Ucrânia diz que russos combatem com “tios com mais de 40 anos” que andam de moto e “não conseguem correr muito bem”


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As forças armadas russas estão a utilizar cada vez menos veículos pesados e estão, nesta fase, a apostar em pequenas unidades de infantaria, que se movimentam nas frentes de guerra usando motos – com o apoio de drones. O retrato é feito por um major que é porta-voz de um conjunto de grupos militares em Khortytsia, uma região de Zaporíjia – o responsável afirma que a estratégia não irá dar bons frutos para a Rússia, também porque já faltam nas suas fileiras soldados jovens e mais ágeis: “Eles agora só têm tios com mais de 40 anos, muitos vindos do interior do país, que não correm muito bem, especialmente quando estão carregados”.
Em entrevista televisiva, citada pelo portal Ukrinform, o major Viktor Trehubov indicou que “os russos estão a utilizar cada vez menos equipamento pesado” e “fazem cada vez mais ataques com equipamento leve, improvisado e pequenos grupos de infantaria”. Esta é, aliás, uma “tendência que irá provavelmente aumentar até ao verão”, acrescentou o porta-voz militar, que justifica esta situação, em parte, com “o facto de [a Rússia] estar, simplesmente, a ficar sem equipamento pesado“.
Como agora estamos envolvidos, basicamente, numa guerra de drones, e os dispositivos de guerra eletrónica perderam o seu poder devido ao grande número de drones de fibra ótica… tanques e equipamento pesado, mesmo com o reforço da guerra eletrónica, já não são tão relevantes na linha da frente”, explicou Trehubov.
Em alternativa, “os russos utilizam motos, entre outras” formas de mobilidade leve. Porém, diz Trebuhov, “em breve irão chegar a um ponto em que estes ataques vão ter pouca eficácia”.
Já estamos a ver isso em algumas zonas como Pokrovsk e Lyman. Os russos atacam constantemente – chegam de moto, são abatidos e depois chegam mais rondas de motos. Isto acontece tanto durante o dia como depois de o sol se pôr. Esta é a mudança de formato que temos na frente de batalha agora e é provável que se vá intensificar devido ao aumento do bom tempo e ao facto de os russos estarem a ficar sem veículos blindados”, disse Trehubov.
O major assinala, também, que tem visto uma “tendência para aumentar a média de idades nas unidades de combate”, do lado russo. “Antes eram jovens, mas agora são tios com mais de 40 anos“, afirma.
A Ucrânia, admite, tem “o mesmo problema”. Porém, o exército ucraniano está, essencialmente, “numa posição defensiva”, o que compensa um pouco a idade mais avançada de alguns combatentes. Estes “tios, especialmente quando vêm do interior da Rússia, não correm muito bem, especialmente quando estão carregados”, disse Trehubov.