenegro falou “várias vezes” com Pedro Sánchez ao longo do dia — e Montenegro foi falando, ao longo do dia, com o Presidente da República, partidos e em vários momentos (por duas vezes) com o líder do PS, Pedro Nuno Santos.

Apesar de não arriscar motivos, Montenegro fez questão de dizer que “a origem do apagão não foi em Portugal” e que é provável que tenha acontecido em Espanha. Tudo o resto, neste momento, será especulação. Por isso, para já a mensagem deixada ao país é uma: “Confiem no trabalho que estamos a desenvolver”.

É ainda incerto se o primeiro-ministro volta a falar esta segunda-feira, após o Conselho de Ministros, numa altura em que como o próprio reconhecia é difícil assegurar que a mensagem chega ao máximo número de pessoas possível; mas já é certo que o debate entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, que estava previsto para esta noite, fica sem efeito.

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