Papa apela ao “fim das hostilidades em Gaza” e ao envio de “uma digna ajuda humanitária”


O Papa Leão XIV apelou esta quarta-feira, na sua primeira Audiência Geral, ao “fim das hostilidades em Gaza” e ao envio para a região de “uma digna ajuda humanitária”.
“Rezem o terço pela paz no mundo e que os homens desarmem o coração”, apelou, ainda, o novo Papa.
“Renovo o meu premente apelo para se consentir o ingresso de uma digna ajuda humanitária e se ponha fim às hostilidades, cujo preço, de partir o coração, é pago pelas crianças, pelos idosos e pelas pessoas doentes.”
“Estou feliz por vos acolher nesta minha primeira Audiência Geral, na qual retomo o tema ‘Jesus Cristo nossa Esperança’, escolhido pelo Papa Francisco para este ano do Jubileu”, disse Leão XIV na Praça de São Pedro, interrompido por aplausos.
Ao saudar os fiéis de vários países, o Santo Padre repetiu aos de língua portuguesa o convite da Nossa Senhora de Fátima – “Rezem o terço todos os dias pela paz” -, acrescentando: “Juntamente com Maria, peçamos que os homens não se fechem a este dom de Deus e que desarmem o seu coração.”
A reflexão da catequese desta quarta-feira centrou-se na parábola do semeador e da dinâmica e efeitos da Palavra de Deus, lançada como semente “no terreno do nosso coração e no terreno do mundo”, disse Leão XIV.
“Estamos habituados a calcular as coisas – e às vezes é necessário – mas isso não vale no amor! A forma como este semeador ‘desperdiçador’ lança a semente é uma imagem da forma como Deus nos ama. É certo que o destino da semente depende também da forma como o solo a acolhe e da situação em que se encontra, mas antes de mais nesta parábola Jesus diz-nos que Deus lança a semente da sua palavra em todo o tipo de solo, ou seja, em qualquer das nossas situações: ora somos mais superficiais e distraídos, ora deixamo-nos levar pelo entusiasmo, ora somos oprimidos pelas preocupações da vida, mas também há momentos em que estamos disponíveis e acolhedores. Deus está confiante e espera que mais cedo ou mais tarde a semente floresça. Ele ama-nos assim: não espera que nos tornemos o melhor solo, Ele dá-nos sempre generosamente a Sua palavra”.
Para explicar melhor esta parábola, Leão XIV recorreu a uma obra-prima mundialmente famosa. “Tenho em mente uma bela pintura de van Gogh: Semeador no Pôr-do-Sol. Aquela imagem do semeador sob o sol abrasador também me fala do trabalho do agricultor. E ocorre-me que, atrás do semeador, van Gogh representou o trigo já maduro. Parece-me uma imagem de esperança: de uma forma ou de outra, a semente deu frutos. Não sabemos exatamente como, mas é assim. No centro da cena, porém, não está o semeador, que está de lado, mas toda a pintura é dominada pela imagem do sol, talvez para nos lembrar que é Deus quem move a história, mesmo que por vezes pareça ausente ou distante. É o sol que aquece os torrões da terra e faz amadurecer a semente”, disse.
Antes da bênção final, Leão XIV foi especialmente aplaudido quando, ao concluir recordou, “com muita gratidão, o amado Papa Francisco, que exatamente há um mês regressou à casa do Pai”.