Seis seguranças de discoteca de Lisboa detidos após agredirem clientes

Seis seguranças de um estabelecimento de diversão noturna de Lisboa, na zona do Cais do Sodré, foram detidos e suspensos de funções por serem suspeitos de agredir clientes, divulgou este sábado o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis).

Em causa estão duas situações ocorridas no mesmo estabelecimento de diversão noturna, nos dias 20 e 27 de abril, segundo refere, em comunicado, o Cometlis.

Os detidos, com idades compreendidas entre os 25 e os 48 anos, são suspeitos da prática de dois crimes de ofensas à integridade física qualificada.

A primeira situação teve lugar no dia 20 de abril e teve como vítimas cinco turistas de nacionalidade inglesa, impedidos pelos seguranças de entrar no espaço noturno.

“Após um breve diálogo entre os turistas e os vigilantes, sem que nada o fizesse prever um dos vigilantes desfere um soco na face de um dos turistas, tendo, de seguida, surgido mais cinco ou seis indivíduos, possivelmente seguranças daquele estabelecimento, que atacaram o grupo de cinco amigos com vários socos e pontapés”, relata a PSP.

Uma das vítimas ficou com “hematomas e escoriações no corpo todo e a segunda fraturou a tíbia, perónio, tendo sido internado e submetido a cirurgia ortopédica e maxilo-facial”.

A segunda situação ocorreu no dia 27 de abril no interior do mesmo estabelecimento e teve como vítimas dois clientes ingleses.

Segundo explicou a PSP, tudo começou após os seguranças terem exigido aos dois turistas o pagamento de 30 euros, alegando tratar-se do valor de consumo mínimo.

“Ambos ter-se-ão recusado a pagar o que lhes era exigido, justificando que apenas tinham bebido uma cerveja, e que ninguém lhes explicou o consumo mínimo quando lhes entregaram os cartões à entrada da discoteca. Em ato continuo a esta troca de palavras, ocorrida sempre em inglês, três seguranças que ali se encontravam cercaram as vítimas e começaram a desferir socos numa das vítimas”, descreve a nota.

A estas sucederam-se mais episódios de agressão, segundo prossegue a PSP.

“Ambas as vítimas ficaram com hematomas e escoriações na zona da face e cabeça e uma delas ficou com o braço fraturado, sendo sido internado e submetido a cirurgia”, descreve a PSP.

Os detidos já foram presentes a Tribunal para aplicação das respetivas medidas de coação, tendo ficado sujeitos a apresentações periódicas e proibição do exercício.

Santa Clara vence e continua na luta pela Europa

O Santa Clara mantém-se na luta pelo quinto lugar, o último de acesso às competições europeias, ao vencer hoje na receção ao Famalicão, por 2-1, em jogo da 33.ª e penúltima jornada da I Liga de futebol.

Wendel Costa marcou os dois golos da equipa de Ponta Delgada, aos 23 e 81 minutos, enquanto Gustavo Sá ainda empatou pelo meio, aos 58, num encontro em que as duas formações terminaram reduzidas a 10 elementos, face às expulsões de Vaclav Sejk nos famalicenses, aos 46, e Sidney Lima nos açorianos, aos 83.

Com esta vitória, o Santa Clara mantém-se na sexta posição, com 54 pontos, em igualdade com o Vitória de Guimarães, que é quinto classificado e que joga no domingo com o Farense, sendo que basta um triunfo aos vitorianos para segurarem a derradeira vaga para a Europa. Já o Famalicão somou o quarto encontro seguido sem vencer e é sétimo colocado, com 44 pontos.

Veja o resumo da partida:

E se as cidades tivessem mais do que uma baixa Tóquio está a fazê-lo

Enquanto os centros de todo o mundo lutam para recuperar dos impactos do trabalho à distância e da pandemia, Tóquio lidera uma revolução silenciosa e pergunta ao mundo: o que é — ou o que pode ser — uma baixa A capital japonesa abraçou a transformação e está a levar a cabo um enorme projeto de descentralização: um mosaico de centros urbanos distintos, cada um projetado para apoiar diferentes indústrias e estilos de trabalho. Tóquio está a deixar para trás o seu distrito financeiro — área urbana que funciona como principal polo financeiro e comercial de uma cidade — para

Nuvem tóxica obriga confinamento de 160 mil pessoas na Catalunha

Cerca de 160 mil pessoas receberam uma ordem de confinamento na madrugada deste sábado na Catalunha devido a uma nuvem tóxica de cloro causada por um incêndio num armazém de produtos de limpeza para piscinas em Vilanova i la Geltru, a 48 quilómetros de Barcelona. Residentes de cinco municípios foram aconselhados a permanecer dentro de casa: Cubelles, Roquetes, Vilanova i la Geltrú, Cunit e Calafell. Entretanto, às 12h30 locais, 11h30 de Lisboa, a Proteção Civil levantou a ordem de confinamento, recomendando apenas que pessoas vulneráveis permanecessem em casa.

De acordo com a Proteção Civil, ainda estão a ser realizados testes à qualidade do ar. A recomendação é para que as pessoas permaneçam pelo menos 500 metros afastadas do local do incidente.

Os serviços de emergência médica também informaram que até às 15h30 (14h30 em Lisboa), foram recebidos 94 alertas relacionados com o incidente, sendo 38 deles pedidos de informação e 56 dúvidas de saúde. Três unidades foram mobilizadas para a área afetada como prevenção enquanto três ambulâncias foram ativadas para atender quatro pessoas, sendo que uma foi tratada no local e outras três transferidas para o Hospital Sant Antoni Abad em Vilanova i la Geltrú, duas em condições leves e uma outra em estado de saúde moderado.

O incêndio começou às 2h20 no horário local, 1h20 em Lisboa. Durante a madrugada 20 equipas dos Bombeiros, do grupo de risco tecnológico, trabalharam para extinguir o fogo. Em 2015 uma explosão no exterior de uma empresa química em Barcelona também obrigou ao confinamento de 60 mil pessoas.

Os onzes de Benfica e Sporting para o dérbi

Jogo no Estádio da Luz está agendado para as 18h

Benfica e Sporting defrontam-se este sábado, às 18h, no Estádio da Luz, em jogo a contar para a 33.ª jornada da Liga Portugal Betclic e que pode ditar o campeão nacional. Consulte as escolhas de Bruno Lage e de Rui Borges para o dérbi.

ONZE DO BENFICA: Trubin; Tomás Araújo, António Silva, Otamendi e Álvaro Carreras; Florentino, Aursnes e Kökçü; Aktürkoglu, Di María e Pavlidis

Suplentes: Samuel Soares, Arthur Cabral, Leandro Barreiro, Belotti, Schjelderup, Dahl, Bruma, Tiago Gouveia e Bajrami.

ONZE DO SPORTING: Rui Silva; Eduardo Quaresma, Diomande e Gonçalo Inácio; Catamo, Hjulmand, Debast e Maxi Araújo; Pote, Trincão e Gyökeres.

Suplentes: Franco Israel, Matheus Reis, St. Juste, Morita, Harder, Fresneda, Biel, Ricardo Esgaio e Quenda.

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PAN acredita na eleição de um deputado no Porto para garantir grupo parlamentar

“É fundamental darmos a conhecer ao distrito do Porto aquilo que é o nosso trabalho e a nossa visão para o país e para a região”, afirmou Inês de Sousa Real, em declarações aos jornalistas.

Falando numa ação de campanha em Baltar, no concelho de Paredes, onde assistiu a um jogo de andebol feminino de Sub-16, a dirigente assinalou que “o voto das pessoas [no distrito do Porto] pode, de facto, dar um grupo parlamentar ao PAN”.

Se esse objetivo for alcançado, prosseguiu a porta-voz do partido, será possível realizar mais trabalho, mais possibilidades de agendamento, de apresentar propostas e de haver meios para trabalhar em prol das causas que o PAN representa na Assembleia da República.

“Há muitas pessoas que ainda estão indecisas e não sabem em quem votar. Independentemente do partido em que tenham votado em anteriores eleições, aquilo que apelamos é que, desta vez, votem nas causas em que acreditam, como é o caso do desporto, que tantas vezes é esquecido em momentos de campanha eleitoral”, referiu.

Inês de Sousa Real assinalou que aquela ação de campanha realizada num pavilhão escolar onde decorria um jogo de andebol feminino, acompanhada de apoiantes locais, teve um “objetivo simbólico”, para o PAN destacar a importância do desporto no combate à desigualdade de género, para promover a inclusão e a importância do desporto na vida das pessoas.

“Sabemos que precisamos de mais investimento nas várias dimensões para apoiar os atletas que, de forma profissional, se dedicam ao desporto e muitas vezes representam o nosso país fora de Portugal”, sinalizou.

Lamentando que o desporto esteja a ser um tema ausente da campanha eleitoral, apontou a importância de ser apoiada, com várias medidas, a dimensão do desporto escolar e a sua continuidade ao longo da vida, incluindo nas questões relacionadas com as mulheres.

“O que raio aconteceu ao cessar-fogo?” Ouvidas explosões na Caxemira indiana

Foram ouvidas explosões este sábado na cidade de Srinagar, na Caxemira indiana, horas depois da Índia e do Paquistão terem acordado um cessar-fogo, informou o ministro do território, Omar Abdullah, nas redes sociais.

“O que raio está a acontecer ao cessar-fogo? Estão a ser ouvidas explosões em Srinagar”, escreveu o governante indiano, que acompanhou a publicação por um vídeo no qual são ouvidas explosões no território.

“As unidades de defesa aérea acabaram de abrir fogo”, escreveu ainda.

Este sábado, e após negociações lideradas pelos Estados Unidos, a Índia e o Paquistão chegaram a acordo para colocar um fim ao conflito depois de tensões nas últimas semanas, com dezenas de civis mortos de ambos os lados.

Horas antes, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou estar satisfeito com o resultado das negociações.

O que leva Índia e Paquistão a lutarem por Caxemira? O que pode acontecer a seguir? Uma guerra nuclear?

“Parabéns a ambos os países por usarem o bom senso e a inteligência. Obrigado pela atenção dada a este assunto!”, escreveu nas redes sociais.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, também anunciou nas redes sociais que a Índia e o Paquistão “concordaram com um cessar-fogo imediato e com o início de negociações sobre um amplo conjunto de questões num local neutro”.

“Elogiamos os primeiros-ministros Modi e Sharif pela sua sabedoria, prudência e habilidade política ao escolherem o caminho da paz”, declarou Marco Rubio, na rede social X.

Comunidade LGBT marchou no Porto contra silêncio da agenda política

Cerca de 100 pessoas protestaram hoje, no Porto, numa marcha contra o apagamento da agenda política dos direitos da comunidade LGBT, exigindo a reposição nas escolas do manual para a identidade de género e para a diversidade.

Reunidas na Praça do Marquês, seguiram depois pelo baixa do Porto até à Avenida dos Aliados onde, no final, tencionam reunir contributos sobre o que são as suas preocupações e posições para fazer chegar aos decisores políticos.

Filipe Gaspar, da organização da Marcha do Orgulho LGBTI+, explicou à Lusa a intenção de colocar os problemas daquela comunidade na agenda da campanha eleitoral para as próximas eleições legislativas e que, sublinhou, “querem ver asseguradas, como prioritárias, algumas das condições que apresentam”.

“Nós vimos que o retrocesso está a acontecer já com este Governo (…) com a retirada das escolas do manual para a identidade de género e para a diversidade. Vemos, por exemplo, tentativas de tornar inconstitucional a criminalização das terapias de conversão. Vemos um aumento enorme do discurso de ódio e que, de facto, não entendemos”, disse.

Neste contexto, precisou o porta-voz da organização, exigem a reposição do manual retirado das escolas, ter melhores condições no acesso ao Serviço Nacional de Saúde, a quem apontam “muitos atrasos no que toca às questões das consultas de identidade de género”, o que o faz considerar “que há pouco investimento nessa área”.

Querem também a “criação de centros comunitários, que permitam o encontro destas populações, mas também para produzir cultura, um espaço de debate das ideias da comunidade e que crie uma interação entre o público, entre as pessoas”, relatou.

Mantendo o ímpeto crítico, Filipe Gaspar lamentou “a ausência de medidas ou de políticas públicas que assegurem que a consciência social também acompanhe o crescimento e o amadurecimento das pessoas em relação a estas questões”.

“A população existe, ela está cá, não vai desaparecer, é uma população que está aqui para contribuir, mas estamos a ser empurrados pelo discurso de ódio e também por um grande ataque da extrema-direita”, criticou.

Na conversa que decorreu junto a cartazes onde se liam as frases “Pão e cravos”, “Liberdade a sério”, “O nosso direito a vida autêntica não devia depender de um sistema quebrado”, “Queer love” e ainda “A saúde é um direito e não um negócio”, o porta-voz explicou que a “marcha sempre foi muito interseccional, no sentido em que toca várias situações”.

“A união das lutas no movimento LGBT, vem porque, mediante estes recortes que existem na vida das pessoas, elas se unificam nesta luta. Então, claro, a luta da habitação também é nossa, a luta da educação também é nossa, porque sabemos que se não houver políticas públicas especializadas, ou pelo menos com um olhar para aquilo que são as nossas vivências, também estamos com problemas”, explicou.

Filipe Gaspar apontou depois o dedo às políticas do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela “perseguição que está a fazer à população trans, que é 1% da população do país”, mencionando também “na própria Europa, através da proibição dos movimentos ou das manifestações livres que deviam ser das pessoas, no caso da Hungria” para ilustrar os retrocessos somados.

“Parece que estão a tentar encontrar culpados para a crise, culpados e culpadas para esta crise, como se fossem as pessoas queer, ou as pessoas mais fragilizadas, no caso das pessoas migrantes”, lamentou o responsável, que culpabilizou quem quer “desumanizar uma parte da população”.

Alguns dos manifestantes apresentaram-se com bandeiras da Palestina.

Papa Leão XIV quer “seguir na linha” do Concílio Vaticano II, que Francisco “recordou e atualizou magistralmente”

O Papa Leão XIV, eleito na quinta-feira como sucessor de Francisco na liderança da Igreja Católica, assumiu-se este sábado como continuador da linha reformista que a Igreja tem percorrido nas últimas décadas, iniciada com as transformações implementadas pelo Concílio Vaticano II (1962-1965) e impulsionada nos últimos anos pelo pontificado do Papa Francisco, cuja “herança” Robert Francis Prevost quer acolher e continuar.

Num encontro no Vaticano ao final desta manhã em que quis ouvir conselhos e sugestões dos cardeais (incluindo aqueles que, por terem mais de 80 anos, não votaram no conclave), o primeiro Papa oriundo dos Estados Unidos evocou várias vezes o Papa Francisco, seu antecessor, como uma das grandes referências do pontificado que agora se inicia — chegando mesmo a sintetizar o caminho que quer que a Igreja percorra recorrendo às palavras de Francisco na exortação apostólica Evangelii Gaudium, o grande documento programático publicado pelo pontífice argentino em 2013.

“O Papa, começando por São Pedro até mim, seu indigno Sucessor, é um humilde servo de Deus e dos irmãos, nada mais do que isso. Demonstram-no bem os exemplos de tantos dos meus Predecessores, o último dos quais o próprio Papa Francisco, com o seu estilo de total dedicação ao serviço e sobriedade essencial na vida, de abandono em Deus no tempo da missão e de serena confiança no momento da partida para a Casa do Pai”, afirmou o Papa, nascido Robert Francis Prevost. “Acolhamos esta preciosa herança e retomemos o caminho, animados pela mesma esperança que vem da fé.”

Paz, sinodalidade e a Igreja para todos. Leão XIV prometeu continuar o legado de Francisco e a Praça de São Pedro aplaudiu

Leão XIV recordou como os últimos dias, simultaneamente tristes e alegres, permitiram aos cardeais “ver a beleza e sentir a força desta imensa comunidade, que com tanto carinho e devoção saudou e chorou o seu Pastor, acompanhando-o com a fé e a oração no momento do seu encontro definitivo com o Senhor”.

A grande afluência de peregrinos a Roma para marcarem presença no funeral de Francisco e para testemunharem a eleição do novo Papa mostrou, disse Leão XIV, “a verdadeira grandeza, que vive na variedade dos seus membros unidos à única Cabeça, que é Cristo”.

Perante os cardeais, incluindo os 133 que o elegeram por uma maioria de dois terços à quarta ronda de votos num conclave de apenas dois dias, Leão XIV revelou as suas ideias para os próximos anos da Igreja. “Gostaria que hoje renovássemos juntos a nossa plena adesão a este caminho, que a Igreja universal percorre há décadas na esteira do Concílio Vaticano II”, assinalou o Papa Prevost, referindo-se ao concílio ecuménico convocado por João XXIII e concluído já no pontificado de Paulo VI, na década de 1960, de onde emergiu grande parte das reformas que deram corpo à Igreja Católica contemporânea.

Segundo Leão XIV, o Papa Francisco “recordou e atualizou magistralmente” os conteúdos do Concílio Vaticano II na exortação epostólica Evangelii Gaudium. O novo Papa sublinhou aqueles que lhes parecem os “pontos fundamentais” desse documento programático de Francisco, incluindo “o regresso ao primado de Cristo no anúncio”, “a conversão missionária de toda a comunidade cristã”, o “crescimento na colegialidade e na sinodalidade”, “a atenção ao sensus fidei, especialmente nas suas formas mais próprias e inclusivas, como a piedade popular”, “o cuidado amoroso com os marginalizados e os excluídos” e ainda “o diálogo corajoso e confiante com o mundo contemporâneo nas suas várias componentes e realidades”.

A referência à sinodalidade é especialmente significativa: o Sínodo dos Bispos, criado na sequência do Concílio Vaticano II por Paulo VI, que quis recuperar a tradição sinodal das primeiras comunidades cristãs, foi fortemente reformado por Francisco na sua última edição, onde o direito de participação e de voto foi alargado aos leigos, incluindo homens e mulheres. Com isto, o Papa Francisco quis dar o exemplo para que todas as estruturas da Igreja, do Vaticano à mais pequena paróquia, funcionassem de forma mais sinodal, mais aberta e menos assente na hierarquia clerical rígida e piramidal. A decisão de Francisco foi amplamente aplaudida, mas também gerou anticorpos em alguns setores da Igreja — que, descontentes com a relativização da autoridade e do poder do clero, prefeririam um Papa que recuasse nesta matéria. A questão da sinodalidade foi mesmo considerada como o grande ponto decisivo no conclave que elegeu o sucessor de Francisco.

Com as suas primeiras intervenções, Leão XIV deixou claro que não vai recuar neste assunto. Logo no primeiro discurso, na varanda da Basílica de São Pedro após o Habemus Papam, o Papa norte-americano afirmou claramente: “Queremos ser uma Igreja sinodal, que caminha, que procura sempre a paz, procura sempre a caridade, estar perto especialmente dos que sofrem.”

Agora, perante os cardeais, Leão XIV voltou a reforçar o seu compromisso com a sinodalidade, alargando o seu desejo de continuidade não só ao pontificado de Francisco, mas a todo um percurso histórico que a Igreja Católica tem feito desde a viragem para o século XX. Os princípios elencados por Francisco na Evangelii Gaudium são, nas palavras de Leão XIV, os “princípios do Evangelho que sempre animaram e inspiraram a vida e o agir da Família de Deus, valores através dos quais o rosto misericordioso do Pai se revelou a continua a revelar-se no Filho feito homem, última esperança de quem procura com sinceridade a verdade, a justiça, a paz e a fraternidade”.

Prevost aproveitou também para pelar aos cardeais que sejam “ouvintes dóceis” da voz de Deus e “ministros fiéis dos seus desígnios de salvação”, lembrando-os de que “Deus gosta de se comunicar, mais do que no estrondo do trovão e do terramoto, no ‘murmúrio de uma brisa suave’”, uma expressão bíblica retirada do Primeiro Livro dos Reis.

O novo Papa explicou ainda a decisão de escolher o nome Leão XIV: “Justamente por me sentir chamado a seguir nessa linha, pensei em adotar o nome de Leão XIV. Na verdade, são várias as razões, mas a principal é porque o Papa Leão XIII, com a histórica encíclica Rerum novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial.”

Leão XIII, o Papa que censurou o “americanismo” e acabou por ser homenageado pelo primeiro Papa norte-americano

De acordo com Leão XIV, o mundo passa hoje por transformações comparáveis a essa revolução industrial, nomeadamente no que diz respeito às tecnologias digitais e à inteligência artificial. Isso exige à Igreja que ofereça “a todos a riqueza da sua doutrina social para responder a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que trazem novos desafios para a defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho”.

Num discurso em que também citou os Paulo VI e lembrou ideias de Bento XVI, o novo Papa pediu também aos cardeais que o ajudem na sua nova missão. “Queridos cardeais, vós sois os colaboradores mais próximos do Papa, e isto é de grande conforto para mim, que aceitei um fardo claramente muito superior às minhas forças, assim como o seria para qualquer outra pessoa. A vossa presença recorda-me que o Senhor, tendo-me confiado esta missão, não me deixa sozinho a carregar tal responsabilidade”, afirmou o Papa, que também deixou um agradecimento particular a dois cardeais: Giovanni Battista Re, o decano do colégio cardinalício, que orientou o colégio nestes dias, e Kevin Joseph Farrell, camerlengo, que administrou temporariamente a vida da Santa Sé durante a sede vacante.

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, nascido em Chicago e com um longo percurso missionário no Peru, foi eleito Papa na quinta-feira, tornando-se não só o primeiro Papa norte-americano, mas também o primeiro oriundo da Ordem de Santo Agostinho. Os próximos dias vão ser preenchidos com vários dos tradicionais ritos inaugurais do pontificado (incluindo a missa de inauguração a 18 de maio, uma audiência ao corpo diplomático dois dias antes, a tomada de posse das várias basílicas papais e a primeira audiência geral a 21 de maio). As intervenções de Leão XIV nessas ocasiões vão ajudar a pintar um retrato cada vez mais claro do rumo que o novo Papa pretende dar à Igreja Católica nos próximos anos.

Cavaco foi o homem do leme, Montenegro diz que é o “farol” de Portugal

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“Mesmo aqueles que discordam de nós não têm dúvidas de que o barco tem um rumo e de que há uma pessoa ao leme”. Esta é a famosa frase de Cavaco Silva dita na festa do Pontal, em 1993. Nesse ano, o PSD ganhava um “homem do leme”, este sábado em Vila Nova de Famalicão, na campanha para as eleições legislativas antecipadas, o partido ganhou um “farol”, líder que ilumina o futuro do país.

“E agora, aqui em Famalicão, eu aproveito para dizer que eu sinto esta vontade, esta convicção, esta força redobrada, eu sinto a responsabilidade de ser o farol deste país”, anunciou Luís Montenegro.

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No comício, que encheu o recinto do mercado de Famalicão, no distrito de Braga, o líder da AD usou várias frases feitas e slogans de campanha.

“Levamos a luz, levamos a lanterna, nós somos mesmo quem está a iluminar o caminho”, concluiu.

Montenegro entrou na campanha a pedir "maioria maior" para governar 8 anos

O líder da AD apontou algumas das medidas que o Governo tomou, como a descida de impostos, no controlo da imigração e na valorização de várias carreiras. No discurso não faltaram as críticas à oposição, que só sabem dizer mal de tudo e que estão a fazer uma campanha do medo.

“E vemos os profissionais do retrovisor sempre a olhar para trás, sempre com medo daquilo que virá lá de trás. Nós a olhar para a frente, nós a querer o desenvolvimento do país e eles a olhar para trás”, disse Montenegro.

“Eu já estou mesmo a ferver”

A meio da campanha eleitoral e numa altura em que as sondagens mostram que apesar da AD estar à frente não sobe nas intenções de voto, Luís Montenegro volta a apelar à mobilização de todos para chegar ao objetivo da maioria maior que traçou para esta eleição.

Como evitar desperdício de 850 mil votos? Um círculo de compensação de 10 deputados

“Vamos garantir essa coligação com o braço dado com os portugueses, a nossa coligação é com os portugueses, é essa que nos guia, é nessa que eu estou focado e é nessa que eu peço a vossa ajuda para firmarmos o maior contrato de coligação que é necessário para dar estabilidade a Portugal, que é a confiança do povo português.”

A campanha da AD, que anda todos os dias na rua e que está feita para mostrar as imagens na televisão, está a correr de feição, diz Luís Montenegro, que acredita numa vitória no dia 18 de maio.

Está espetacular pela confiança, está espetacular pelo calor e eu já estou mesmo a ferver”, remata o recandidato a deputado e primeiro-ministro.

Em Famalicão, distrito de Braga, Montenegro elogiou as pessoas da terra que “são gente trabalhadora, que não vive a contar apenas com o que o Estado dá ou o que lhes é transmitido pela via familiar”.

Declarações feitas na campanha das eleições legislativas antecipadas que acontecem na sequência da polémica que levantou dúvidas à oposição sobre a empresa criada por Luís Montenegro e transmitida, entretanto, aos seus dois filhos.

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