Uma colher, um lenço e um saco. Estas seriam as provas de que o chanceler alemão, Friedrich Merz, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, tinham escondido cocaína na viagem de comboio que fizeram até Kiev, no dia 10 de maio, para se encontrarem com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, para mais uma reunião da coligação da boa vontade.

A informação está a circular em várias publicações nas redes sociais. Assinalam que Friedrich Merz “escondeu uma colher usada para cocaína”, enquanto Emmanuel Macron “escondeu um saco de droga”. “Tudo isto na presença de Keir Starmer”, o primeiro-ministro do Reino Unido.

Ora, os líderes da Alemanha e França teriam sido apanhados, segundo as publicações, porque uma comitiva de jornalistas “entrou inesperadamente na carruagem dos líderes europeus”. 

No entanto, nas mesmas publicações nas redes sociais, lê-se ainda que a imprensa tentou “abafar” o que é caracterizado como um “escândalo” das “três potências democráticas” na Europa. Em contrapartida, a “internet não perdoou” e terá denunciado o sucedido.

No entanto, estas informações não são verdadeiras. Usando a sua conta oficial no X, o Palácio do Eliseu veio desmentir categoricamente estas informações. “Quando a unidade europeia se torna inconveniente, a desinformação espalha-se a um nível em que um simples lenço parece drogas.”

“Esta notícia falsa está a ser divulgada pelos inimigos de França, quer dentro de fronteiras, quer fora. Devemos ficar vigilantes contra a manipulação”, reforça ainda o Palácio do Eliseu.

When European unity becomes inconvenient, disinformation goes so far as to make a simple tissue look like drugs.

This fake news is being spread by France’s enemies, both abroad and at home. We must remain vigilant against manipulation. pic.twitter.com/xyXhGm9Dsr

— Élysée (@Elysee) May 11, 2025

Não foi o único órgão a desmentir estas informações. Na conta oficial da União Democrática-Cristã (CDU) no X, o partido liderado por Friedrich Merz também desmentiu as informações.

“Atualmente, muitas partes estão a tentar influenciar a opinião pública através de campanhas de desinformação. Os inimigos da nossa democracia estão deliberadamente a tentar enfraquecer a união da Europa e a coesão social. Estamos contra isto”, referiu o partido.

Es ist tatsächlich nur ein Taschentuch. Aktuell wird von vielen Seiten versucht, die öffentliche Meinung durch Desinformationskampagnen zu beeinflussen.

Feinde unserer Demokratie versuchen, gezielt die europäische Einigkeit und den gesellschaftlichen Zusammenhalt zu schwächen.… pic.twitter.com/0dt94bwbya

— CDU Deutschlands (@CDU) May 12, 2025

Nas redes sociais, várias contas ligadas à Rússia divulgaram esta informação. Até membros do governo: Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, fez questão de partilhar no Telegram as imagens que alegadamente mostram os líderes de França e a Alemanha a consumirem drogas.

Maria Zakharova:

“In the video: the President of France, the Prime Minister of Britain, and the Chancellor of Germany.

Having pushed Zelensky into yet another hellish intrigue to sabotage a settlement and continue the bloodshed in Europe, like in the joke, the Frenchman, the… pic.twitter.com/INMwIPDYyA

— Zlatti71 (@Zlatti_71) May 11, 2025

Deverá tratar-se, assim, de um esforço de desinformação deliberado da Rússia, que procura corroer a unidade europeia de apoio à Ucrânia — e ridicularizar os líderes que estão na linha da frente no auxílio ao país invadido.

Conclusão

É mentira que Friedrich Merz e EmmanuelMacron tenham escondido ou consumido drogas no comboio a caminho de Kiev. Não há nenhuma prova de que isso tenha acontecido e terá sido uma manobra de propaganda da Rússia para quebrar a confiança em líderes que apoiam a Ucrânia. Usando as contas oficiais do X, o Palácio do Eliseu e o partido alemão CDU desmentiram as informações.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Investigadores catalogaram pela primeira vez sons produzidos por várias espécies de peixes de águas costeiras de Portugal e identificaram 33 tipos de sons diferentes, indica um estudo divulgado ne.

Segundo o estudo, do MARE-ISPA, conduzido pela investigadora Noélia Ríos Ruiz (em colaboração com outras instituições), a diversidade sonora captada superou a de outros locais, como o Mediterrâneo, e alguns recifes de coral.

Os 33 tipos de sons distintos, obtidos através de gravações acústicas e sistemas de vídeo subaquáticos, foram obtidos no Parque Marinho Professor Luiz Saldanha (península de Setúbal, no Parque Natural da Arrábida).

Num comunicado sobre o estudo afirma-se que, apesar da presença de 150 espécies de peixes no Parque Marinho, apenas 29 estavam previamente identificadas como produtoras de sons.

Ao contrário do que geralmente se pensa, muitos peixes produzem sons, usando mecanismos como a vibração da bexiga natatória (bolsa que se enche e esvazia e que ajuda no controlo da flutuabilidade), o movimento de músculos específicos e o atrito entre ossos e dentes faríngeos, diz-se no comunicado.

E explica-se que os sons “desempenham um papel crucial na comunicação, na defesa e na reprodução das espécies” e que “podem ser usados para comunicação entre indivíduos da mesma espécie, na defesa contra predadores ou para alertar para eventuais ameaças”.

Em muitas espécies, segundo o documento, os sons são fundamentais durante a reprodução, ajudando a atrair parceiros e a marcar território.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

Os investigadores dizem também que os sons, alguns audíveis pelos humanos, podem ser ouvidos consoante a sua intensidade e frequência. Por exemplo, o xarroco emite sons graves e rítmicos, enquanto o rascasso produz sons agudos.

A investigação do MARE-ISPA sublinha a necessidade de sensibilizar o público para a importância da comunicação acústica nos peixes e o papel fundamental da acústica passiva na monitorização da biodiversidade marinha.

“Acreditamos que este estudo terá um impacto significativo na forma como monitorizamos e protegemos os nossos oceanos“, diz Noelia Ríos Ruiz citada no comunicado, destacando a “ferramenta poderosa” que é a acústica passiva e acrescentando: “Este estudo é um marco importante na nossa compreensão da biodiversidade marinha em Portugal”.

A acústica passiva utiliza gravações de sons em meio natural, para diversos fins, sem a intervenção ou interferência do investigador no ambiente.

Nas redes sociais está a ser partilhada uma fotografia que supostamente mostra o Papa S. João Paulo II a apertar as mãos de Joseph Ratzinger, que haveria de o suceder enquanto Papa Bento XVI, ladeado de um sorridente Jorge Bergoglio, que depois de ser eleito Papa assumiria o nome Francisco.

A imagem, a preto e branco, voltou a circular após a morte do Papa Francisco, no dia 21 de abril, aos 88 anos. O argentino, que liderou a Igreja Católica durante cerca de 12 anos, foi eleito em 2013 para suceder a Bento XVI, que fez história ao tornar-se o primeiro Papa dos tempos modernos a abdicar durante o pontificado.

Será a imagem verdadeira? Um dos utilizadores que a partilhou admite que há dúvidas: “Algumas pessoas suspeitam que o Papa Francisco não estava nesta foto.” E de facto não estava.

A fotografia é verdadeira, no entanto foi manipulada. A original é do fotojornalista Massimo Sambucetti, da Associated Press, e foi captada a 20 de dezembro de 1985. Mostra o Papa S. João Paulo II a segurar as mãos do à época cardeal Ratzinger, durante as saudações de Natal no Salão Clementine, na Cidade do Vaticano. O alemão foi durante mais de duas décadas braço direito de João Paulo II e foi escolhido, em 2005, para o suceder depois da sua morte.

Na imagem de Sambucetti há um terceiro homem, mas não se trata de Bergoglio, nomeado cardeal em 2001 por João Paulo II. Segundo a ACI Prensa (Agência Católica de Informações, sediada no Peru), trata-se na verdade do cardeal canadiano Edouard Gagnon, que morreu em 2007. O rosto de Gagnon foi substituído pelo de Bergoglio nos tempos em que ainda era cardeal.

Não é a primeira vez que a fotografia manipulada é disseminada nas redes sociais. A 14 de março de 2013, um dia depois de Francisco ter sido escolhido como Papa, a ACI Prensa publicou um fact check sobre o assunto, em que identificava Gagnon como o terceiro homem na imagem. Já em 2023 o USA Today debruçava-se sobre o mesmo tema.

Conclusão

A fotografia é verdadeira, mas foi parcialmente manipulada. A imagem original é do fotojornalista da Associated Press Massimo Sambucetti e mostra o Papa S. João Paulo II com o à época cardeal Joseph Ratzinger, que viria a sucedê-lo em 2005.

O terceiro homem na foto não é Jorge Bergoglio, que em 2013 foi nomeado Papa. Na imagem o seu rosto foi sobreposto ao do cardeal canadiano Edouard Gagnon.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ENGANADOR

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

O filho mais velho do Presidente dos EUA, Donald Trump Jr., admitiu, esta quarta-feira, a possibilidade de se vir a candidatar à Casa Branca quando o pai deixar o cargo, revelando que “essa vocação existe”, avançou a Reuters.

“Não sei, talvez um dia. A vocação existe. Estarei sempre muito ativo em termos de ser um defensor vocal destas coisas”, afirmou Trump Jr quando questionado num painel no Fórum Económico do Qatar onde participava se irá “pegar nas rédeas” depois do pai. “É uma honra que me perguntem e uma honra ver que algumas pessoas concordam com isto”, destacou.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

“Acredito que o meu pai mudou verdadeiramente o Partido Republicano, penso que agora é o partido “America First”, o partido “MAGA”, como queiram olhar para ele”, continuou, acrescentando: “Pela primeira vez, o Partido Republicano tem de facto uma bancada de combatentes do America First”.

Donald Trump Jr. é atualmente vice-presidente executivo da Trump Organization e, em novembro, foi considerado pela Reuters o membro mais influente da família Trump. Em março, houve rumores de que estaria a “considerar seriamente uma candidatura em 2028”, mas Trump Jr., ao contrário do que revelou agora, negou.