“As pessoas com muitas enxaquecas têm mais taxas de divórcio, menos persistência escolar e laboral. Não há uma cura, mas são tratáveis”

Dores latejantes na cabeça, sensibilidade à luz e visão enevoada são alguns dos sintomas de uma cefaleia ou, como é mais comumente conhecida, de uma enxaqueca. São vários os tipos de enxaquecas que existem e é das doenças que mais afeta a qualidade de vida. “Tratei uma executiva que não queria aceitar uma subida de carreira para um cargo mundial com medo que as viagens causassem enxaquecas. É importante ter estratégias para evitar uma crise, mas não podem ser prisões”, explica a neurologista Raquel Gil Gouveia. Ouça aqui as soluções da especialista

Consulta Aberta

Consulta Aberta

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Um podcast sobre temas de saúde, analisados de forma simples e descomplicada. De quinze em quinze dias, à segunda-feira, a médica de família Margarida Santos convida especialistas das mais diferentes áreas para falar sobre doenças comuns, dúvidas recorrentes, e sobretudo para desmistificar ideias erradas e preconceitos na área da saúde

O Mundo a Seus Pés

O Mundo a Seus Pés

O Mundo a Seus Pés

O mundo a seus pés – Podcast da secção de internacional do Expresso assinado por Hélder Gomes, Pedro Cordeiro, Manuela Goucha Soares e Ana França. Episódios semanais sobre assuntos que dominam a atualidade mundial, com jornalistas, correspondentes e outros convidados

BESA: Ricardo Salgado e Álvaro Sobrinho começam a ser julgados no caso BES Angola

Mais de uma década após o colapso do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado e o antigo presidente do BES Angola, Álvaro Sobrinho, começam esta segunda-feira a ser julgados em Lisboa, por abuso de confiança, burla e branqueamento.

Em causa está, nomeadamente, o alegado desvio, entre 2007 e 2012, de fundos de um financiamento do BES ao BES Angola em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário.

Álvaro Sobrinho, de 62 anos, está acusado pelo Ministério Público de 18 crimes de abuso de confiança agravado e cinco de branqueamento, enquanto Ricardo Salgado, de 80 anos e doente de Alzheimer, responde por cinco de abuso de confiança e um de burla qualificada.

No banco dos réus, sentam-se ainda Amílcar Morais Pires, considerado o ex-braço-direito de Ricardo Salgado, o ex-administrador do BES Rui Silveira e o empresário luso-angolano Helder Bataglia.

No total, os arguidos terão obtido vantagens ilícitas no valor de cerca de cinco mil milhões de euros e de mais de 210 milhões de dólares.

Na contestação, Álvaro Sobrinho alega que a acusação do Ministério Público, datada de Julho de 2022, está “repleta de imprecisões jurídicas e erros manifestos”, nunca explicando o plano que terá estado na origem dos crimes imputados aos cinco arguidos.

O início do julgamento está agendado para as 9h30, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, e o ex-banqueiro Ricardo Salgado foi dispensado de comparecer às sessões devido ao seu estado de saúde.

Álvaro Sobrinho contesta a validade por apenas 90 dias do visto concedido para comparecer em Portugal ao julgamento que tem sessões agendadas até ao final do ano e requereu o acompanhamento por videoconferência.

Helder Bataglia vai, a seu pedido, ser julgado na ausência, por residir em Angola.

O BES faliu no verão de 2014, enquanto o BES Angola foi liquidado em Outubro do mesmo ano.

​Ordem dos Médicos pede intervenção imediata para combater aumento do número de cesarianas

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM), Carlos Cortes, explica o aumento do número de cesarianas com uma crise de confiança no sistema.

“Há uma crise de confiança das mulheres no sistema público”, adverte o bastonário da OM em declarações à renascença nesta segunda-feira em que o diário Público avança que seis em cada 10 partos realizados nos hospitais privados são feitos com recurso a partos cirúrgicos.

Este número é o dobro dos realizados no setor público, onde os partos cirúrgicos estão aumentar.

Carlos Cortes, alerta para a falta de confiança das grávidas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), devido aos “encerramentos permanentes de urgências e todo este mau-estar que se tem sentido”, o que leva a que “muitas delas acabem por recorrer ao sistema privado”.

Para inverter esta tendência, o bastonário da OM entende que “cabe ao Ministério da Saúde estabelecer um plano e implementá-lo com muita celeridade”.

“Ver, caso a caso, porquê que isso aconteceu, porquê que não houve um parto normal e estabelecer aqui um plano muito rigoroso, com regras transversais e um plano de intervenção imediata para muito rapidamente, invertermos esta tendência”, sublinha.

A taxa nacional de cesarianas subiu para 38%, acima dos valores recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O Coração Ainda Bate. Um clarão

Perco-me com os amigos. Perco-me nas horas, deixo de ter relógio ou engano as horas puxando um e outro assunto. Sou um perigo na mesa dos restaurantes: posso ficar do dia para a noite atravessando refeições ou sendo a última a despedir-me dos empregados. Fico até à última, porque a conversa teima em não se esgotar. Percebemos que são amigos quando nos atropelamos em palavras para continuar a ir buscar assunto. Tenho a certeza que peco por avidez na forma como lhes passo, às vezes, por cima com mais perguntas ou exclamações, mas a vontade de os continuar a ouvir é desmedida. Quando não gostamos assim tanto das pessoas é mais fácil cumprir horários. Torno-me formal perante o desinteresse.

Convenço-me de que a amizade é o meu motor. De que o tempo que gasto a trocar mensagens com os amigos é um dos meus melhores investimentos. Porque são os amigos que nos nutrem, que nos desinquietam, até quando nos dão conselhos em sentido contrário ao que queríamos ouvir.

É muito curioso como, de vez em quando, nos questionamos acerca de uma confidência partilhada numa hora de maior vulnerabilidade. Não devíamos ter confessado? Talvez não fosse a melhor amiga para o fazermos? O amigo pode não ser afinal de confiança? É possível que o nosso coração já se tenha estatelado várias vezes por quebra de confiança, mas, se não arriscarmos, como saberemos se estamos perante um amigo? Na dúvida, arrisco sempre.

Quando não estamos com um amigo há muito tempo e nos voltamos a encontrar, sinto que estou numa festa. Mas só minha e dele. Eu prefiro sempre estas festas a dois. Sou avarenta nesta coisa de ter atenção dos amigos. Quero rir e concordar com eles. Lançamos um nome para a mesa e acenamos com a cabeça, percebendo que continuamos sintonizados. Pensamos o mesmo. Ou, às vezes, não pensando o mesmo, os amigos ajudam-nos a construir outra ideia sobre aquela pessoa. Dão-nos o contexto.

Ficamos brevemente em silêncio para reconfigurar a imagem que tínhamos daquela pessoa. Também é bom estarmos errados. Nestas festas a dois com os meus amigos, em que abordamos vinte assuntos sem nunca os concluirmos, venho para casa depois a pensar: “e nem falámos daquilo…”. Acontece, nestas conversas longas, nunca acabarmos um assunto, atropelados pelas palavras que precipitam já outro. Com este entusiasmo que me acompanha, mesmo quando regresso sozinha, sou capaz de enviar uma mensagem fora de horas lembrando precisamente que não falámos do assunto que nos levou a jantar. Acontece-me muito. Sorrio quando me lembro. Penso, nestes momentos, que sou uma adolescente. É exactamente essa a capacidade dos amigos: dão-nos a eterna juventude sem saberem. Fazem-nos sentir adolescentes sem prazo de validade. Se calhar é por isso que me agarro tanto aos amigos, eu que me esqueço de usar cremes para as rugas.

Quando faço um longo encontro com um destes amigos que parecem ser da vida toda, fico tão plena que sou capaz de me alimentar dessa energia durante dias. Os amigos são o meu gerador. Falta a luz mas eles não. Há sempre um olá que aparece do escuro para nos resgatar. Às vezes fico contente por se lembrarem de mim, já que acho que sou sempre eu a lembrar-me deles. Mas não é verdade. Durante o apagão da outra segunda-feira, o rosto e o nome dos amigos vinham ter comigo de forma nítida, como se fossem recortados da escuridão para emergirem nítidos e nós percebermos quem são eles, os que importam, os que nos importam mesmo. Aqueles a quem deixámos de poder dizer olá, por estarem longe. Aqueles que podiam não estar bem. Deixei as portadas das janelas bem abertas para que pudessem gritar o nosso nome. Os amigos foram a campainha que não se ouviu. Na verdade, os amigos são sempre essa campainha que toca para nos animar os dias.

Agora já percebi por que gosto tanto de estar com os amigos ou escrever sobre eles: devolvem-nos a vida que nem sabíamos que nos faltava.

Os amigos são a luz que nunca se apaga.

O coração ainda bate

Usas muito o telemóvel? É hora de o pousares durante algum tempo: diz estudo

Hoje em dia, usar o telemóvel é uma prática comum e para muitos indispensável, no dia a dia. A questão é que essa ligação constante ao smartphone pode estar a envelhecer o nosso cérebro e a ter implicações em termos de saúde mental.

É precisamente isso que menciona um estudo da Universidade de Alberta, citado pela Gizmodo. Houve lugar a uma pesquisa feita em 467 voluntários, entre os 18 e os 74 anos, sendo que foi possível tirar algumas conclusões relevantes.

O estudo focou-se em três áreas: saúde mental, bem estar subjetivo e capacidade de atenção

Conforme refere o mesmo meio de informação, o estudo baseou-se em três eixos: saúde mental, bem estar subjetivo e capacidade de atenção. A investigação permitiu concluir que o bloqueio da Internet permite melhorias em cada um destes campos.

Cada um dos voluntários esteve 2 semanas sem Internet. A partir dos resultados, foi possível observar que 91% dos participantes relataram melhorias em pelo menos uma das áreas. 71% deram conta de melhorias na sua saúde mental, enquanto 73% manifestaram um maior bem-estar geral.

Telemovel

Na prática, a experiência confirmou que a desconexão (ainda que temporária) da Internet pode ser bastante benéfica. O estudo em questão submeteu os participantes a testes de atenção, baseados em fotografias de paisagens ou cidades.

Os cientistas da Universidade de Alberta constataram que as melhorias em termos de concentração corresponderam a um rejuvenescimento cerebral de até 10 anos. Segundo Noah Castelo, professor da instituição, o telemóvel afeta a atenção, mas é possível regenerar o cérebro com pausas significativas no uso de tecnologia.

Experiência sem telemóvel durante 2 semanas melhorou o sono

A mesma pesquisa permitiu ainda observar que, após 2 semanas sem usar telemóvel, houve melhorias no sono. Com a redução do uso do telemóvel à noite, os cientistas consideram que o ambiente ficou mais propício à produção de melatonina: a hormona do sono.

Os voluntários deram ainda conta que esta abstinência de Internet fez com que procurassem mais atividades ao ar livre, ou outros momentos de lazer fora do digital. Apesar de mais bem-estar, houve relatos de alguma ansiedade no início do processo.

Mesmo assim, a experiência revelou-se positiva e frutífera para os participantes.

Erupção do supervulcão de Yellowstone estará a ser evitada por uma tampa de magma

Uma equipa de investigadores acabou de descobrir uma nova estrutura nas profundezas do supervulcão de Yellowstone que pode estar a desempenhar um papel importante na contenção de uma erupção deste sistema vulcânico. Os investigadores têm usado dados sísmicos e modelos computacionais para estudar a camada mais profunda sob Yellowstone e encontraram provas do que chamam de uma camada afiada e rica em substâncias voláteis, localizada a 3,8 quilómetros abaixo da superfície. Segundo o IFL Science, funciona como uma tampa para o magma, permitindo que o gás seja libertado para as camadas acima, mas mantendo o sistema estável. “Há décadas que

Metas da NATO para investimento em defesa são “cegas” e “não atendem ao que é verdadeiramente importante”

O relatório anual da NATO, divulgado recentemente, revela que, dos 32 Estados-membros da Aliança Atlântica, 22 já cumprem a meta de gastar 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa.

Polónia, Estónia e Letónia estão no topo da tabela, seguindo-se Estados Unidos e Lituânia. Portugal está entre a dezena de países incumpridores, que também inclui Espanha, Bélgica, Canadá e Itália.

A meta deverá ser revista em alta na cimeira da NATO já no próximo mês. O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado para que o novo objetivo seja de 5% do PIB. O secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, tem falado em 3,7%. Diplomatas da NATO acreditam que será possível chegar a um compromisso de cerca de 3% a 3,5%.

Nuno Melo diz que ainda não falou com primeiro-ministro sobre um eventual consenso com o PS

PAULO CUNHA/LUSA

Ana Santos Pinto, investigadora do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) e secretária de Estado da Defesa Nacional entre 2018 e 2019, e Luís Tomé, diretor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa e investigador do IPRI, são os convidados desta edição.

Ambos concordam que as metas definidas pela NATO são “cegas” e fruto de “um compromisso político”, não atendendo ao que é “verdadeiramente importante”. Defendem que “é preciso abandonar a dicotomia falsa de que ou preservamos o modelo social europeu ou investimos mais em defesa”. E concluem: “Precisamos de gastar mais em defesa, mas já gastamos muito, essencialmente gastamos mal.”

Mark Rutte, secretário-geral da NATO

Jakub Porzycki/NurPhoto/Getty Images

Este episódio foi conduzido pelo jornalista Hélder Gomes e contou com o apoio técnico de Salomé Rita e João Martins.

O Mundo a Seus Pés é o podcast semanal da editoria Internacional do Expresso. Subscreva e oiça mais episódios.