BCE alerta para risco de criptomoedas estáveis

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou os investidores para o “risco de liquidez” de fundos associados a criptomoedas estáveis. Na abertura da conferência anual do Comité Europeu do Risco Sistémico (CERS), em Frankfurt, Christine Lagarde lembrou que as entidades que investem neste tipo de ativos, conhecidos por ‘stablecoins’, devem mitigar o risco de haver uma retirada massiva de fundos dos depositantes, garantindo que têm liquidez suficiente para cumprir rapidamente o reembolso das quantias. “À primeira vista, estas entidades e atividades podem parecer inovadoras. Mas não precisamos de esperar que amadureçam para perceber que estão a reintroduzir

Prédio vizinho de fachada que ruiu em Lisboa está sem estabilidade estrutural

A vistoria dos Serviços de Urbanismo da Câmara de Lisboa aos edifícios contíguos à fachada que ruiu esta madrugada concluiu não haver segurança a nível de estabilidade estrutural no prédio que ficou sem empena, disse a Proteção Civil municipal.

Em declarações à Lusa, Margarida Castro Martins, responsável da Proteção Civil Municipal de Lisboa, explicou que a vistoria técnica ao edifício cuja empena caiu, o número 41 da Rua do Sol à Graça, “está instável pelo que vai ser estabilizado com escoramento. No outro lado, no 39, os habitantes já voltaram todos para casa, do r/c, 1.º e 2.º andar”.

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Segundo a responsável, duas famílias do n.º 41 foram alojadas pela autarquia em unidade hoteleira, pelo que “oito [pessoas] voltaram às suas casas e oito continuam fora”.

Margarida Castro Martins adiantou que o problema não foi dentro das casas, avançando que a fissura visível “teve a ver com a estabilidade estrutural do edifício e com a segurança estrutural do edifício”, acrescentando que quem fez “a avaliação técnica da engenharia concluiu que não há segurança a nível de estabilidade estrutural”.

De acordo com a responsável, vai ser agora dado início aos trabalhos de estabilização da empena caída, de limpeza da via e limpeza dos destroços, de forma a tentar entender “um bocadinho as origens” do que é que provocou o incidente.

Pelo menos 10 desalojados em Lisboa após queda da fachada de prédio antigo

“Só (…) depois esta obra continuará os seus trabalhos”, frisou a responsável, adiantando que a obra “está licenciada” e está a ser acompanhada pela Direção Municipal do Urbanismo, ou seja, pela fiscalização da Câmara.

Cerca das 12h00, Margarida Castro Martins deu conta aos jornalistas no local ter já terminado a “vistoria técnica”, com o apoio do empreiteiro responsável pela obra que provocou a derrocada esta madrugada.

“Foi feita a vistoria aos dois edifícios, foi feita a avaliação de condições de segurança e de habitabilidade e, neste momento, das 16 pessoas desalojadas, oito já regressaram às suas habitações”, disse a responsável.

De acordo com a responsável, a via ficará cortada “mais algum tempo, não em toda a sua extensão, mas na zona” do incidente, para que não haja risco.

Cerca de 16 pessoas ficaram, esta madrugada, desalojadas devido à queda da fachada lateral de um prédio antigo vizinho, pelas 03h00, na rua do Sol à Graça, freguesia de São Vicente, em Lisboa.

A queda da estrutura não causou vítimas, mas os habitantes de prédios vizinhos foram desalojados por as suas casas terem ficado sem condições de habitabilidade, tendo a lateral de um dos edifícios ficado destruída com os pertences a céu aberto, de acordo com a primeira informação prestada à Lusa pelos Sapadores Bombeiros.

O edifício antigo que ruiu estava a ser recuperado.

PJ detém homem suspeito de violar rapaz de 15 anos após conversas online

A Polícia Judiciária (PJ) deteve, fora de flagrante delito, um homem, de 27 anos, fortemente indiciado pela prática dos crimes de violação, pornografia e aliciamento de menores para fins sexuais, sobre uma criança de 15 anos.

Em comunicado, a PJ indica que as diligências realizadas “permitiram apurar que, em 2022, o suspeito, recorrendo às redes sociais, efetuou um pedido de amizade, aceite pela vítima, à data, com 12 anos”.

“Fazendo passar-se, também, por um menor de 16 anos, foi ganhando confiança no decurso de conversas estabelecidas, que se prolongaram por dois anos”, acrescenta a PJ, assinalando que “ao longo deste tempo, foram partilhadas fotografias de menores em atos sexuais, através da rede social WhatsApp, culminando com a marcação de um encontro entre ambos, em maio de 2024”.

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Segundo a PJ, a vítima, após o fim das atividades escolares, e conforme acordado com o suspeito, deslocou-se até Cacilhas, de transportes públicos.

“Durante o encontro, o detido aliciou o menor a deslocar-se com ele a um quarto”, diz a PJ.

Ainda segundo a polícia de investigação criminal, apesar da oposição do menor, o detido recorrendo à força física e, visando apenas a sua satisfação pessoal, obrigou-o à prática de atos sexuais de relevo.

“Após a agressão, o menor, residente na zona do Cacém, contactou telefonicamente o seu pai, que o foi buscar a Cacilhas”, detalha a PJ, acrescentando que durante a viagem, “a vítima teve convulsões e acabou por dar entrada no Hospital Amadora-Sintra, onde permaneceu internada durante algum tempo”.

A Polícia Judiciária assinala ainda que “o suspeito utilizou métodos e perfis falsos, de modo a inviabilizar a sua rápida identificação”.

O detido, já com antecedentes policiais por crimes de idêntica natureza, será hoje presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.

A desflorestação é responsável por quase 75% da redução das chuvas na Amazónia

A desflorestação é responsável por quase 75% da redução das chuvas na estação seca na Floresta Amazónia, em comparação com 1985, de acordo com um artigo publicado na quarta-feira na revista Nature Communications.

“Nos últimos 35 anos, a desflorestação foi responsável por aproximadamente 74% do declínio de 21 milímetros na estação seca e por 16,5% do aumento de 2°graus celsius (ºC) na temperatura máxima do ar à superfície”, indica o artigo referente ao estudo baseado em dados de satélite de grande escala.

A análise revela que a desflorestação associa-se à quantidade de chuva que diminuiu e a destruição da floresta da Amazónia, na América do Sul, é também responsável por 16,5% do aumento médio de 2ºC da temperatura registada na região (os restantes 83,5% do aumento são atribuídos às alterações climáticas).

O estudo mostra ainda que o clima da Amazónia não responde de forma linear à desflorestação e que as alterações mais acentuadas ocorrem no início do processo de destruição da floresta, entre os primeiros 10 e 40% da perda de cobertura florestal.

Os investigadores utilizaram dados de satélite que abrangem aproximadamente 2,6 milhões de quilómetros quadrados da Floresta Amazónia, entre 1985 e 2020, destacando que os efeitos da desflorestação e das alterações climáticas globais no clima da região também foram quantificados.

“Analisámos dados de longo prazo sobre as alterações atmosféricas e de cobertura do solo em 29 áreas da Amazónia Legal brasileira de 1985 a 2020, utilizando modelos estatísticos paramétricos para desvendar os efeitos da perda florestal e das alterações na temperatura, precipitação e taxas de mistura de gases com efeito de estufa”, indica o estudo.

Com os dados, tendo em conta a desflorestação atual, os autores preveem que em 2035 a região amazónica experimente um aumento médio da temperatura de 2,64ºC e uma redução da precipitação de 28,3 milímetros por estação seca, em comparação com os dados de 1985.

O estudo mostra como a destruição da Amazónia (considerada o “pulmão do planeta”), juntamente com o aumento das emissões globais, levou a uma transformação radical da floresta tropical.

A Amazónia é a maior floresta tropical da Terra e desempenha um papel fundamental na manutenção da estabilidade climática regional e global.

“Dói-me que um jogador que acabou de chegar tenha a oportunidade de jogar”. Dani Rodríguez criticou o treinador e foi suspenso pelo Maiorca

Dani Rodríguez, é este o nome do protagonista do futebol espanhol por estes dias. Tem 37 anos, atua como extremo e representa o Maiorca desde 2018, clube do qual é capitão. Ao longo das três primeiras jornadas do Campeonato espanhol, disputou apenas 67 minutos, tendo sido lançado ao intervalo frente ao Barcelona (derrota por 0-3) e a 22 minutos do fim diante do Celta de Vigo (1-1 em casa). Na última partida, contudo, voltou a ser suplente e não saiu do banco no desaire no Estádio Santiago Bernabéu, diante do Real Madrid (2-1).

O início da nova temporada está longe de ser positivo para a equipa de Maiorca que luta para se manter no principal escalão do futebol espanhol, onde está, de forma ininterrupta, desde 2021/22. E o cenário negativo promete continuar. Nas horas que se seguiram ao duelo frente ao Real Madrid, Dani Rodríguez recorreu às redes sociais para publicar uma série de imagens e vídeos da sua família nas bancadas do estádio dos blancos, deixando ainda uma mensagem a criticar as escolhas do treinador Jagoba Arrasate.

“Viajei com a ilusão dos meus filhos de verem o pai jogar no Bernabéu. Uma lição e conselho importante para eles: nunca esperem nada de ninguém, menos ainda hoje em dia, quando a meritocracia, a cultura e o respeito pelo trabalho praticamente não existem. Não faças as coisas à espera de algo em troca. Faz por ti e pela tua paixão. O respeito e o carinho das pessoas conquistam-se dentro de campo. Sacrifica-te pelos teus sonhos, mesmo que te coloquem pedras no caminho. Acredita sempre em ti. As coisas conquistam-se, não se oferecem. E quando as conquistas, sabem ainda melhor”, escreveu o extremo numa mensagem publicada no Instagram. “O meu desagrado nada teve a ver com o facto de os meus filhos não me poderem ver jogar, nem acho que tenha mais direito do que ninguém por esse motivo. Não me incomoda não jogar — é algo a que estou habituado depois de toda uma carreira”, afirmou mais tarde.

Numa segunda mensagem, que entretanto deixou de estar disponível nas suas redes sociais, deixou mais críticas ao treinador: “Compreendo e respeito profundamente que as decisões sobre quem joga pertencem única e exclusivamente ao treinador. São da sua responsabilidade e sempre as respeitei. O que não posso aceitar é a falta de respeito pelo compromisso e dedicação. Dói-me que um jogador que acabou de chegar, com apenas um treino, tenha a oportunidade de jogar à frente de colegas que há anos defendem esta camisola com suor e dedicação, colocando sempre o clube acima de tudo. Espero que o Jan [Virgili] tenha sucesso aqui e que todos nós possamos ajudá-lo. Mas que algo assim aconteça envia uma mensagem horrível ao balneário: não importa o trabalho, a dedicação ou a lealdade. Foi isso que me irritou. Que fique claro: este é o clube da minha vida. Sempre dei e darei o meu máximo por esta camisola. Só peço que esse mesmo compromisso seja respeitado. No sábado, esse respeito não existiu”.

Esta quarta-feira foi a vez do Maiorca, clube onde atua o internacional português Samuel Costa, responder em comunicado, tendo optado por suspender o seu jogador e retirar-lhe a braçadeira de capitão. “O RCD Maiorca informa que estabeleceu uma suspensão de emprego e salário ao jogador Dani Rodríguez. Além disso, o clube retira a capitania ao futebolista com efeito imediato”, anunciou o clube numa curta declaração.

Homem acusado de criar e gerir “site” para venda de dados pessoais obtidos ilegalmente

O Ministério Público acusou um homem de ter criado e gerido entre 2015 e 2022 a página de Internet RaidForums, na dark web, na qual comercializava dados pessoais a que acedia ilegalmente, revelou esta quarta-feira a Procuradoria-Geral Regional do Porto.

Na sua página oficial de Internet, a procuradoria referiu que o suspeito comercializava na RaidForums bases de dados apropriados ilegitimamente com números de identificação bancária e de contas bancárias, dados de cartões de pagamento, credenciais de acesso a serviços de homebanking, dados de identificação civil, endereços de correio eletrónico e números de segurança social.

Nessa página de Internet registaram-se, pelo menos, 739.811 utilizadores, ressalvou.

A procuradoria sublinhou que o arguido, enquanto administrador, detinha acesso ilimitado a todas as funcionalidades daquela página de Internet e poderes para gerir a atividade dos membros.

“Enquanto administrador e utilizador do site efetuou inúmeras publicações para venda de dados confidenciais obtidos ilicitamente e, paralelamente, a troco do pagamento de uma taxa (comissão) vendeu serviços de intermediário das transações (middleman) garantindo o sucesso das mesmas entre os utilizadores/membros do site”, reforçou a PGR-P.

Os lucros com a gestão do RaidForums eram obtidos pelo arguido em criptoativos, através de diferentes plataformas, posteriormente canalizados para o sistema bancário nacional ou para uma conta Paypal, explicou.

A procuradoria vincou que com essa atividade o suspeito obteve mais de 634 mil euros, dinheiro com o qual comprou uma casa e um carro elétrico, no valor de 300 mil euros.

À data da apreensão, as contas bancárias tituladas pelo arguido tinham um saldo de 259 mil euros.

O Ministério Público requereu a perda a favor do Estado dos bens e valores obtidos pelo arguido com aquela atividade.

PS quer audição de dois ministros para saber se as prestações sociais vão ser tributadas em IRS

O PS pediu esta quarta-feira a audição urgente dos ministros das Finanças e do Trabalho para esclarecer se prestações sociais, atualmente isentas, serão tributadas em IRS, acusando o Governo de “dar com uma mão e tirar com a outra”.

“O Governo quer criar uma noção sintética de rendimento para efeitos de IRS, com o objetivo expresso, escrito no programa do Governo, de pessoas que neste momento não pagam IRS passarem a pagar, para assim poderem baixar as taxas para as demais. É uma maneira de dar com uma mão e tirar com a outra”, acusou, em declarações aos jornalistas no parlamento o deputado do PS Miguel Costa Matos.

Na perspetiva do PS, “se isso é incompreensível” para as bolsas artísticas, científicas ou desportivas que neste momento não pagam IRS, é ainda mais preocupante para quem recebe prestações sociais “e que o Governo quer agora, com a outra mão, tirar através de tributação do IRS”.

Acusando o Governo de não ter respondido às perguntas do PS, Miguel Costa Matos considerou que está na altura de haver “um cabal esclarecimento” e por isso os socialistas pediram a audição urgente do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho.

“Está na altura de sabermos ser uma sociedade decente e podermos dizer às pessoas que recebem prestações sociais se vou ou não ser tributadas nesta mudança radical de um Governo que infelizmente não está ao lado de quem precisa”, acusou.

Segundo o deputado e dirigente do PS, numa sociedade decente apoiam-se as pessoas “quando elas estão em baixo, quando elas precisam e combatendo a pobreza”.

“É por isso que temos prestações sociais e é por isso que as prestações sociais não pagam IRS”, explicou.

Miguel Costa Matos acrescentou ainda que nos últimos dias surgiram “relatos preocupantes” de pessoas que estão a ser excluídas de acesso a prestações sociais “alegadamente devido a uma nova equivalência entre rendimento e prestações sociais”.

ERC autoriza canais Conta Lá. Projeto de ex-diretor da TVI quer criar 205 empregos

A ERC autorizou atividade dos canais Conta Lá Sul, Conta Lá Centro e Conta Lá Norte e ainda do Conta Lá Rural, do projeto liderado por Sérgio Figueiredo, o qual prevê a criação 205 postos de trabalho.

De acordo com as deliberações, o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) decide “autorizar a atividade de televisão através do serviço de programas generalizada, de vocação regional, de cobertura”, denominado Conta Lá Centro, Conta Lá Norte e Conta Lá Sul, “nos termos requeridos pelo Conta Lá – Conteúdos Audiovisuais”.

O regulador autorizou ainda a “atividade de televisão através do serviço de programas temático, de cobertura nacional e de acesso não condicionado com assinatura, denominado Conta Lá Rural“.

Segundo o documento, à data de implementação, o “projeto prevê a criação de 205 postos de trabalho, sendo 133 afetos à área de informação, 28 na área de programas e produtora e os restantes 44 em áreas de apoio técnico, gestão, RH, financeiro, comercial e jurídico, distribuídos de forma estratégica por áreas profissionais e localizações geográficas [de norte a sul do país, incluindo ilhas, com vários polos regionais], assegurando, assim, uma cobertura operacional eficiente e descentralizada”, lê-se no documento.

Sérgio Figueiredo, licenciado em Economia, foi jornalista em órgãos como o Expresso e o Diário Económico, onde foi diretor-adjunto e diretor. Entre 2007 e 2014 foi administrador da Fundação EDP, sendo depois diretor de informação da TVI entre 2015 e 2020.

Sérgio Figueiredo e a TVI foram acusados do crime de ofensa à reputação económica, devido à notícia dada pelo canal, a 13 de dezembro de 2015, sobre problemas no Banif e a preparação da aplicação de uma medida de resolução, que resultaria em perdas para acionistas e depositantes acima dos 100 mil euros. A queda do Banif deu-se na semana seguinte.

Em novembro de 2024, o tribunal de primeira instância absolveu pela segunda vez a TVI e o ex-diretor, depois do Tribunal da Relação de Lisboa ter anulado a primeira decisão, de 2022.

Sérgio Figueiredo viu-se ainda envolto em polémica em 2022, quando foi nomeado pelo então ministro das Finanças, Fernando Medina, como consultor estratégico. Sérgio Figueiredo acabou por recusar o convite de Fernando Medina, afirmando que “ficou insuportável tanta agressividade e tamanha afronta, tantos insultos e insinuações”.

Defesa de Bolsonaro vai ser ouvida pelo Supremo Tribunal Federal

A segunda sessão do julgamento do ex-Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e dos seus aliados por tentativa de golpe de Estado começou esta quarta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF). O dia será dedicado a ouvir as alegações dos advogados de defesa dos réus, incluindo do antigo chefe de Estado que rejeita todas as acusações.

Esta quarta-feira, serão ouvidos os advogados de Bolsonaro, do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, do ex-ministro da Defesa, Paulo Nogueira, e do ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Braga Netto. Na véspera já tinham sido chamados os advogados do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, do ex-director da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, e do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

À semelhança do que aconteceu na terça-feira, Bolsonaro não vai marcar presença no tribunal, segundo o advogado Paulo Bueno. O ex-Presidente encontra-se em prisão domiciliária, mas tem autorização para assistir às sessões do julgamento.

Na primeira sessão, coube ao juiz do STF Alexandre de Moraes ler o relatório do processo, tendo antes feito uma curta declaração na qual fez uma defesa das instituições democráticas brasileiras que “impediram inúmero retrocessos”.

Seguiu-se a leitura das alegações do Ministério Público, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na qual se responsabiliza Bolsonaro por ter liderado uma “organização criminosa” com “o claro propósito de romper a ordem democrática no Brasil”. Por isso, a acusação pede que o ex-Presidente, assim como os sete restantes membros do “núcleo principal” da conspiração, seja condenado por vários crimes, podendo incorrer numa pena superior a 30 anos de prisão.

O julgamento pretende apurar se Bolsonaro e os seus aliados mais próximos conspiraram para reverter a derrota nas eleições de 2022, vencidas por Lula da Silva. A acusação remete para a extensa investigação policial que descobriu documentos, gravações áudio e depoimentos que dão conta de uma intenção por parte do ex-Presidente de tentar anular os resultados eleitorais e de promover uma intervenção das Forças Armadas para garantir a sua manutenção no Palácio do Planalto. Segundo o Ministério Público, esses actos convergiram na insurreição de 8 de Janeiro de 2023, em Brasília, quando centenas de apoiantes de Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes dos edifícios governamentais na Praça dos Três Poderes.

Nas próximas sessões, os cinco juízes da Primeira Turma do STF vão apresentar os seus votos acerca da culpabilidade dos oito réus. Basta uma maioria simples de votos favoráveis para que haja uma condenação. Espera-se que a 12 de Setembro sejam conhecidas as sentenças.

A imprensa brasileira considera que dificilmente Bolsonaro não será condenado a uma pena pesada, e essa convicção tem sido partilhada até pelos seus aliados, que consideram o julgamento uma “farsa” e parte de uma perseguição contra o ex-Presidente.

Gaioz Sopromadze Wine Cellar: experiência autêntica de vinho e gastronomia na Geórgia

Visitar a Geórgia é mergulhar num dos países mais antigos no cultivo da vinha e da produção de vinho. No coração da região de Imereti, encontra-se o Gaioz Sopromadze Wine Cellar, uma pequena adega familiar que oferece muito mais do que uma simples prova de vinhos: aqui vive-se a tradição, o sabor e a hospitalidade georgiana tal como eram há séculos.

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Uma adega que guarda a tradição

O anfitrião, Gaioz Sopromadze, dedica-se à produção de vinhos naturais através do método ancestral georgiano, utilizando qvevritalhas de barro enterradas no solo onde as uvas fermentam e amadurecem. Este processo, reconhecido como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, confere ao vinho um caráter único, mantendo viva a herança vinícola do país.
Ao visitar a adega, os viajantes são convidados a conhecer cada etapa do processo: desde as vinhas, onde crescem castas autóctones como Tsolikouri, Krakhuna e Otskhanuri Sapere, até à cave onde repousam os vinhos. Tudo é explicado com paixão e simplicidade, numa verdadeira aula de cultura e história.

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Provas de vinhos inesquecíveis

As provas de vinho no Gaioz Sopromadze Wine Cellar são um dos pontos altos da visita. Servidos em copos tradicionais ou em taças de barro, os vinhos naturais são acompanhados de histórias sobre as castas e os segredos da vinificação.

Cada prova inclui diferentes estilos: desde os vinhos brancos âmbar, intensos e aromáticos, até aos tintos encorpados e elegantes, sempre sem aditivos nem químicos – apenas a pureza da uva.

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gastronomia feita como antigamente

Se o vinho é protagonista, a gastronomia não fica atrás. Uma das experiências mais memoráveis é o almoço ou jantar caseiro preparado pela família Sopromadze.

A cozinha mantém-se fiel às tradições: muitos dos pratos são cozinhados em fogão a lenha, preservando os sabores autênticos. O pão georgiano, chamado shoti, é cozido em forno de barro (tone) e chega à mesa ainda quente, muitas vezes acompanhado de queijos locais, nozes, ervas frescas e saladas coloridas.

Entre os pratos que podem fazer parte da mesa estão os famosos khachapuri (pão recheado de queijo), estufados de vegetais, ensopados de carne e sobremesas simples mas cheias de sabor.

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

O conceito é o de um verdadeiro banquete georgiano (supra), onde os vinhos acompanham generosamente cada momento.

Mais do que uma refeição, uma vivência cultural: na mesa, não faltam os tradicionais “toasts” georgianos, liderados por um tamada (mestre de cerimónias), que recita brindes poéticos à amizade, à família, à terra e à vida.

Muitas vezes, a experiência é acompanhada por cânticos polifónicos – Património da UNESCO – e pela hospitalidade calorosa que transforma cada visitante em convidado de honra.

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Talhas do Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Anforas debaixo de terra – Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

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Talhas debaixo da terra – Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Participar na vindima e noutras atividades

Dependendo da altura do ano, a visita pode incluir ainda:
– Participação na vindima (setembro-outubro), ajudando a colher as uvas e a colocá-las nos qvevri.
– Workshops de cozinha georgiana, aprendendo a preparar pratos tradicionais ao lado da família.
– Passeio pelas vinhas em Imereti, descobrindo as particularidades do terroir desta região vinícola menos turística mas riquíssima em tradição.

Como visitar o Gaioz Sopromadze Wine Cellar: por ser uma adega pequena e familiar, as visitas são sempre feitas por marcação antecipada, garantindo personalização. É uma experiência recomendada para quem procura ir além dos roteiros turísticos mais conhecidos da Geórgia e deseja mergulhar nas suas tradições.

Uma visita ao Gaioz Sopromadze Wine Cellar não é apenas sobre vinho – é sobre hospitalidade, tradição e cultura. Entre a prova de vinhos naturais, o pão acabado de sair do forno e as conversas em redor da mesa, o viajante leva consigo não só sabores inesquecíveis, mas também a memória viva da Geórgia.

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar – Georgia © Viaje Comigo

Gaioz Sopromadze Wine Cellar - Georgia © Viaje Comigo

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Susana Ribeiro é jornalista desde 1998. Especializou-se em turismo e gastronomia mas tem experiência em várias áreas e meios: revistas, jornais, rádio, televisão, internet, locuções e redes sociais. Fez o Viaje Comigo para incentivar outros a viajarem mais. Saiba Mais sobre a Susana Ribeiro

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