Netanyahu acusa manifestantes de agirem “como fascistas” nos protestos em Jerusalém

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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusou esta quarta-feira os manifestantes que protestaram contra a guerra na Faixa de Gaza perto da sua residência oficial, em Jerusalém, de estarem a agir “exatamente como fascistas”, ao usarem a violência e ameaças nas suas ações, noticia o Times of Israel.

“Ameaçam matar-me a mim, ao primeiro-ministro e à minha família diariamente. Também estão a atear fogo. Disseram que cercariam a minha casa, a casa do primeiro-ministro, com um anel de fogo, como grupos fascistas”, afirmou Netanyahu, após várias pessoas terem incendiado veículos junto da sua casa na manhã desta quarta-feira.

O chefe do Executivo israelita insistiu que os autores destes protestos “falam e comportam-se como fascistas”, quando o seu Governo enfrenta amplos protestos em Israel e no estrangeiro pela condução da guerra contra o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

“O que está a acontecer aqui é simples. Não há controlo e, quando não há, a violência aumenta. Começaram por partir bloqueios e tentar derrubar vedações, depois lançaram sinalizadores que quase queimaram vivo um guarda perto da minha casa e agora estão a formar um anel de fogo”, descreveu.

Netanyahu disse que “não há absolutamente nenhuma aplicação da lei” e que esta situação “precisa de mudar”, expressando que pretende das autoridades responsáveis o cumprimento das regras, que é o que “o povo israelita exige para que haja democracia”.

Apesar de reconhecer que as manifestações são legítimas em democracia, o primeiro-ministro israelita disse que os protestos são “financiados, organizados e politizados contra o Governo” e que todas as linhas foram ultrapassadas.

“Estão a vandalizar propriedades, a bloquear estradas, a infligir sofrimento a milhões de cidadãos e a perseguir os eleitos”, frisou.

Vários membros do executivo israelita condenaram os incidentes e também políticos da oposição, embora tenham acusado o Governo de abandonar os reféns mantidos pelas milícias palestinianas na Faixa de Gaza.

Um grupo de manifestantes ateou fogo a veículos e contentores localizados perto da residência do primeiro-ministro israelita, para pressionar o Governo a aceitar um cessar-fogo na Faixa de Gaza que permita a libertação dos 48 reféns, dos quais se estima que 20 estejam vivos.

Segundo as autoridades locais, os incêndios propagaram-se naquela área de Jerusalém e obrigaram moradores a abandonar as suas casas. As forças de segurança israelitas classificaram estes atos como criminosos e lamentaram que os autores estejam a tentar “camuflar estas ações, fazendo-as parecer protestos”.

Ao mesmo tempo, dezenas de manifestantes invadiram a Biblioteca Nacional e subiram ao telhado do edifício, localizado perto do parlamento israelita (Knesset), onde desenrolaram faixas com a imagem de Netanyahu e a mensagem “Vocês abandonaram e mataram [os reféns]“.

O Governo de Netanyahu enfrenta contestação nas ruas desde há muitos meses por várias razões, incluindo suspeitas de corrupção no seu gabinete, e também a condução do conflito no território palestiniano, que se intensificou nos últimos dias, após o aval do executivo a um plano para ocupar a Cidade de Gaza e deslocar centenas de milhares dos seus habitantes.

Segundo o líder israelita, o plano visa eliminar as últimas bolsas do Hamas, recuperar os reféns e entregar o território a uma administração civil não hostil a Israel.

Familiares de reféns receiam, no entanto, que as operações militares coloquem as suas vidas em perigo, ao mesmo tempo que o Governo israelita enfrenta uma vaga de críticas internacionais desde que anunciou o seu plano militar para uma região já atingida pela fome, segundo a ONU.

A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque liderado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde fez 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns. Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva em grande escala no enclave palestiniano, que já provocou mais de 63 mil mortos, de acordo com as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e um desastre humanitário sem precedentes na região.

Carlos Moedas participa no Conselho de Ministros a convite do primeiro-ministro esta quinta-feira

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O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, vai participar na quinta-feira na reunião do Conselho de Ministros a convite de Luís Montenegro, disse à Lusa fonte do gabinete do chefe do Governo.

O Governo decretou um dia de luto nacional, que será cumprido na quinta-feira, na sequência do acidente do elevador da Glória, em Lisboa, que causou 15 mortos. Já a Câmara de Lisboa decretou três dias de luto municipal.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou pelas 18h04, na Calçada da Glória. O descarrilamento provocou pelo menos 15 vítimas mortais, número avançado pelo INEM, e vários feridos em estado grave.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, cancelou parte da agenda de quinta-feira, mantendo apenas a reunião do Conselho de Ministros e a participação, por videoconferência, no encontro de líderes da Coligação de Boa Vontade, sobre a Ucrânia.

Da agenda de quinta-feira do chefe do Governo, constava também a assinatura do contrato de financiamento para habitação acessível com o Banco Europeu de Investimento e a presença no concerto de Carolina Deslandes no âmbito da Festa do Livro em Belém, que também foi cancelada pelo Presidente da República.

O gabinete de Luís Montenegro já tinha emitido um comunicado em que Governo e primeiro-ministro lamentaram profundamente o acidente ocorrido esta tarde no elevador da Glória dizendo estar a acompanhar “desde os primeiros momentos” a situação e a resposta das diversas autoridades públicas.

“O Governo está, desde os primeiros momentos, a acompanhar a situação e a resposta das diversas autoridades públicas de emergência médica, unidades de saúde, proteção civil, forças de segurança e transportes, a quem foram transmitidas orientações para prestação de todo o apoio necessário”, refere o executivo, dizendo também estar “em contacto permanente e articulação estreita com a Câmara Municipal”.

“Sendo a prioridade imediata o socorro às vítimas, as autoridades competentes realizarão no devido tempo as averiguações necessárias ao apuramento das causas deste lamentável acidente”, sublinha-se no comunicado.

O elevador da Glória, gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

Líder do PS diz que adiamento da lei da nacionalidade dá mais tempo para negociações

O secretário-geral do PS admitiu esta quarta-feira que o adiamento do debate sobre a lei da nacionalidade “dá mais tempo para discutir” o assunto, insistindo que a legislação deve refletir as relações privilegiadas com os países lusófonos, sobretudo Angola.

José Luís Carneiro falava aos jornalistas em Luanda, à saída de uma audiência com o Presidente angolano, João Lourenço, tendo sublinhado a importância das comunidades dos dois países.

“As comunidades portuguesa em Angola e angolana em Portugal estimam-se e estão fundadas em relações linguísticas, culturais, históricas e profundamente consanguíneas, que faz com que estejam irmanadas em relação aos grandes objetivos do futuro, da cooperação para o desenvolvimento, da paz e do bem-estar das nossas comunidades”, realçou.

Sobre a lei da nacionalidade, cuja discussão foi adiada para outubro, o líder socialista destacou que “há mais tempo para discutir o que está em causa”.

“Sempre dissemos que estávamos disponíveis para aperfeiçoar quer a lei de estrangeiros quer a lei da nacionalidade, mas a lei da nacionalidade deve ter em consideração um eixo fundamental da política externa portuguesa que assenta nas relações de amizade privilegiadas com os países de língua oficial portuguesa”, frisou.

“Diria que o futuro dos dois países é muito importante para as futuras gerações, particularmente aquelas que acreditam nos valores da cooperação, da paz, do desenvolvimento e do bem-estar comuns”, concluiu o secretário-geral do PS.

José Luís Carneiro reconheceu que “o modo como as propostas apareceram perante a opinião pública causaram estranheza e receio em relação às opções que possam vir a ser tomadas”, deixando a garantia de que o PS vai procurar que a lei da nacionalidade corresponda a esta relação histórica, cultural, linguística, de cooperação e até de consanguinidade.

O dirigente socialista abordou também a importância da comunidade angolana em Portugal para o desenvolvimento do país.

“(É) uma comunidade que vive, que investe, que tem laços do ponto de vista cultural e social com o nosso país”, apontou, afirmando também a importância da comunidade portuguesa que  “trabalha, investe, estuda e contribui para o desenvolvimento de Angola”.

Questionado sobre as negociações em torno do Orçamento do Estado português, preferiu não se alongar por ser “matéria para tratar em sede própria”.

Sobre se as relações anteriores com Angola afetaram negativamente o PS, depois do antigo primeiro-ministro José Sócrates admitir em tribunal que, em 2014, se encontrou com o então vice-presidente de Angola em Nova Iorque (EUA), Manuel Vicente, para interceder pelo grupo Lena, afirmou que o assunto não foi tratado na audiência.

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Vogal demitido da Metro Mondego diz que decisão ocorreu na pior altura

Os dois vogais demitidos da Metro Mondego por decisão do Governo mostraram-se esta quarta-feira surpreendidos com a decisão, com um dos administradores substituído a afirmar que a substituição não poderia ocorrer em pior altura face à preparação da operação comercial.

Eduardo Barata e Teresa Jorge foram demitidos e substituídos dos cargos de administradores executivos da Metro Mondego, por proposta do Estado (que é acionista maioritário da empresa e que manteve o atual presidente do conselho de administração), na assembleia geral que decorreu na terça-feira e que mereceu o voto contra dos municípios de Miranda do Corvo e da Lousã.

Contactados pela agência Lusa, os dois vogais mostraram-se surpreendidos com a decisão de substituição antes do final do mandato (31 de dezembro), referindo que não lhes foi apresentada qualquer justificação por parte da tutela.

Apenas tiveram conhecimento da decisão aquando da convocatória da assembleia geral, em agosto.

Para Eduardo Barata, seria “difícil escolher uma fase pior [para substituir os vogais]”, dando nota das “décadas de gestação” que viveu o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) — implicou o fecho do ramal da Lousã há mais de 20 anos.

“Estamos a caminho da maternidade com um bebé que teve uma gravidez de risco que se prolongou por décadas e, neste momento, estamos a agredir esse bebé. Estamos a por em causa a saúde do próprio projeto”, disse à Lusa o vogal demitido.

Questionado pela Lusa se encontra algo que justifique a decisão do Governo, Eduardo Barata admitiu dificuldade em apontar para uma justificação, mas confia que quem tomou a decisão “estará certamente consciente das suas consequências”.

“Se as pessoas que agora foram nomeadas tiverem confiança e estatuto junto do Governo central, isso poderá ser muito positivo para resolver alguns dos dossiês mais complexos que ficam por resolver”, notou.

Os dois administradores foram substituídos numa altura em que o SMM arrancou com uma operação preliminar em cinco quilómetros do seu troço na cidade de Coimbra e que prepara o arranque da operação comercial até ao final do ano entre Serpins (Lousã) e Portagem (Coimbra).

Na ótica de Eduardo Barata, havia um conjunto de procedimentos e processos complexos associados ao arranque da operação que estavam “com uma dinâmica muito acentuada nos últimos meses” e que neste momento ficam “um bocadinho mais desamparados”.

Para o vogal demitido, isso irá implicar “um esforço acrescido de alguém que já estava sobrecarregado”, o presidente da Metro Mondego, João Marrana.

“Independentemente da competência das pessoas que entram e que desejo que tenham a maior sorte do mundo […], eles vão precisar de um tempo considerável até conseguirem começar a contribuir positivamente para o projeto”, disse.

Eduardo Barata salientou ainda que sempre sentiu apoio da tutela, dando nota de uma relação “excecional” com o gabinete do ministro das Infraestruturas e Habitação.

Contactada pela agência Lusa, Teresa Jorge afirmou que a decisão a apanhou de surpresa.

Questionada sobre se a mudança nesta altura terá algum impacto no desenvolvimento do projeto, a vogal escusou-se a tecer comentários.

O presidente da Metro Mondego recusou-se a comentar a decisão.

Eduardo Barata e Teresa Jorge, ambos com ligações ao PS, são substituídos por Ricardo Cândido, chefe de divisão na Câmara da Figueira da Foz, e pela docente no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Cristina Agreira, ambos membros do executivo da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, liderada pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS/NC/PPM/A/R/V), que conquistou também a Câmara de Coimbra.

Na terça-feira, o Ministério das Infraestruturas e Habitação não avançou com qualquer esclarecimento sobre a mudança.

A Metro Mondego gere a operação do SMM, que irá servir os concelhos de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã, com autocarros elétricos articulados a circular em canal dedicado.

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Carris garante que “têm sido escrupulosamente cumpridos os programas de manutenção” e diz que última inspeção foi feita em 2024

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A Carris lamentou a existência de vítimas no descarrilamento do elevador da Glória, em Lisboa, que fez esta quarta-feira 15 mortos e 18 feridos, e fez saber que abriu um inquérito para apurar as causas do acidente.

“Na sequência do acidente ocorrido esta tarde com o ascensor da Glória, a Carris lamenta a existência de vítimas e está a acompanhar a situação”, revelou a empresa que gere o elevador da Glória numa nota enviada à Lusa.

A Carris disse ainda que “foram realizados e respeitados todos os protocolos de manutenção” e que a última inspeção foi realizada no ano passado.

De acordo com a empresa, a manutenção geral que ocorre a cada quatro anos, ocorreu em 2022 e a última reparação intercalar, que é concretizada de dois em dois anos, foi feita em 2024.

“Têm sido escrupulosamente cumpridos os programas de manutenção mensal, semanal e a inspeção diária”, afirmou.

A empresa disse ainda que “abriu de imediato um inquérito em conjunto com as autoridades para apurar as reais causas deste acidente”.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou esta quarta-feira, pelas 18h04, na Calçada da Glória. O acidente fez 15 mortos e 23 feridos. O Governo decretou um dia de luto nacional, nesta quinta-feira, e a Câmara de Lisboa decretou três.

O elevador da Glória é gerido pela Carris, liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros e é muito procurado por turistas.

FPF associa-se à dor e consternação provocada pelo descarrilamento

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A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) lamentou o acidente ocorrido hoje no Elevador da Glória, em Lisboa, que provocou 15 mortos e 18 feridos.

O organismo liderado por Pedro Proença emitiu um comunicado em que se “associa à dor e consternação provocadas pelo trágico acidente ocorrido em Lisboa, no Elevador da Glória”.

“Os nossos pensamentos estão com os familiares das vítimas e com todos os afetados por esta tragédia“, rematou a FPF.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou esta quarta-feira, pelas 18h04, na Calçada da Glória. O acidente fez 15 mortos e 23 feridos. O Governo decretou um dia de luto nacional, nesta quinta-feira, e a Câmara de Lisboa decretou três.

Esta atração turística da capital portuguesa gerida pela Carris liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros, com uma inclinação de 17%. Inaugurado em 24 de outubro de 1885, ganhou, há pouco mais de 20 anos, em 2002, o estatuto de Monumento Nacional.

Benfica, o FC Porto e o Sporting associam-se às homenagens às vítimas do acidente no Elevador da Glória

“O FC Porto manifesta profunda consternação perante o trágico acidente ocorrido em Lisboa, com o Elevador da Glória. Neste momento de tristeza e dor, enviamos uma mensagem de solidariedade e conforto para com a família e amigos de todas as vítimas desta tragédia”, escreveram os ‘dragões’, na rede social X.

O elevador da Glória, em Lisboa, descarrilou esta quarta-feira, pelas 18h04, na Calçada da Glória. O acidente fez 15 mortos e 23 feridos. O Governo decretou um dia de luto nacional, nesta quinta-feira, e a Câmara de Lisboa decretou três.

Esta atração turística da capital portuguesa gerida pela Carris liga os Restauradores ao Jardim de São Pedro de Alcântara, no Bairro Alto, num percurso de cerca de 265 metros, com uma inclinação de 17%. Inaugurado em 24 de outubro de 1885, ganhou, há pouco mais de 20 anos, em 2002, o estatuto de Monumento Nacional.

Primeira vítima mortal do acidente do Elevador da Glória identificada. Trata-se do guarda-freio da composição

O ator André Costa recordou também o guarda-freio, que conheceu em 2023 no decurso da gravação de uma reportagem para o programa da SIC “Alô Portugal”

“Há cerca de dois anos, tive a sorte de o conhecer, quando de forma generosa e simpática aceitou conversar comigo, sem qualquer aviso prévio”, escreve o ator, numa publicação acompanhada de um excerto dessa peça televisiva.

Sindicato contra “outsourcing” na manutenção do Elevador da Glória

A manutenção do Elevador da Glória, operado pela Carris, não deveria ser feita por empresas externas, defende o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).

“Defendemos que a manutenção deveria ser feita pela própria empresa [a Carris], até para ser mais fácil a fiscalização”, diz à Renascença Anabela Carvalheira, do STRUP, após o acidente que esta quarta-feira provocou 15 mortos e 23 feridos.

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Para a sindicalista “a exigência colocada sobre os trabalhadores da própria empresa não é colocada sobre os trabalhadores que estão em outsourcing ou que pertencem a outra empresa [externa]”.

Vídeo. Descarrilamento do elevador da Glória em Lisboa faz 15 vítimas mortais e 18 feridos

O presidente do conselho de administração da Carris disse, esta quarta-feira à noite, que a manutenção do Elevador da Glória é assegurada há 14 anos por uma empresa externa. Pedro de Brito Bogas sublinha que o “protocolo de manutenção foi escrupulosamente respeitado” no elevador da Glória.

Anabela Carvalheira lamenta a opção, porque “depois, quando acontece algum problema, é o serviço público de transportes que é posto em causa”.

O Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal defende também maior fiscalização nas operações de manutenção feitas por empresas externas, após o acidente desta quarta-feira.

Anabela Carvalheira pede que sejam apuradas as causas e as responsabilidades de forma rápida após o desastre no Elevador da Glória.

“Não conseguimos nesta altura afirmar com certeza que isto é uma questão de falhas mecânicas ou de falta de manutenção. Uma coisa nós sabemos, infelizmente, as empresas têm uma prioridade: gastar o menos dinheiro possível”, afirma a sindicalista.

“Não importa fazer julgamentos precipitados, importa assumir e assacar responsabilidades e verificar o que efetivamente falhou”, sublinha Anabela Carvalheira.

Para a dirigente do STRUP, “o mais importante nesta altura é averiguar as reais causas do acidente, para não se repetir” e, depois, terão de ser assumidas responsabilidades.

Estudo deteta a praga de insetos mais antiga da história da Terra

Fósseis de plantas datados de há 295 milhões de anos mostram os túneis de alimentação mais antigos de larvas de insetos no interior das folhas, juntamente com os depósitos de ovos associados.

Um grupo de paleontólogos, incluindo investigadores do Museu de História Natural de Berlim (MfN), descreveu esta descoberta, devido à sua prevalência nas plantas estudadas, como a praga de insetos mais antiga da história da Terra.

As descobertas mostram que este comportamento altamente especializado das larvas de insetos já existia cerca de 40 milhões de anos antes do que se pensava.

Viver dentro do tecido vegetal oferece muitas vantagens, como a proteção contra predadores, desidratação e influências ambientais prejudiciais.

Além disso, as larvas têm um fornecimento alimentar quase inesgotável, relata o MfN em comunicado citado pela agência Europa Press.

Atualmente, as minas de folhas são produzidas exclusivamente por insetos como os escaravelhos, moscas, vespas e borboletas, que sofrem uma transformação completa (metamorfose) e, por isso, são conhecidos como insetos holometábolos.

São altamente adaptáveis e, ao longo da evolução, desenvolveram larvas esbeltas, semelhantes a vermes, sem apêndices corporais, perfeitamente adaptadas à vida dentro do tecido vegetal.

Até agora, não estava claro quando é que esta estratégia bem-sucedida surgiu entre os insetos.

A evidência fiável mais antiga de minas de folhas até à data remonta ao Triássico, no início do Mesozóico.

Utilizando métodos de investigação modernos, uma equipa de cientistas dos Museus de História Natural de Chemnitz, Berlim, Münster e Osnabrück, da TU Bergakademie Freiberg e da Universidade Martin Luther de Halle-Wittenberg conseguiu demonstrar que as minas de folhas existiam mais de 40 milhões de anos antes do que se pensava. O artigo foi publicado na revista Scientific Reports.

Os investigadores tiveram acesso às extensas coleções paleobotânicas dos Museus de História Natural de Berlim, Schleusingen e da Universidade de Mineração e Tecnologia de Freiberg, que se revelaram verdadeiros tesouros para a ciência, pois estas coleções continham numerosos espécimes excecionalmente bem preservados de vestígios alimentares de Asteronomus maeandriformis em folhas da samambaia Autunia conferta, provenientes de depósitos com aproximadamente 295 milhões de anos do período Pérmico na pequena e antiga área de mineração de carvão de Crock, Turíngia, Alemanha.

Os fósseis de plantas perfeitamente preservados permitiram a conclusão inequívoca de que as larvas de insetos criaram os túneis de alimentação protegidos no interior das folhas.

Além disso, foi possível identificar depósitos de ovos associados aos túneis de alimentação, que em alguns casos continham até restos de ovos de insetos.

No total, mais de 80% de todas as plantas Autunia de Crock foram infestadas por minas foliares, o que pode ser corretamente descrito como a infestação de insetos mais antiga da história da Terra.

A razão exata pela qual as plantas Autunia no sítio arqueológico de Crock sofreram uma infestação tão intensa permanece um mistério.

No entanto, o fenómeno ocorreu durante um período de alterações globais, durante o qual os ecossistemas terrestres tropicais secaram gradualmente.

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