Terroristas reivindicam novos ataques em Cabo Delgado e matam três cristãos

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram esta segunda-feira dois ataques em aldeias de Cabo Delgado, com pelo menos três cristãos mortos, num momento de violência e milhares de deslocados naquela província moçambicana.

A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico (EI), refere que um dos ataques aconteceu no fim de semana, na aldeia de Namibi, distrito de Metuge, em que “capturaram um cristão” e o “executaram a sangue frio”.

Em Moçímboa da Praia, mais a norte na província, elementos do mesmo grupo reivindicaram um outro ataque, alegadamente ocorrido na quarta-feira, na aldeia de Mariri, em que “capturaram dois cristãos” locais, decapitados de seguida.

Outras reivindicações, confirmadas por fontes locais da Igreja Católica, apontam para casas e igrejas incendiadas em vários pontos de Cabo Delgado, desde o final de julho.

Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho na província moçambicana de Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Trata-se do maior pico de deslocados por ataques, com destino à vila sede do distrito de Chiúre em cerca de um ano.

O ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma insurgência armada por grupos terroristas associados ao EI, que já provocaram milhares de mortos e mais de um milhão de deslocados desde então.

Ondas de calor são perigosas também porque altas temperaturas aumentam poluição do ar

As ondas de calor, cada vez mais frequentes, intensas e prolongadas, são perigosas para a saúde humana não só devido às altas temperaturas, mas também porque estas levam ao aumento de poluentes atmosféricos, indica um estudo divulgado esta segunda-feira.

De acordo a investigação da Universidade do Texas, Estados Unidos, apresentada esta segunda numa conferência da Sociedade Americana de Química (ACS na sigla em inglês), as altas temperaturas alteram a química atmosférica e aumentam a poluição.

Em 2024, durante a onda de calor que atingiu o Texas, uma equipa de cientistas do Centro de Química Atmosférica e Ambiente (CACE), da Universidade Texas A&M, recolheu amostras de ar de dia e de noite, entre 5 de agosto e 3 de setembro, no campus universitário de College Station, onde as temperaturas variaram entre os 32 e os 41 graus Celsius.

A recolha foi feita quando não existiam incêndios florestais nas proximidades, permitindo isolar os efeitos da onda de calor sem a influência do fumo dos incêndios na qualidade do ar, tendo sido utilizados instrumentos sensíveis para detetar gases residuais e medir as propriedades dos aerossóis nas amostras.

Os resultados das análises mostraram “níveis preocupantes” de poluentes que afetam a saúde pública, como ozono, compostos orgânicos voláteis (COV) oxigenados e nanopartículas altamente ácidas, cuja concentração aumentou com a temperatura exterior.

Os investigadores observaram também níveis elevados de poluentes atmosféricos criados por reações químicas geradas pela luz solar. Principalmente, descobriram que durante as ondas de calor as árvores libertam mais COV naturais, incluindo isopreno, um precursor do ozono, que podem ser prejudiciais em locais densamente arborizados, como College Station.

“Foi realmente surpreendente ver como estas emissões das árvores aumentam durante as ondas de calor e interagem com a poluição do ar”, disse Bianca Pamela Aridjis-Olivos, estudante de pós-graduação da Universidade do Texas e especialista em química atmosférica, que liderou o estudo, citada pela agência noticiosa espanhola EFE.

“Por si só, as emissões das árvores não são perigosas. É quando reagem com outras emissões sob forte radiação solar que obtemos níveis elevados de ozono e aerossóis orgânicos secundários, que são perigosos para a saúde pública”, acrescentou.

Os investigadores do estudo recomendam que, para sua segurança durante as ondas de calor, as pessoas evitem sair entre as 12h00 e as 16h00, quando as temperaturas e os níveis de ozono são mais elevados, evitem fazer exercício e mantenham as janelas fechadas para limitar a exposição a poluentes exteriores.

Consideram, no entanto, que a melhor forma de proteger a saúde pública é estudar a forma como as alterações climáticas afetam a química atmosférica e a qualidade do ar. A conferência da ACS, com o tema “Inovações em Química”, começou no domingo e decorre até quinta-feira em Washington.

Os outrovertidos: descoberto um novo tipo de personalidade

Considera-se introvertido, extrovertido… ou outrovertido? Há um novo tipo de personalidade – e o mais engraçado é que todos nascemos com ele. O psiquiatra Rami Kaminski afirma ter descoberto um tipo de personalidade até agora não reconhecido – o “outrovertido”. Num artigo na New Scientist, o especialista começar por contar a sua própria história de quando era escuteiro, em criança: “lembro-me de me sentir especial e adulto ao usar o uniforme no núcleo local (…) Mas, um dia, formámos um círculo, enquanto o chefe do grupo se sentava num pequeno banco e se dirigia a nós muito seriamente. Quando terminou

Ministério da Educação pede parecer sobre funcionamento de universidades estrangeiras

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação quer saber se o funcionamento de instituições de ensino superior estrangeiras em Portugal tem estado a decorrer em conformidade ou se serão necessárias alterações legislativas, depois de a Associação Portuguesa do Ensino Superior Particular e Cooperativo (APESP) ter alertado para falhas na regulação da actividade destas instituições em território nacional.

No fim-de-semana, o PÚBLICO noticiou que a associação que representa o ensino superior privado em Portugal entregou recentemente um parecer ao Ministério da Educação, no qual descreve “práticas de publicitação enganosa de cursos que se apresentam como formações superiores, com referência a graus, parcerias ou acreditações inexistentes ou juridicamente irrelevantes”. Na altura, o PÚBLICO questionou o ministério sobre o enquadramento legal destas situações, e solicitou informações sobre eventuais queixas que possam ter chegado à Inspecção-Geral da Educação e Ciência, mas não obteve resposta. A tutela diz agora que solicitou, no passado dia 8 de Agosto, um parecer jurídico sobre o funcionamento de instituições de ensino superior estrangeiras em Portugal ao Centro Jurídico do Estado (CEJURE), “tendo em vista a eventual necessidade, ou não, de introdução de alterações legislativas/enquadramento legislativo”.

Ainda segundo a APESP, estão a ser utilizados “símbolos, designações ou elementos promocionais susceptíveis de induzir os estudantes em erro quanto à validade e ao reconhecimento da formação oferecida”. Não identifica nenhum caso concreto. Lembra que as instituições nacionais estão sujeitas a exigências rigorosas — em matéria de acreditação dos ciclos de estudos, qualificação do corpo docente, adequação das instalações, responsabilidade pedagógica e controlo institucional —, “enquanto estas operações estrangeiras ocorrem, muitas vezes, à margem de qualquer controlo”.

“Estas práticas, que têm vindo a ocorrer tanto em regime presencial como à distância, frequentemente com apoio logístico ou académico local, suscitam sérias dúvidas quanto à sua conformidade com os princípios estruturantes do sistema de ensino superior português, nomeadamente no que respeita à tutela pública, à protecção dos estudantes e à concorrência em condições equitativas”, lê-se no parecer.

Lei proíbe franquias no superior

O que se tem vindo a verificar, detalhou então o presidente da APESP, António Almeida Dias, é o surgimento de instituições estrangeiras sem sede legal em Portugal, sem qualquer autorização para operar e sem se sujeitarem a qualquer processo de avaliação, que “oferecem componentes curriculares de programas conducentes à atribuição de graus académicos por universidades estrangeiras”.

Almeida Dias descreve dois tipos de realidade. Há instituições que anunciam cursos não conferentes de graus em Portugal, mas conferentes de graus noutros países. Para que esses diplomas sejam alvo de reconhecimento em Portugal, o aluno tem depois de pedir esse reconhecimento, que pode ou não ser atribuído. Noutros casos, vendem-se formações não graduadas explicando que, depois de frequentar a instituição em Portugal, os alunos se podem inscrever nas instituições de ensino “originais” para completar a sua formação e obter então um grau de licenciado, por exemplo, válido no país de origem da universidade.

O actual Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) não regula propriamente o funcionamento destas instituições estrangeiras, mas é claro ao proibir o funcionamento de universidades em regime de franquia (no ensino superior, não pode haver franchising de marcas).

Na missiva que dirigiram à tutela, as universidades privadas portuguesas defenderam uma clarificação e densificação da lei. “Com efeito, muitos destes modelos correspondem, na prática, a formas encapotadas de franquia universitária, nas quais o ensino é prestado localmente por estruturas subcontratadas ou associadas, sem qualquer avaliação nacional, mas com o selo formal de uma universidade estrangeira.”

E, à semelhança do que acontece com as instituições de ensino portuguesas, defendem que sejam definidas “condições mínimas de qualidade, responsabilidade institucional e conformidade com os princípios do sistema nacional de ensino superior, através da obrigatoriedade de comunicação e eventual autorização prévia por parte do ministério da tutela, sempre que uma instituição estrangeira pretenda desenvolver em Portugal actividades curriculares integradas em programas conducentes a graus estrangeiros”.

Cálice litúrgico do século XVI desapareceu de paróquia da ilha de Santa Maria

Um cálice litúrgico do século XVI, de “grande valor espiritual e histórico” para a paróquia da Matriz de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, desapareceu da sacristia e o caso foi participado às autoridades policiais.

O padre da paróquia açoriana da Matriz de Vila do Porto, Carlos Espírito Santo, disse à agência Lusa que o cálice de prata em banho de ouro deve “valer à volta de cinco/seis mil euros” e foi dado como desaparecido na semana passada, por ocasião dos preparativos para a festa anual de Nossa Senhora da Assunção, padroeira da vila, que é festejada a 15 de Agosto.

“Este cálice é utilizado em cerimónias especiais. A última vez que foi utilizado foi no [dia do] Corpo de Deus. Estava na sacristia, no lugar onde era guardado. Fomos buscá-lo para limpar, para a festa de 15 de Agosto, e demos por falta dele”, relatou.

Segundo o sacerdote, de imediato a paróquia participou o desaparecimento da peça à Polícia de Segurança Pública (PSP) e, até ao momento, “ainda não há nenhum sinal de ter aparecido”.

Carlos Espírito Santo não tem explicações para a falta do cálice, referindo que “algumas pessoas têm acesso” à sacristia, mas “não há sinal de arrombamento” de portas.

A paróquia, que está a “pesquisar e a averiguar” a situação, já tomou medidas preventivas para evitar que aconteçam outras situações. “Já mudamos as fechaduras [das portas], já estamos a tentar arranjar outros métodos para que isso não aconteça no futuro”, adiantou, admitindo que se trata de um episódio desagradável.

Ainda de acordo com o pároco, o desaparecimento do cálice foi recebido pelos habitantes da ilha de Santa Maria com “muito espanto” e com tristeza, por se tratar de uma peça religiosa “bastante significativa para a comunidade”. Não será a peça mais valiosa da paróquia, mas é de “grande valor”. “Ele [o cálice] é de prata, dourado, tem quatro pêndulos à volta e também tem umas pedras no pé”, descreveu.

Carlos Espírito Santo ainda tem esperança de que o cálice seja encontrado: “Esperemos que sim, mas, às vezes […] é difícil. Esperemos que ainda não tenha saído da ilha. Estamos na expectativa”.

As Paróquias da Ilha de Santa Maria divulgaram uma nota nas redes sociais sobre o caso. Na publicação informam sobre o desaparecimento do cálice litúrgico, de “grande valor espiritual e histórico” para a paróquia da Matriz de Vila do Porto e apelam a quem souber de alguma informação sobre o seu paradeiro que “contacte o pároco ou alguém do conselho de assuntos económicos”.

“Ajudemos a trazer de volta esta peça sagrada ao serviço da nossa fé”, é o apelo lançado.

Montenegro elogia bombeiros e populações e pede confiança no combate aos incêndios: mais de 90% das ignições controladas no “ataque inicial”

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, visitou esta manhã a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, onde acompanhou um briefing sobre o ponto de situação dos incêndios e reuniu com a direção do organismo. No final, deixou palavras de pesar, confiança e apelo à serenidade.

Começou por manifestar “consternação e condolências” à família do bombeiro que perdeu a vida no combate às chamas, Montenegro sublinhando a “bravura” de todos os operacionais no terreno, Montenegro reconheceu também a dureza de “24 dias consecutivos de severidade meteorológica” sem precedentes no país. O chefe do executivo reafirmou ainda a sua “confiança total no dispositivo de combate, que está a 100% operacional”.

Na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o primeiro-ministro destacou ainda o papel das populações, que descreveu como “heróicas”, tanto na defesa do património como na solidariedade demonstrada, mas deixou um aviso: “É necessário que todos compreendam que existe uma cadeia de comando, que as forças estão a ser chamadas para diferentes frentes ao mesmo tempo, com períodos de descanso cada vez mais escassos. Precisam da compreensão e do respeito de todos”.

Montenegro frisou que mais de 90% das ignições têm sido controladas no “ataque inicial”, evitando a propagação de grandes incêndios. “Não nos podemos esquecer de todos os que, a cada momento, impedem novas ignições”, sublinhou.

Funeral de antigo autarca que morreu em fogo na Guarda realiza-se terça-feira

O funeral de Carlos Dâmaso, ex-autarca da Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão, no concelho da Guarda, que morreu na sexta-feira, ao combater um incêndio, está marcado para as 17h30 de terça-feira, naquela localidade.

Carlos Dâmaso, de 43 anos, é a primeira vítima mortal dos incêndios deste ano, e morreu enquanto combatia o fogo que deflagrou na aldeia vizinha de Pêra do Moço e avançava em direção a Vila Franca do Deão.

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O corpo carbonizado do empresário agrícola foi encontrado ao final da manhã de sexta-feira, numa das suas propriedades, junto à sua terra natal.

Carlos Dâmaso presidiu à Junta de Freguesia de Vila Franca do Deão, no município da Guarda, durante 12 anos, tendo sido eleito pelo PS, e era novamente candidato à freguesia local nas autárquicas de 12 de outubro, mas desta vez pela coligação PG-PELA Guarda – NC/PPM, do atual presidente da Câmara, Sérgio Costa.

Era casado e deixa uma filha de 11 anos.

O corpo vai estar em câmara ardente a partir das 14h00 de terça-feira na igreja de Vila Franca do Deão.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apresentou já “sentidas condolências” pela morte de Carlos Dâmaso ao presidente da Câmara Guarda, Sérgio Costa, solicitando que as transmitisse à família.

Também o Governo, através do secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, lamentou a morte do ex-autarca de Vila Franca do Deão e enviou condolências à família.

Do incêndio resultou ainda um ferido grave, que foi transportado para a Unidade de Queimados da Unidade Local de Saúde (ULS) Universitária de Coimbra, onde ainda se encontra com “prognóstico reservado”, disse à agência Lusa fonte da unidade de saúde.

Diogo Cecílio é enfermeiro no Hospital Sousa Martins, na Guarda, e sofreu queimaduras graves quando auxiliava os populares no combate às chamas em Vila Franca do Deão.

Numa nota publicada no site da Ordem dos Enfermeiros, o bastonário Luís Filipe Barreira manifestou solidariedade para com Diogo Cecílio.

“Sabemos que o colega está estável e internado na Unidade de Queimados da ULS de Coimbra, onde está a ser devidamente acompanhado. A nossa primeira palavra é para ele e para a sua família: estamos convosco”, lê-se na nota de solidariedade.

O incêndio começou pelas 10h44 de sexta-feira e alastrou aos concelhos de Trancoso e Pinhel.

A ocorrência entrou, hoje, em fase de resolução, segundo o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“Estamos todos muitos esgotados.” PM mantém confiança no dispositivo de combate aos fogos

O Governo mantém confiança total no dispositivo de combate aos incêndios num momento em que se vivem “24 horas como não há registo”, disse, esta segunda-feira, o primeiro-ministro. “Estamos todos muito esgotados”, disse Luís Montenegro aos jornalistas, dizendo que se têm vivido “dias e dias de sofrimento”. Além disso, o primeiro-ministro considerou que “as populações têm sido heroicas” na forma como têm feito frente às chamas.

“Está a ser dado o máximo por muita gente”, disse Montenegro.

Sobre o timing em que foi ativado o Mecanismo Europeu de Proteção Civil — e que tem sido alvo de críticas —, o chefe de Governo disse que o seu trabalho irá “ser escrutinado” e será à priori que se irá perceber se deveria ter sido ativado mais cedo, ou não. De resto, defendeu que as decisões neste campo são tomadas com base em “critérios técnicos e operacionais”.

Proteção Civil. Situação de alerta mantém-se até quarta-feira

O primeiro-ministro falava na sede da Proteção Civil, onde se dirigiu para acompanhar o ponto da situação feito pelo comandante nacional ao meio-dia desta segunda-feira. Já na sexta-feira, Luís Montenegro, ao lado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, tinha estado na Proteção Civil para se inteirar da situação.

Há operacionais a serem chamados a “vários locais ao mesmo tempo”

Relembrando que há uma cadeia de comando que procura dar resposta a todas as ocorrências, Montenegro frisou que há operacionais a serem chamados a “vários locais, ao mesmo tempo”, muitos não conseguindo sequer cumprir os tempos de descanso e que, também por isso, merecem a “compreensão e o respeito de todos”. O primeiro-ministro parecia querer responder assim às muitas críticas feitas por autarcas que dizem não ter apoio suficiente no terreno para combater os incêndios.

Montenegro recordou ainda um dos dados apontados pelo comandante nacional da Proteção Civil no briefing feito antes do encontro entre os dois. “Mais de 90% das ocorrências têm sucesso no chamado ataque inicial.”

Apesar de muita gente estar sob pressão, disse o primeiro-ministro, e de haver uma parte do dispositivo mobilizado para os cenários mais complexos, “há muita outra componente que tem evitado muitos outros incêndios que, se não fossem atacados com esta prontidão nos primeiros 90 minutos, poderiam ter uma propagação igual, ou pior, do que aqueles que hoje nos preocupam mais”.

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Apelando a que se confie nos bombeiros, e nas forças de segurança em geral, Montenegro garantiu que “está a ser dado o máximo por muita gente” e que, com esse esforço, “estão a ser evitadas tragédias”.

Maior dispositivo de sempre no terreno

Questionado sobre a ativação do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, Montenegro começou por dizer que há uma “prevalência do dispositivo nacional” no combate aos fogos e que, neste momento, Portugal tem “o maior dispositivo de sempre” no terreno. Apesar disso, lembra que “os meios não são ilimitados” e que, numa altura de “grande aflição”, irá sempre parecer que são precisos mais.

“Compreendemos as palavras de indignação”, acrescentou, dizendo que em situações como a atual é preciso que haja uma “capacidade de solidariedade e unidade nacional”.

Sobre o Mecanismo Europeu, em concreto, Montenegro reforçou que este tem regras próprias de funcionamento e que assenta na solidariedade entre os diferentes países. E, tal como já tinha dito antes, recordou que várias países europeus estão a braços com incêndios complexos. “Faremos no final a avaliação se o timing foi o correto, ou não”, acrescentou, dizendo que a ativação deste mecanismo não pode depender nem do primeiro-ministro nem dos “palpites” de políticos. “Seguimos critérios técnicos e operacionais.”

Luís Montenegro foi ainda confrontado pelos jornalistas com a sua aparente mudança de posição, quando se compara as suas declarações atuais com as que fez quando era líder da oposição, altura em que chegou a dizer a António Costa que devia pedir desculpa aos portugueses pelos incêndios de 2022.

“Respondo pelas minhas palavras em todos os contextos”, perante o país e perante a Assembleia da Republica, começou por dizer o primeiro-ministro, mas alegando que “a severidade da situação atual que não tem paralelo no pais”.

E concluiu: “Este é um combate do país. Estamos em guerra e temos de vencer esta guerra.”

A situação de alerta no país foi prolongada até quarta-feira, explicou Mário Silvestre, comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), antes de o primeiro-ministro falar aos jornalistas e de ambos se reunirem — uma informação já tinha sido avançada pela ministra da Administração Civil, na véspera, numa conferência de imprensa em que não respondeu a perguntas de jornalistas.

Durante a tarde de segunda-feira, avançou ainda Mário Silvestre, chegam as duas aeronaves da Suécia que vão ajudar a combater os incêndios.

“Não há vontade de continuar a fazer parte do ciclismo português”: José Azevedo e a Volta

A Efapel não se revê no “esgotado” e descredibilizado ciclismo português e, na próxima temporada, irá dará primazia ao calendário internacional, abdicando das provas nacionais, revelou José Azevedo à Lusa.

“O projeto Efapel foi repensado no futuro e, no próximo ano, nós vamos procurar calendário internacional, vamos tentar competir o máximo possível no calendário internacional, e possivelmente em Portugal não iremos competir”, anunciou o diretor desportivo.

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Quatro anos depois da sua fundação, José Azevedo e o patrocinador sentiram que era altura de dar um rumo diferente à equipa laranja.

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“Não é uma decisão fácil, não é a decisão que nós, possivelmente, mais desejávamos, mas eu acho que, no contexto atual do ciclismo português, uma equipa como a nossa, que se baseia em princípios e comportamentos de ética, de rigor a nível disciplinar, não há vontade de continuar a fazer parte do ciclismo português”, reconheceu.

O desencanto de Azevedo é tal que assume ter dificuldade em convencer os jovens da formação a acreditar no ciclismo português quando ele próprio não acredita.

“Então o que é que eu tenho de fazer para fazer algum sentido este investimento? É procurar um calendário internacional, que é o ciclismo em que eu acredito, que é o ciclismo em que eu me revejo, e isso dá aos miúdos o alento de sentirem que nesse ciclismo têm futuro. Infelizmente, em Portugal não há futuro ou o futuro não se vê muito risonho”, lamentou.

Sem querer concretizar, o diretor desportivo da Efapel lembrou que “no final do ano, todos os anos, há problemas”, numa alusão aos casos de doping que foram conhecidos na temporada passada ou àqueles que se comentam atualmente nos bastidores do pelotão.

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“Não se pode permitir que, por exemplo, no ano passado, haja corredores a ganhar provas, quando todos nós sabemos [que vão ser suspensos]. Se calhar não existe motivo para suspender os contratos, mas as equipas podiam deixá-los em casa. Para a verdade desportiva prevalecer, um corredor não deveria estar a competir quando está um processo aberto. E isso compete às equipas e à federação tomar medidas, porque se não vamos descredibilizar o ciclismo”, defendeu.

Para Azevedo, “quem comanda o ciclismo em Portugal, quem tem a obrigação de defender os interesses do ciclismo, não está a fazê-lo”.

“Há dois anos criou-se esta ferramenta [passaporte biológico] que foi muito importante. E isso aí foi algo de muito positivo. Deveria ser usado como um instrumento de credibilidade. Mas para isso tem de haver rigor. Rigor, 100%. Não pode haver 99%”, reforçou.

Desiludido com o que se passa por cá, o quinto classificado do Tour’2004 e do Giro’2001 garante que não é neste desporto que a Efapel quer estar.

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“Não vale a pena. No próximo ano, o nosso caminho é esse. Vamos procurar um ciclismo em que a gente acredite. Se depois este projeto vai durar um ano, dois anos, isso o futuro dirá”, pontuou.

Ainda assim, Azevedo diz que a sua equipa estará presente para ajudar o ciclismo português quando este “se pautar por regras claras”.

“Temos que mudar a direção, porque este contexto de ciclismo português para nós está esgotado. E um dia que isto mude, possivelmente voltamos a apostar no calendário português. Enquanto se mantiver estes moldes, não vamos estar”, reiterou.

Com a aposta a ser competir no estrangeiro em 2026, a Efapel pode mesmo ficar fora da próxima edição da Volta a Portugal. “Poderemos fazer provas em Portugal, não vou dizer que não, mas não é a nossa prioridade”, concluiu.

Incêndios. Pulseira eletrónica para suspeito de atear dois fogos em Vila Real

Um homem de 60 anos suspeito de atear dois incêndios em área florestal na quarta-feira, em Vila Real, fica obrigado a permanecer em casa com pulseira eletrónica, segundo informação divulgada pelo Ministério Público (MP).

O suspeito foi detido fora de flagrante delito pela Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real na quarta-feira e, depois de ter sido presente a primeiro interrogatório judicial, o Tribunal decidiu aplicar-lhe uma medida de coação privativa da liberdade de obrigação de permanência na habitação mediante vigilância eletrónica.

O MP explicou em comunicado publicado na página da Internet da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, consultado esta segunda-feira pela agência Lusa, que a medida de coação aplicada tem em consideração “os perigos de continuação da atividade criminosa e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas”.

De acordo com o MP, até que “sejam efetivadas as diligências conducentes à efetividade de tal medida foi determinado que o arguido fique sujeito a prisão preventiva”.

Uma fonte policial disse à agência Lusa que o homem terá sido visto por testemunhas alegadamente a atear fogo em dois sítios diferentes, em área de Borbela, aldeia que já tinha sido atingida pelo grande incêndio que afetou a serra do Alvão desde o dia 2 de agosto e entrou em resolução às 19h48 de quarta-feira.

A PJ disse, em comunicado divulgado na quinta-feira, que os incêndios que terão sido ateados pelos suspeito ocorreram cerca das 18h30 e 19h00 do dia anterior (quarta-feira), consumindo área de mancha florestal, constituída, maioritariamente, por mato.

Estiveram no local militares da Guarda Nacional Republicana do Posto Territorial de Vila Real que procederam à identificação do homem que foi, depois, detido pela Polícia Judiciária de Vila Real.

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