Ana Martins vai assumir cargo de deputada pelo Chega/Açores na República

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A engenheira Ana Martins vai assumir o cargo de deputada do Chega à Assembleia da República pelo círculo dos Açores, anunciou o líder do partido na região, José Pacheco, nesta quarta-feira.

As pessoas votaram no Chega, votaram na nossa lista. Mas, para ficarem descansados e evitarem especulações, quem vai é a senhora engenheira Ana Martins [terceira candidata], uma pessoa responsável, com bom currículo, da nossa confiança, que vai integrar o grupo parlamentar de 60 deputados e que vai representar muito bem os Açores”, explicou o dirigente do Chega, em conferência de imprensa, na Horta.

Assim, não será nem o cabeça de lista do Chega pelo círculo dos Açores, nas eleições legislativas nacionais de domingo, Francisco Lima, nem a número dois, Olivéria Santos, que vão assumir a função de deputado no parlamento nacional.

Francisco Lima substituiu Miguel Arruda, acusado de roubar malas no aeroporto, enquanto cabeça de lista. O veterinário, empresário na área dos produtos químicos e deputado no parlamento regional açoriano, vai rumar a Lisboa na nova legislatura.

O Chega foi a terceira força política mais votada nos Açores nas legislativas nacionais de domingo, obtendo 22,85% dos votos dos eleitores açorianos (15,76% nas eleições do ano passado), elegendo um dos cinco deputados pelo círculo dos Açores à Assembleia da República.

José Pacheco explicou aos jornalistas que não pode prescindir de Francisco Lima, nem de Olivéria Santos (atuais deputados à Assembleia Legislativa dos Açores), não só pelo trabalho que desempenham no parlamento regional, mas também porque está a contar com ambos para encabeçarem as listas de candidatos do Chega nas próximas eleições autárquicas.

“Eu espero ganhar Ponta Delgada. É com este intuito que me vou candidatar. Como espero que a Olivéria vença na Lagoa e o Francisco Lima na Praia da Vitória”, adiantou o líder do Chega nos Açores.

José Pacheco admitiu que o partido possa a vir a ter o mesmo problema se estes candidatos vencerem as eleições nos respetivos concelhos, “mas não será um drama”.

Questionado sobre a razão de o partido ter escolhido dois deputados para os dois primeiros lugares na lista de candidatos pelo círculo dos Açores ao parlamento nacional, sabendo de antemão que não iriam ocupar os cargos, o líder do partido na região explicou que o que estava em causa era a falta de experiência da candidata.

“É uma boa pergunta e eu vou responder com toda a verdade. A própria candidata achou que seria muito mais razoável, por uma questão de protagonismo e de visibilidade pública, que devia ser outra pessoa, com mais experiência, que ela não tem ainda, mas que vai ter, e esperamos que seja uma mais-valia para o Chega”, justificou.

O Chega tem cinco deputados à Assembleia Legislativa dos Açores, que têm sido determinantes para fazer aprovar os principais diplomas do Governo Regional de coligação (PSD/CDS-PP/PPM), liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, que não tem maioria absoluta no parlamento regional.

Sporting investiga ação da PSP que cegou adepto durante festejos e admite tomar “medidas adequadas”

O Sporting CP informou, esta quarta-feira, que está a investigar o caso do adepto que ficou cego de um olho devido a uma bala de borracha disparada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) durante os festejos do campeonato no último sábado. Através de um comunicado, o clube admite adotar as “medidas adequadas”.

De Alvalade ao Marquês e de rezas viradas para Meca a uma benfiquista em cadeira de rodas. Festejos do Sporting tiveram tudo

“Relativamente ao caso que veio a público envolvendo o adepto Bernardo Topa, e face à gravidade das consequências associadas, o Sporting CP informa que, para além do contacto já estabelecido com o próprio, está a encetar todas as diligências possíveis e necessárias junto das autoridades competentes, com vista à investigação da ocorrência e à adopção das medidas que se revelem adequadas”, escreveram num comunicado. Ainda assim, elogiam “todos os intervenientes que tornaram possível a extraordinária celebração do Bicampeonato”.

A PSP confirmou ao Observador que numa intervenção da Unidade Especial de Polícia houve “necessidade de utilização de meios coercivos por parte da PSP, incluindo o emprego de arma antimotim com recurso a bagos de borracha”.

PSP abre inquérito após adepto do Sporting ter ficado cego de um olho devido a bala de borracha disparada nos festejos

A atuação policial desta noite — que a PSP descreve, inicialmente, como “tranquila e positiva” — contemplou ainda agressões de um agente a um adepto algemado (já tendo sido aberto um procedimento disciplinar) e a perseguição a um grupo que roubou a taça da Liga dos Campeões feminina.

Para evitar novos desacatos, nas vésperas do dérbi da Taça de Portugal que coloca, pela primeira vez desde o jogo do very light, Sporting e Benfica frente a frente no Jamor, os leões apelam “a todos para que adotem uma postura responsável, contribuindo para que o espetáculo seja isso mesmo — um espetáculo — dentro e fora das quatro linhas”.

Entretanto, a polícia instaurou um processo de inquérito aos “polícias intervenientes na reposição da ordem pública na Praça Duque de Saldanha”, onde Bernardo Topa foi atingido.

A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

O adepto tem 28 anos e é natural do Porto, de onde veio para celebrar o primeiro bicampeonato do Sporting em mais de 70 anos. Bernardo trabalha como comissário da TAP, foi nadador-salvador durante uma década e chegou a estagiar na SportingTV, revela o Record.

Inicialmente, segundo o MaisFutebol, as autoridades acreditavam que o sportinguista tinha sido atingido com pirotecnia, já que tinham rebentado vários petardos na zona. No entanto, o relato feito pelo adepto permitiu à polícia relacionar esse ferimento com uma “limpeza de área” que terá culminado na bala perdida que o atingiu.

Bernardo admite processar a PSP e o Estado português por negligência, depois de uma bala ter destruído o seu olho. “Saí dali a correr desesperado com dores e a escorrer sangue”, descreveu ao Record.

Lucros da Sonae aumentam 77% no primeiro trimestre para 43 milhões

Os lucros da Sonae cresceram, no primeiro trimestre deste ano, 77,2%, em termos homólogos, para 43 milhões de euros, adiantou o grupo em comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Este resultado reflete uma melhoria na “rentabilidade operacional dos negócios e revalorizações dos ativos do grupo”, disse a empresa, apontando ainda a “melhoria do desempenho operacional” que compensou “o impacto do aumento das amortizações e dos custos financeiros associados à expansão do portefólio”.

Por outro lado, o volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 23% em termos homólogos para 2,6 mil milhões de euros nos primeiros três meses do ano, “impulsionado por um forte crescimento orgânico nos principais negócios e pela integração de empresas recentemente adquiridas, incluindo a Musti e a Druni”. No retalho alimentar as vendas subiram 7%, apesar dos efeitos “desfavoráveis de calendário (uma vez que 2024 foi um ano bissexto e este ano a Páscoa ocorreu apenas em abril).”

Em comunicado, Cláudia Azevedo, presidente do grupo, é citada realçando “o sólido desempenho do grupo no início de 2025”, e acrescenta: “Todos os nossos negócios cresceram e reforçaram as suas quotas de mercado, em setores muito competitivos e num contexto marcado por elevada volatilidade.”

Randy Pitchford defende-se da controvérsia sobre os “80€ de Borderlands 4”

A polémica em torno de Borderlands 4 intensificou-se após Randy Pitchford, CEO da Gearbox, responder a um fã preocupado com o potencial preço de 80 euros do jogo. “Se fores um verdadeiro fã, encontrarás uma forma de o conseguir”, afirmou Pitchford, desencadeando uma tempestade de críticas nas redes sociais.

“Randy, este jogo não deveria custar 80 euros. Não corras esse risco, muitos jogadores não vão pagar 80 euros e alimentar esta noção de aumento constante dos preços. Tu és o CEO, tens alguma influência no preço junto da editora.” disse um fã.

Em resposta, Pitchford escreveu: “A) Não é decisão minha. B) Se fores um verdadeiro fã, encontrarás uma forma de o conseguir. A minha loja local de jogos tinha Starflight para a Sega Genesis por 80 dólares em 1991, quando eu tinha acabado de sair do secundário e trabalhava com salário mínimo numa gelataria em Pismo Beach, e encontrei forma de o conseguir.”

A editora Devolver Digital, conhecida pelo seu marketing irreverente, aproveitou rapidamente a controvérsia para promover o seu próximo jogo cooperativo Mycopunk, afirmando: “Vais poder comprar Mycopunk para ti e três dos teus amigos pelo preço de uma cópia de BorderlaPitchford respondeu ao comentário da Devolver: “Mycopunk é mais barato que uma dose de metanfetamina – provavelmente tem menos efeitos secundários também!” Esta resposta apenas intensificou as reações negativas.

Confrontado com a polémica crescente, Pitchford partilhou declarações anteriores feitas durante um painel na PAX East, afirmando: “Se querem a verdade, aqui está.”

No evento, Pitchford foi mais nuancado sobre o tema:

“Vou dizer-vos a verdade. Não sei. É a verdade. Vou ser direto. É um momento interessante”, explicou. “Por um lado, temos um mercado competitivo onde as pessoas que tomam essas decisões querem vender o máximo de unidades possível e querem ter cuidado com as pessoas sensíveis ao preço. Há quem não queira ver os preços aumentarem, mesmo quem decide quais são os preços. Por outro lado, há quem aceite a realidade de que os orçamentos dos jogos estão a aumentar, e há tarifas para as embalagens de retalho. Está a ficar complicado lá fora, pessoal. Borderlands 4 tem mais do dobro do orçamento de desenvolvimento de Borderlands 3. Mais do dobro. Portanto, a verdade é que não sei qual será o preço.”

O CEO acrescentou: “Borderlands é incrível e vale a pena.”

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Randy Pitchford
FOTO DE Tommaso Boddi/Getty Images PARA Lionsgate.

Utilizadores nas redes sociais apontaram que esta explicação da PAX East teria sido uma resposta mais adequada desde o início, evitando a atual controvérsia que agora representa um problema significativo para a imagem de Borderlands 4.

A 2K Games, editora do título, deverá anunciar o preço oficial quando as pré-encomendas forem lançadas. Borderlands 4 tem lançamento previsto para 12 de setembro de 2025.


Fã de histórias contadas por apaixonados e de headshots, podem encontrar o Francisco no Instagram.

BYD DOLPHIN SURF chega a Portugal e já o testámos! E o preço pode surpreender

A BYD apresentou oficialmente em Portugal, nesta quarta-feira (21), o novo DOLPHIN SURF. Um compacto 100% elétrico com aspirações citadinas, o novo modelo tem uma proposta difícil de ignorar: conduzir um familiar elétrico por menos de 30 mil euros.

A promessa chamou a atenção e não desiludiu. O 4gnews esteve presente e tive a oportunidade de testar este que é o 10º veículo lançado pela marca em solo português. E posso adiantar: a experiência surpreendeu.

Design moderno e funcionalidade com um toque de diversão

BYD DOLPHIN SURF
Imagem: 4gnews / Joana Pereira

O visual do novo BYD DOLPHIN SURF destaca-se desde o primeiro olhar. A frente apresenta faróis angulares e bem definidos, integrados com luzes de circulação diurna que reforçam a estética desportiva.

Já a traseira inclui um spoiler prolongado e a faixa de luzes traseiras a que a BYD já nos habituou e que percorre toda a largura do veículo, acrescentando largura visual e melhorando a aerodinâmica.

BYD DOLPHIN SURF
Imagem: 4gnews / Joana Pereira

O percurso começou na Arriba de Cascais e permitiu-me dar uma volta pela zona podendo testar vários aspetos da condução. Tal como foi descrito pela marca, este carro é realmente um kart urbano. Com 3.990 mm de comprimento e 2.500 mm de distância entre eixos, tem um tamanho muito bom para a cidade, mas também para os passageiros.

Conforto para o dia-a-dia

BYD DOLPHIN SURF interior
Imagem: Divulgação / BYD

Logo ao entrar no DOLPHIN SURF, senti que a BYD quis surpreender com espaço e conforto num carro tão compacto. A posição de condução é alta, os bancos envolvem bem o corpo e o ecrã rotativo capta imediatamente a atenção. Os bancos desportivos dianteiros, inclusive, consoante a versão, podem incluir regulação elétrica e aquecimento.

Atrás, o espaço para pernas e cabeça acomoda bem até passageiros adultos e, segundo a BYD, podem ser montadas em simultâneo
até três cadeiras de bebé.

BYD DOLPHIN SURF interior
Imagem: 4gnews / Joana Pereira

O volume da bagageira também não compromete: são 308 litros de capacidade, podendo chegar aos 1.037 litros com os bancos traseiros rebatidos. Em geral, sendo uma pessoa que prefere carros pequenos, fiquei muito bem impressionada com este carro que tem tamanho suficiente para jovens famílias.

Habitáculo Inteligente

Passada a surpresa com o espaço interno, devo admitir também: não estava à espera de tantas funcionalidades num carro compacto, pensado para o meio urbano e nestas faixas de preço.

Por exemplo, o ecrã tátil rotativo de 10,1″, que surpreende ao estar disponível inclusivamente na versão base (Active), funciona tanto na vertical como na horizontal e é compatível com Apple CarPlay e Android Auto.

A funcionar como uma central multimédia, este ecrã permite controlo por gestos, barra de atalhos personalizável e até comandos de voz com o simples “Hi BYD”. E há mais: desde que fora de contextos de condução, podes fazer karaoke, jogar alguns jogos de arcade e até aceder ao Zoom e ao YouTube.

A tecnologia NFC permite destrancar o carro com o smartphone ou um smartwatch, e através da app BYD é possível regular a temperatura do interior antes de abrir a porta. Sim, tecnologia para todos os lados.

Já a função Vehicle-to-Load (V2L) permite ainda alimentar dispositivos externos diretamente a partir da bateria do carro, até 3,3 kW — uma funcionalidade prática para os mais aventureiros.

Tecnologia de ponta com ADN BYD para uma condução suave

BYD DOLPHIN SURF
Evento de apresentação do BYD DOLPHIN SURF em Portugal (Imagem: 4gnews / Joana Pereira)

Debaixo da carroçaria está a plataforma e-Platform 3.0, desenvolvida especificamente para veículos elétricos, onde se destaca a Blade Battery. Utilizando uma química LFP (fosfato de ferro e lítio), esta bateria dispensa o uso de cobalto e oferece maior resistência ao calor, prolongando a vida útil.

O modelo está disponível em três versões:

  • Active: bateria de 30 kWh e motor de 65 kW (autonomia combinada WLTP até 310 km, 0-100 km/h em 11,1 s);
  • Boost: mesma motorização, mas com bateria de 43,2 kWh (autonomia até 427 km em cidade, 0-100 km/h em 12,1 s);
  • Comfort: topo de gama, com motor de 115 kW e a mesma bateria de 43,2 kWh (autonomia combinada de 322 km, 0-100 km/h em 9,1 s).

Mesmo a falarmos de um ambiente urbano, a condução é suave e estável. A autonomia também me surpreendeu pela positiva, especialmente no modo urbano.

No centro da motorização está um sistema 8 em 1 integrado num só módulo, que reduz o peso, melhora a eficiência e diminui o espaço ocupado sob o capô.

O carregamento rápido DC varia entre 65 kW (Active) e 85 kW (Boost e Comfort), permitindo recuperar dos 10% aos 80% em apenas 30 minutos, algo que dá mesmo jeito para quem faz viagens mais longas de vez em quando. Em corrente alternada, o carregamento trifásico de 11 kW é padrão em toda a gama.

Tecnologia em nome da segurança

BYD DOLPHIN SURF
Imagem: Divulgação / BYD

A BYD quis realmente colocar este modelo no mercado como um carro para toda a família. E isso reflete-se não apenas no espaço, mas nas tecnologias pensadas para a segurança.

O novo DOLPHIN SURF inclui airbags frontais, laterais e de cortina, além de um completo pacote do Sistema Avançado de Assistência ao Condutor (ADAS) de série.

Entre os recursos do ADAS estão: controlo de velocidade de cruzeiro inteligente, travagem automática de emergência, assistência à saída da faixa de rodagem e controlo inteligente de máximos. Há ainda monitorização da pressão dos pneus, fecho de segurança infantil e chamada de emergência integrada.

Preço e garantia: uma proposta sólida

BYD DOLPHIN SURF
Imagem: 4gnews / Joana Pereira

O DOLPHIN SURF chega a Portugal com três níveis de equipamento e preços (PVP sem despesas de legalização e transporte) bastante abaixo da média do segmento:

  • Active (30 kWh): 20.885 €
  • Boost (43,2 kWh): 24.990 €
  • Comfort (43,2 kWh): 27.990 €

Disponível em quatro cores (Lime Green, Polar Night Black, Apricity White e Ice Blue) e interior bicolor em preto e cinzento, as primeiras unidades serão entregues já em junho. A BYD oferece uma garantia geral de 6 anos, e 8 anos para a bateria e o motor elétrico.

Reconhecido internacionalmente, o modelo foi finalista nos prémios World Car of the Year, na categoria Carro Urbano Mundial de 2024, reforçando o impacto que está a ter junto da imprensa especializada.

Não sendo grande fã de condução, tenho a dizer que fiquei rendida a este carro.

Missa, televisões e André Ventura. Ainda não é tarde para salvar a democracia

O resultado das eleições de dia 18 lembraram-me o livro As Notícias. Um manual de utilização. Nele, Alain de Botton lembra-nos que agora as notícias ocupam nas nossas vidas a mesma posição dominante antes ocupada pelas religiões. Nas sociedades modernas, temos hoje ao ligar a televisão para ver o jornal do dia ou da noite a mesma atenção que outrora se tinha quando se ia à missa. E para muitos, a informação tornou-se num credo filtrado pelas suas ideias: só acreditam nos seus próprios deuses e abominam os dos povos vizinhos.

O calor encolheu o Nemo: peixes-palhaço reagem ao stress térmico para sobreviver

“Nemo encolhido: o peixe-palhaço sobrevive às ondas de calor encolhendo-se”, anuncia o comunicado de imprensa que relata como uma equipa de investigadores das universidades de Newcastle, Leeds e Boston concluiu que esta espécie de peixe − celebrizada no popular filme de animação À Procura de Nemo − possui a capacidade de se encolher, ou seja, a de os peixes ficarem mais curtos, em resposta ao stress térmico. Esta reacção aumenta em 78% as hipóteses de os indivíduos sobreviverem.

Os investigadores das universidades britânicas e norte-americana mediram “o comprimento de 134 peixes-palhaço todos os meses, durante cinco meses, e monitorizou a temperatura da água de quatro a seis dias, durante uma onda de calor marinha”, lê-se no comunicado de imprensa sobre o estudo publicado esta quarta-feira na revista científica Science Advances.

Numa descoberta “emocionante”, acrescenta-se, os resultados do trabalho mostram também que a coordenação é importante para os peixes-palhaço (Amphiprion percula), pois têm mais hipóteses de sobreviver às ondas de calor quando se encolhem ao lado do seu parceiro de reprodução. “Esta é a primeira vez que se demonstra que um peixe de recife de coral reduz o comprimento do seu corpo em resposta a condições ambientais e sociais”, refere a nota da Universidade de Newcastle ​​.

Ao longo dos cinco meses, 101 dos peixes-palhaço encolheram pelo menos uma vez em resposta à onda de calor
Morgan Bennett-Smith

“Não se trata apenas de ficar mais magro em condições de stress, estes peixes estão mesmo a ficar mais pequenos. Ainda não sabemos exactamente como o fazem, mas sabemos que alguns outros animais também o conseguem fazer. Por exemplo, as iguanas marinhas podem reabsorver parte do seu material ósseo para também encolherem durante períodos de stress ambiental”, adianta Melissa Versteeg, estudante de doutoramento da Escola de Ciências Naturais e Ambientais da Universidade de Newcastle, que liderou o estudo.

Como encolhem?

No artigo publicado esta quarta-feira na Science Advances, os autores dão mais detalhes: a descoberta foi feita durante ondas de calor marinhas extremas nos recifes de coral do Indo-Pacífico. Os investigadores monitorizaram 67 casais reprodutores selvagens de peixes-palhaço na Baía de Kimbe, na Papua-Nova Guiné, de Fevereiro a Agosto de 2023, durante o quarto evento mundial de branqueamento de corais, quando as temperaturas da Baía de Kimbe excederam a média preexistente em 4 graus Celsius, descreve o estudo.

Em média, a redução do comprimento do peixe situou-se entre os 50 e 83 milímetros. “O nosso estudo não inclui informações sobre o mecanismo de encolhimento, mas estudos anteriores sobre o crescimento de vertebrados podem fornecer algumas informações sobre os custos fisiológicos de ser grande à medida que as temperaturas aumentam”, lê-se no artigo.

A equipa acompanhou 67 casais reprodutores selvagens de peixes-palhaço na Baía de Kimbe, Papua-Nova Guiné
Morgan Bennett-Smith

Reduzir o comprimento do corpo através da reabsorção de tecidos, em oposição à simples perda de peso, pode ser adaptativo”, referem os autores, observando que a reabsorção pode ser uma forma de se ajustar às mudanças nas necessidades metabólicas. Em alternativa, o efeito do stress térmico pode ser indirecto, “mediado por alterações na disponibilidade ou composição dos alimentos”.

A plasticidade do crescimento e do tamanho em resposta à variação da temperatura será especialmente útil para organismos que estão muito ligados ao local e não podem regular o stress térmico a nível do comportamento e que vivem perto do seu máximo térmico em ambientes flutuantes. Este é o caso do peixe-palhaço, que está obrigatoriamente associado a anémonas hospedeiras em ecossistemas tropicais de águas pouco profundas, referem os cientistas, que admitem que esta redução de tamanho em resposta ao stress térmico possa ser encontrada noutras espécies tropicais de corpo pequeno e ligadas ao local.

Com os resultados das medições mensais, os autores afirmam ter encontrado uma relação causal entre o calor excessivo das águas e o encolhimento. “Ao longo dos meses, 101 dos peixes-palhaço encolheram pelo menos uma vez em resposta ao stress térmico”, escrevem no artigo, acrescentando que esta reacção aumentava a probabilidade de sobrevivência dos peixes até 78%, em comparação com os 33 peixes que não encolhiam.

“Em conclusão, uma resposta plástica de crescimento individual ao stress térmico, condicionada pelo ambiente social, pode levar a benefícios de sobrevivência a curto prazo. Se esta plasticidade fosse generalizada nos peixes, poderia ter consequências marcantes para as populações e comunidades à medida que as ondas de calor se tornam mais frequentes”, concluem.

O peixe-palhaço está associado anémonas hospedeiras em ecossistemas tropicais de águas pouco profundas
Morgan Bennett-Smith

Um pau de dois bicos

E, ao que parece, reduzir de tamanho será um pau de dois bicos para os peixes-palhaço. Pode ser bom: “O lado positivo do encolhimento para a população é que reduz a taxa de mortalidade durante o evento de stress térmico, o que pode facilitar a persistência da população durante as ondas de calor marinhas que estão a aumentar em frequência e intensidade nos oceanos tropicais.” Mas também pode ser mau: “A desvantagem do encolhimento da população é a diminuição da taxa de natalidade à medida que os peixes se tornam mais pequenos, uma vez que o rendimento reprodutivo está relacionado com o tamanho do corpo das anémonas e da maioria dos outros peixes.”

Seja como for, não é um fenómeno inédito. “A redução do tamanho do corpo foi considerada a terceira resposta ecológica universal ao aquecimento global, juntamente com as mudanças na distribuição das espécies e as alterações na fenologia”, escrevem os autores no artigo publicado.

Regressando à nota de imprensa, Melissa Versteeg não disfarça o entusiasmo: “Ficámos tão surpreendidos com o encolhimento destes peixes que, para termos a certeza, medimos cada indivíduo repetidamente durante um período de cinco meses. No final, descobrimos que era muito comum nesta população.”

Theresa Rueger, professora catedrática de Ciências Marinhas Tropicais e autora principal do estudo, acrescenta que os resultados mostram “que os peixes podem encolher-se em resposta ao stress térmico, que este é ainda mais afectado por conflitos sociais, e que a contracção pode melhorar as suas hipóteses de sobrevivência”. Se esse encolhimento a nível individual fosse generalizado e ocorresse entre diferentes espécies de peixes, nota a bióloga, “poderia constituir uma hipótese alternativa plausível para explicar por que razão o tamanho de muitas espécies de peixes está a diminuir, sendo necessários mais estudos nesta área”.

No artigo, os cientistas rematam: “Esta é a extraordinária plasticidade de crescimento em resposta ao stress térmico que demonstramos aqui: os indivíduos adultos encolhem.”

Trump acusa África do Sul de genocídio contra brancos em encontro tenso com presidente

O que se passou na Casa Branca esta quarta feira Encontro entre Donald Trump e Cyril Ramaphosa teve direito a vídeos e muito constrangimento. As luzes apagaram-se na Casa Branca esta quarta feira, quando o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa foi surpreendido com um conjunto de vídeos escolhidos pelo presidente dos EUA. As imagens mostravam protestos contra, segundo Donald Trump, fazendeiros brancos que vivem no país africano. Nos vídeos grupos de manifestantes cantavam uma polémica música contra o Apartheid, que menciona “matar fazendeiros”. “Estas são pessoas que são autoridades e estão a dizer… matem os fazendeiros brancos e tomem as suas

Cinco detidos e 7,3 toneladas de canábis apreendidas na operação “Erva Daninha”

A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu 7,3 toneladas de canábis e 411 mil euros na operação de terça-feira contra o tráfico de droga através de plantações legais de canábis, que culminou com cinco detidos, disse fonte da instituição.

Segundo a mesma fonte, foram ainda apreendidos na operação “Erva Daninha” 12 veículos e 11 armas.

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No total, foram realizadas 64 buscas no continente e na Madeira, seis em Espanha, uma na Bulgária e outra no Chipre.

“A organização criminosa em causa, conhecendo as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportação de canábis medicinal em Portugal, adquiria empresas farmacêuticas, depois criava sociedades comerciais licenciadas para o comércio por grosso, importação e exportação de canábis medicinal, acabando, na realidade, por enviar vários milhares de quilos de canábis para mercados ilícitos utilizando documentação de certificados falsos“, referiu na terça-feira, em comunicado, a PJ.

O destino da droga seriam os mercados europeu e africano e a atividade duraria há alguns meses.

A investigação começou no início de 2022, no âmbito da cooperação com as autoridades espanholas, e tinha, numa primeira fase, culminado na apreensão de “um total de cerca de 1.200 quilos de anfetaminas (3-CMC e 3-MMC)“.

O inquérito é titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, tendo participado na operação de terça-feira cerca de 300 inspetores, 48 peritos e 24 seguranças da PJ, seis magistrados do Ministério Público e três juízes.

Gestor do terminal rodoviário de Sete Rios tem de dar acesso à FlixBus, diz regulador

A Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT) determinou ao operador do terminal de Sete Rios em Lisboa que garanta o acesso à empresa FlixBus que opera serviços rodoviários de longo curso entre várias cidades. Esta decisão do regulador dos transportes surge na sequência de um recurso apresentado pela FlixBus face à ausência de decisões ou decisões de recusa de acesso a vários terminais rodoviários, entre os quais o de Sete Rios.

Em comunicado, a AMT diz que, após a análise dos argumentos, “não foi provado o esgotamento da capacidade do terminal e foi confirmada a existência de capacidade disponível — também pelo Município de Lisboa —  pelo que foi determinado que o gestor do terminal deve facultar o acesso ao terminal, dentro dos horários disponíveis, não podendo tal ser negado, a todos os operadores que o requeiram”.

O terminal de Sete Rios é operado pela RNE (Rede Nacional de Expressos) que é a maior concorrente da FlixBus nos trajetos de longo curso em autocarro. Além de Lisboa, a FlixBus identificou mais sete terminais nas cidades de Évora, Portimão, Leiria e Fátima, Tomar e Abrantes, Caldas da Rainha, Coimbra e Faro onde estaria a enfrentar dificuldades de acesso. Esta informação foi prestada em setembro de 2021, tendo sido considerada no relatório da ação de supervisão levada a cabo pela AMT aos gestores de interfaces de serviço rodoviário e às respetivas condições de acesso, divulgado em agosto do ano passado.

A FlixBus é uma empresa alemã que entrou em Portugal em 2017 e que tem tido forte crescimento na oferta de transporte de longo curso dentro do país e para destinos europeus. Em Lisboa, a empresa usa o terminal de autocarros da Gare do Oriente e também uma paragem em frente ao Jardim Zoológico na zona de Sete Rios que fica fora do terminal.

O acesso a terminais apenas pode ser recusado em caso de comprovada incapacidade para receber serviços adicionais. A AMT é a instância de recurso contra eventuais decisões desfavoráveis ou com falta de fundamentação.

A Rede Nacional de Expressos (RNE) tem um prazo de dez dias para publicitar no seu site informação sobre as taxas de ocupação do terminal para que a FlixBus ou outros operadores possam apresentar pedidos de acesso fundamentos. Nesse prazo terá ainda de responder ao pedido de acesso feito pelo operador concorrente, fundamentando o grau de ocupação e disponibilidade da infraestrutura nos horários solicitados, e comunicar os horários ocupados e os disponíveis, bem como os critérios para a sua atribuição.

O regulador dos transportes diz ainda que vai levar a sua decisão à Autoridade da Concorrência para esta avaliar a existência de “eventuais práticas restritivas da concorrência”. E avisa que existe a obrigação dos gestores de terminais rodoviários em todo o país de publicarem regulamentos com informação atualizada sobre a ocupação do terminal, horários disponíveis e critérios de alocação. As infrações ao cumprimento destas regras constituem contraordenações.

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