Noite inesquecível para João Neves: hat-trick com duas bicicletas

Desde 1979, o jornal francês L’Équipe só por 20 vezes atribuiu a nota 10 para avaliar a prestação de um futebolista num jogo. A mais recente aconteceu no sábado à noite e o feliz contemplado foi João Neves. Tudo porque o médio português do PSG fez, em casa do Toulouse, a exibição mais memorável da carreira, marcando três golos, dois dos quais de pontapé de bicicleta.

O triunfo do PSG, por 3-6, permitiu ao campeão francês isolar-se na liderança da Ligue 1, após três jornadas. Mas o verdadeiro destaque da noite foi a exibição de João Neves, que já habituou os adeptos a grandes exibições no meio-campo, que habitualmente incluem muitos roubos de bola e saídas “limpas” para o ataque, mas que raramente se revestem de tanto peso ofensivo.

O primeiro momento alto do médio português aconteceu aos 7′, aproveitando um ressalto para um pontapé de bicicleta espontâneo, que surpreendeu toda a gente. Já tinha sido um golo e tanto, mas sete minutos mais tarde João Neves repetiu a dose, com um pouco mais de brilho: novamente um pontapé acrobático, mas com controlo no peito e remate cruzado. Pensou e executou de forma brilhante.

Como se não bastasse, aos 78′ completou a pintura com um remate de fora da área, colocado, que lhe permitiu marcar tantos golos num só encontro quanto os que tinha totalizado na época passada no campeonato. Pelo meio, marcaram também Bradley Barcola e Ousmane Dembélé, em dois penáltis (31′ e 51′), mas a figura da noite estava encontrada.

A exibição foi de tal modo perfeita que o L’Équipe não hesitou em abrir a João Neves as portas de uma galeria de duas dezenas de notáveis que inclui nomes como Erling Haaland (cinco golos ao RB Leipzig na Champions em 2022-23), Kylian Mbappé (quatro golos ao Cazaquistão no apuramento para o Mundial2022), Robert Lewandowski (quatro golos ao Real Madrid nas meias-finais da Liga dos Campeões de 2012-13) ou Lionel Messi (cinco golos ao Bayer Leverkusen nos oitavos-de-final da Champions em 2011/12).

Falsos táxis cobram 618 euros do aeroporto de Lisboa até Cascais

A Federação Portuguesa do Táxi alerta para “avalanche” de burlas a envolver falsos taxistas no aeroporto de Lisboa. A ANA-Aeroportos de Portugal pede um reforço policial. Não são taxistas. Também não são condutores TVDE. São apenas falsos taxistas… ou burlões. Esperam os clientes dentro do aeroporto, levam-nos para carros pintados com as cores dos táxis, mas e, no fim da viagem, cobram valores exorbitantes. Em entrevista à TSF, Carlos Silva, presidente da Federação Portuguesa do Táxi, denunciou que esta fraude está a aumentar de forma descontrolada. “Estamos a assistir a uma avalanche de angariadores. É uma nova contrafação da marca

Montenegro travou acesso a mais de 50 imóveis declarados à Entidade para a Transparência

O primeiro-ministro voltou a travar o acesso a informações sobre as suas declarações de rendimentos e não permitiu acesso público ao número da matriz dos 55 imóveis que declarou à Entidade para a Transparência (EpT), segundo avança este domingo o Correio da Manhã.

De acordo com o jornal, Luís Montenegro apresentou um pedido de oposição à divulgação desses elementos, que foi deferido pela Entidade para a Transparência. Entre os bens patrimoniais declarados constam seis imóveis urbanos — incluindo a casa em Espinho e um apartamento em Lisboa — e 46 prédios rústicos herdados da família.

O CM acrescenta que Montenegro opôs-se à divulgação pública das informações em quatro das cinco declarações de rendimentos entregues à EpT desde abril de 2024, e o número da matriz dos imóveis, que é relevante para conhecer a escritura pública da compra e venda de um imóvel, foi removido em quatro dessas declarações.

O primeiro-ministro foi questionado pelo Correio da Manhã sobre o porquê de ter impedido o escrutínio às suas propriedades, mas não respondeu às questões colocadas. Mas o jornal aponta que a decisão terá como motivação a reserva da intimidade da família de Montenegro e a segurança dos seus familiares, já que o número da matriz permite ter acesso à localização dos imóveis.

Os limites à consulta de declarações de rendimentos dos políticos, que antes eram públicas e facilmente verificáveis no site da Assembleia da República, tornou-se mais difícil após a aprovação de uma alteração à lei de agosto de 2024, já com Luís Montenegro no poder. Nessa altura, após as legislativas de 2024 e do lançamento da plataforma da Entidade para a Transparência, o Parlamento aprovou uma alteração ao acesso às declarações únicas de rendimentos, património, interesses, incompatibilidades e impedimentos dos membros do Governo, obrigando os cidadãos que pretendam consultar as informações a fazer um “requerimento fundamentado”.

A mesma alteração apertou o acesso destas informações a jornalistas, exigindo que estes especifiquem o interesse jornalístico da consulta – o que pode permitir que os visados se antecipem à pesquisa e impeçam a consulta. Em fevereiro, foi viabilizada uma proposta do PSD que introduziu um aviso automático aos titulares de cargos públicos “sempre que ocorrer qualquer consulta aos elementos da sua declaração” e ainda a “identificação do respetivo requerente” – a proposta acabou por cair com a dissolução do Parlamento antes das legislativas deste ano.

Agora, muitas informações que antes eram públicas surgem bloqueadas, com ícones de “cadeados”, e é indicado aos utilizadores que é necessário um pedido de consulta para visualizar as declarações ou que estas estão indisponíveis “devido a sigilo profissional”.

Desde então, a mudança gerou várias críticas de especialistas e profissionais da comunicação social, pela falta de transparência e de escrutínio que a alteração permitiu. Ao Expresso, em março deste ano, vários investigadores ligados à transparência dos Estados criticaram o “pacote de transparência”, consideraram que restringir o acesso às declarações de património e interesses dos políticos é uma má prática ao nível internacional, e discordaram que seja eficaz no combate à corrupção.

UNITA realiza congresso em novembro para eleger novo líder e rever estatutos

A UNITA convocou o seu XIV Congresso Ordinário para os dias 28, 29 e 30 de novembro, tendo a eleição de um novo presidente do partido e a revisão dos estatutos como principais pontos da agenda.

O anúncio foi feito no sábado pelo presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto Costa Júnior, no final da XII sessão ordinária do Comité Permanente da Comissão Política, realizada no Complexo Sovsmo, em Luanda.

O congresso, que se realiza ordinariamente de quatro em quatro anos, é convocado formalmente pelo presidente do partido, “em observância aos Estatutos e Regulamentos do Partido”, após parecer favorável da Comissão Política.

Segundo o comunicado final da reunião, o Comité Permanente aprovou já a Comissão Organizadora do congresso, bem como “a sua composição e o respetivo cronograma”, tendo constatado “avanços significativos no processo organizativo e logístico”.

Entre os principais objetivos do encontro elencando por Adalberto Costa Júnior estão a definição da linha política da UNITA, a aprovação da sua estratégia e objetivos gerais, a revisão dos estatutos e do programa político, a eleição do próximo presidente do partido e da Comissão Política, bem como a apreciação do relatório de atividades e contas dos órgãos internos.

No comunicado, a direção da UNITA manifestou “profunda preocupação” com a situação do país, alertando para “a deterioração contínua das condições de vida dos cidadãos angolanos, marcada pelo aumento do desemprego, o encarecimento de produtos da cesta básica, bloqueio do setor produtivo e a perda do poder de compra das famílias”.

A UNITA responsabiliza as “práticas de gestão governativa centralizadora e pouco transparente” pelo agravamento da pobreza e desigualdades sociais.

O Comité Permanente reafirma ainda a “necessidade urgente de reformas estruturais profundas no aparelho do Estado”, defende a institucionalização do poder local autárquico e expressa “repúdio face à tendência do regime, de criminalização das manifestações dos cidadãos insatisfeitos com as políticas governativas”, condenando “o uso da força pelos órgãos responsáveis pelo asseguramento e proteção dos cidadãos”.

Em relação à Comissão Nacional Eleitoral, a UNITA considera que a sua atual composição “deve ajustar-se aos resultados eleitorais anunciados pela CNE nas eleições gerais de 2022”, ao contrário da resolução aprovada na Assembleia Nacional que o principal partido da oposição angolana rejeita.

O Comité exorta ainda os militantes e simpatizantes a intensificarem “as ações de proximidade junto das comunidades, promovendo a cidadania ativa, a solidariedade social e a participação consciente dos cidadãos nos assuntos da vida nacional” e manifesta “solidariedade e apoio aos militantes do Partido e todos os cidadãos injustamente detidos, julgados e condenados”.

O comunicado sublinha o compromisso da UNITA com a unidade, coesão interna e disciplina partidária”, evocando também o “caminho trilhado por Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi, na edificação de uma Angola democrática, próspera e igual para todos”.

Microsoft testa capacidade de continuar tarefas entre Android e o Windows 11

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A nova funcionalidade do Windows 11 estreia-se com o Spotify, permitindo que o utilizador continue a ouvir o seu conteúdo, onde ficou no smartphone.

A Microsoft está a testar uma nova funcionalidade no Windows 11 que vai aproximar ainda mais o ecossistema Android ao do PC. Trata-se de uma opção que permite transferir uma tarefa em execução no telemóvel para o computador, retomando-a no ponto exato em que ficou. Para já, a funcionalidade encontra-se em fase experimental e está restrito ao Spotify, disponível apenas para utilizadores inscritos no programa Windows Insider.

Para funcionar, o utilizador precisa de associar o seu smartphone Android ao computador através da aplicação Mobile Connected (ou Vínculo ao Telemóvel). Uma vez feita a ligação, basta iniciar a reprodução de uma música no Spotify no telefone, e o Windows 11 exibirá uma notificação “Resume from your phone”, acompanhada do ícone do serviço. Ao clicar, o Spotify abre no PC, ou sugere a instalação caso não esteja presente, retomando a reprodução exatamente do mesmo ponto.

Retomar a tarefa do Android no Windows 11
Retomar a tarefa do Android no Windows 11

A Microsoft chegou a mostrar esta experiência pela primeira vez durante a conferência Build 2025, embora o vídeo de demonstração tenha sido posteriormente retirado do seu site. Tudo isso é semelhante ao Handoff da Apple, que há anos permite a transição fluida de tarefas entre iPhone, iPad, Apple Watch e Mac. No caso da Microsoft, a aposta recai sobre a integração entre Android e Windows, através de ligação Bluetooth e uma conta do utilizador como ponte.

E embora ainda esteja limitado ao Spotify, o potencial desta funcionalidade é vasto. A empresa admite que a funcionalidade poderá evoluir para cenários como retomar a leitura de um artigo ou continuar a escrever um e-mail iniciado no telemóvel. Para isso, incentiva os programadores a integrarem a sua API nas suas próprias aplicações para Android e Windows, ampliando a utilidade da experiência.

4.000 menores migrantes esperam há um ano nas Canárias humanidade do resto de Espanha

O presidente do governo regional das Canárias apelou esta semana “à humanidade” dos restantes executivos autonómicos de Espanha em relação a 4.000 menores de idade que nos últimos anos chegaram às ilhas sozinhos, a bordo de ‘pateras’.

O apelo de Fernando Clavijo não é inédito e é especialmente dramático e reiterado no último ano, depois de as ilhas espanholas das Canárias, no Atlântico, terem enfrentado um pico de chegadas de migrantes a bordo de embarcações precárias (‘pateras’ ou ‘cayucos’) durante 2023 e 2024.

A bordo das ‘pateras’ chegaram milhares de menores não acompanhados por um adulto que vivem amontoados em centros de acolhimento sobrelotados nas Canárias, face à recusa reiterada da maioria das outras regiões espanholas em os receber ou só aceitarem acolher um número muito limitado.

Para Fernando Clavijo, do partido Coligação Canária, num país de 49 milhões de habitantes, acolher e distribuir 4.000 menores não é um problema e denuncia populismo e xenofobia por parte de outras forças políticas.

"Se os radares não os detetam, não os vemos mais." Reportagem nas Canárias, a principal rota migratória da Europa

“É preciso aprender a gerir a questão migratória com dignidade e não a usar como uma ferramenta para a política xenófoba e fascista que, em muitas ocasiões, está relacionada com a cor da pele. Gerimos a chegada de centenas de milhar de ucranianos sem esta contestação por parte do populismo de direita xenófobo e fascista que estamos a ver”, disse, em declarações a jornalistas, na quarta-feira passada.

Espanha, com 17 regiões autónomas, é um Estado descentralizado e o acolhimento de menores não acompanhados está dentro das competências dos governos regionais.

Face ao problema nas Canárias e nas cidades autónomas de Ceuta e Melilla, e perante as recusas da generalidade dos executivos regionais, o Governo espanhol, liderado pelos socialistas, e o das ilhas tentaram há um ano, em julho de 2024, mudar a lei de imigração para introduzir um mecanismo que tornava obrigatória a distribuição dos menores pelo país quando uma região superava a capacidade de acolhimento em 150%.

A proposta foi chumbada pelo Partido Popular (PP, direita), pelo Juntos pela Catalunha (JxCat, independentistas de direita) e pelo Vox (extrema-direita).

Autoridades espanholas resgataram mais duas embarcações com 142 migrantes junto às Canárias

PP e JxCat invocaram que o Governo não negociou a proposta com os partidos. Já o Vox opõe-se ao acolhimento dos menores por princípio e defende que sejam simplesmente “devolvidos à origem”, associando a imigração e estes menores à criminalidade, apesar de os estudos internacionais e das estatísticas nacionais negarem esta ligação.

Esta semana, um ano depois do chumbo da primeira proposta no parlamento nacional e após uma negociação com o JxCat, da aprovação de nova proposta pelos deputados e da elaboração de regulamentos pelo Governo nacional, entrou em vigor uma mudança na lei de imigração que o executivo espanhol e o das Canárias esperam que, por fim, leve à distribuição dos menores por centros de acolhimento de todo o país.

A nova legislação estabeleceu mecanismos e taxas para haver uma distribuição automática, obrigando as regiões com disponibilidade a receber os menores. Em caso de recusa por parte das autoridades autonómicas, está mesmo prevista na lei a intervenção das forças de segurança do Estado.

Ao abrigo dos novos regulamentos, 4.000 menores que estão nas Canárias e cerca de 700 que estão em Ceuta e Melilla deveram ser transferidos para centros de acolhimento no resto do país.

Bebé nasce a bordo de barco de migrantes que seguia a caminho das Canárias

Para já, ficam fora da obrigação de receber menores o País Basco e a Catalunha, por causa do número de crianças e adolescentes que já acolheram nos últimos anos, num esforço que não fizeram outras autonomias. Ainda assim, a Catalunha disse ter disponibilidade para acolher mais 30 menores.

Para o PP, a lei e os regulamentos foram feitos à medida destas duas regiões e são uma nova concessão do Governo espanhol aos partidos independentistas catalães e bascos.

Neste contexto, todas as 10 regiões autónomas governadas pelo PP entregaram esta semana recursos e contestações à nova legislação no Tribunal Constitucional e no Tribunal Supremo de Espanha, invocando ilegalidades nos critérios para a distribuição dos menores e numa tentativa de suspender a entrada em vigor das novas regras.

O PP governa também Ceuta e Melilla, mas as duas cidades espanholas pediram esta semana, no dia em que entrou em vigor a nova legislação, para serem acionadas as novas regras e assim haver transferência dos menores que têm sob sua tutela para outras regiões.

Ceuta tem capacidade para acolher 27 menores, mas tem 510 nos respetivos centros, enquanto em Melilla estão 160 em centros com capacidade para 28.

Tanto o Governo espanhol como o das Canárias consideram que os recursos apresentados pelo PP não travarão o processo de realojamento dos menores, atendendo à jurisprudência nacional nestes casos, e que por fim as crianças e adolescentes serão acolhidos da forma que impõe o direito internacional e os tratados firmados por Espanha, nomeadamente, com a integração na escola e acesso a outros serviços.

“Depois de meses de trabalho, hoje damos o passo definitivo para continuar a garantir os direitos de milhares de meninos e meninas migrantes nãos acompanhados que atualmente se encontram nestes territórios [Canárias, Ceuta e Melilla]”, disse na sexta-feira a ministra da Juventude e Infância, Sira Rego.

“O boicote de determinados territórios não impediu que Espanha se situe na vanguarda na garantia dos direitos da infância migrante”, acrescentou.

Depois de números inéditos nos últimos dois anos, a chegada de migrantes em ‘pateras’ às Canárias diminuiu 46,7% em 2025, segundo dados oficiais para o período entre 01 de janeiro e 15 de agosto.

IL quer despedir funcionários públicos que “estão a mais”

Mariana Leitão defende uma reforma profunda da administração pública e diz que é preciso coragem política despedir os funcionários do Estado que estão “a mais” e extinguir as empresas públicas que não apresentem relatórios e contas. A Iniciativa Liberal (IL) iniciou o seu ano político este sábado, em Albufeira. Naquela que foi a primeira rentrée como líder partidária, Mariana Leitão apontou a falta de coragem do PSD para mudar e a falta de soluções do Chega. “Um PSD que não tem ambição, que vota contra reformas estruturais (…) e um Chega que vive de raiva e espetáculo e que se

Governo cria balcão único para empresas e promete encurtar prazos nos licenciamentos

O ministro Adjunto e da Reforma do Estado anunciou este sábado que o Governo vai lançar em breve um “balcão único para empresas”, medida que pretende centralizar serviços públicos num único interlocutor, e rever vários licenciamentos, incluindo os urbanísticos, para encurtar prazos na construção.

Gonçalo Matias, convidado do jantar-conferência da Universidade de Verão do PSD, defendeu que o objetivo central da reforma do Estado é “facilitar a vida das pessoas e empresas”.

“É o Estado a sair da frente das pessoas e das empresas, a deixar as pessoas trabalhar, deixar as empresas trabalhar”, afirmou, considerando que muitos atos burocráticos “só existem porque implicam o pagamento de uma taxa”.

Depois de fazer um balanço das medidas tomadas no primeiro mês do XXV Governo – destacando a criação da figura do CTO (diretor de sistemas) do Estado –, anunciou novas iniciativas:

  • criação do balcão único para empresas, distinto do já existente balcão do empreendedor,
  • e revisão dos licenciamentos industriais, ambientais e urbanísticos.

Segundo o ministro, “estudos apontam para que se demore 356 horas para abrir uma empresa em Portugal, e mais 391 horas em obrigações burocráticas, cerca de 750 horas no primeiro ano”. Isso significa, disse, que “quem quiser criar uma empresa em Portugal parte com quatro meses de atraso” em relação a países como Polónia e Eslováquia.

Sobre os licenciamentos urbanísticos, Matias defendeu o “encurtamento e a certeza dos prazos”, substituindo em muitos casos licenciamentos por comunicações prévias e aplicando o princípio do deferimento tácito quando os prazos não forem cumpridos.

“Hoje em dia, quando alguém me pergunta quanto tempo vai demorar a licenciar esta construção, ninguém sabe. Uma das bases da reforma assenta no princípio da confiança”, afirmou, sublinhando que o Estado deve partir do pressuposto de que “as pessoas cumprem”, responsabilizando depois quem não respeitar as regras.

O governante rejeitou, no entanto, que a reforma implique despedimentos na Administração Pública: “Não haverá qualquer programa de despedimentos”, garantiu.

Num discurso com críticas à herança socialista, Matias considerou que Portugal “herdou um país mais lento, que rouba oportunidades”. Mas deixou também uma mensagem à plateia de jovens quadros presentes:
“Não percam a esperança, não abandonem o país. Portugal tem de ser agregador, não exportador, de talento”.

Montenegro trava acesso a dados sobre 55 imóveis declarados à Entidade da Transparência

Luís Montenegro opôs-se à divulgação pública de dados sobre os 55 imóveis que declarou à Entidade para a Transparência (EpT), incluindo os números da matriz desses imóveis – uma decisão que o organismo aceitou, noticia neste domingo o Correio da Manhã. Os dados estarão, no entanto, disponíveis publicamente mas só porque em uma das cinco declarações que fez esse pedido não foi feito, só nas outras quatro.

O primeiro-ministro declarou à EpT seis imóveis urbanos — incluindo a casa em Espinho e um apartamento em Lisboa — mas, também 46 prédios rústicos herdados da família. Em quatro das cinco declarações de rendimentos entregues desde abril de 2024, consultadas pelo jornal, surge na secção relativa ao número de inscrição matricial a nota: “Dados indisponíveis por pedido de oposição por parte do titular”.

Questionado pelo Correio da Manhã sobre os motivos de tal pedido, o gabinete do primeiro-ministro não respondeu, mas o jornal cita fontes próximas que salientam preocupações ligadas à privacidade e à segurança da família.

A EpT é um órgão independente que foi criado em 2019 mas que só entrou em funcionamento em 2023. Tem por missão fiscalizar as declarações de rendimentos e património dos políticos e altos gestores públicos – os detentores de tais cargos, antes, entregavam as declarações de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional mas, a partir de março de 2024, passaram a entregá-las à EpT em formato digital.

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Uma única mutação estragou a vida aos cavalos — e mudou a dos Humanos para sempre

Diz uma frase popular que o azar dos cavalos foi terem o dorso com a largura perfeita para encaixar no quadril dos homens. Mas o que lhes estragou verdadeiramente a vida foi uma mutação… que os tornou menos nervosos. Os cavalos não mudaram apenas a forma como as pessoas viajavam: redefiniram o curso da civilização. No entanto, os cientistas sempre se questionaram como, exatamente, os animais selvagens das estepes se transformaram nos companheiros que se deixavam montar, puxavam carruagens, transportavam guerreiros e, eventualmente, sustentaram impérios. Agora, um novo estudo de ADN antigo de cavalos, recentemente publicado na revista Science, oferece

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