As legislativas anuais de 2026

O voto é livre e expresso de forma individual. Os eleitores, quando entram na urna, não sabem como vai votar o vizinho do lado e, muito menos, o país coletivamente. Logo, não votam em maiorias. Votam, simplesmente, num partido. Ou, mais do que isso, num líder. Votam, acima de tudo, em perceções: quem acham que é mais capaz, que os defende melhor ou que lhes trará uma vida melhor.

As eleições de 18 de maio trazem uma circunstância quase única: no espaço de um ano enfrentam-se os mesmíssimos líderes partidários. A grande diferença é que um deles é agora primeiro-ministro e, isso, à partida traz-lhe uma vantagem (até porque teve uma política de aumento de rendimentos). Ao mesmo tempo foi o caso Spinumviva que desencadeou este ato eleitoral e isso, à partida, anula-lhe a vantagem.

Volvido um ano, o mais provável é que quem votou em Montenegro, volte a fazê-lo. Quem votou em Pedro Nuno Santos, idem. O grande quinhão eleitoral seria, então, o Chega. Uma quebra de André Ventura poderia levar a AD e os liberais a crescer no espaço não-socialista e, quem sabe, chegar à tão ambicionada maioria. Mas não é provável que isso vá acontecer. O Chega teria, imagine-se, de perder 28 dos 50 deputados diretamente para estas duas forças, o que não parece ser crível em nenhuma das sondagens. Até não será surpresa para ninguém que, apesar de Arrudas e casos de pedofilia, o Chega venha a crescer no próximo domingo.

Com pequenos ajustes na aritmética parlamentar, é provável que a situação fique muito parecida à que existe atualmente. A repetição da situação atual traz, no entanto, uma agravante. A margem de Pedro Nuno Santos (não, uma derrota não levará José Luís Carneiro para a liderança do PS, como a direita pensa) e de André Ventura (que provou não ter problemas em derrubar um governo de direita) para viabilizar um programa de Governo liderado por Luís Montenegro é pouca. Os dois centraram boa parte da campanha a tentar vender a ideia de que o primeiro-ministro é um mafioso que trafica influências. Teriam, por isso, dificuldade em justificar como permitiriam que alguém tão mau e maldoso continue à frente dos destinos do país.

Nesse mesmo cenário, nem Pedro Nuno Santos nem André Ventura teriam votos para uma alternativa. Por isso, Marcelo Rebelo de Sousa até os podia chamar para tentarem uma solução governativa (individualmente), mas nenhum teria votos para isso. O Presidente também não poderia convocar novas eleições. Se não estivesse em final de mandato podia fazê-lo algures em novembro, mas como sai de Belém em março de 2026 só o futuro chefe de Estado o pode fazer.

A Marcelo e ao país pode, por isso, sobrar um cenário (que, nas sondagens é o mais provável) em que o novo Governo fica com o mesmo líder, mas — por força do chumbo do programa de Governo ou do Orçamento para 2026 — o Executivo fique em gestão até maio de 2026. Claro que André Ventura pode mudar de posição (fá-lo muitas vezes, de forma incoerente, e o seu eleitorado nem tuge, nem muge). Pedro Nuno Santos também pode dar mais um mortal à retaguarda e repetir em 2025 o que fez em 2024 (esperando depois uma vitória do PS em autárquicas para ficar com um novo fôlego). Aí, haverá um Governo AD de plenas funções, mas igualmente com prazo de validade.

Com um resultado idêntico ao de 2024 — mesmo com programa de Governo e orçamento aprovados — o potencial de degradação da situação política é ainda maior. E aí a palavra será do futuro Presidente da República. Mesmo que Gouveia e Melo (e Marques Mendes) não coloquem um orçamento como uma obrigatoriedade para manter um Governo em funções, poderão não ter grande alternativa a avançar para a dissolução da futura Assembleia da República em março de 2026. E isso significaria novas eleições em maio/junho de 2026.

Pode parecer extemporâneo falar de uma eventual futura eleição a seis dias de outra, mas a crispação da campanha adensou as suspeitas de que uma situação política que resulte das eleições de 18 maio que seja similar à de há um ano, tenha um desfecho similar. Ou as sondagens estão enganadas ou é bem provável que, daqui a precisamente um ano, o País seja chamado novamente a eleições. Naquilo que se podem chamar passar a chamar de eleições legislativas anuais de 2026.

Figuras do futebol brasileiro entre o apoio a Ancelotti e Abel como uma melhor opção

Record ouviu várias personalidades sobre a escolha do italiano para comandar a canarinha

Após mais de dois anos de espera, a CBF anunciou finalmente de forma oficial, pelo menos na voz do seu presidente Ednaldo Rodrigues, a contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti. O ainda treinador do Real Madrid vai assumir a seleção brasileira no próximo dia 26 de maio, data na qual terá de anunciar a convocatória de 23 jogadores para os dois próximos jogos da fase de apuramento do Mundial de 2026.

Por António Carlos. Rio de Janeiro. Brasil

Pedro Nuno espicaça AD e IL. E vende-se como “capaz de ceder” pela estabilidade

No início da última semana de campanha, Pedro Nuno Santos continua empenhado em fazer da AD e da IL alvo preferencial. Mas esta segunda-feira, em Coimbra (onde o final de dia foi fraco para o PS na rua), até já pareceu dividido sobre se dá mais jeito apontar à concórdia entre os dois ou alimentar a discórdia. No final das contas de somar ou subtrair, o socialista tenta mostrar que o PS é que “é bom a garantir estabilidade”, mesmo sem maioria absoluta.

O tiro a uma eventual coligação entre AD e IL tem, na campanha socialista, o objetivo claro de captar quem, no centro político, possa desconfiar de uma aliança dos sociais-democratas com os liberais. Com o PS convencido que tem pouca margem para crescer à esquerda — e ainda que o apelo ao voto útil se mantenha — por esta altura vai ocupando mais espaço no discurso do líder este flirt ao centro — e nos últimos comícios também ao eleitorado feminino, mas já lá iremos.

O outro objetivo é tentar garantir que o PS é confiável em matéria de estabilidade política. No comício desta segunda-feira à noite, o socialista lembrou que o PS consegue garantir estabilidade “mesmo quando não há maioria absoluta”. Quanto aos rivais, concluiu: “Eles nunca conseguiram uma legislatura inteira em situação de minoria. Nós conseguimos e não foi uma vez.”

Como é que tenciona fazê-lo se ficar à frente é que Pedro Nuno Santos não tem dito, pelo menos de forma concreta. O que se conhece sobre esse cenário é apenas a promessa de “dialogar com todos” e de esperar pela “reciprocidade” do PSD e CDS nas alturas parlamentares decisivas. Esta noite continuou sem detalhar, mas insiste na ideia de um PS com “capacidade de dialogar, ouvir, ceder e construir” com o objetivo da estabilidade política.

É o PS a tentar contrariar a ideia de que uma vitória socialista sem maioria à esquerda seria o sinónimo de caos político. Isto numa altura em que sabe que a estabilidade política é especialmente valorizada pelos portugueses.

Se esta intenção vai ficando clara, já não parece estar tão fechado por onde Pedro Nuno prefere ir no tiro à coligação AD e IL. É evidente que quer continuar a explorá-la — até porque os adversários continuam a fornecer material para isso –, mas em Coimbra dividiu-se entre apontar os riscos dessa eventual coligação (como tem feito sempre) e fomentar divisões entre os dois.

Há pouco, no comício do PS em Coimbra, Pedro Nuno Santos voltou a espicaçar a relação entre AD e IL para concluir que “não se pode confiar na direita portuguesa. Nem em Luís Montenegro, nem em Rui Rocha, e muito menos em André Ventura”.

Aproveitou a “tentativa de acordo pré-eleitoral” entre AD e IL, que o líder da AD nega, para dizer a Rui Rocha que “já devia saber que Luís Montenegro nunca assume nada”. E lembrou mesmo que já tinha sido assim na “negociação do Orçamento do Estado com André Ventura. Também não assumiu convites ou as cinco reuniões que o outro diz que aconteceram”. Tudo isto para dizer que “Montenegro nunca assume nada, esconde sempre tudo dos portugueses”.

Depois volta a Rui Rocha para dizer que também não percebe como é que a IL “quer tanto” coligar-se “depois das coisas acertadas que disse sobre Montenegro”, atirou com ironia. Queria enumerar os três pontos que a IL colocou como condições para Montenegro ficar como primeiro-ministro, em fevereiro quando foi noticiada a avença mensal da Solverde à Spinumviva.

Nos “três pontos” que citou de Rui Rocha, Pedro Nuno citou diretamente o líder da IL quando disse que Montenegro tinha de “pedir desculpa aos portugueses pela imprudência e pela falta de transparência na condução desta matéria”; “explicar tudo: quem são os clientes, que trabalhos concretos é que foram feitos para esses clientes, quanto é que esta empresa recebe e, sobretudo, a partir de 2024, quem é que prestou os serviços a estes clientes, se foram pessoas contratadas fora da empresa”; “desligar-se completamente desta empresa, seja por via direta, seja por via de participações familiares”.

“Nenhum dos três pontos se verificam”, disse Pedro Nuno para concluir que “não se pode confiar na direita portuguesa, nem em Luís Montenegro, nem em Rui Rocha e muito menos em André Ventura”, aproveitou ainda para acrescentar — embora este não seja um alvo que o líder socialista esteja a explorar nesta campanha (como Costa tinha feito em 2022) por estar mais distanciado do PSD de Montenegro.

No comício, Pedro Nuno Santos também apontou ao eleitorado feminino, considerando que “só seremos uma sociedade decente quando valorizarmos e pagarmos o que é devido às mulheres que dedicam a vida a cuidar dos filhos dos outros e dos pais dos outros”. A ideia tem sido recorrente nas últimas intervençõess do líder socialista.

No comício no Pavilhão Centro de Portugal, o socialista teve o apoio de Isabel Soares que interveio para entrar no ataque a Montenegro e para convencer os “soaristas” de que o seu pai e a sua mãe estivessem vivos “estariam na primeira linha do combate à direita revanchista”.

“Jesus é o bom vinho que nós e o nosso tempo necessitamos”

O cardeal Jaime Spengler disse esta segunda-feira à noite, em Fátima, que a “esperança” para os cristãos “tem o nome de Jesus”. “Ele é o bom vinho que nós e o nosso tempo necessitamos”, sublinhou.

Durante a Celebração da Palavra, que se seguiu à Procissão de Velas, que juntou no santuário mais de 270 mil peregrinos, o arcebispo de Porto Alegre, que preside à peregrinação internacional aniversária de maio, usou o tema do Jubileu, “Peregrinos de Esperança”, para lembrar que “Nossa Senhora é Mãe da Esperança”, de uma esperança que “não é sinónimo de otimismo”, pois “a esperança para nós tem nome: Jesus”.

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Referindo-se a Jesus como o “bom vinho que nós e o nosso tempo necessitamos”, o cardeal assinalou “a celebração do dia da liberdade, em que se recorda o encerramento da Segunda Guerra Mundial”, para afirmar que “Ele é a nossa paz”.

A paz que o mundo precisa porque os conflitos internacionais não param de aumentar: ” Até há poucos dias nós tínhamos 59 conflitos armados, hoje temos mais um, Paquistão e India”.

“Precisamos do vinho da concórdia, do entendimento entre os povos, o vinho do perdão e da paz, o vinho do entendimento, o vinho da proximidade. O vinho da coragem de olharmos nos olhos uns dos outros e dizer tu és meu irmão, tu és minha irmã”, acrescentou.

D. José Ornelas vai convidar Papa Leão XIV para visitar Fátima

O cardeal, que participou no Conclave que elegeu o Papa Leão XIV, sublinhou que o facto de “a Mãe do Redentor” ao longo da história e “em distintos contextos culturais e eclesiais recebeu e recebe vários títulos”. “Não há notícia de outra pessoa que tenha recebido tantos títulos. Por quê? – Não sei! Creio, contudo, que no rosto desta figura de mulher, se encontram traços de todo rosto humano; e, por isso, nenhum título esgota o que ela inspira e significa para nós”, sublinhou.

E na noite em que se colocou como peregrino de esperança “diante da imagem de Fátima”, o cardeal brasileiro assinalou que na sua imagem “reconhecemos e veneramos a Mãe do Salvador!”. “Com gratidão reconhecemos ser ela inspiradora e intercessora. Inspiradora no seguimento do Filho Amado. Intercessora em favor de todos que buscam fazer ‘próprios os sentimentos d’Ele”, acrescentou.

“Interceda por nós para que jamais esqueçamos onde colocar nossa esperança, bem cumprir a nossa vocação e missão na sociedade de hoje, e testemunhar por palavras e atos a fé que nos une! Assim seja!”, concluiu.

Apesar de no início da celebração a chuva ter ameaçado, ninguém arredou pé. De acordo com o Santuário de Fátima, esta segunda-feira à noite enchiam o recinto do Santuário cerca de 270 mil peregrinos.

Para a Procissão de Velas registaram-se 164 grupos de peregrinos. Para terça-feira, o Santuário de Fátima tem 173 grupos inscritos dos cinco continentes. Da Europa vieram grupos da Alemanha, Bélgica, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Polónia, Reino Unido, e claro de Portugal. Da América há peregrinos do Brasil, Chile, Estados Unidos da América, México, Paraguai, Trindade e Tobago, Venezuela. De África destaque para a presença de grupos de Angola e Cabo Verde; da Ásia, o Santuário tem registo de fiéis da China, Coreia do Sul e Filipinas.

Ações do Benfica Rei dos Frangos só vende tudo e no mínimo a 12 euros

José António dos Santos é o maior acionista individual da Benfica SAD

O empresário José António dos Santos, conhecido como “Rei dos Frangos”, que controla 16,38% do capital da Benfica SAD, entre participação individual e o conjunto de ações pertencentes ao Grupo Valouro, diz que a última vez que foi abordado para vender a sua participação foi no final do ano passado por investidores norte-americanos, mas em cima da mesa não chegaram a estar valores.

Em entrevista ao Negócios avisa que só vende as suas ações por 12 euros, cada. “Daí para cima”, remata, salientando que esta é uma avaliação conservadora face ao que considera que poderia ser um valor na melhor das hipóteses: 17 euros.

O “Rei dos Frangos” acredita que os bons resultados do Benfica no Mundial de Clubes podem marcar pontos fora das quatro linhas e fazer o preço das ações da SAD subirem de divisão no campeonato dos mercados.

Leia o artigo completo no .

Mariana Mortágua: “Proposta radical: o melhor é manter no Parlamento as mulheres de esquerda que não insultam ninguém e tirar de lá os deputados do Chega”

Luís Montenegro não tem feito comícios, tem feito saraus. Para evitar falar da sua empresa, enriquece a poesia portuguesa. Assim pode continuar de forma altiva a evitar as questões sobre a Spinumviva. O Cesário Solverde. O Fernando Cedeu a Empresa a Outra Pessoa. O Antero Que Dizia Que a Empresa Era Só Para Gerir um Quental. Parece que estes poemas eram todos de amor, e pretendiam seduzir uma donzela chamada Iniciativa Liberal. O Isto é Gozar Com Quem Trabalha foi emitido a 12 de maio na SIC.

“Normalmente, as pessoas de quem a gente fala têm empregos a sério, ao contrário de nós. São ministros, empresários, banqueiros… Basicamente, o que a gente faz é gozar com quem trabalha” R.A.P. Ouça mais episódios:

​Jovens, cultura e saúde. O dia de campanha que fez lembrar o casamento de Raimundo

“Olha, é o Paulo Raimundo, do PCP”. A exclamação faz-se ouvir nos corredores da Escola António Arroio, em Lisboa. Foi aqui que começou o nono dia de campanha da CDU.

As câmaras e os microfones da comunicação ajudaram, certamente, ao entusiasmo entre os estudantes, mas não só.

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Várias dezenas de estudantes acompanharam a visita do líder do PCP e muitos pediram para tirar fotografias. Até houve um que pediu para fazer um vídeo para a avó “que ontem votou em si e hoje faz anos”.

“Como se chama a avó”, pergunta o candidato e grava de seguida: “Madalena, um beijinho e obrigado pela confiança”.

⏱️ A campanha em 37 segundos. E ao nono dia houve mexericos, boatos e irritações

Raimundo embora contente, admite que “é tímido” e que fica “um bocado à rasca” nestas situações. “Mas é bom, muito bom”, assegura.

Foram tantos os pedidos de fotografias que Raimundo foi questionado quando tinha sido a última vez que tinha tirado tantas. “No meu casamento”, responde, largando uma gargalhada.

O ambiente é ligeiro e de boa disposição, mas Raimundo está na escola para apelar ao investimento na educação e naquela escola em particular, “em obras desde 2009, é inacreditável”.

Da escola para a Gare do Oriente, Raimundo foi assinalar o Dia do Enfermeiro. Junto à estação ferroviária, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses montou uma tenda para a população poder fazer alguns testes de saúde básicos – por exemplo, medir a tensão arterial ou o índice de glicemia.

Raimundo não fez os testes de avaliação, mas garantiu aos enfermeiros que a CDU está empenhada em lutar por melhores condições de trabalho para os enfermeiros. “Dar melhores condições de trabalho aos profissionais é cuidar de todos”, diz.

“Lute pelos pobres”

Entre os enfermeiros, o líder comunista é abordado por uma mulher que por ali passava a caminho do trabalho, no Parque da Nações.

Raimundo quer (no mínimo) mais 100 mil votos, mais dois deputados

“Lute pelos pobres”, apela a mulher, explicando de seguida que tem quatro filhos e que paga 600 euros pelo quarto onde vive. “Trabalho e não levo nada para casa”, queixa-se. Raimundo assegura que a CDU luta pelos mais desfavorecidos e a mulher parte, agradecendo e fazendo votos para que a coligação vença a 18 de maio.

O dia não fica por aqui. A caravana da CDU passou para a outra margem do Rio Tejo e foi até Almada.

Raimundo teve um encontro com 50 atores, músicos, escritores e outros agentes da cultura. Ouviu as dificuldades. Uma das vozes mais reconhecíveis foi da atriz Maria João Luís. “Disseram-me muitas vezes que esta não é uma profissão para ter filhos”, lamenta, e conta que a vida de artista é uns dias “ter comida na mesa e outros não”.

Durante quase duas horas, Raimundo ouviu os relatos e depois apresentou a ideia da CDU. Defende a criação de um Serviço Público de Cultura e quer 1% de PIB para o setor. Diz o líder comunista que o “Estado não tem que meter a mão em tudo”, mas a cultura é um dos setores em que devem meter, para garantir que continua a existir.

Neste que foi um dos dias com mais iniciativas de campanha, Paulo Raimundo traçou objetivos para a noite eleitoral: quer no mínimo mais 100 mil votos do que teve em 2004 e o reforço da bancada parlamentar em mais dois deputados.

Foi também o dia em que, pela primeira vez nesta campanha, Raimundo foi questionado por um popular sobre a guerra na Ucrânia. Durante a visita à escola António Arroio, um homem perguntou em tom elevado, enquanto Raimundo prestava declarações aos jornalistas, se condenava a invasão da Ucrânia. Raimundo disse que a resposta era simples: “sim, condeno”.

Festival Jazz Manouche chega a Almada já no próximo fim de semana

A quarta edição do Festival Jazz Manouche de Almada, organizado pela Alma Danada – Associação Criativa, com o apoio da Câmara Municipal de Almada e da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, está de volta depois do sucesso das últimas edições. Este ano acontece de 16 a 18 de maio e conta com a presença de alguns dos nomes mais emblemáticos do jazz manouche. A programação traz músicos virtuosos dos Países Baixos, França e de Portugal, onde os grupos de jazz manouche continuam a crescer a cada ano.
 
O Jazz Manouche surge como expressão musical com o guitarrista cigano de etnia Manouche Django Reinhardt e do Quinteto do Hot Clube de França. Este quinteto manteve a sua actividade entre os anos 30 e 50 na Europa tendo como estética formal o Swing mas com a apropriação cigana sobre a influência de Django.
 
No dia 16 de maio o público poderá assistir ao concerto de Mozes Rosenberg, um talentoso guitarrista de origem cigana que nasceu na reconhecida família Rosenberg e começou a tocar guitarra aos 6 anos. Inspirado por ícones como Paco de Lucía e George Benson, Mozes destaca-se como um excepcional guitarrista solo. Ao longo da carreira, tocou em festivais internacionais de prestígio, como “Jazz in Marciac” e “North Sea Jazz”, e em 2024 apresentou-se na “Jazz Marathon Hong Kong” e no “Sicilia Jazz Festival”. Também atuou em importantes casas de jazz, como “Ronnie Scotts” e “Bimhuis Amsterdam”. Mozes colabora frequentemente com músicos como Anton Goudsmit e Giacomo Smith, além de criar performances memoráveis com o seu irmão Stochelo. Os seus solos emocionantes, groove contagiante e virtuosismo impressionante fazem de cada apresentação uma experiência única, com um repertório que inclui standards de jazz, pop e clássicos do jazz cigano.
 
No dia 17 é a vez de Favino Lorier, originário da comunidade cigana Manouche na Alsácia, França, é um guitarrista e violinista que começou a sua trajetória no jazz ainda na infância, influenciado pelo pai. Representa a nova geração de músicos inspirados em Django Reinhardt, Favino mergulhou na autêntica tradição Sinti, hoje pouco ouvida. Com uma carreira já repleta de referências, apresentou-se em eventos como o “Festival de Fontainebleau” (2022), fez uma digressão na Dinamarca com Dorado Schmitt e participou do “Festival Django LH” em Barcelona. Enquanto muitos guitarristas de jazz cigano adotam um som moderno, Favino optou por resgatar a nostalgia do passado, desenvolvendo um estilo único e emocional. A sua abordagem autêntica e talento consolidam Favino Lorier como uma das estrelas em ascensão do jazz cigano.
 
No dia 18 de Maio sobem ao palco os Pompadelic Swing Orchestra e a sua orquestra de guitarra manouche, com foco na guitarra como instrumento principal. Combinam pompe (ritmo), improvisação e swing energético. Formados em 2023, estrearam no Festival Magos da Guitarra (Lamego) e lançaram o single “Fleche d’Or” em 2024. Preparam o seu primeiro EP para 2025, com estreia no Festival Jazz Manouche de Almada.
 
Ainda no dia 18 haverá uma aula de dança a cargo da Escola Blues & Swing Lisboa, especializada em danças vintage.
 
O Festival Jazz Manouche de Almada é mais do que um evento musical; é uma plataforma que fomenta a educação musical, o turismo, o comércio local, e acima de tudo, a celebração da cultura cigana e do espírito do Jazz Manouche.

16 de Maio
21H Abertura de portas
21H30 Mozes Rosenberg Trio (Países Baixos)
 
17 de Maio
21H Abertura de portas
21H30 Favino Lorier Trio (França)
 
18 de Maio
15H Abertura de portas
15H30 Aula de dança Escola Blues & Swing Lisboa
17H00 Pompadelic Swing Orchestra (Portugal)

//Flagra

Infarmed aprova primeiro psicadélico para depressão grave a usar em meio hospitalar

O Infarmed aprovou o financiamento público do primeiro medicamento com escetamina, um psicadélico, para ser usado em meio hospitalar em adultos com depressão grave.

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Em comunicado, a Autoridade Nacional para o Medicamento e Produtos de Saúde informa que o medicamento em causa (Spravato) passa a ser financiado, para uso em meio hospitalar, em adultos “com Perturbação Depressiva Major resistente ao tratamento, que não responderam a pelo menos três tratamentos diferentes com antidepressivos”.

Segundo a decisão, de dia 07 de maio, o Spravato, em associação com outros dois antidepressivos, poderá ser usado “com estratégias de combinação ou potenciação oral, no episódio depressivo atual moderado a grave”, em adultos que tenham realizado previamente psicoterapia e tenham resistência ou contraindicação à “terapêutica com eletroconvulsivoterapia”, não tenham acesso ou tenham recusado esta terapêutica.

Esta informação surge no mesmo dia em que um grupo de trabalho que inclui as ordens dos médicos, farmacêuticos e psicólogos e o Conselho Nacional de Ética apresenta um conjunto de recomendações para o uso clínico de psicadélicos, defendendo que sejam enquadrados como medicamentos.

“A forma de aceder a eles [medicamentos] exige que haja um prescritor e que, após a emissão da prescrição, o doente recorre a um sistema médico, clínico e farmacêutico que lhe permite aceder àquela substância”, explicou à Lusa Albino Oliveira Maia, diretor da Unidade de Neuropsiquiatria da Champalimaud e membro do grupo de trabalho.

Sublinhando que “não deve haver exceções”, recorda que, às vezes, as substâncias, mesmo sendo medicamentos, podem ser usadas indevidamente em circuitos paralelos de comercialização.

“Os psicadélicos não são um caso único em relação a substâncias em que pode haver interesse de consumo fora do sistema médico e dentro do sistema médico”, disse o investigador, acrescentando: “A circunstância que é específica neste caso é que estamos a fazer um movimento de transformação em medicamentos de substâncias que existem fora do mundo médico, farmacêutico e clínico”.

O documento com as recomendações, que será apresentado pelas 17:30, no Auditório da Fundação Champalimaud, teve a contribuição das ordens dos médicos, farmacêuticos e psicólogos, assim como do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.

Em declarações à Lusa, Albino Maia sublinhou que este grupo de trabalho não se quer substituir aos reguladores, mas apenas dar um contributo, sobretudo nos casos em que não há ainda regulamentação aprovada.

Como exemplo, referiu o uso da cetamina, que está aprovado como anestésico, mas também está a ser usado (“off label”) para alguns casos de depressão.

“Do ponto de vista da utilização destas substâncias como medicamento, não devemos ter um regime de exceção”, referiu o investigador, acrescentando: “O que estamos a dizer é o que fazer ao abrigo de princípios de precaução quando ainda não há evidências suficientes para as entidades regulamentares se pronunciarem”.

“Estamos a avançar para o desrespeito do discurso político”

Conversa de Eleição

12 mai, 2025 – 22:17 • Filipa Ribeiro

Fernando Medina e Miguel Poiares Maduro analisam os temas em destaque na primeira semana de campanha, desde a “inutilidade” de ações como atirar tinta verde contra um político à revisão da lei da greve. O socialista e o social-democrata avaliam ainda as ações de campanha, o entretenimento que começa a ganhar espaço em detrimento do escrutínio jornalístico e o namoro entre AD e IL.

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