Testemunha relata agressão de Sean Combs a ex-namorada num hotel de Nova Iorque

O julgamento de Sean “Diddy” Combs teve início esta segunda-feira num tribunal federal de Manhattan, com testemunhos que o acusam de agressão e tráfico sexual.

Um stripper declarou ter assistido a um episódio violento envolvendo o músico e a então namorada, Casandra Ventura, num hotel de Nova Iorque.

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Segundo Daniel Phillip, stripper e segunda testemunha do Ministério Público, Combs atirou uma garrafa de álcool na direção de Ventura, agarrou-a pelos cabelos e arrastou-a aos gritos para outro quarto.

“Ela literalmente saltou para o meu colo a tremer. Estava aterrorizada”, contou aos jurados.

O primeiro dia de julgamento incluiu também a exibição de um vídeo de 2016, em que Combs agride Ventura num hotel da área de Los Angeles. Nas imagens, o artista surge de toalha, a empurrá-la, atirá-la ao chão e a arrastá-la, antes de a deixar para trás no corredor.

Sean Combs, de 55 anos, declarou-se inocente das cinco acusações criminais, incluindo conspiração para extorsão, tráfico sexual e transporte para prostituição. Se for condenado em todas, enfrenta uma pena mínima de 15 anos de prisão, podendo chegar à prisão perpétua.

Durante a sessão, a procuradora Emily Johnson acusou Combs de “atacar violentamente” mulheres que resistiam aos chamados “Freak Offs” — festas privadas com sexo e drogas — e de as chantagear com vídeos das sessões.

Israel Florez, ex-segurança de Combs, foi a primeira testemunha. Relatou ter recebido um pedido de ajuda durante o episódio de 2016 e afirmou que o artista lhe ofereceu dinheiro para manter o silêncio. “Estava assustada”, disse, descrevendo o estado de Ventura.

A defesa, por sua vez, sustenta que as relações eram consensuais e faz parte de um estilo de vida alternativo. “Este caso trata-se de escolhas voluntárias feitas por adultos capazes em relações consensuais,” afirmou a advogada Teny Geragos.

Fátima: cardeal brasileiro pede à Virgem que interceda em favor do Papa Leão XIV

O cardeal brasileiro Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, defendeu esta segunda-feira, no Santuário de Fátima, a necessidade de concórdia entre os povos ao lembrar o fim da II Guerra Mundial há 80 anos.

“Precisamos do vinho da concórdia, do entendimento entre os povos, o vinho do perdão, da paz, o vinho do entendimento, o vinho da proximidade, o vinho da coragem de olharmos uns nos olhos dos outros e dizer “tu és o meu irmão, tu és a minha irmã”, afirmou Jaime Spengler aos fiéis na homilia da Celebração da Palavra, perante cerca de 270 mil fiéis, número divulgado pelo santuário.

Antes, referiu que Jesus é o “bom vinho” que o tempo atual necessita ao lembrar o fim da II Guerra Mundial e os 60 conflitos armados atuais no mundo. “Ele é nossa paz”, prosseguiu o cardeal.

Aos fiéis, que designou de peregrinos de esperança, pediu para que testemunhem a sua fé.

“Hoje, nesta noite, aqui nesta praça, colocamo-nos como peregrinos de esperança diante da imagem de Fátima e na imagem reconhecemos e veneramos a mãe do salvador”, declarou.

O cardeal, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano, pediu à Virgem para que olhe pelos povos e interceda também em favor do Papa Leão XIV.

“Interceda por nós, (…) para que possamos cumprir a nossa vocação, a nossa missão na sociedade de hoje e testemunhar, por palavras e atos, a fé que nos anima, nos sustenta e nos une”, acrescentou.

Na Celebração da Palavra que se seguiu à procissão das velas, além do cardeal brasileiro, estiveram o cardeal António Marto, bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima, e 20 bispos, 171 padres e 15 diáconos.

Durante a noite e até às 07h00 de terça-feira decorre uma vigília de oração, seguindo-se a procissão eucarística.

Às 09h00, começa a recitação do terço e, uma hora depois, a missa, terminando a peregrinação internacional de 12 e 13 de maio ao Santuário de Fátima com a habitual procissão do adeus.

Problema informático no Palácio de Justiça de Lisboa resolvido desde as 18:00

O Ministério da Justiça (MJ) indicou à Lusa que o problema informático que impediu esta segunda-feira, durante a tarde, o acesso a aplicações e a serviços de internet no Palácio de Justiça de Lisboa está resolvido desde as 18:00.

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Anteriormente, o MJ confirmara à Lusa uma falha “num equipamento da rede do Palácio de Justiça de Lisboa, registada às 13:30 e que tem impedido o acesso às aplicações e serviços de internet desde então”, tendo o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) deslocado uma equipa ao local.

Segundo o Sindicato dos Funcionários Judiciais, o Palácio de Justiça de Lisboa teve hoje uma falha total da rede, impedindo o acesso à plataforma informática dos tribunais, telefones e internet e adiando diligências.

Há uma semana, os funcionários judiciais já tinham alertado para falhas informáticas e de rede nos tribunais que impediam o seu normal funcionamento, tendo na altura o IGFEJ atribuído o problema ao operador único de rede nos tribunais, a MEO, que atualmente assegura a rede normal e a rede redundante.

Hoje, o MJ esclareceu à Lusa que “o segundo circuito [rede redundante, que garante a continuidade do serviço em caso de falha do sistema principal] não é do mesmo operador”.

Um conto exemplar

Este texto não é sobre Montenegro e Spinumviva, fala nisso, mas é sobre jornalismo.

Instalou-se, no espaço público, a ideia de que Montenegro inicialmente se recusou a dar explicações sobre a Spinumviva e, inicialmente, apresentou-a como uma empresa criada para gerir uma herança familiar e, talvez, fazer uma adega com os lucros.

A ideia é tão consensual que é repetida vezes sem conta, por alguns jornalistas, comentadores ubíquos e de maneira geral bem informados, como Susana Peralta, apoiantes não militantes como Pedro Adão e Silva, e até Pedro Garcias, na sua coluna semanal sobre vinhos, escreve, com certeza convencido de estar a escrever uma verdade inegável: “Já não nos lembramos, mas a primeira explicação que Montenegro deu para a existência da empresa era a de que tinha sido criada para gerir o património da família e que os proveitos obtidos se destinavam à construção de uma adega”.

A parte rigorosa do que escreveu está, no entanto, restringida ao “já não nos lembramos”, tudo o resto é falso (com uma pequena parte de verdade na eventual afectação de lucros à construção de uma adega).

O que é exemplar no conto que vou contar, é que a primeira vez que Montenegro falou sobre o assunto está perfeitamente documentada, foi na sua primeira intervenção no debate da moção de censura do Chega, em 21 de Fevereiro, que pode ser visto aqui.

É claro que não é Montenegro que resolve trazer para o debate os seus terrenos, é o Chega, a generalidade da oposição e a imprensa (desculpem o pleonasmo) que centram a moção de censura na questão do imobiliário e o associam à alteração da impropriamente chamada lei dos solos;

Montenegro começa a sua intervenção exactamente com as razões para a criação da Spinumviva, ligando-a ao facto de ter solicitações fora da advocacia, para as quais tinha, entretanto, feito alguma formação. Fala de facto nas partilhas da família, mas em complemento das razões principais.

Taxativamente, diz que decidiu fazer a empresa para o trabalho fora da advocacia.

Logo na sequência, diz que é um absurdo dizer que a actividade ligada aos terrenos é central para a empresa, falando no seu objecto amplo, que inclui consultadoria, exploração agrícola e turística, organização, planeamento e controlo de informação de gestão, gestão de recursos humanos e nesse objecto amplo refere que também está a gestão da tal herança.

Logo nessa altura faz uma descrição da facturação, totalmente assente na prestação de serviços, e descreve também os clientes, em termos tão pormenorizados que, ainda no decurso do debate, Pedro Nuno Santos identifica um desses clientes como sendo a Solverde.

Explica, inclusivamente, o pico de facturação que a empresa teve em 2022 e é evidente, a partir da descrição feita, que a saída de Montenegro da empresa leva a uma quebra de receitas substancial (na altura não o disse explicitamente, embora se possa perceber isso a partir da descrição da actividade recente da empresa que Montenegro faz, mas sabe-se hoje que a actividade da empresa afunila na protecção de dados, deixando de ter actividade relevante no apoio à gestão de empresas fora desse âmbito).

E, a certa altura, quando fala no destino dos lucros e na opção pela não distribuição dos resultados pelos sócios, lá vem a possibilidade de eventualmente investir numa adega e numa start-up tecnológica.

Sendo isto assim, como de facto se pode verificar na ligação para o debate em que Montenegro pela primeira vez fala na empresa, por que razão é tão espalhada e pacífica a ideia, falsa, de que Montenegro apenas falou na gestão da herança familiar, escondendo a actividade real da empresa?

A minha primeira explicação é que a generalidade das pessoas, como eu, se perguntam se vale a pena ir à procura de informação primária e contestar ideias feitas deste tipo, com largo apoio da imprensa, porque para aprender é preciso querer aprender, e há demasiada gente, no espaço público, com agendas claras e que jamais deixará que os factos influenciem as suas ideias.

O resultado mais provável é saltar-se por cima da informação primária verificável para se centrar a crítica na discussão das motivações escondidas para “defender” Montenegro, como se ser factual seja defender o que quer que seja, para além da decência.

A minha segunda explicação é a de que os jornalistas são excelentes leitores de jornais, com uma enorme reverência para com argumentos de autoridade, pelo que ao fim de três ou quatro afirmações taxativas de três ou quatro autoridades mediáticas, já ninguém vai verificar fontes primárias e muito menos está disponível para dizer a um desses colossos mediáticos que está a dizer uma coisa que totalmente falsa.

E assim se consolida, reforçando-se a cada repetição, a ideia, totalmente falsa, verificadamente falsa, de que Montenegro começou por justificar a Spinumviva com o seu sonho de produzir umas garrafas de vinho.

Prosperidade ou é preciso piorar para melhorar?

Na última semana de campanha eleitoral, sobram desafios que nos garantam prosperidade com igualdade, e faltam aos nossos protagonistas políticos ideias corajosas que comecem a aliviar os bloqueios e problemas que se têm agravado ao longo dos últimos anos. Os diagnósticos nas mais diversas frentes são tão preocupantes e agravados pela conjuntura internacional, que é preciso uma enorme dose de optimismo para não antecipar que escasseiam as soluções que não passem por ruturas.

Não há hoje, no mundo empresarial, quem não identifique a incapacidade de tomar decisões como um dos grandes bloqueios na concretização de projetos de investimento. A intrincada teia legislativa e de reguladores aliou-se a um medo instalado de tomar decisões, que começa na administração pública e sobe até aos dirigentes políticos.

Se não conseguirmos simplificar os processos de decisão, de forma a dar mais confiança a quem decide, não conseguiremos aproveitar as oportunidades que se abrem com o reajustamento da globalização e a reindustrialização. Nem conseguiremos concretizar projetos públicos de infra-estruturas, que já levam décadas de atraso, como o novo aeroporto, as novas travessias do Tejo, a ferrovia e transportes públicos adaptados às necessidades de toda a população das áreas urbanas e não sejam apenas, como já acontece, o destino daqueles que não têm dinheiro para andar de carro.

A habitação é talvez o desafio mais urgente, a exigir coragem para simplificar processos e avançar para soluções de construção rápida e que passam pela industrialização ou prédios por módulos. Contrariamente ao que se possa pensar, temos empresas no sector capazes de garantir um aumento significativo da oferta de casas, através da industrialização da construção. Basta para isso que se simplifiquem processos e se tenha um plano público de construção com compromissos firmados para viabilizar os investimentos necessários a essa industrialização.

É preciso coragem para inovar nas soluções de política pública, em vez de andarmos com remendos que são mais populistas do que criam soluções, agravando até o problema, como vimos com estas últimas medidas do governo de Luís Montenegro e já tinha acontecido com António Costa. Numa altura em que há défice de oferta, as opções do Governo acabaram por criar uma pressão adicional sobre a procura, com especial relevo para a que teve origem nos jovens, aumentando obviamente ainda mais os preços e, claro, o endividamento.

Na Educação deixámos a escola pública degradar-se e o tempo é de a reconstruir ao lado dos professores. É preciso recuperar a exigência e disciplina nas escolas, dando aos professores confiança para actuarem e decidirem como obviamente sabem. Tal como noutras frentes da nossa vida em comum, é preciso alimentar a coragem de quem dirige as escolas e dos professores. E, claro, menos papéis que ninguém vê e para nada servem.

Na Saúde é preciso ter a coragem de tratar o sector como um Sistema, concentrando os esforços na prestação dos cuidados, em vez de se estar sistematicamente a debater o que é público e é privado. Claro que o Serviço Nacional de Saúde é um pilar fundamental do sistema, mas só o conseguiremos manter e garantir os serviços que as pessoas precisam se contarmos com todo o sistema. Andamos a perder tempo a discutir quem é mais amigo do SNS, quando nos devíamos concentrar no modelo que melhor serve os portugueses com o mínimo de custo.

Ainda no domínio da Saúde, é urgente olhar para a comunidade envelhecida que somos e investir seriamente no apoio aos mais velhos, hoje uma das classes mais empobrecidas. Os cuidados paliativos têm sido esquecidos e o apoio aos mais velhos que existe deve-se fundamentalmente ao sector Social, que merecia do Estado maior atenção. Como é preciso perceber como é que conseguimos, de forma sustentada, garantir que as pensões mais baixas são aumentadas ou, pelo menos, que se usam as outras transferências sociais para equilibrar o rendimento dessas pessoas que já não podem trabalhar.

O Estado Social no seu conjunto, aqui entendido como as transferências que corrigem a desigualdade, precisava urgentemente de ser revisitado, avaliando a eficácias dos múltiplos apoios e redesenhando-os, se fosse caso disso, para que cumpram melhor o sue objetivo.

Em campanha eleitoral ninguém nos vai dizer que vamos ter menos dinheiro para o Estado Social, neste novo mundo em que vivemos, em que a América deixou de ser a América do pós-guerra e já não está disposta a pagar a nossa Defesa. Mas temos de ter consciência que não há milagres. Minimizar os danos ao Estado Social vai exigir que seja mais eficiente, que se concentre seriamente no combate às desigualdades sem criar incentivos perversos, que levam alguns a considerar que é mais vantajoso viver de apoios. É por isso que os idosos têm de ser uma das prioridades.

Um crescimento económico mais elevado, que não se fique pelos 2%, marca do século XXI, tornará alguns destes desafios mais fáceis. Mas não vale a pena acreditar que será através da redução geral de impostos prometida por Luís Montenegro ou a diminuição seletiva de impostos prometida por Pedro Nuno Santos que vamos conseguir sair desta armadilha do rendimento médio. É preciso ter coragem para eliminar os bloqueios que atrasam as decisões, o que exige menos burocracia, regras mais simples e de mais fácil entendimento, mais cooperação entre reguladores e uma justiça económica mais rápida.

É esta a agenda que podemos esperar? Os sinais não nada animadores. Lamentavelmente e provavelmente teremos ainda de piorar mais antes de melhorar.

As legislativas anuais de 2026

O voto é livre e expresso de forma individual. Os eleitores, quando entram na urna, não sabem como vai votar o vizinho do lado e, muito menos, o país coletivamente. Logo, não votam em maiorias. Votam, simplesmente, num partido. Ou, mais do que isso, num líder. Votam, acima de tudo, em perceções: quem acham que é mais capaz, que os defende melhor ou que lhes trará uma vida melhor.

As eleições de 18 de maio trazem uma circunstância quase única: no espaço de um ano enfrentam-se os mesmíssimos líderes partidários. A grande diferença é que um deles é agora primeiro-ministro e, isso, à partida traz-lhe uma vantagem (até porque teve uma política de aumento de rendimentos). Ao mesmo tempo foi o caso Spinumviva que desencadeou este ato eleitoral e isso, à partida, anula-lhe a vantagem.

Volvido um ano, o mais provável é que quem votou em Montenegro, volte a fazê-lo. Quem votou em Pedro Nuno Santos, idem. O grande quinhão eleitoral seria, então, o Chega. Uma quebra de André Ventura poderia levar a AD e os liberais a crescer no espaço não-socialista e, quem sabe, chegar à tão ambicionada maioria. Mas não é provável que isso vá acontecer. O Chega teria, imagine-se, de perder 28 dos 50 deputados diretamente para estas duas forças, o que não parece ser crível em nenhuma das sondagens. Até não será surpresa para ninguém que, apesar de Arrudas e casos de pedofilia, o Chega venha a crescer no próximo domingo.

Com pequenos ajustes na aritmética parlamentar, é provável que a situação fique muito parecida à que existe atualmente. A repetição da situação atual traz, no entanto, uma agravante. A margem de Pedro Nuno Santos (não, uma derrota não levará José Luís Carneiro para a liderança do PS, como a direita pensa) e de André Ventura (que provou não ter problemas em derrubar um governo de direita) para viabilizar um programa de Governo liderado por Luís Montenegro é pouca. Os dois centraram boa parte da campanha a tentar vender a ideia de que o primeiro-ministro é um mafioso que trafica influências. Teriam, por isso, dificuldade em justificar como permitiriam que alguém tão mau e maldoso continue à frente dos destinos do país.

Nesse mesmo cenário, nem Pedro Nuno Santos nem André Ventura teriam votos para uma alternativa. Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa até os podia chamar para tentarem uma solução governativa (individualmente), mas nenhum teria votos para isso. O Presidente também não poderia convocar novas eleições. Se não estivesse em final de mandato podia fazê-lo algures em novembro, mas como sai de Belém em março de 2026 só o futuro chefe de Estado o pode fazer.

A Marcelo e ao país pode, por isso, sobrar um cenário (que, nas sondagens é o mais provável) em que o novo Governo fica com o mesmo líder, mas — por força do chumbo do programa de Governo ou do Orçamento para 2026 — o Executivo fique em gestão até maio de 2026. Claro que André Ventura pode mudar de posição (fá-lo muitas vezes, de forma incoerente, e o seu eleitorado nem tuge, nem muge). Pedro Nuno Santos também pode dar mais um mortal à retaguarda e repetir em 2025 o que fez em 2024 (esperando depois uma vitória do PS em autárquicas para ficar com um novo fôlego). Aí, haverá um Governo AD de plenas funções, mas igualmente com prazo de validade.

Com um resultado idêntico ao de 2024 — mesmo com programa de Governo e orçamento aprovados — o potencial de degradação da situação política é ainda maior. E aí a palavra será do futuro Presidente da República. Mesmo que Gouveia e Melo (e Marques Mendes) não coloquem um orçamento como uma obrigatoriedade para manter um Governo em funções, poderão não ter grande alternativa a avançar para a dissolução da futura Assembleia da República em março de 2026. E isso significaria novas eleições em maio/junho de 2026.

Pode parecer extemporâneo falar de uma eventual futura eleição a seis dias de outra, mas a crispação da campanha adensou as suspeitas de que uma situação política que resulte das eleições de 18 maio que seja similar à de há um ano, tenha um desfecho similar. Ou as sondagens estão enganadas ou é bem provável que, daqui a precisamente um ano, o País seja chamado novamente a eleições. Naquilo que se podem chamar passar a chamar de eleições legislativas anuais de 2026.

Figuras do futebol brasileiro entre o apoio a Ancelotti e Abel como uma melhor opção

Record ouviu várias personalidades sobre a escolha do italiano para comandar a canarinha

Após mais de dois anos de espera, a CBF anunciou finalmente de forma oficial, pelo menos na voz do seu presidente Ednaldo Rodrigues, a contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti. O ainda treinador do Real Madrid vai assumir a seleção brasileira no próximo dia 26 de maio, data na qual terá de anunciar a convocatória de 23 jogadores para os dois próximos jogos da fase de apuramento do Mundial de 2026.

Por António Carlos. Rio de Janeiro. Brasil

Pedro Nuno espicaça AD e IL. E vende-se como “capaz de ceder” pela estabilidade

No início da última semana de campanha, Pedro Nuno Santos continua empenhado em fazer da AD e da IL alvo preferencial. Mas esta segunda-feira, em Coimbra (onde o final de dia foi fraco para o PS na rua), até já pareceu dividido sobre se dá mais jeito apontar à concórdia entre os dois ou alimentar a discórdia. No final das contas de somar ou subtrair, o socialista tenta mostrar que o PS é que “é bom a garantir estabilidade”, mesmo sem maioria absoluta.

O tiro a uma eventual coligação entre AD e IL tem, na campanha socialista, o objetivo claro de captar quem, no centro político, possa desconfiar de uma aliança dos sociais-democratas com os liberais. Com o PS convencido que tem pouca margem para crescer à esquerda — e ainda que o apelo ao voto útil se mantenha — por esta altura vai ocupando mais espaço no discurso do líder este flirt ao centro — e nos últimos comícios também ao eleitorado feminino, mas já lá iremos.

O outro objetivo é tentar garantir que o PS é confiável em matéria de estabilidade política. No comício desta segunda-feira à noite, o socialista lembrou que o PS consegue garantir estabilidade “mesmo quando não há maioria absoluta”. Quanto aos rivais, concluiu: “Eles nunca conseguiram uma legislatura inteira em situação de minoria. Nós conseguimos e não foi uma vez.”

Como é que tenciona fazê-lo se ficar à frente é que Pedro Nuno Santos não tem dito, pelo menos de forma concreta. O que se conhece sobre esse cenário é apenas a promessa de “dialogar com todos” e de esperar pela “reciprocidade” do PSD e CDS nas alturas parlamentares decisivas. Esta noite continuou sem detalhar, mas insiste na ideia de um PS com “capacidade de dialogar, ouvir, ceder e construir” com o objetivo da estabilidade política.

É o PS a tentar contrariar a ideia de que uma vitória socialista sem maioria à esquerda seria o sinónimo de caos político. Isto numa altura em que sabe que a estabilidade política é especialmente valorizada pelos portugueses.

Se esta intenção vai ficando clara, já não parece estar tão fechado por onde Pedro Nuno prefere ir no tiro à coligação AD e IL. É evidente que quer continuar a explorá-la — até porque os adversários continuam a fornecer material para isso –, mas em Coimbra dividiu-se entre apontar os riscos dessa eventual coligação (como tem feito sempre) e fomentar divisões entre os dois.

Há pouco, no comício do PS em Coimbra, Pedro Nuno Santos voltou a espicaçar a relação entre AD e IL para concluir que “não se pode confiar na direita portuguesa. Nem em Luís Montenegro, nem em Rui Rocha, e muito menos em André Ventura”.

Aproveitou a “tentativa de acordo pré-eleitoral” entre AD e IL, que o líder da AD nega, para dizer a Rui Rocha que “já devia saber que Luís Montenegro nunca assume nada”. E lembrou mesmo que já tinha sido assim na “negociação do Orçamento do Estado com André Ventura. Também não assumiu convites ou as cinco reuniões que o outro diz que aconteceram”. Tudo isto para dizer que “Montenegro nunca assume nada, esconde sempre tudo dos portugueses”.

Depois volta a Rui Rocha para dizer que também não percebe como é que a IL “quer tanto” coligar-se “depois das coisas acertadas que disse sobre Montenegro”, atirou com ironia. Queria enumerar os três pontos que a IL colocou como condições para Montenegro ficar como primeiro-ministro, em fevereiro quando foi noticiada a avença mensal da Solverde à Spinumviva.

Nos “três pontos” que citou de Rui Rocha, Pedro Nuno citou diretamente o líder da IL quando disse que Montenegro tinha de “pedir desculpa aos portugueses pela imprudência e pela falta de transparência na condução desta matéria”; “explicar tudo: quem são os clientes, que trabalhos concretos é que foram feitos para esses clientes, quanto é que esta empresa recebe e, sobretudo, a partir de 2024, quem é que prestou os serviços a estes clientes, se foram pessoas contratadas fora da empresa”; “desligar-se completamente desta empresa, seja por via direta, seja por via de participações familiares”.

“Nenhum dos três pontos se verificam”, disse Pedro Nuno para concluir que “não se pode confiar na direita portuguesa, nem em Luís Montenegro, nem em Rui Rocha e muito menos em André Ventura”, aproveitou ainda para acrescentar — embora este não seja um alvo que o líder socialista esteja a explorar nesta campanha (como Costa tinha feito em 2022) por estar mais distanciado do PSD de Montenegro.

No comício, Pedro Nuno Santos também apontou ao eleitorado feminino, considerando que “só seremos uma sociedade decente quando valorizarmos e pagarmos o que é devido às mulheres que dedicam a vida a cuidar dos filhos dos outros e dos pais dos outros”. A ideia tem sido recorrente nas últimas intervençõess do líder socialista.

No comício no Pavilhão Centro de Portugal, o socialista teve o apoio de Isabel Soares que interveio para entrar no ataque a Montenegro e para convencer os “soaristas” de que o seu pai e a sua mãe estivessem vivos “estariam na primeira linha do combate à direita revanchista”.

“Jesus é o bom vinho que nós e o nosso tempo necessitamos”

O cardeal Jaime Spengler disse esta segunda-feira à noite, em Fátima, que a “esperança” para os cristãos “tem o nome de Jesus”. “Ele é o bom vinho que nós e o nosso tempo necessitamos”, sublinhou.

Durante a Celebração da Palavra, que se seguiu à Procissão de Velas, que juntou no santuário mais de 270 mil peregrinos, o arcebispo de Porto Alegre, que preside à peregrinação internacional aniversária de maio, usou o tema do Jubileu, “Peregrinos de Esperança”, para lembrar que “Nossa Senhora é Mãe da Esperança”, de uma esperança que “não é sinónimo de otimismo”, pois “a esperança para nós tem nome: Jesus”.

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Referindo-se a Jesus como o “bom vinho que nós e o nosso tempo necessitamos”, o cardeal assinalou “a celebração do dia da liberdade, em que se recorda o encerramento da Segunda Guerra Mundial”, para afirmar que “Ele é a nossa paz”.

A paz que o mundo precisa porque os conflitos internacionais não param de aumentar: ” Até há poucos dias nós tínhamos 59 conflitos armados, hoje temos mais um, Paquistão e India”.

“Precisamos do vinho da concórdia, do entendimento entre os povos, o vinho do perdão e da paz, o vinho do entendimento, o vinho da proximidade. O vinho da coragem de olharmos nos olhos uns dos outros e dizer tu és meu irmão, tu és minha irmã”, acrescentou.

D. José Ornelas vai convidar Papa Leão XIV para visitar Fátima

O cardeal, que participou no Conclave que elegeu o Papa Leão XIV, sublinhou que o facto de “a Mãe do Redentor” ao longo da história e “em distintos contextos culturais e eclesiais recebeu e recebe vários títulos”. “Não há notícia de outra pessoa que tenha recebido tantos títulos. Por quê? – Não sei! Creio, contudo, que no rosto desta figura de mulher, se encontram traços de todo rosto humano; e, por isso, nenhum título esgota o que ela inspira e significa para nós”, sublinhou.

E na noite em que se colocou como peregrino de esperança “diante da imagem de Fátima”, o cardeal brasileiro assinalou que na sua imagem “reconhecemos e veneramos a Mãe do Salvador!”. “Com gratidão reconhecemos ser ela inspiradora e intercessora. Inspiradora no seguimento do Filho Amado. Intercessora em favor de todos que buscam fazer ‘próprios os sentimentos d’Ele”, acrescentou.

“Interceda por nós para que jamais esqueçamos onde colocar nossa esperança, bem cumprir a nossa vocação e missão na sociedade de hoje, e testemunhar por palavras e atos a fé que nos une! Assim seja!”, concluiu.

Apesar de no início da celebração a chuva ter ameaçado, ninguém arredou pé. De acordo com o Santuário de Fátima, esta segunda-feira à noite enchiam o recinto do Santuário cerca de 270 mil peregrinos.

Para a Procissão de Velas registaram-se 164 grupos de peregrinos. Para terça-feira, o Santuário de Fátima tem 173 grupos inscritos dos cinco continentes. Da Europa vieram grupos da Alemanha, Bélgica, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Polónia, Reino Unido, e claro de Portugal. Da América há peregrinos do Brasil, Chile, Estados Unidos da América, México, Paraguai, Trindade e Tobago, Venezuela. De África destaque para a presença de grupos de Angola e Cabo Verde; da Ásia, o Santuário tem registo de fiéis da China, Coreia do Sul e Filipinas.

Ações do Benfica Rei dos Frangos só vende tudo e no mínimo a 12 euros

José António dos Santos é o maior acionista individual da Benfica SAD

O empresário José António dos Santos, conhecido como “Rei dos Frangos”, que controla 16,38% do capital da Benfica SAD, entre participação individual e o conjunto de ações pertencentes ao Grupo Valouro, diz que a última vez que foi abordado para vender a sua participação foi no final do ano passado por investidores norte-americanos, mas em cima da mesa não chegaram a estar valores.

Em entrevista ao Negócios avisa que só vende as suas ações por 12 euros, cada. “Daí para cima”, remata, salientando que esta é uma avaliação conservadora face ao que considera que poderia ser um valor na melhor das hipóteses: 17 euros.

O “Rei dos Frangos” acredita que os bons resultados do Benfica no Mundial de Clubes podem marcar pontos fora das quatro linhas e fazer o preço das ações da SAD subirem de divisão no campeonato dos mercados.

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