Os preços do petróleo estão a cair de forma acentuada no arranque desta semana, aproximando-se dos valores mais baixos dos últimos quatro anos. A penalizar a matéria-prima está a decisão dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo + (OPEP+) de aumentar novamente a produção, agravando os receios de que se crie um cenário de excesso de oferta.

A decisão da OPEP+ (grupo que, para além dos países membros da OPEP, inclui outros países aliados, como a Rússia) foi comunicada este sábado e prevê que os membros desta organização aumentem a oferta de petróleo em 411 mil barris de petróleo por dia, a partir de Junho. Isto, depois de a organização já ter decidido aumentar a produção, também nesta proporção, a partir de Maio.

Perante as perspectivas de um aumento da produção que possa levar a um excesso de oferta, num contexto de incerteza quanto ao rumo da economia mundial motivada pela guerra comercial, os preços do petróleo registaram quedas significativas ainda na semana passada. Esta segunda-feira, a tendência acentua-se.

Por esta altura, o barril de Brent, negociado em Londres e que serve de referência para o mercado europeu, está a cair mais de 2% e negoceia abaixo da fasquia dos 60 dólares, mas chegou a cair mais de 4% no início desta sessão, abaixo dos 59 dólares. Este activo aproxima-se, assim, dos valores registados no início de Abril, quando tocou em mínimos de quatro anos. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, também desvaloriza mais de 2% e está a negociar abaixo dos 57 dólares por barril.

Este movimento reflecte a primeira reacção dos mercados a uma mudança clara na estratégia dos maiores produtores de petróleo. Nos últimos três anos, a OPEP+ optou por reduzir exponencialmente a produção, num total de perto de seis milhões de barris por dia, de forma a fazer subir os preços da matéria-prima. O aumento de produção por parte dos Estados Unidos, bem como a violação dos limites impostos pela organização por parte de alguns dos seus próprios membros, tem vindo a retirar eficácia a esta política.

A decisão agora anunciada pela OPEP+ é vista, assim, como uma mudança de estratégia e um factor que poderá levar a um prolongamento desta tendência de queda dos preços do petróleo, antecipam os analistas.

“A OPEP+ acabou de lançar uma bomba sobre o mercado de petróleo. A decisão do mês passado foi um alerta. A [última] decisão foi uma mensagem definitiva de que o grupo liderado pela Arábia Saudita está a mudar a estratégia e a procurar ganhar quota de mercado, depois de anos de cortes de produção”, comenta um antigo trabalhador da OPEP, agora analista do sector energético, citado pelo Financial Times. “A decisão de 3 de Maio da OPEP, de aumentar as quotas de produção em 411 mil barris a partir de Junho, agrava as expectativas do mercado de que o equilíbrio oferta/procura está a caminhar para um cenário de excedente”, comenta outro analista, citado pela Reuters.

As expectativas de que os preços do petróleo fechem este ano em queda são, perante este cenário, de queda generalizada. A título de exemplo, o Barclays prevê que o Brent termine 2025 com um preço médio de 66 dólares por barril, baixando para 60 dólares em 2026. Já o ING espera que o Brent alcance uma média de 65 dólares por barril este ano. No ano passado, o Brent registou um preço médio de cerca de 80 dólares por barril.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo que deu instruções ao Gabinete Federal das Prisões para reconstruir e reabrir a prisão de Alcatraz, na baía de São Francisco, para “acolher os criminosos mais impiedosos e violentos da América”.

“RECONSTRUIR E REABRIR ALCATRAZ!”, escreveu na rede Truth Social. “Quando éramos uma Nação mais séria, noutros tempos, não hesitávamos em trancar os criminosos mais perigosos e mantê-los longe de qualquer pessoa que pudessem ferir.”

A prisão federal de Alcatraz recebeu criminosos notórios como Al Capone, antes de encerrar em 1963. Actualmente é uma das atracções turísticas mais populares de São Francisco. “Hoje, estou a ordenar ao Gabinete das Prisões, em coordenação com o Departamento de Justiça, o FBI e a Segurança Interna, que reabra uma ALCATRAZ substancialmente ampliada e reconstruída”, escreveu Trump.

Aos jornalistas, no regresso à Casa Branca vindo da Florida, Trump disse que a reabertura da prisão era “apenas uma ideia que tive” e que decidiu concretizá-la. “É um símbolo da lei e da ordem”, afirmou.

Alcatraz era considerada a prisão mais segura dos EUA, pela sua localização numa ilha, pelas águas gélidas e pelas fortes correntes. Nunca foi oficialmente registada qualquer fuga com sucesso, embora cinco presos constem como “desaparecidos e presumivelmente afogados”.

A prisão foi encerrada por ser demasiado caro mantê-la, segundo o site do Gabinete Federal das Prisões (BOP), sobretudo devido à localização insular. Operá-la custava quase três vezes mais do que qualquer outra prisão federal, refere o mesmo site.

Nancy Pelosi, antiga presidente da Câmara dos Representantes e deputada democrata eleita pela Califórnia, desvalorizou o plano do Presidente republicano. “Alcatraz foi encerrada como prisão federal há mais de sessenta anos. É hoje um parque nacional muito popular e uma importante atracção turística. A proposta do Presidente não é séria”, escreveu na rede X.