Ucrânia diz que russos combatem com “tios com mais de 40 anos” que andam de moto e “não conseguem correr muito bem”

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As forças armadas russas estão a utilizar cada vez menos veículos pesados e estão, nesta fase, a apostar em pequenas unidades de infantaria, que se movimentam nas frentes de guerra usando motos – com o apoio de drones. O retrato é feito por um major que é porta-voz de um conjunto de grupos militares em Khortytsia, uma região de Zaporíjia – o responsável afirma que a estratégia não irá dar bons frutos para a Rússia, também porque já faltam nas suas fileiras soldados jovens e mais ágeis: “Eles agora só têm tios com mais de 40 anos, muitos vindos do interior do país, que não correm muito bem, especialmente quando estão carregados”.

Em entrevista televisiva, citada pelo portal Ukrinform, o major Viktor Trehubov indicou que “os russos estão a utilizar cada vez menos equipamento pesado” e “fazem cada vez mais ataques com equipamento leve, improvisado e pequenos grupos de infantaria”. Esta é, aliás, uma “tendência que irá provavelmente aumentar até ao verão”, acrescentou o porta-voz militar, que justifica esta situação, em parte, com “o facto de [a Rússia] estar, simplesmente, a ficar sem equipamento pesado“.

Como agora estamos envolvidos, basicamente, numa guerra de drones, e os dispositivos de guerra eletrónica perderam o seu poder devido ao grande número de drones de fibra ótica… tanques e equipamento pesado, mesmo com o reforço da guerra eletrónica, já não são tão relevantes na linha da frente”, explicou Trehubov.

Em alternativa, “os russos utilizam motos, entre outras” formas de mobilidade leve. Porém, diz Trebuhov, “em breve irão chegar a um ponto em que estes ataques vão ter pouca eficácia”.

Já estamos a ver isso em algumas zonas como Pokrovsk e Lyman. Os russos atacam constantemente – chegam de moto, são abatidos e depois chegam mais rondas de motos. Isto acontece tanto durante o dia como depois de o sol se pôr. Esta é a mudança de formato que temos na frente de batalha agora e é provável que se vá intensificar devido ao aumento do bom tempo e ao facto de os russos estarem a ficar sem veículos blindados”, disse Trehubov.

O major assinala, também, que tem visto uma “tendência para aumentar a média de idades nas unidades de combate”, do lado russo. “Antes eram jovens, mas agora são tios com mais de 40 anos“, afirma.

A Ucrânia, admite, tem “o mesmo problema”. Porém, o exército ucraniano está, essencialmente, “numa posição defensiva”, o que compensa um pouco a idade mais avançada de alguns combatentes. Estes “tios, especialmente quando vêm do interior da Rússia, não correm muito bem, especialmente quando estão carregados”, disse Trehubov.

BPI estima encaixe acima de 95 milhões com venda parcial do BFA em julho

O presidente do Banco BPI disse esta segunda-feira que a venda parcial em bolsa do Banco de Fomento de Angola (BFA) acontecerá em julho e estimou que o BPI encaixará mais de 95 milhões de euros com a alienação de 14,75% do banco angolano.

“O processo de IPO [venda em bolsa do BFA] está a correr muito bem. Acreditamos que o IPO se irá realizar no verão”, em julho, disse João Pedro Oliveira e Costa na conferência de imprensa de apresentação das contas do primeiro trimestre (lucros de 137 milhões de euros) em Lisboa.

O gestor disse que está a correr bem a preparação da operação que envolve BPI e a Unitel (os dois acionistas do BFA), com uma “capacidade de encontro de ideias e princípios inabalável” entre ambos, mas que ainda não pode falar em interessados na compra pois ainda não foi concluído o preço a que o banco será colocado à venda nem os contactos com investidores.

“Neste momento, não podemos falar em interessados, nem sequer existe valor final, estamos a fechar os últimos pormenores nesse aspeto e o “road show” [contactos com investidores] ainda não se iniciou”, disse.

Atualmente, o BFA é detido em 51,9% pela operadores de telecomunicações estatal angolana Unitel (nacionalizada em 2022, incluindo a participação de Isabel dos Santos) e em 48,1% pelo BPI.

Desde 2017, o BPI tem uma recomendação do Banco Central Europeu (BCE) que o obriga a reduzir a exposição a Angola pois considera que a supervisão angolana não é equivalente à europeia.

João Pedro Oliveira e Costa disse que em julho será vendido em bolsa 29,75% do BFA, sendo 15% da Unitel e 14,75% do BPI.

O BPI explicou hoje que o BFA está contabilizado a 650 milhões de euros, pelo que a participação de 14,75% equivale a 95 milhões de euros.

Hoje, Oliveira e Costa disse acreditar que, tendo em conta a avaliação atual do setor bancário, o BPI conseguirá vender os 14,75% do BFA acima do valor a que está contabibilizado (“book value”).

“Temos a expectativa de que a operação venha a posicionar-se acima do “book value”. A nossa expectativa é muito positiva, é uma das melhores instituições bancárias do continente africano, com uma estabilidade de resultados importantíssima e reputação elevada”, disse Oliveira e Costa.

Caso a venda da posição do BPI se concretize, este ficará com uma participação no BFA de cerca de 33%.

Oliveira e Costa afirmou que esta redução da participação deixará o BCE em “maior conforto”, mas também que, de futuro, o BPI poderá reduzir mais a sua participação (através de vendas) se houver interessados.

Mesmo agora, disse, o supervisor “não tem dado sinais de preoucupação”, o que atribui quer ao comportamento do banco angolano quer às inciativas do Governo angolano para aproximar as metolodologias de supervisão angolana às europeias.

O presidente do BPI acrescentou que, mesmo com a participação no BFA reduzida a 33%, o BPI manterá no BFA poder de decisão e bloqueio.

Segundo explicou, foi acordado com a Unitel e com o Estado angolano que qualquer alteração de estatutos, de política de dividendos ou de governo não pode ser realizada sem o acordo do BPI.

“Não posso estar num mercado tão distante em que não tenha capacidade de voz”, disse Oliveira e Costa, considerando que esta salvaguarda dos direitos do BPI e a sua manutenção como importante acionista do BFS também dará segurança a novos investidores.

A venda de parte do BFA será feita na bolsa de Luanda.

“Será a maior operação a realizar na ainda jovem bolsa de Angola, será um desafio, mas entendemos que é dos melhores ativos disponíveis para investidores”, afirmou.

O BPI divulgou hoje que teve lucros de 137 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, numa subida homóloga de 13%.

O aumento dos lucros deve-se à contabilização dos dividendos do Banco de Fomento Angola (BFA) relativos a 2024, de 46 milhões de euros, uma vez que a margem financeira (a principal receita de um banco, a diferença entre juros cobrados nos créditos e juros pagos nos depósitos) caiu 9% para 223 milhões de euros.

Apenas na atividade em Portugal, o lucro caiu 13% em termos homólogos para 98 milhões de euros.

Tornar Hollywood grande novamente. Trump põe filmes estrangeiros a custar o dobro

Qualquer filme produzido fora dos EUA será taxado a 100% à entrada no país. Um triunfo para Hollywood e um golpe para o resto do mundo. Trump é fã de Hollywood. É uma indústria “fantástica, mas muito conturbada”, afirmou no momento em que consagrou as estrelas de cinema Jon Voight, Mel Gibson e Sylvester Stallone embaixadores especiais de Hollywood. “Eles servirão como enviados especiais para mim com o objetivo de trazer Hollywood, que perdeu muitos negócios nos últimos quatro anos para países estrangeiros, de volta — maior, melhor e mais forte do que nunca!”, disse na altura. Agora, o presidente

Nova greve na CP sem serviços mínimos na quarta e quinta-feira

A greve de trabalhadores da CP — Comboios de Portugal de quarta e quinta-feira não vai ter serviços mínimos, segundo a decisão do Tribunal Arbitral, tal como a greve de 28 de abril que, segundo o sindicato, teve adesão total.

“O Tribunal Arbitral decide, por unanimidade, não fixar quaisquer serviços mínimos quanto à “Greve entre as 00h00 do dia 7 de maio e as 24h00 do dia 14 de maio de 2025 e Greve das 00h00 do dia 7 de maio, às 24h00 do dia 8 de maio de 2025″”, lê-se na decisão publicada na página do Conselho Económico e Social, com data de 2 de maio.

Deverão, no entanto, ser assegurados os serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e das instalações, os serviços de emergência, os comboios de socorro e todas as composições que tenham iniciado a sua marcha deverão ser conduzidas ao seu destino.

O Tribunal Arbitral refere que ponderou decretar serviços mínimos para os dias 7, 8 e 9, em que a paralisação assume uma maior dimensão, mesmo entendendo haver alternativas ao transporte ferroviário, para as linhas urbanas de Lisboa e do Porto, tendo em conta a grande pressão de procura por aquelas populações.

“Acontece, porém, que a sua concretização […] se revelou desaconselhável por não se garantir, quanto à percentagem que se julgou como correspondendo à satisfação das necessidades sociais impreteríveis sem, ao mesmo tempo, se aniquilar o núcleo fundamental do direito à greve, os mínimos padrões de segurança dos utentes no acesso às plataformas das estações ferroviárias e no uso das composições, segundo a informação obtida junto da empresa”, salientou o coletivo de árbitros presidido por Jorge Bacelar Gouveia.

Na semana passada, no dia em que uma falha de eletricidade afetou Portugal e Espanha durante várias horas, uma greve de revisores da CP, sem serviços mínimos, levou à paralisação total da circulação até às 10h00, a última atualização da empresa até ao apagão, por volta das 11h30.

Vários sindicatos representativos dos trabalhadores da CP entregaram um pré-aviso de greve na transportadora, entre as 00h00 de 7 de maio e as 24h00 de 8 de maio, contra a imposição de aumentos salariais “que não repõem o poder de compra” e pela “negociação coletiva de aumentos salariais dignos”.

Os trabalhadores pretendem ainda a “implementação do acordo de reestruturação das tabelas salariais, nos termos em que foi negociado e acordado”.

O pré-aviso foi lançado pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF), a Associação Sindical Independente dos Ferroviários da Carreira Comercial (ASSIFECO), a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), o Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), o Sindicato Nacional dos Ferroviários do Movimento e Afins (SINAFE), o Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER) e o Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários das Infraestruturas e Afins (SINFA).

Assinam ainda o Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Transportes e Indústria (SINTTI), o Sindicato Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), o Sindical Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), o Sindicato dos Transportes Ferroviários (STF) e o Sindicato dos Trabalhadores do Metro e Ferroviários (STMEFE).

Fact Check. “Ventura votou mais com o PS do que com o Governo”?

Em termos de aprovações de iniciativas do Governo, o Chega foi o terceiro partido menos alinhado, apenas atrás de PCP e Bloco de Esquerda.

O PS foi o quarto partido que mais votou ao lado das iniciativas do Governo, apenas atrás dos próprios PSD e CDS e da Iniciativa Liberal.

Quantos às iniciativas do PS, o Chega foi o terceiro partido que menos votou ao lado dos socialistas, mas ainda assim a uma proporção maior que nas votações de medidas do Governo.

«Mereces meu menino»: as reações nas redes sociais ao momento em que Eduardo Quaresma foi herói

Várias caras conhecidas do universo leonino deixaram o seu apoio ao defesa do Sporting

Eduardo Quaresma é o homem do momento! Depois de ter sido o herói do Sporting frente ao Gil Vicente, ao marcar o golo da vitória (2-1) aos 90’+3, vários jogadores e ex-jogadores dos leões acorreram às redes sociais para agradecer ao defesa-central.

Um deles foi Sebastián Coates, o também defesa-central que tantas vezes salvou o Sporting com golos nos últimos minutos e que certamente terá sido uma inspiração para Quaresma. O ex-capitão dos leões deixou um dos mais 1500 comentários numa publicação conjunta do clube e do jogador, com um eufórico: “VAMOOS!”. Também outros ex-atletas verde-e-brancos como Thierry Correia, Tiago Tomás e Jovane Cabral – todos formados em Alcochete – ou ainda o guarda-redes Antonio Adán não esqueceram a antiga casa e deixaram uma curta reação com emojis.

Já Nuno Santos, que está parado há vários meses devido a uma lesão, mostrou-se orgulhoso do colega e disse: “Mereces meu menino”.

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Na mesma publicação, encontra-se também algumas reações de caras conhecidas do mundo do entretenimento a expressar a sua felicidade pelo momento. Uma delas foi a atriz Paula Neves com um sofrido: “Edu, caraças!”. Já o cantor Filipe Gonçalves disse: “Este menino merecia dar-nos esta alegria” e o streamer Zorlak deixou um curto e perentório “Merecido”. O antigo jogador e agora podcaster Afonso Figueiredo expressou a crença de que o Sporting irá garantir o título na próxima jornada: “Na Luz sem medos, seremos campeões!”

O golaço de Eduardo Quaresma que decidiu o Sporting-Gil Vicente e levou Alvalade à loucura

Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças aponta sérias lacunas na prevenção e controlo de infeções nos cuidados continuados

Um estudo do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) concluiu pela existência de sérias lacunas nas medidas de prevenção e controle de infeções e na gestão de antimicrobianos nos cuidados continuados na Europa.

Segundo dados esta segunda-feira divulgados, esta investigação, realizada em 2023 e 2024 e que abrangeu mais de 66.000 residentes em 1.057 instituições de cuidados continuados em 18 países da União Europeia, incluindo Portugal (81 unidades), concluiu que 3,1% dos utentes apresentaram pelo menos uma infeção relacionada com a prestação de cuidados de saúde.

Embora algumas destas infeções possam ser facilmente tratadas, “outras podem ter um impacto grave na saúde das pessoas afetadas”, refere a investigação.

Perante estes resultados, o ECDC (sigla em inglês) aconselha as instituições de cuidados continuados a reforçar as medidas de prevenção e controle de infeções, “alocando recursos adicionais, melhorando a vigilância e promovendo diretrizes claras e maior consciencialização” nestas unidades, que cuidam de alguns dos cidadãos mais vulneráveis, os idosos.

“Esta pesquisa mostra que precisamos de proteger melhor os residentes de instituições de permanência prolongada com estratégias baseadas em evidências, vigilância aprimorada e um firme compromisso com mudanças reais”, disse Piotr Kramarz, investigador chefe do ECDC.

Entre outras recomendações, o ECDC aconselha estas instituições a definirem a desinfeção das mãos com solução alcoólica como o principal método de higiene das mãos, assim como a melhorar as práticas de prescrição de antimicrobianos, concentrando-se na “racionalização do uso profilático”.

“Essas ações são essenciais para proteger a saúde dos residentes em unidades de longa permanência e conter a disseminação da resistência antimicrobiana em toda a Europa”, acrescenta.

Os dados revelam que as infeções mais comuns relatadas nas instituições de cuidados continuados foram as urinárias, respiratórias e de pele.

Entre as infeções confirmadas, a Escherichia Coli (E.Coli) foi a bactéria mais frequentemente identificada, seguida pelo virus SARS-CoV-2, a Klebsiella pneumoniae e Staphylococcus aureus.

No entanto, apenas uma em cada cinco infeções relacionadas com os cuidados de saúde foram confirmadas microbiologicamente, “levantando preocupações sobre subdiagnóstico e um tratamento sem evidências definitivas”, alerta o ECDC.

Os dados divulgados a propósito do Dia Mundial da Higiene das Mãos, que esta segunda-feira se assinala, referem ainda que mais de 4% dos residentes nestas instituições estavam a tomar pelo menos um antimicrobiano no momento da investigação, com quase um terço dessas prescrições feitas para fins profiláticos. As infeções urinárias foram a principal indicação tanto para o tratamento quanto para o uso profilático de antibióticos.

O estudo também avaliou se as instituições estavam bem preparadas para prevenir infeções e se utilizavam antibióticos com prudência. Embora quase todas as unidades tivessem protocolos de higiene das mãos em vigor, uma em cada cinco não possuía equipa treinada em prevenção e controlo de infeções, conclui o ECDC.

Menos da metade possuía um grupo específico para prevenção e controlo de infeções e quase 40% não tinham componentes de um programa de administração de antimicrobianos a funcionar. Além disso, menos de uma em cada dez formou profissionais sobre práticas adequadas de prescrição de antibióticos.

Quatro em cada cinco instituições disseram usar a desinfeção das mãos com solução alcoólica como método principal de higiene das mãos, enquanto uma em cada cinco utilizava principalmente a lavagem com água e sabão. No entanto, quase um terço das instituições não possuía um sistema regular para monitorar a higiene das mãos e fornecer feedback à equipa.

Foram consideradas instituições de cuidados de longa duração aquelas nas quais os residentes precisam de supervisão constante (24 horas/ dia), de “cuidados de enfermagem altamente qualificados”, ou seja, mais do que cuidados de enfermagem e assistência “básicos” para a vida diária, em que os utentes estão “clinicamente estáveis” e não precisam de “cuidados médicos especializados” ou de procedimentos médicos invasivos (por exemplo, ventilação).

Eurostat. Número de reclusos na União Europeia sobe 3,2% para 499 mil em 2023

O número de reclusos na União Europeia (UE) teve, em 2023, um aumento anual de 3,2%, com a taxa de ocupação média das prisões abaixo de 100%, divulgou esta segunda-feira o Eurostat.

Em 2023 havia cerca de 499 mil reclusos na UE, o que representa um aumento de 3,2% em relação a 2022, com 111 reclusos por 100 mil pessoas, um pouco mais do que em 2022, quando esta taxa era de 108, indicam os números do Eurostat.

Comparando os países da UE, as taxas mais elevadas de reclusos por 100 mil pessoas em 2023 registaram-se na Polónia (203), seguida da Hungria (187) e da República Checa (181). As taxas mais baixas registaram-se na Finlândia (53), nos Países Baixos (66) e na Eslovénia (68).

Portugal apresentou em 2023 uma taxa de reclusão de 117 por 100 mil habitantes.

De acordo com o serviço estatístico da UE, 13 Estados-membros registaram sobrelotação nas celas prisionais — o que ocorre quando há mais reclusos na prisão do que aqueles para que esta foi concebida (100%) — com Chipre no cimo da tabela (226,2%), seguido pela França (112,9%) e Itália (119,1%).

Portugal está nos 100% e em 15.º lugar, tendo as menores taxas de ocupação prisional sido observadas na Estónia (56,2%), no Luxemburgo (60,8%) e na Bulgária (67,7%).

No período entre 1993 e 2023, o número mais elevado de reclusos foi registado em 2012 (553 mil reclusos).

Após um período de estabilidade em 2017-2019, registou-se uma diminuição de 6,6% no número de reclusos em 2020 (463.000), seguida de um aumento total de 7,7% de 2021 a 2023.

Gesto nos Jogos Olímpicos vale a Iúri Leitão prémio de “fair-play”

O ciclista português Iúri Leitão recebeu, esta segunda-feira, um prémio de “fair-play” europeu devido a um gesto nos Jogos Olímpicos.

Durante a prova de “omnium”, o francês Benjamin Thomas caiu quando liderava a prova. Iúri Leitão, que vinha imediatamente atrás, decidiu esperar e não tirar partido da queda do rival.

Thomas regressou à pista e acabaria mesmo por vencer a medalha de ouro, sendo que Iúri ficou-se pela medalha de prata, à qual mais tarde juntaria a de ouro no “madison”. Foi o primeiro atleta português na história a vencer duas medalhas nos mesmos Jogos Olímpicos.

O gesto de Iúri leitão foi candidatado ao prémio pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), através do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED), e contou com o apoio da Confederação do Desporto de Portugal, e da Federação Portuguesa de Ciclismo. Recebe o prémio “Spirit of Fair Play”, do Movimento Europeu pelo Fair Play.

“O IPDJ está comprometido com a valorização e a afirmação do desporto através de valores como a ética e o fair play. são também desígnios do IPDJ. A ação de Iúri Leitão, enquadrada numa competição deste nível, mereceu, da parte do IPDJ, o devido reconhecimento do mérito e da excelência. Mantemos a esperança de conquistar, com a valorização destes gestos, sobretudo no desporto de alta competição, com enorme visibilidade pública, um desporto com valores”, afirmou Lídia Praça, vogal do Conselho Diretivo do IPDJ.

Já depois dos Jogos Olímpicos, Iúri Leitão voltou a brilhar nos Europeus de Ciclismo de Pista com dois títulos, na corrida por pontos e no “scratch”.

O ciclista de 26 anos já se destacou também na estrada esta época. Ao serviço da equipa Caja Rural, venceu o Trofeo Palma no início da época, em fevereiro.

Portugal pede “tranquilidade” a diplomatas do Brasil sobre expulsão de brasileiros

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

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Diplomatas do Brasil que contactaram autoridades do Governo de Portugal e da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) para obter mais informações sobre a possível expulsão de brasileiros do país receberam a recomendação para se tranquilizarem. “Foi nos dito para que ficássemos tranquilos e que mantivéssemos cautela nas nossas declarações”, disse ao PÚBLICO Brasil, em condição de anonimato, um dos diplomatas.

Segundo outro representante do Brasil em Portugal, desde o último sábado (03/05), quando o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, informou que ao menos 18 mil imigrantes serão notificados nas próximas semanas para deixar o território português, houve uma movimentação da diplomacia junto às autoridades portuguesas para saber se havia brasileiros nesse grupo e quantos.

“A informação que temos até agora é de que o número de brasileiros na lista de expulsão é bem pequeno”, assinalou esse segundo diplomata, informação que foi confirmada ao PÚBLICO Brasil pelo Governo de Portugal. “O número de brasileiros é irrisório”, frisou uma fonte oficial. “De qualquer forma, vamos continuar acompanhando tudo de perto, para que todos os trâmites administrativos e legais sejam seguidos à risca. Estamos confiantes de que tudo será feito conforme a legislação”, acrescentou.

No sábado, o PÚBLICO Brasil informou que tanto o cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Alessandro Candeas, quanto o embaixador do Brasil em Portugal, Raimundo Carreiro, estavam em contato com as autoridades portuguesas.

Pelo que informou Leitão Amaro, já nesta semana, 4574 imigrantes serão notificados pela AIMA e terão 20 dias para saírem voluntariamente de Portugal. Esses e os demais cidadãos listados pelo Governo tiveram os pedidos de residência no país negados, depois de um período de análise, por não cumprirem as regras locais. Há, ainda, 110 mil processos sob avaliação, dos quais podem sair mais notificações de abandono voluntário.

Centros de detenção

O ministro afirmou que muitos dos imigrantes que serão expulsos de Portugal receberam ordem de afastamento do Espaço Schengen por outros países europeus ou mesmo tiveram proibida a entrada. Eles acabaram permanecendo em território luso por meio de pedidos de residência vinculados à extinta manifestação de interesse.

Leitão Amaro garantiu que todo o processo de afastamento dos imigrantes notificados será feito de forma coordenada pelos serviços de segurança. Aqueles que não cumprirem o prazo de 20 dias para abandono voluntário do país serão submetidos ao “afastamento coercivo”, com uso da força.

Os imigrantes que resistirem às ordens de saída do país poderão ser levados para centros de detenção temporária — hoje, há dois, um do Aeroporto de Lisboa, que vive lotado, e outro, no Aeroporto de Porto. O Governo, no entanto, anunciou recentemente a construção de dois novos centros, nos arredores de Lisboa e no Norte do país, ao custo de 30 milhões de euros (R$ 180 milhões).

Aos jornalistas, o ministro assinalou que “as regras são para cumprir” e, na visão dele, os imigrantes listados pela AIMA “violaram as regras portuguesas e europeias para estarem em território europeu” sem a devida autorização e por “acharam que Portugal era um sítio onde podiam ficar, não cumprindo as regras europeias, porque Portugal não fazia cumprir as regras”.

A análise documental desses imigrantes foi feita pelos 20 centros de missão criados pelo Governo, que passaram a funcionar em setembro do ano passado. Cerca de 440 mil processos foram analisados desde então. Os brasileiros formam a maior comunidade de estrangeiros vivendo em Portugal, passando de 550 mil, segundo o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

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