Apagão leva a adiamento do Casa Pia-Estoril e outros dois jogos da II Liga

Foram adiados os três jogos da I e II Liga que estavam marcados para esta segunda-feira.

Devido ao apagão à escala nacional, o Casa Pia-Estoril, do primeiro escalão, o Chaves-Alverca e Benfica B-Mafra, da segunda divisão, foram adiado para data “a anunciar”, segundo uma nota oficial da Liga Portugal.

“A Liga Portugal informa que, devido à falha de energia que afetou Portugal continental, assim como vários países da Europa, os jogos previstos para esta segunda-feira, referentes às jornadas 31 da Liga Portugal Betclic e da Liga Portugal 2 Meu Super, foram adiados para data a anunciar assim que a situação esteja normalizada”, pode ler-se na breve nota.

Para as 20h15 estava marcado o último jogo da jornada 31 da I Liga entre Casa Pia e Estoril Praia, jogo entre o 8.º e 9.º classificado, respetivamente.

Na II Liga, às 18h00, iria decorrer o Benfica B-Mafra e o Desportivo de Chaves-Alverca, jogo importante nas contas da subida de divisão.

Os transmontanos estão no 4.º lugar da tabela, com 50 pontos, menos um do que o Alverca, que está em lugar de “play-off”. Esta jornada, as duas equipas em lugar de subida vacilaram: o líder Tondela empatou com o Portimonense, enquanto que o Vizela empatou com Felgueiras.

25 Abril. Mortágua considera inaceitável reação de Montenegro a agressões no Martim Moniz

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A coordenadora do Bloco de Esquerda considerou esta segunda-feira que a reação de Luís Montenegro aos confrontos que aconteceram no 25 de Abril, no Martim Moniz, foi inaceitável e indicou que o líder do Chega “não se demarcou” do caso.

“Preocupa-me que o próprio primeiro-ministro tenha falado deste episódio como epifenómeno, um primeiro-ministro que passou os últimos meses a falar sobre perceções de segurança”, disse Mariana Mortágua à margem de uma sessão do Bloco de Esquerda com pessoas com mais de 60 anos, que aconteceu esta segunda-feira na Casa do Alentejo, em Lisboa.

Além da preocupação com a forma como o primeiro-ministro se referiu aos confrontos que envolveram participantes de uma manifestação de extrema-direita, não autorizada, e que terminou com a detenção de três pessoas, incluindo os líderes do Ergue-te e do grupo de extrema-direita 1143, Mariana Mortágua considerou igualmente inaceitável que Luís Montenegro ainda não tenha justificado o desaparecimento de um capítulo do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).

Criança de 13 anos identificada pela PSP por agressões na manifestação não autorizada da extrema-direita

“O ataque feito na manifestação do 25 de Abril foi um ataque feito por organizações criminosas, que têm de ser tratadas como tal. São organizações criminosas que têm de ser perseguidas e reprimidas pelo Estado português e pelas forças de segurança. Não podemos ter nenhum tipo de desvalorização destas ações como fez o primeiro-ministro”, acrescentou.

As palavras de Mariana Mortágua surgem depois de Luís Montenegro ter dito, este domingo, que o Governo não entra “em depressão, porque há esses epifenómenos relativamente àquilo que é a generalidade das pessoas, dos portugueses e a generalidade dos partidos políticos também”.

Montenegro diz que quem “convive mal” com diferença não é “digno de poder viver plenamente o 25 de Abril”

Em relação a André Ventura, a coordenadora do Bloco de Esquerda considerou que o líder do Chega não pode “justificar, desculpar ou proteger” confrontos como aqueles que aconteceram na última sexta-feira, no Martim Moniz.

Lucro da RTP cai para 341 mil euros em 2024

A RTP registou lucros de 341 mil euros em 2025, menos que os 2,46 milhões de euros registados em 2023, algo atribuído pela empresa ao investimento em curso, foi esta segunda-feira divulgado.

Numa apresentação feita aos jornalistas esta segunda-feira no Centro de Produção do Norte (CPN), em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), a RTP divulgou que, além dos resultados líquidos positivos, registou 5,5 milhões de euros de resultados operacionais (antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).

O investimento chegou aos 6,8 milhões de euros, tendo o presidente do Conselho de Administração, Nicolau Santos, destacado que os resultados foram positivos pelo 15.º ano consecutivo.

“A RTP não recebe dinheiro do Estado para resolver os seus problemas de funcionamento em termos de execução”, salientou Nicolau Santos, relembrando que apenas recebe a verba da Contribuição Audiovisual (CAV), mas não do Orçamento do Estado “nem por outra via”.

O presidente da RTP disse que os investimentos na empresa passaram para “velocidade cruzeiro”, nos 6,8 milhões de euros.

“Era algo que nos preocupava, nos dois anos anteriores houve uma quebra significativa dos investimentos”, salientou, inserindo-se os números atuais no “plano de investimentos mais global da empresa”, que totaliza 19 milhões de euros.

EA Sports FC 25 Team of the Season já arrancou

Começou a 25 de abril, a celebração de uma temporada extraordinária do futebol global de clubes com a EA SPORTS FC™ 25 Team of the Season (TOTS), que homenageia os jogadores que definiram o calendário repleto de ação deste ano.

À medida que as principais ligas terminam mais uma temporada emocionante, os fãs podem esperar para experimentar os jogadores de elite do mundo no EA SPORTS FC 25 e no EA SPORTS FC Mobile Ultimate Team™.  

Para imergir os fãs nos momentos inesquecíveis das maiores ligas de futebol, eles poderão experimentar o primeiro elenco TOTS, disponível até 2 de maio no EA SPORTS FC 25 – com a Ligue 1 McDonald’s, a Arkema Première Ligue e a Eredivisie.

Os melhores jogadores do mundo serão apresentados nos lançamentos das ligas masculina e feminina, com as principais estrelas de uma liga diferente que vão ser homenageadas a cada semana. A programação completa está disponível aqui, e destaca os jogadores mais merecedores ao redor do mundo ao longo da campanha mais recente. 

Os jogadores do EA SPORTS FC já decidiram quem merece um lugar no principal escalão de Inglaterra, e revivem as atuações mais inesquecíveis desta temporada. Atualmente, os adeptos têm mais oportunidades de realizar e debater as suas escolhas, com a votação para a TOTS da Bundesliga* disponível aqui 

Para os jogadores do EA SPORTS FC™ Mobile, a Team of the Season será lançada como um evento in-game no dia 29 de abril, e começa com os melhores do futebol da Ligue 1 McDonald’s, bem como ÍCONES do videojogo, que serão seguidos por capítulos semanais dedicados à Premier League, Bundesliga, LALIGA, Serie A e muito mais.

A campanha será encerrada com uma Ultimate TOTS (UTOTS). O UTOTS será uma seleção dos melhores itens TOTS lançados ao longo da campanha, relançados como uma equipa no final da campanha TOTS.

Para mais informações sobre a TOTS e outros lançamentos no jogo para o EA SPORTS FC™ 25, segue as redes sociais do EA SPORTS FC™  e partilha os teus comentários sobre no discord.

Para mais notícias e informações sobre o EA SPORTS FC™ Mobile, fica atento ao site oficial e canais sociais no Instagram, X, Facebook eYouTube. Descarrega o jogo na App Store e na  Google Play Store para jogares Anywhere For the Club.

*Os fãs poderão votar nas TOTS da Bundesliga AQUI. A votação está aberta entre os dias 23 e 27 de abril.  

País em apagão, Governo em curto-circuito

Até ao fecho da edição em papel do jornal (sem ainda saber se a poderemos fazer chegar às vossas mãos) nos nossos ecrãs ia crescendo a imagem de um país à porta de um cenário pré-apocalíptico. Um apagão geral de energia, sem previsão de resolução, mostrava, sem margem para dúvidas, a fragilidade de uma sociedade que se baseia na electricidade para funcionar.

Metro parado, pessoas bloqueadas nos elevadores, filas nos multibancos, supermercados invadidos por gente em busca de água, funcionários da EMEL a tentar controlar o trânsito, hospitais e serviços de emergência a funcionar com geradores, bombas de gasolina fechadas, restaurante fechados, farmácias a funcionar à luz de telemóvel… Só faltavam as pilhagens para o roteiro do inimaginável estar completo.

Na redacção perdemos comunicação com metade da redacção, mas fomos garantindo que as nossas notícias abertas do PÚBLICO chegavam a todos os que, num momento de muitas interrogações, precisavam de informação fiável sobre o que estava a acontecer. Sim, porque se faltava energia, não faltava desinformação. No TikTok, no WhatsApp, circulavam comunicados inventados e as informações mais fantasiosas. Mesmo estações de televisão e agências de notícias acabaram a emitir informações que não se confirmaram, mostrando que a verdade é mesmo um objecto frágil em momentos de tensão.

Quando tudo colapsa desta forma, os olhares dirigem-se para quem comanda o país à procura de uma mensagem de serenidade. Só que não foi isso que sucedeu. A primeira voz do executivo foi a do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Castro Almeida, a admitir a hipótese de um ciberataque, algo que até agora ninguém conseguiu confirmar. Veio depois Leitão Amaro, a dizer que o problema não tinha origem em Portugal, e só depois o ministro da Defesa (?) entabulou um discurso afinado com a necessidade, apelando à tranquilidade.

Mais uma vez a Administração Interna primou pela ausência, o site do Governo esteve em baixo, não houve preocupação em usar as redes para dar conselhos, nem sequer um SMS da Protecção Civil. Lá pelas 15h00, o primeiro-ministro veio falar ao país, mas foi pouco, porque foi tarde.

Num momento em que todos nos sentimos fragilizados, em que muitos ainda não sabem como chegar a casa, ou como aquecer o jantar e, principalmente, ninguém sabe, com certeza, até quando isto vai durar, permanecemos em défice de segurança pela acção do executivo.

Conselho Deontológico diz que entrevista da RTP ao PCP não contribuiu para esclarecer eleitorado

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O Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera que a entrevista do jornalista da RTP José Rodrigues dos Santos ao secretário-geral do PCP não contribuiu de esclarecer o eleitorado, mas afasta qualquer irregularidade deontológica.

O CD recebeu cinco queixas sobre a entrevista, transmitida em 24 de março, feita por José Rodrigues dos Santos ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, no período de pre-campanha eleitoral.

PCP vai fazer queixa junto da ERC e da CNE após entrevista a Raimundo na RTP

Em comunicado, o órgão “considera que o objetivo primeiro das entrevistas feitas aos líderes partidários ou outros dirigentes dos partidos políticos em período de pré-campanha ou campanha eleitoral é o de contribuírem para o esclarecimento da população com capacidade eleitoral” e “é desejável que as entrevistas sejam abrangentes e inclusivas nos temas abordados sejam estes de política nacional ou de carácter internacional”.

Relativamente à entrevista, “consideramos que o facto de ter sido abordado um único tema não contribuiu para o objetivo primeiro de esclarecer o eleitorado, sendo este o motivo que consta de todas as queixas que o CD recebeu”, lê-se na deliberação.

O CD “visionou repetidas vezes a entrevista em questão, compaginando-a com a transcrição enviada pelo jornalista: entendemos a argumentação de José Rodrigues dos Santos sobre a utilização de bordões por parte de um líder político, mas parece-nos percetível e claro o recurso de Paulo Raimundo ao uso repetido do termo ‘Não como muleta de linguagem”, prossegue.

O Conselho Deontológico “considera que não houve nenhuma irregularidade deontológica na entrevista, mas entende que o resultado final da mesma ‘não cumpriu o objetivo traçado’, como disse o diretor de informação da RTP na resposta” que foi enviada ao CD.

Respeitando a opção editorial da direção de informação de ter optado “por apenas entrevistar os líderes dos partidos com assento parlamentar”, o CD “convida a RTP a refletir sobre a natureza do serviço público que a vincula e a circunstância de os momentos de pré-campanha eleitoral poderem servir para dar voz aos partidos sem assento parlamentar”.

Aliás, “constata que a atribuição do tempo de duração das entrevistas na série Legislativas 2025 ficou demasiado subordinada ao número de deputados eleitos na XVI Legislatura”.

E sublinha: “Não questionamos a decisão editorial da RTP, mas entendemos que entrevistas demasiado curtas dificilmente contribuirão para um melhor esclarecimento do eleitorado e lembramos que no nosso entender deve ser esse o principal objetivo do serviço público”.

No ano em que estão previstas duas eleições, “o CD recorda a importância das entrevistas e debates contribuírem para um melhor e maior esclarecimento do eleitorado, da literacia eleitoral e da participação cívica da população”.

Esta recomendação, adianta, “é extensível a todos os órgãos de comunicação em matéria de entrevistas feitas em período pré-eleitoral — sejam os temas abordados assuntos nacionais ou internacionais — mas lembramos que o serviço público de rádio e televisão tem responsabilidades acrescidas nesta matéria”.

A Provedora do Telespectador recebeu 1.900 queixas sobre a entrevista conduzida pelo jornalista da RTP e a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) meia centena de participações sobre o tema.

Legislativas. Provedora do Telespectador recebe 1.900 queixas sobre entrevista ao PCP na RTP

Ministério falha apresentação de relatório sobre uso de telemóveis nas escolas

O Movimento “Menos Ecrãs, Mais Vida” acusou esta segunda-feira o Ministério da Educação de ainda não ter apresentado o estudo sobre o uso de telemóveis nas escolas, que deveria ter sido conhecido até finais de março.

“Os resultados deveriam ter sido entregues até ao final do primeiro trimestre de 2025”, salientou Mónica Pereiro, que pertence ao movimento, acrescentando que os dados nem sequer foram ainda solicitados às escolas.

No início do ano letivo, o Ministério da Educação Ciência e Inovação (MECI) recomendou às escolas que proibisse o uso de telemóveis nos 1.º e 2.º ciclos e que no 3.º ciclo o uso fosse restringido.

Entretanto, a Assembleia da República pediu ao Governo que apresentasse, durante “o primeiro trimestre de 2025”, um relatório com dados quantitativos sobre a adesão das escolas.

A recomendação da AR solicitava ainda uma avaliação do “impacto no ambiente escolar, no comportamento dos alunos, na saúde mental” e “uma análise qualitativa baseada em inquéritos a professores, alunos e pais, identificando as principais dificuldades e benefícios da aplicação das medidas”.

Após identificadas as principais dificuldades e benefícios, seriam apresentadas “conclusões para uma regulamentação eficaz e abrangente”, lê-se no diploma aprovado em janeiro.

No entanto, ainda não foi divulgado qualquer estudo e o movimento acrescenta que os dados “não foram solicitados às escolas”.

A Lusa questionou esta segunda-feira a tutela sobre o estudo mas ainda não obteve resposta.

“Até ao momento apenas 4% das escolas aderiram à proibição efetiva de smartphones”, acrescenta o Movimento “Menos Ecrãs, Mais Vida”, que acredita que o uso excessivo de écrans traz “grande prejuízo da saúde mental, física e social de crianças e jovens”.

Também ainda não são conhecidos os resultados do estudo sobre o projecto-piloto de substituição dos manuais em papel por livros digitais.

O MECI anunciou em setembro que ia fazer um estudo do impacto na aprendizagem nos alunos inseridos no projeto mas “o ano letivo está quase a terminar e ainda não foram dados a conhecer quaisquer resultados ou sequer progressos”, acusa o movimento.

Atualmente, a definição das regras para o uso de telemóveis estão nas mãos das escolas, no âmbito do regulamento interno, uma autonomia defendida pelo Conselho das Escolas no ano passado.

Um estudo do Observatório da Saúde Psicológica e do Bem-Estar (OSPBE) feito em Portugal revelou que 52,8% dos jovens a partir do 2.º ciclo passam pelo menos quatro horas por dia em frente a um ecrã.

O estudo mostrou ainda que o tempo de ecrã aumenta conforme a idade: os alunos do 12.º ano, passam, em média, quase cinco horas enquanto as crianças do 5.º ano não chegam a três horas.

Nos últimos anos, são cada vez mais os países que têm vindo a proibir o uso de telemóveis nas escolas: No final de 2023, havia 60 sistemas educativos com restrições mas em janeiro deste ano já eram 79 países.

Um estudo da Unesco concluiu que as restrições trouxeram melhorias na aprendizagem, na concentração, na autoestima e no combate ao bullying.

No entanto, um outro estudo publicado na revista The Lancet revelava que afinal poderia não haver assim tantos benefícios, porque depois as crianças aumentam o uso de écrans em casa.

Em Portugal, as recomendações da tutela foram sempre de adesão voluntária por parte das escolas, mas o executivo nunca fechou a porta à eventual proibição futura em contexto escolar.

Kiev pede à Rússia que aceite cessar-fogo imediato de 30 dias

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A Ucrânia pediu esta segunda-feira à Rússia que aceite de imediato um cessar-fogo abrangente durante pelo menos 30 dias, na sequência do anúncio de Vladimir Putin sobre uma trégua de três dias em maio.

O chefe de Estado da Rússia propôs uma trégua entre os dias 8 a 10 de maio, para coincidir com as celebrações do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andriy Sybiga disse através das redes sociais que o país está pronto para um cessar-fogo duradouro e abrangente.

“É isto que estamos constantemente a propor, uma trégua (de pelo menos) 30 dias”, acrescentou o chefe da diplomacia de Kiev, sublinhando que se a Rússia quer realmente a paz, tem de aceitar um cessar-fogo imediato.

“Para quê esperar pelo dia 8 de maio?”, questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano.

Vladimir Putin ordenou a cessação total das hostilidades por “razões humanitárias” para o Dia da Vitória, que assinala o dia 9 de maio de 1945, mas ameaçou com retaliações.

Em caso de violação do cessar-fogo pela parte ucraniana, as Forças Armadas russas vão responder de forma adequada e efetiva, ameaçou a Presidência da Rússia em comunicado.

A Rússia, desde o regime soviético, assinala a data do final da Segunda Guerra Mundial e a capitulação do regime nazi.

CP garante retomar reestruturação das tabelas salariais com novo Governo

A CP esclareceu que aumentos da massa salarial superiores a 4,7% precisam de autorização de um Governo em plenas funções e comprometeu-se a retomar o processo de reestruturação das tabelas salariais quando estiverem reunidas todas as condições.

“Uma vez que as soluções implicam um aumento da massa salarial global superior a 4,7%, e que ultrapassam o limite estabelecido pelo Despacho n.º 1103-B/2025, do secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, qualquer decisão que ultrapasse esse limite, necessita de autorização tutelar, que neste momento não é possível conceder devido à atual situação de Governo em gestão”, esclareceu a CP — Comboios de Portugal, em resposta escrita à Lusa no domingo.

Os revisores da CP cumprem esta segunda-feira uma greve convocada pelo Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) que, segundo a empresa, provocou a paralisação total da circulação de comboios entre as 00h00 e as 10h00.

Greve da CP paralisa circulação dos comboios esta segunda-feira

Num comunicado assinado por 13 estruturas sindicais, os representantes dos trabalhadores dão conta de que houve uma reunião no sábado à tarde entre a CP e os sindicatos, na qual “o presidente da administração da CP informou todas as organizações sindicais de que o Governo não autorizou a administração a aplicar a última proposta” apresentada.

Segundo os sindicatos, trata-se de um “processo inédito”, já que a administração tinha apresentado uma contraproposta na quinta-feira para, dois dias depois, “dar o dito por não dito” e retirar essa proposta da mesa das negociações.

Em resposta à Lusa, a CP reafirmou o compromisso de retomar o processo de reestruturação das tabelas salariais “assim que estiverem reunidas todas as condições”.

Também em resposta à Lusa, o Ministério das Infraestruturas e Habitação, confirmou que a proposta da empresa “não é enquadrável no âmbito das competências de um Governo em gestão”.

Segundo os sindicatos, a proposta da CP passava por um novo aumento a partir do mês de janeiro de 2025, a somar aos 34 euros aplicados por ato de gestão, de modo que seja reposta a diferença com o SMN — Salário Mínimo Nacional de 2018, um aumento variável em função de cada índice.

A empresa iria também aumentar em 4% todos os trabalhadores em dezembro de 2025, além de reduzir os tempos de permanência no primeiro índice para um ano, no segundo para dois anos, nos seguintes para três e no último para quatro, a partir de janeiro deste ano.

Os sindicatos adiantaram também que se mantém a greve convocada para os dias 7 e 8 de maio.

Segundo o SFRCI, a adesão à greve desta segunda-feira é de 100%, não tendo circulado qualquer comboio desde o início da paralisação às 00h00, lembrando que não foram definidos serviços mínimos.

O tribunal arbitral concluiu que “não se afigura adequado, ao abrigo dos critérios constitucionais e legais, a definição de serviços mínimos relativos à circulação das composições de transporte de passageiros, bem como à utilização das respetivas estruturas, por se tratar de uma greve de curta duração, de um dia apenas”, lê-se na decisão.

O coletivo de árbitros presidido por Jorge Bacelar Gouveia concluiu ainda que “não se reconhece que a circulação daquelas composições e a utilização das respetivas estruturas pudessem mostrar-se apta à satisfação de necessidades sociais impreteríveis, designadamente em matéria de acesso aos cuidados de saúde, às escolas e a serviços de segurança nesse concreto contexto, havendo outros meios alternativos de transporte”.

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