Libertada ativista venezuelana acusada de conspirar com governo estrangeiro

Com dupla nacionalidade, venezuelana e colombiana, a ativista da organização não-governamental (ONG) SurGentes, Martha Lía Grajales, foi detida a 8 de agosto, em Caracas, no final de uma concentração de apoio a mulheres atacadas por grupos paramilitares.
No mesmo vídeo, António González Plessmann agradece a solidariedade que foi ativada dentro e fora da Venezuela.
“Sem a solidariedade de todas essas pessoas, dentro e fora da Venezuela, esta medida [substitutiva da prisão] não teria acontecido. É um exemplo importante, uma experiência que nos convida a refletir sobre a capacidade de mobilização de tantas pessoas como uma possibilidade de sucesso na luta pelos direitos humanos”, referiu.
Uma das vozes que falou sobre a situação da ativista foi o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, que exigiu na segunda-feira a libertação “imediata” de Grajales.
A organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional também solicitou a libertação da ativista, bem como a proteção de todas as garantias processuais, numa carta pública dirigida ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na qual incluiu os nomes de outros presos políticos.
[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Ainda no vídeo publicado, António González Plessmann sublinhou, porém, que a ativista continua acusada de “três crimes muito graves que não cometeu: conspiração, incitamento ao ódio e associação para cometer um crime” e que continua sujeita “a um processo judicial que é claramente arbitrário”.
António González denunciou ainda que a ativista foi sujeita a “um processo de desaparecimento forçado durante um curto período de tempo”, esteve incontactável e que “foi desencadeada uma campanha mediática para criminalizar a luta pelos direitos humanos na Venezuela”.
No entanto, frisou que a mulher foi tratada com dignidade e respeito durante todo o processo de detenção.
“Repito: o mais importante desta experiência é a luta que foi ativada, a solidariedade que foi ativada, o grande número de instituições, organizações nacionais e internacionais que se solidarizaram com a denúncia desta injustiça. O processo judicial continua e vamos enfrentá-lo para demonstrar a arbitrariedade destes acontecimentos”, concluiu.