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– Simule as maiorias no Parlamento;

– As margens de quem foi eleito e quem ficou por eleger;

– AD só perdeu em um município acima do Mondego;

As sondagens falharam em prever a subida estrondosa do Chega e a queda histórica do PS, mas uma pequena freguesia em Vila Nova de Gaia viu isto tudo. Em Serzedo e Perosinho, a percentagem de votos teve um desvio médio dos resultados nacionais de menos de 0,5 pontos – o mais baixo entre mais de três mil freguesias.

Nesta união de freguesias votaram 8.750 pessoas entre mais de 12 mil inscritos e a AD foi a força política mais votada, com 32,9% (a nível nacional teve 32,7%). O PS teve 23,6%, mais duas décimas que no resto do país, e o Chega teve 23,1% – mais seis décimas que em território nacional.

Os desvios na Iniciativa Liberal e no Bloco de Esquerdaforam ainda menores – de apenas 13 e 7 centésimas, respetivamente -, enquanto Serzedo e Perosinho falhou o resultado do PAN e do Livre por cerca de meio ponto. O da CDU foi o que esteve mais longe (e mesmo assim o desvio foi de 0,89 pontos percentuais).

No final das contas a União de Ferguesias não falhou o resultado de nenhum partido por mais de um ponto, ao contrário de algumas projeções divulgadas no dia das eleições.

A União das Freguesias de São João Baptista e Santa Maria dos Olivais, mesmo no centro de Tomar, no distrito de Santarém, foi a segunda que ficou mais aproximada dos resultados do país, com um desvio padrão de 0,66 pontos.

Tavarede, na Figueira da Foz, foi a freguesia que ficou mais perto no ano passado e não voltou a ficar longe: foi a quinta freguesia que menos se desviou.

A nível de concelhos, os resultados que mais se assemelham com o que aconteceu a nível nacional foram os de Santarém e Bombarral. O distrito do Porto foi o que ficou mais perto.

A freguesia com menor abstenção

É preciso ir até Oleiros, no distrito de Castelo Branco, para encontrar a freguesia com maior mobilização.

Nas segundas eleições maior participação dos últimos 45 anos, os habitantes de Isna não quiseram ficar em casa: dos 150 inscritos, 125 votaram, para uma abstenção de apenas 16,67% e uma participação de 83,3%. A AD foi o partido mais votado aqui, com 80 votos, mas foi a democracia que venceu.

A nível de concelhos, o Sardoal voltou a ser o concelho com menos abstenção: depois de 24,33% no ano passado, foi de 26,05% este ano.

Do lado contrário, a freguesia com maior abstenção fica em Vinhais, no distrito de Bragança. Na união das freguesias de Quirás e Pinheiro Novo, votaram apenas 75 pessoas, entre mais de 300 inscritos, para uma abstenção de quase 77%. No ano passado, tinham votado 95 pessoas, entre 341 inscritos.

Aqui, o PS foi o mais votado tanto este ano como no ano passado, mas passou de 51,6% para 38,7%.

O concelho com mais abstenção foi Ribeira Grande, nos Açores, onde quase dois terços dos inscritos não votaram. No continente, o concelho com maior percentagem de abstenção voltou a ser Melgaço (59,9%)

Na freguesia mais pequena, finalmente houve um voto no Chega

Em Mosteiro, a mais pequena freguesia do país, localizada na ilha das Flores, nos Açores, só estão inscritos 25 eleitores e, desta vez, votaram 12.

Depois de no ano passado ter sido o único território do país sem votos no Chega, desta vez foi registado um voto.

Com apenas um voto nulo entre os 12 contados, a freguesia tem a maior percentagem de nulos em todo o país (8,33%).

Na freguesia de Teixeira, em Seia, no distrito da Guarda, houve 10% de votos brancos – fora 11 votos entre os 109 contados.

Onde aconteceu o melhor resultado da AD? E do Chega?

Há um ano, o melhor resultado da AD aconteceu em Boalhosa, um bastião do CDS na fronteira entre Ponte de Lima e Vila Verde.

Desta vez, a AD voltou a vencer confortavelmente (com 79,3%), mas o Chega conseguiu 15,9% e mais do que duplicou o número de votos na freguesia onde a AD dominava.

Assim, a honra de freguesia com votação mais expressiva na AD aconteceu em Codessoso, Curros e Fiães do Tâmega, em Boticas, Vila Real – com 80,86%.

O melhor resultado de PS e Chega aconteceu na mesma freguesia do ano passado: em Negrões, no concelho de Montalegre, o PS conseguiu 61,54%, mais ou menos o mesmo que em 2024; em São Vicente e Ventosa, no concelho de Elvas, o Chega teve 53,3% e ultrapassou o que tinha conseguido há um ano.

Em termos de concelhos, o melhor resultado da AD foi em Boticas (62,6%), enquanto o do PS foi em Gavião (40,8%), como no ano passado, e o Chega precisamente em Elvas (43,5%).

IL tem o melhor resultado na freguesia de Rui Rocha

A Iniciativa Liberal teve nove dos seus 15 melhores resultados em freguesias de Lisboa: nas Avenidas Novas, Belém, Parque das Nações Lumiar, Estrela, Areeiro, Santo António Alvalade e São Domingos de Benfica.

No entanto, o melhor dos resultados aconteceu na União das freguesias de Nogueiró e Tenões, onde vive Rui Rocha. Depois de 11,5% no ano passado, os liberais tiveram agora 13,8% – acima do Chega e levando a uma ligeira queda da AD, em relação a 2024.

O Livre voltou a ter o seus melhores resultados em Lisboa: dos dez melhores resultados do partido, nove foram na capital. A maior percentagem aconteceu em Arroios, com 14,5%, seguida de São Vicente, Penha de França, Alvalade, Santo António e Areeiro, todas com percentagens acima dos 10%.

O JPP, ao contrário dos restantes, consegue lugar no Parlamento graças à sua prestação na Madeira. O principal resultado foi na freguesia de formação do partido: em Gaula, no concelho de Santa Cruz, o Juntos Pelo Povo foi o partido mais votado, com 38,6% dos votos. Fora da Madeira, o melhor resultado do JPP foi de 2,1%, na freguesia de Praia do Norte, na ilha da Horta, nos Açores.

BE tem os melhores resultados nos Açores, perde metade dos votos em Lisboa

Já o Bloco de Esquerda perdeu metade dos votos em Lisboa, incluindo nas duas freguesias onde tinha tido melhores resultados nas últimas legislativas – São Vicente e Penha de França.

Na pior noite na história do partido, com apenas 2% a nível nacional e apenas um mandato, os melhores resultados aconteceram na ilha dos Açores: três das maiores percentagens foram em São Pedro, em Vila do Porto, em Lajedo, nas Lajes das Flores, e em Capelo, na ilha da Horta, todas acima dos 5%

A CDU voltou a ter os seus melhores resultados no Alentejo. Em Pias, no concelho de Serpa, os comunistas aumentaram a votação em relação ao ano passado e tiveram 39,9%. No município de Avis, a CDU teve o seu melhor resultado (23,7%), mas voltou a perder para o PS.

O PAN teve o seu melhor resultado em Talhinhas e Bagueixe, no concelho de Macedo de Cavaleiros, em Bragança, onde teve 7,5% – ou seja, 14 dos 188 votos.