Jornalista condenada por difamação após acusar editor de assédio sexual


A jornalista Joana Emídio Marques foi condenada pelo Juízo Criminal de Lisboa a pagar uma multa de seis mil euros por difamação com publicidade, após ter acusado publicamente o antigo editor Manuel Alberto Valente de assédio sexual, em publicações feitas nas redes sociais e na imprensa.
A decisão foi proferida a 8 de maio pela juíza Vânia Cardoso e inclui ainda a obrigação de publicar a sentença num jornal, avança o “Público“.
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Joana Emídio Marques anunciou este domingo, através de uma publicação no Facebook, que irá recorrer da sentença. No mesmo texto, a jornalista criticou duramente a decisão judicial, que considerou uma forma de silenciamento, e publicou um extenso manifesto em tom literário, no qual reflete sobre desigualdade de género, abuso de poder e descrédito das vítimas.
“Estar viva e de pé, vestindo não a vergonha, mas todas as manchas e mentiras com que te quiseram humilhar, é tudo o que podes fazer de acerbo”, escreveu.
O caso remonta a abril de 2021, quando a jornalista publicou no Facebook que tinha sido vítima de assédio sexual por parte de Manuel Alberto Valente, em novembro de 2011, durante um jantar de trabalho. Dias depois, o editor refutou publicamente as acusações e apresentou queixa-crime.
A Porto Editora, onde o editor trabalhava à data dos factos, declarou então desconhecer qualquer queixa formal ou caso similar envolvendo o seu nome.