Um invasor a ameaçar árbitros, Hjulmand visado por benfiquistas, Esgaio expulso e críticas a Pinheiro: o que não se viu na TV após o dérbi

A certa altura da segunda parte, já depois do golo do empate de Kerem Aktürkoglu, a polícia de intervenção começou a sair pela porta da maratona a colocar-se em torno de todas as bancadas, sobretudo aquelas onde se concentram as duas claques do Benfica. À partida, e qualquer que fosse o desfecho, o impedimento de qualquer tipo de invasão estava garantido. Assim foi, quase a 100%. No entanto, nem por isso o final do dérbi foi pacífico. Longe disso. E entre um adepto em campo e muitos empurrões, até um vermelho houve.

Tudo começou exatamente com os capitães, Hjulmand e Otamendi. Estavam ambos perto do árbitro João Pinheiro quando o juiz da Associação de Futebol de Braga apitou pela última vez, o médio leonino terá feito algum gesto de resposta a algo que ouviu e o central encarnado foi atrás do dinamarquês que entretanto já tinha virado costas para ir até à zona onde se concentravam os adeptos verde e brancos. Arthur Cabral foi também tentar falar com o escandinavo, que entretanto estava “protegido” por um elemento da equipa técnica de Rui Borges, mas o número 42 nem olhou para trás e seguiu daquela zona.

Atrás de si, o caldo tinha entornado. Vários jogadores das duas equipas iam trocando empurrões, alguns suplentes do Benfica ainda tentaram ir novamente atrás de Hjulmand e no meio da confusão houve mesmo um cartão vermelho que só mais tarde se perceber ter sido para Ricardo Esgaio, uma das unidades da equipa do Sporting que não foram utilizadas no dérbi. Só aí os ânimos começaram a serenar, com elementos do Benfica a tirarem os jogadores da casa dela zona e os do Sporting a festejarem o empate com os adeptos que se deslocaram à Luz. No entanto, ainda havia um pouco mais para contar do epílogo do encontro.

Entre esses episódios, um adepto com alguma idade entrou em campo e foi em direção a João Pinheiro, com Kökçü a ser o primeiro a detetar o “intruso” e a pedir-lhe para ter calma. Antes, essa mesma pessoa já tinha estado de dedo em riste para o árbitro, que nem se terá apercebido ser alguém que saltara da bancada, e a ameaçar o quarto árbitro, como se viu num outro vídeo mais tarde. Esse adepto seria depois retirado por um steward para a zona da bancada central mas ninguém se apercebeu ao certo de onde tinha surgido.

Também os jogadores e a estrutura técnica do Benfica não pouparam João Pinheiro depois desse momento de tensão, deixando críticas à atuação do árbitro que entretanto tinha também alguns agentes de segurança à sua volta. A equipa de arbitragem foi mesmo a primeira a sair do relvado da Luz, sob um enorme coro de assobios que apenas pararam quando entrou no túnel e que passaram a palmas quando os jogadores da casa saíram também para os balneários. Já os jogadores do Sporting foram os últimos a deixar as quatro linhas, numa fase de maior descontração e quando muitos adeptos já se encaminhavam para a saída.

Direita “não sabe o que é o trabalho”, acusa Mariana Mortágua

Ao oitavo dia de campanha, a líder do Bloco de Esquerda (BE), Mariana Mortágua foi direta ao assunto para criticar a direita que “não sabe o que é o trabalho”. O alvo foi a Iniciativa Liberal, o partido que, diz, propõe cortar na despesa da administração pública.

“O problema é que a IL não faz ideia do que faz um trabalhador do Estado, porque não vê o trabalho e, por isso, pode dizer que cortava não sei quantos milhões em funcionários administrativos, sem querer saber o que fazem, quem são e o que é que é o Estado”, começou por atirar Mortágua durante o discurso, este sábado, na associação de moradores da Bouça, no Porto.

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A direita “não vê o trabalho, nem os trabalhadores, não sabe o que é o trabalho”, apontou.

Mas, Mariana Mortágua fez questão de explicar dando o exemplo da Dona Isabel, funcionária administrativa numa escola. A mesma, acrescentou, que “trabalhou todos os fins de semanas para garantir que os professores que foram recolocados tinham salário certo no escalão, certo, no momento certo”, explicou. “É isto que ela faz”, dirigindo se ao líder dos liberais, Rui Rocha.

Para Mariana Mortágua, há muito que a direita trocou o vocabulário. “Reparem, como a direita fala sobre milionários, empresas, consumidores, mas nunca fala em trabalhadores. Não há trabalhadores para a direita. Somos consumidores”, notou para , logo, apelar ao voto dos “trabalhadores invisíveis” no dia 18 de maio.

“No dia do voto somos iguais. Todos valemos o mesmo. É por isto, apelamosa quem tem uma vida difícil e é invisibilizado que vote em que os vê e vê o trabalho”.

Casa-Abrigo, uma série no IndieLisboa para depois ver em casa — onde a violência doméstica acontece

Casa-Abrigo é uma minissérie sobre violência doméstica que não mostra a violência doméstica. Mostra a sobrevivência doméstica, numa nova casa onde se reúnem várias mulheres diferentes mas unidas por serem parte da estatística — no ano passado, mais de 30 mil pessoas apresentaram queixa por violência doméstica; 22 morreram, 19 das quais mulheres. O autor Márcio Laranjeira vem do cinema mas fez uma série, cujos dois primeiros episódios passam domingo no IndieLisboa. “Quero chegar às pessoas que não estão a ir ao cinema, quero chegar às casas”, diz ao PÚBLICO, porque sabe que é lá que está parte do seu público potencial e desejado. “Ao ver isto na televisão, alguém vai reconhecer coisas que nem sequer percebe que são violência.” E que lhes podem estar a acontecer a elas.

Ainda sem data de estreia marcada, mas produzida pela Fado Filmes e pela RTP, Casa-Abrigo vai chegar à televisão pública. Até lá, estes dois episódios que o Indie mostra no seu dia de encerramento permitem perceber o projecto de Márcio Laranjeira, que é autor, argumentista e realizador de uma série que começou a escrever durante a pandemia. Estava em casa e escreve sobre uma realidade que lhe é próxima, vivida. Tanto quanto as histórias das cinco mulheres em que se centra Casa-Abrigo, que foi recolhendo e costurando em compósitos que são Vera (Maria João Pinho), Madalena (uma inflamada Leonor Silveira), Conceição (a contagiante Filomena Gigante), Gabriela (a enérgica Rita Cabaço) e Joana (a psicóloga da casa, interpretada por Ana Sofia Martins).

Márcio Laranjeira conhece o terreno que pisa, não só pela experiência mas pela responsabilidade. Até às vésperas da estreia da série é interpelado sobre a forma como, por exemplo, retrata as casas-abrigo, onde as vítimas de violência doméstica podem procurar refúgio. “É uma solução”, descreve, que quer representar de forma equilibrada para ser “socialmente responsável” — nem um pesadelo, nem o céu. Trabalhou com a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), falou com muitas pessoas afectadas por esta epidemia, por vezes silenciosa, da violência doméstica, visitou casas-abrigo. Quis retratar uma variedade de tipos de violência, e para isso encontrou o seu elenco. Ainda assim, sente que não conseguiu “uma tipificação mais variada do que aquilo que seria suposto”, notando que tem, sim, “um conjunto de mulheres brancas, nenhuma delas tem o filho na casa, o que é uma coisa muito típica”, exemplifica.

João Nunes Monteiro e Leonor Silveira em Casa-Abrigo
Fado Filmes

Ainda assim, tem o seu foco bem definido, tanto enquanto profissional quanto agente social contra a violência: “Fala-se bastante, até, de violência doméstica na televisão. Mas fala-se do que o agressor fez. As mulheres não têm nome. E das mulheres com quem falei, algumas queriam mesmo que as suas histórias fossem contadas. Daí os episódios marcarem muito o nome delas”, explica. O genérico remata com um quadro ilustrado com o nome de cada uma das personagens em quem incide mais o foco. “Tenho a certeza de que se chega ao fim do sexto episódio a saber o nome destas personagens”, afiança Laranjeira.

Voltemos ao princípio. Márcio Laranjeira, nascido em 1982, assinou duas curtas-metragens, Fuera de Cuadro e La Ilusión te Queda, bem como a longa portuguesa Uma Rapariga da Sua Idade. Gosta de trabalhar identidade, perspectiva, inspirando-se em histórias reais. Voltou-se para a televisão porque quer chegar às pessoas que bem conhecem e aos meios de onde vem onde não há uma relação com o cinema. “Simplesmente isso não faz parte da nossa cultura, não existe. É quase como a universidade, não existe.” Não existe como perspectiva porque não há acesso. “O cinema nem é um lugar”, constata, pragmático.

Com o fecho de dezenas de salas desde a crise de 2009 e a concentração em multiplexes nas capitais de distrito, “o cinema não construiu sequer essa ponte como um sítio” e, opina, desintegrou-se na lista dos hábitos culturais de muita população. Fazer Casa-Abrigo lá para casa é endereçar a série a quem está nas Casas-Abrigo e a quem está no sofá a viver a sua vida, seja ela qual for.

As mulheres que colocou frente à câmara trabalharam com ele na construção das suas personagens em “diálogo” pleno. Márcio Laranjeira sabe quão “delicadas” eram as representações das suas personagens e por isso teve processos de casting completamente diferentes para cada uma, entre audições e visitas pessoais, castings gerais. E assim encontrou, por exemplo, “o coração da série” — Conceição —, a jovem — Rita Cabaço —, ou a figura num espaço limiar — Vera —, que diz muito da temática central de Casa-Abrigo: “A perda de identidade destas mulheres, que não percebem sequer como chegaram àquele ponto”, remata o autor.

Lago das Medusas: vai um mergulho por cima das águas mais tóxicas do mundo?

O Lago das Medusas, em Palau, é o lar de milhões de medusas douradas. Nestas águas, nem as medusas se atrevem a ir abaixo dos 15 metros – onde a água está saturada com um gás extremamente venenoso. O Lago das Medusas é uma piscina de água salgada na ilha de Eil Malk, em Palau, repleta de medusas douradas (Mastigias papua etpisoni) — uma subespécie que não é encontrada em mais lado nenhum da Terra. O local é muito requisitado pelos mergulhadores mais aventureiros, que têm a possibilidade de nadar com milhões de medusas. De acordo com a Coral Reef

Nota 4 para João Pinheiro. “Tomou boas decisões em lances difíceis”

O videoárbitro Bola Branca, Tiago Rocha, dá nota 4 a João Pinheiro, árbitro do Benfica-Sporting, partida da 33.ª jornada da I Liga.

O especialista da Renascença em arbitragem considera que o árbitro “tomou boas decisões em lances difíceis”.

A equipa de arbitragem esteve “sempre bem” em todos os lances nas duas áreas ao longo do encontro da Luz, incluindo ao minuto 25 quando Otamendi se queixa de encontrão de Debast. “Otamendi projeta-se e deixa-se cair”.

Na segunda parte, nota para dois cartões amarelos não mostrados a Maxi e Quaresma.

Posto isto, nota 4.

Dentro das quatro linhas, o Benfica e o Sporting empataram 1-1.

Papa Leão XIV visita o túmulo de Francisco na Basílica de Santa Maria Maior

Depois de uma visita ao Santuário dedicado a Nossa Senhora do Bom Conselho, em Genazzano, nos arredores de Roma, o Papa Leão XIV decidiu passar pela Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, onde parou para rezar diante do túmulo do Papa Francisco e do ícone de Nossa Senhora.

No local, Leão XVI foi aclamado por fiéis e deixou uma rosa branca no túmulo de Francisco.

As imagens foram partilhadas pelo Vaticano e incluem uma em que o Santo Padre surge ajoelhado junto do local onde Francisco foi sepultado no passado dia 26 de abril.

Em Genazzano, Leão XIV visitou de surpresa um santuário a cargo dos agostinianos, a Ordem religiosa a que pertence o novo Papa.

Apanhadas de surpresas, dezenas de habitantes saudaram alegremente o novo Papa que, nesta visita, pediu certamente bom conselho a Nossa Senhora e aproveitou para cumprimentar várias pessoas que se aglomeraram junto à igreja, acarinhando um recém-nascido e uma mulher portadora de deficiência qua trazia uma criança ao colo.

O Papa entrou na igreja, onde saudou todos os presentes e rezou, primeiro diante do altar e depois diante da imagem da Virgem, onde recitou a oração de João Paulo II à Mãe do Bom Conselho.

Empate na Luz deixa leão na “pole position”

Empate. O dérbi do Estádio da Luz entre Benfica e Sporting terminou com igualdade a uma bola, pelo que a decisão do título fica para a derradeira jornada. Os “leões” estão em vantagem e, se vencerem em casa o Vitória SC (ou igualarem o resultado das “águias” em casa) sagram-se bicampeões nacionais. Seja como for, este foi um jogo de grande qualidade, intenso, com ocasiões, emoções e um ambiente daqueles que… deviam ser sempre assim. Empolgante desde o início Grande ambiente no Estádio da Luz e primeira parte de grande qualidade. O Sporting só precisava de um empate para entrar

O círculo de compensação eleitoral e a alternativa ao bloco central. Tavares encosta PS à parede

É o “objetivo maior”, assumiu Rui Tavares este sábado, mas o PS vai ter de ceder a condições. O porta-voz do Livre está cada vez mais empenhado em mostrar como uma alternativa de governação à esquerda é possível e vai dando passos concretos do que espera dessa nova geringonça, com o objetivo aparente de querer pressionar Pedro Nuno Santos.

“Se Pedro Nuno Santos quer ser primeiro-ministro, Pedro Nuno Santos vai ter de discutir o círculo de compensação nacional”, afirmou, de forma convicta, o líder do Livre, em resposta a Pedro Nuno Santos que, em entrevista à Renascença, rejeitou essa hipótese, dizendo que dificultaria uma derrota da AD.

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Tavares esclarece que este não é um dos sete pontos essenciais para começar a negociar (onde se encontram, entre outras, a defesa do SNS e audições parlamentares prévias aos nomeados como ministros), mas garante que é uma condição para se formar um governo justo e que olhe para os problemas das pessoas.

“Basta desta injustiça de termos os portugueses a viver num país de dois sistemas. Porque nós temos dois sistemas políticos. Não há outra maneira de dizer isto. Nós temos multipartidarismo no litoral e depois temos bipartidarismo no interior”, defendeu, para, nas entrelinhas seguintes, acusar o PS de incoerência: “Nos Açores, o PS governou durante 16 anos e não se queixou do círculo de compensação a nível regional”.

Esta medida, cujo debate na sociedade civil se tem acentuado nos últimos anos, consiste na criação de mais um círculo eleitoral, a partir do qual se elegeriam deputados para o parlamento com os chamados “votos desperdiçados”, ou seja, os boletins que não se traduzem em eleitos nos círculos tradicionais.

Para Rui Tavares, esta matéria serviu também para expandir o leque de críticas que tem feito à Iniciativa Liberal (IL), o principal alvo desde o início de campanha.

Após a visita a uma cooperativa no concelho de Sintra, Tavares mostrou-se ciente de que a criação de mais um círculo eleitoral está dependente também do aval do PSD. E, para esse objetivo, a IL podia “estar a fazer mais”, colocando também a questão como uma condição para um possível acordo com a AD.

Quem nos dera a nós que a IL tivesse a mesma força de dizer ao PSD: ‘Meus caros amigos, querem um governo? Então têm de discutir o círculo de compensação nacional’”, desafiou.

A recusa do bloco central e a arrogância de Costa

A hipótese tem sido rejeitada por Pedro Nuno, para Luís Montenegro nem se equaciona e, na leitura de Rui Tavares, é um absurdo: ter uma solução de bloco central seria “indesejável” para o país. Mas, perante a abertura recorrente do líder do PS a dialogar com a AD, o porta-voz do Livre prefere renovar o alerta.

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“Uma das hipóteses que está em cima da mesa, e essa é indesejável para o país, é um bloco central, porque entrega a oposição à extrema-direita”, alertou, durante a visita à feira de Alverca este sábado.

O porta-voz do Livre não aprofunda o tema, mas aproveita-o para insistir que o próximo governo “tem de respeitar o parlamentarismo” e que tem de saber dialogar com o parlamento. E, numa altura em que assume que a grande estratégia é roubar votos à direita, Tavares parece piscar o olho e mostrar-se como a alternativa confiável aos eleitores que fugiram da esquerda depois da maioria absoluta de António Costa.

“Está na raiz dos nossos problemas termos tido um governo de António Costa. Tinha a arrogância da maioria absoluta e não ligava ao Parlamento e nós criticávamos António Costa por isso. E depois, com o governo de Montenegro, que nem tem a maioria absoluta, governou com uma arrogância, pouco falando com o Parlamento”, atirou.

Primeira prova do “combate ao anticiganismo”

O porta-voz do Livre completou a tríade. Além das críticas à IL pela falta de compromisso na revisão da lei eleitoral e dos ataques à AD pela “arrogância”, Rui Tavares também não deixou o Chega escapar ileso este sábado.

De visita à feira de Alverca, e numa altura em que André Ventura já se envovleu em trocas acesas de palavras com a comunidade cigana nesta campanha eleitoral, Rui Tavares cruzou-se com comerciantes ciganos, logo numa das primeiras bancas onde parou para distribuir panfletos. Lindo Cambão não hesitou.

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“Espero mais força vossa para combater André Ventura, esse senhor está a trazer ódio para Portugal, os nossos filhos não têm segurança por causa desse senhor”, afirmou, para rapidamente acrescentar que, apesar das queixas, não dá troco: “Isto é como os cães: se não lhes ligar, eles não mordem”.

Lindo trabalha na Câmara Municipal de Torres Vedras, aos fins-de-semana ajuda a família na feira e, na essência, diz ter a vida orientada. Mas sabe que não é assim com todos. “Se um cigano for pedir emprego a um café eles não lhes dão, tem de esconder a sua identidade”, sublinha.

Logo ao lado, Adelino Silva complementa: “Se eu quiser comprar um apartamento, eu não posso dar a cara. Tem de ir um advogado e eu só vou no dia em que é para assinar o contrato”, disse, olhos nos olhos, a um Rui Tavares que ia anuindo com a cabeça e que recuperou a promessa de sexta-feira em Almada: o combate ao anticiganismo.

“É alguém que quer subir, ficar mais famoso, ter mais poder, à conta de rebaixar aqueles que muitas vezes já são estigmatizados”, criticou.

“Os jogadores fizeram tudo o que pedi e foram fantásticos”. Lage assumiu “responsabilidade” e criticou jogo com “muitas faltinhas”

Era um jogo em que era proibido perder. O Benfica entrou em campo a precisar de ganhar ao Sporting para saltar para a frente do Campeonato Nacional e, quiçá, sagrar-se campeão já este sábado, mas a tarefa começou virada do avesso, depois de Trincão ter faturado logo nos primeiros minutos. A partir daí, voltou à tona um banco de suplentes encarnado muito nervoso e a contestar praticamente todas as decisões do árbitro João Pinheiro, algo que parece ter passado intranquilidade para dentro de campo e levou à expulsão do adjunto Luís Nascimento ainda na primeira parte. Na segunda metade, Aktürkoglu ainda empatou a partida, mas o Benfica sai do Estádio da Luz sem depender de si para chegar ao título (1-1).

O duelo entre o não conseguir mais e o não querer mais (a crónica do Benfica-Sporting)

Apesar das circunstâncias, Bruno Lage apresentou-se na flash-interview com algum atraso e numa fase em que Rui Borges já se encontrava a na sala de conferências de imprensa, mas mostrou-se agradado com o que a sua equipa apresentou dentro de campo. Depois de agradecer “o fantástico apoio dos adeptos”, o técnico assumiu “a responsabilidade do empate”. “Os jogadores fizeram tudo o que pedi e foram fantásticos. A partir do primeiro golo fomos a equipa que mais quis ganhar o jogo. Estou orgulhoso dos meus jogadores. Fica tudo para a última jornada, sabemos que não dependemos de nós, mas queremos vencer em Braga”, acrescentou.

Quanto à mudança tática, com a entrada de Belotti e, mais tarde, de Arthur Cabral, o técnico encarnado referiu que a equipa tinha de “tentar marcar” e assegurou que tem “vindo a preparar” o sistema com “dois avançados”. “Tínhamos preparado [a equipa] para jogar com dois [avançados] em simultâneo. Contra uma linha de cinco, era importante povoar as costas dos médios. O mais importante é ter a noção que os jogadores fizeram tudo o que pedi. Os jogadores tiveram uma entrega fantástica e isso é o mais importante. Estou aqui a assumir o empate e orgulhoso deles”, voltou a frisar.

Questionado sobre um eventual penálti de Debast sobre Otamendi, Lage fintou a questão e optou por “partilhar o que disse ao árbitro”. “São muitas faltinhas. Quando o jogo está corrido… foi exagerado. Temos 24 faltas para aquilo que foi o jogo. Quebra as transições e o ritmo do jogo. O mais importante foi aquilo que fizemos”, concluiu, depois de ter somado o terceiro encontro sem vencer o Sporting na presente temporada — perdeu em Alvalade (1-0) e empatou na Taça da Liga (1-1, 7-6 g.p.) e na Luz (1-1).

Rui Borges. “Sporting depende só de si”

O treinador do Sporting, Rui Borges, elogia a competitividade do jogo contra o Benfica e lembra que os leões só dependem de si para ganhar o campeonato.

A partida

“Foi um jogo muito competitivo, num ambiente difícil. Soubemos controlar as emoções e chegámos ao golo cedo. Demos um pouco mais de bola ao Benfica. Mas o compromisso permaneceu. Faltou clarividência em momentos de transição, no terço final. Acima de tudo, um jogo muito competitivo, como se esperava. Valorizo a atitude da equipa.”

Debast/Morita

“Debast? Olhei ao momento dos jogadores, o Morita vem de um período de paragem. Sabíamos que o jogo seria intenso até aos 20 minutos. Jogar com o Morita poderia permitir o crescimento físico do Benfica. O Debast tem sido importante.”

Sporting sai na frente e a depender só de si

“Sabemos que dependemos só de nós. É bom sentir isso, partimos para o último jogo na nossa casa. E não há palavras para descrever a onda verde. Mas, não nos devemos esquecer que vamos defrontar uma belíssima equipa [V. Guimarães].”

Benfica e Sporting empataram 1-1 na Luz.

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