Feira do Livro e EuroPride integram programação das Festas de Lisboa

Marchas, arraiais, concertos, exposições e oficinas estão entre as iniciativas das Festas de Lisboa, que este ano integram também a Feira do Livro e, pela primeira vez na capital, o EuroPride, evento europeu da comunidade LGBTI+.

Segundo uma nota de imprensa divulgada nesta terça-feira, a novidade desta edição das Festas de Lisboa, que em junho celebram o Santo António, principal padroeiro da cidade, é o envolvimento da Feira do Livro, no Parque Eduardo VII, onde haverá conversas sobre “Lisboa Plural” e Rafael Bordalo Pinheiro e a sua criação paradigmática, o Zé Povinho, e oficinas dedicadas à importância da escrita.

A música tem lugar de destaque nas Festas de Lisboa, com o Castelo de São Jorge a receber Carminho, Rui Massena e Gil Brito (jovem pianista vencedor do Got Talent Portugal).

Simultaneamente, a Orquestra Gulbenkian mostrará o espetáculo “Contrastes e Cores Orquestrais”, o Teatro da Comuna será ocupado por Recitais de Jazz e o Teatro do Bairro Alto vai receber Anupama Bhagwat, uma das mais virtuosas intérpretes de sitar, instrumento musical de origem indiana.

O fim de semana de encerramento, no Terreiro do Paço, estará a cargo, no dia 28, dos D.A.M.A., que convidam Ágata, Bandidos do Cante, Beatriz Felício & Buba Espinho e Los Romeros, e a que, este ano, se juntará a marcha que vencer a Avenida.

No dia 29 será a vez de Bárbara Bandeira com a Banda Sinfónica da GNR e a participação de Carminho.

A edição deste ano posiciona as Festas de Lisboa como “plurais, ecléticas, profundamente enraizadas na tradição, mas sempre de braços abertos”.

Nesse sentido, a diversidade é uma das tónicas da programação deste ano, incluindo a Festa da Cultura Coreana, no Museu de Lisboa — Palácio Pimenta, o Festival Bollywood Holi e Mercado da Índia, na Comunidade Hindu de Portugal, o MAMA África, no Cinema São Jorge e no Capitólio, e o Thai Festival, no Jardim Vasco da Gama.

Este mesmo último local receberá a Festa do Japão, país que também estará presente no programa Osaka em Lisboa, fazendo referência à Expo25 que se realizou nesta cidade, que inclui exposições, oficinas e cinema em vários espaços.

As Festas de Lisboa “são de toda a gente”, assinala, na nota, a empresa municipal EGEAC-Lisboa Cultura, que organiza o evento.

Entre 14 e 22 de junho, Lisboa acolherá, pela primeira vez, o EuroPride, que propõe conversas, concertos, oficinas, exposições, performances e atividades desportivas da comunidade LGBTI (pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexo) em vários locais da cidade.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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Como habitualmente, as Marchas Populares vão apresentar-se nos dias 30 e 31 de maio e 01 de junho, na MEO Arena, perante um júri que avalia coreografias e figurinos, sob o tema deste ano, “Alma de Lisboa”, e, em 12 de junho, os bairros vão desfilar na Avenida da Liberdade, cabendo ao grupo convidado Macau Street Dance abrir o cortejo.

Mantêm-se igualmente os tradicionais casamentos, tronos e corrida de Santo António, e a Trezena de Santo António, que inclui fado, guitarradas, percursos e uma peça de teatro.

Os Arraiais Populares são este ano 16, distribuídos por nove freguesias, a que se juntam o Arraial da Vila Berta e o Arraial dos Navegantes.

Entre as exposições está “Variações para Carlos Paredes”, no Museu do Fado, com instrumentos musicais, discos, documentação impressa e filmes sobre o músico nascido há 100 anos.

Também a obra da artista Maria Helena Vieira da Silva será assinalada com oficinas, leituras e visitas guiadas, e “O milagre da sardinha”, no Padrão dos Descobrimentos, vai prestar homenagem ao peixe que simboliza as Festas de Lisboa.

A programação, maioritariamente gratuita, inclui ainda cinema ao ar livre na Quinta das Conchas, a Noite da Literatura Europeia, a Noite das Ideias e a Feira do Livro de Poesia.

Nas ofertas para o público mais pequeno surge “Canções de encantar”, uma recriação dos temas dos grandes clássicos do cinema de animação.

Encontrado busto de Jim Morrison roubado há 37 anos de famoso cemitério de Paris

O busto do cantor Jim Morrison, figura da banda The Doors, roubado há 37 anos do famoso cemitério parisiense Père Lachaise, foi descoberto acidentalmente durante uma operação policial.

A polícia de Paris anunciou na segunda-feira, através das redes sociais, a descoberta da escultura, criada pelo artista croata Mladen Mikulin, que foi roubada durante a noite sem pistas sobre os criminosos.

Morrison, cantor e figura-chave do grupo The Doors, morreu em Paris em 1971.

Embora a sua morte tenha sido oficialmente atribuída a uma paragem cardíaca no seu apartamento na rua Beautreillis, várias testemunhas sugeriram posteriormente uma overdose numa discoteca que teria sido ocultada pelas autoridades e amigos.

O seu túmulo é um dos mais famosos do cemitério de Père Lachaise, apesar de ser o lar de muitas grandes figuras, como Oscar Wilde, Frédéric Chopin, Yves Montnad e Sarah Bernhardt.

O busto foi colocado em 1981 para celebrar o décimo aniversário da morte do músico e, apenas sete anos depois, foi roubado.

Uma busca conduzida pela Brigada Financeira e Anticorrupção da polícia de Paris encontrou o busto na casa parisiense de um executivo de uma empresa que estava sob investigação por falsificação de documentos contabilísticos.

As autoridades ainda não esclareceram se o busto será devolvido ao seu local original.

Morreu George Wendt, o Norm de “Cheers, Aquele Bar”. Ator tinha 76 anos

O ator e comediante George Wendt morreu esta terça-feira de manhã aos 76 anos. A confirmação foi dada pela sua família através de um comunicado de imprensa, informando que morreu no sono, escreve o The Hollywood Reporter. “George era um homem de família carinhoso, um amigo muito amado e confidente de todos aqueles que tiveram a sorte de o conhecer. Sentiremos a sua falta para sempre. A família pediu privacidade durante este período”, lê-se na nota enviada à imprensa.

Wendt ficou particularmente conhecido do grande público pela sua interpretação de Norm Peterson, o rechonchudo cliente habitual de Cheers, Aquele Bar, uma das mais famosas e acarinhadas sitcoms dos anos 80 e 90. A par de Ted Danson e Rhea Perlman, o ator esteve em todos 275 episódios e 11 temporadas da série televisiva, sendo consecutivamente nomeado em seis ocasiões ao prémio Emmy na categoria de melhor ator secundário numa série de comédia, nunca conseguindo vencer.

Mau aluno, como admitiria a David Letterman em 1990, encontrou na comédia o seu espaço de afirmação, tornando-se membro da trupe de improviso The Second City em Chicago, a sua cidade natal, durante os anos 70, antes de dar o salto para ser ator. Depois de alguns papéis de pouca monta em filmes e séries, seria com Cheers que encontraria o estrelato e a personagem que lhe era mais natural.

“O Norm que se vê em Cheers esteve a ser construído durante anos. Tenho algumas caraterísticas em comum com ele, para além do nosso gosto pela cerveja. Mas acho que sou muito mais feliz do que o Norm”, afirmou numa entrevista, citado pelo The Guardian. Tal foi a apetência pela personagem que viria a encarná-la noutras séries, como The Tortellis e Fraser, e emprestou a sua voz à sua versão animada em Os Simpsons e Family Guy.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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Além desta série da NBC, Wendt também ficaria afamado nos anos 80 e 90 pelas suas múltiplas participações no programa de comédia Saturday Night Life, ao lado de outras luminárias do humor como Mike Myers e o falecido Chris Farley. E com a notoriedade que Cheers lhe trouxe, somou papéis em filmes como Assassinato por Encomenda (1985), House – Uma Casa Alucinante (1985), A Fábrica das Loucuras (1986) ou Eternamente Jovem (1992).

No entanto, com o fim da série, em 1993, o ator nunca atingiria os mesmos picos, ficando isso demonstrado com a curta vida da sua própria série televisiva, The George Wendt Show, que durou apenas oito episódios em 1995. No entanto, Wendt nunca deixaria de ter trabalho, registando dezenas de participações como ator secundário ou convidado em filmes como Os Pequenos Marotos (1994), O Homem lá de Casa (1995), Spice World (1997) e em séries como Columbo, Wings, Spin City, The Naked Truth, Sabrina, a Bruxinha Adolescente e George Lopez. Mais recentemente, tinha sido visto ao participar na versão norte-americana do programa televisivo A Máscara, em 2023

Fora dos ecrãs, Wendt somaria experiências de sucesso em teatro, a principal das quais ao fazer de Edna Turnblad em mais do que uma produção de Hairspray na Broadway. O ator deixa a mulher e três filhos, sendo Jason Sudeikis, famoso ator de Ted Lasso, seu sobrinho.

Mãe da ex-namorada de Sean Combs testemunhou no julgamento do rapper. Mostrou ao júri fotografias da filha depois de ser agredida

Depois de uma semana praticamente ininterrupta de testemunho de Casandra Ventura no julgamento de Sean “Diddy” Combs, esta terça-feira, foi a sua mãe, Regina Ventura, que tomou a palavra no Tribunal Federal de Manhattan para contar a sua versão do que sabe sobre a relação que o ex-casal manteve por dez anos.

Revelou que conheceu Combs em 2006, quando Cassie, nome artístico da filha, assinou contrato com a editora discográfica Bad Boy Records detida pelo rapper. As duas distanciaram-se significativamente quando ela começou a namorar com o rapper, que está agora acusado dos os crimes de tráfico sexual, violação e ofensas à integridade física, sendo uma das principais vítimas conhecidas a própria ex-namorada. Quando a filha se mudou para a Califórnia com Combs, as poucas vezes que se viam pessoalmente diminuíram ainda mais, para uma visita anual.

Segundo a CNN, a cobrir o julgamento no tribunal nova-iorquino, Regina Ventura testemunhou que a filha lhe enviou um e-mail, a ela e a outro empregado de Combs, sob um nome falso, dizendo que Combs estava a ameaçar divulgar vídeos de sexo explícito com ela. “Não percebi muita coisa”, confessou a mãe de Cassie, que apontou este como o primeiro sinal de alerta e também a primeira vez que receou pela segurança da filha.

Por volta da mesma altura em que a Cassie lhe teria enviado este e-mail anónimo, Combs contactou Regina Ventura a exigir-lhe 20 mil dólares para “recuperar o dinheiro” que tinha gasto com Cassie, isto porque na altura, e numa das pausas da conturbada relação, Cassie estava com outro homem. Regina Ventura e o marido acabaram então por contrair um empréstimo para aquisição de habitação própria para conseguir pagar ao rapper. Nem uma semana depois, tinham o dinheiro foi devolvido na sua conta — prova dos jogos de poder e da relação tóxica que o casal vivia.

Só alguns anos mais tarde, em 2011, é que Regina Ventura teve a real perceção da violência doméstica de que a sua filha era vítima. Quando viu Cassie com marcas graves de agressão física, pediu-lhe que a deixasse fotografar. “Eu queria ter a certeza de que o estado em que ela estava lhe ficava registado na memória”, recordou em tribunal.

As imagens serviram, esta terça-feira, de prova e foram exibidas aos membros do júri que irão tomar uma decisão em relação à culpa de Sean Combs pelos crimes de que está acusado.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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Outra das testemunhas que foi esta terça-feira ouvida em tribunal foi David James, que trabalhou como assistente de Sean Combs de 2007 a 2009. Disse nunca ter assistido pessoalmente a atos de violência entre os dois membros do casal, mas admitiu que duas das suas funções eram as de reservar quartos de hóteis para os “freak-offs” — nome que “Diddy” dava às suas festas de sexo e droga — e de abastecer os encontros de preservativos, lubrificantes e frascos de óleo de bebé.

Era instruído a não apresentar esses artigos para reembolso através da empresa de Combs, porque eram artigos que o artista “não queria registar”. James testemunhou ainda que viu “Diddy” a tomar drogas e a dá-las aos amigos mais próximos. Muitas vezes era ele próprio que as comprava.

Apesar de nunca ter sofrido violência física, o antigo assistente revelou episódios em que foi sujeito a um teste de deteção de mentiras quando artigos de luxo de Combs desapareceram e ele queria descobrir se algum funcionário o tinha roubado. Classificou estas experiências enquanto “muito intimidantes”.

Nos próximos dias espera-se que continuem a ser ouvidas várias testemunhas arroladas pela acusação que tenham pertencido ao círculo pessoal e profissional de “Diddy” e da sua ex-companheira. A procuradoria norte-americana quer provar que Cassie foi forçada e chantageada a participar nas festas sexuais do então namorado, que traficava trabalhadores sexuais para continuar a alimentar o esquema de orgias prolongadas.

Pote explica recaída: «Fiz um passe sem pensar no aquecimento e disse logo ‘acho que fiz asneira’»

Pote revelou esta terça-feira, em entrevista ao Canal 11, os contornos da lesão que sofreu, nomeadamente a recaída que o obrigou a parar mais do que o esperado.

“O Sporting sempre me tentou defender porque a culpa foi minha. Tive uma lesão no tendão do adutor da perna esquerda. Senti o tendão a estalar em Braga e estive dois meses a recuperar. Sabia que podia ser operado, mas a opção foi prosseguir naturalmente. Ninguém reparou, acho mas, na final da Taça da Liga, estava a ver o aquecimento, com o Dani e o Nuno, vem uma bola, levantei-me e fiz um passe sem pensar… Voltei para trás com uma cara, virei-me para ele e disse: ‘acho que fiz asneira’. Fui para o balneário, fui para o campo, voltei a fazer o treino de corrida, pedi uma ressonância e deu que tinha piorado, que rasguei. Senti-me culpado e sabia que ia durar mais três meses. Foi horrível. Não sabia que um passe me iria prejudicar assim tanto”, lamentou o criativo do Sporting, ao Canal 11.

Pote revelou ainda que ninguém da equipa sabia.  “Os meus colegas não souberam… O Viktor, o Morten perguntavam e eu não contava. A equipa médica sabia, ia dia a dia, mas parecia que o mês nunca passava. Quando disse que voltava, no Instagram, foi antes da Taça da Liga.”

Decisão de ir para fora – Espanha e Inglaterra

“A ida para Espanha foi boa e Inglaterra ainda melhor. No Sp. Braga, juvenil, jogava sempre e decidi ir para fora porque precisava de mais concorrência. O Sp. Braga não apostava tanto nos jovens… O Agostinho dizia que eu jogava muito com bola no pé e que a defender sentava e pedia um café. Fui para o Valencia, com maior competitividade e, depois, Inglaterra, onde tive o estímulo do ginásio, jogos, até as lesões…”

Pote e a chamada à Seleção: «Fiquei muito contente. À minha namorada até lhe caíram umas lágrimas»

Médio mostrou a nova camisola do Sporting no ‘Futebol Total’, em declarações no ’11’

Pote é o convidado especial do programa ‘Futebol Total’ do ‘Canal 11’. O extremo do Sporting passa em revista a temporada complicada que teve em termos pessoais, com lesões, mas que culminou com a festa no Marquês de Pombal pela conquista do bicampeonato.

A nova camisola

“É bonita, voltamos à lista verde e branca, as cores do Sporting. Não tenho gostos, o meu gosto é jogar futebol. O que mais gosto – o mais importante – é estar dentro de campo.”

A chamada à Seleção para disputar a final four da Liga das Nações

“Supreendido? Acreditamos sempre que vamos ser chamados, mas sim, porque foi uma época complicada para mim. Mas sempre que tive oportunidade de trabalhar, dei o meu melhor. Quando voltei, tentei dar o meu melhor pelo Sporting. Estava a ver a convocatória num quarto de hotel com a minha mulher. Ela ficou muito entusiasmada, até lhe caíram lágrimas. Fiquei muito contente.”

A discussão sobre a sua ausência nas convocatórias de Portugal

“Passava-me ao lado, sabia que a minha oportunidade ia chegar. Tento aproveitar todos os momentos, nos treinos e jogos, mostrando que posso estar num grupo que tem os melhores do Mundo.”

As celebrações no Marquês

“Já recuperei… Também não fiquei assim tão mal”, terminou.

Relatório encomendado pelo governo alerta para “ameaça à coesão” em França devido a aumento do islamismo

Um relatório encomendado pelo Governo francês alertou para uma “ameaça à coesão nacional” com o desenvolvimento do islamismo “a partir de baixo”, de acordo com o documento que será analisado no Conselho de Defesa na quarta-feira.

“A realidade desta ameaça, mesmo que se baseie num horizonte temporal longo e não recorra a ações violentas, coloca o risco de um ataque ao tecido associativo e às instituições republicanas (…) e, mais amplamente, à coesão nacional”, indica o relatório, cujas linhas gerais foram divulgadas pelo jornal francês Le Figaro.

O relatório sobre o movimento Irmandade Muçulmana, que sucedeu à união de organizações islâmicas de França (UOIF) em 2017, vai estar no centro de uma reunião do Conselho de Defesa presidido pelo chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, na quarta-feira.

Em França, o movimento “estabeleceu uma estrutura sólida, mas o islamismo político está a propagar-se principalmente a nível local”, sublinha o relatório, que considera que a propagação deste islamismo “a partir de baixo” constitui “uma ameaça a curto/médio prazo”.

O relatório de dois funcionários sublinha o “caráter subversivo do projeto promovido pela Irmandade Muçulmana”, que trabalha “a longo prazo para obter progressivamente alterações das regras locais ou nacionais”, nomeadamente em matéria de laicidade e de igualdade entre homens e mulheres.

Este “islamismo municipal” é suscetível de ter “efeitos crescentes no espaço público e na política local”, com “redes que trabalham para virar as comunidades para dentro, chegando a formar ecossistemas islamistas cada vez mais numerosos”, refere.

No entanto, os autores acrescentam que “nenhum documento recente demonstra o desejo dos muçulmanos em França de estabelecer um Estado islâmico em França ou de aplicar a lei [islâmica] da sharia“.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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O relatório sublinha também que a Irmandade Muçulmana, “perdendo influência” no mundo árabe-muçulmano, “concentra a ação na Europa”. É por isso que os autores apelam para “a continuação dos esforços de sensibilização já efetuados junto da Comissão Europeia”.

Para os autores, “uma ação resoluta e a longo prazo no terreno parece necessária para travar a ascensão do islamismo político”.

Consideram também que “ser essencial” acompanhar esta ação de “sensibilização da opinião pública”, que deve ser conciliada com “um discurso laico renovado” e “sinais fortes e positivos para a comunidade muçulmana”.

Entre estes sinais, mencionam “a aprendizagem do árabe” que “beneficiaria se fosse reposta” e “a posição francesa sobre o conflito israelo-palestiniano.

“Este relatório corrobora os factos reais e vai permitir-nos agir”, afirmou a porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, nos canais Europe 1 e CNews, referindo-se a “um despertar de toda a população” para o perigo.

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, denunciou este “islamismo discreto que se propaga tentando infiltrar-se em associações desportivas, culturais, sociais e outras”.

“É inaceitável, uma vez que é totalmente incompatível com os princípios da República e com os objetivos de coesão nacional”, defendeu Retailleau.

Em 11 de maio, Retailleau confirmou que o relatório seria apresentado numa “versão mais ligeira”, já que a publicação na totalidade é classificada como “confidencial para a Defesa”.

Livro de contos traduzido do canarês vence prémio Booker Internacional

O livro de contos “Heart Lamp”, da escritora indiana Banu Mushtaq, conquistou o prémio literário Booker Internacional 2025, tornando-se no primeiro livro do género a vencer o galardão, anunciou esta terça-feira a organização.

O livro é também o primeiro escrito em canarês, uma língua da Índia falada por 65 milhões de pessoas, a vencer o Booker Internacional. A tradução para o inglês foi feito por Deepa Bashthi (a primeira tradutora indiana a ganhar o Booker Internacional).

“”Heart Lamp” é algo genuinamente novo para leitores em inglês. Uma tradução radical que abana a linguagem, para criar novas texturas numa pluralidade de ingleses. Desafia e expande a nossa compreensão da tradução. Estas belas, ocupadas e esperançosas histórias emergem do canarês, misturadas com a extraordinária riqueza sociopolítica das outras línguas e dialetos. Fala das vidas das mulheres, de direitos reprodutivos, fé, casta, poder e opressão”, afirmou o presidente do júri deste ano, o também escritor Max Porter.

Citado em comunicado, Porter disse que “este foi o livro que os jurados realmente adoraram, logo a partir da primeira leitura”, ficando agora “entusiasmados por partilhar este oportuno e palpitante vencedor do Prémio Booker Internacional 2025 com leitores pelo mundo”.

O júri foi ainda composto pelo poeta Caleb Femi, pela editora Sana Goyal, pelo autor e tradutor Anton Hur, e pela cantora Beth Orton.

De acordo com a organização do Booker, “Heart Lamp” “conta a resiliência, resistência, sagacidade e irmandade das mulheres em comunidades patriarcais no sul da Índia”.

Booker Internacional revela seis finalistas que são lentes para a experiência humana

“Desde mães duras e estoicas a avós cheias de opiniões, de maridos cruéis a crianças resilientes, as personagens femininas das histórias aguentam grandes desigualdades e dificuldades, mas permanecem desafiantes”, acrescenta o texto.

“Natureza plurilinguística do sul da Índia”

Os contos incluídos no livro foram escritos por Banu Mushtaq entre 1990 e 2023, tendo sido escolhidos pela tradutora, que pretendeu “preservar a natureza plurilinguística do sul da Índia“.

Quando são utilizadas palavras em árabe ou urdu estas são deixadas no original, “reproduzindo os ritmos únicos da língua falada”.

Banu Mushtaq tem 77 anos, é advogada e uma das principais vozes dentro da literatura em canarês, tratando-se de uma ativista pelos direitos das mulheres e uma opositora do sistema de castas indiano.

Nenhuma das suas obras está publicada em português, incluindo o agora vencedor do Booker Internacional.

O prémio, que distingue anualmente um livro de ficção traduzido para o inglês e prevê a atribuição de um valor monetário de 50 mil libras (distribuído por autor e tradutor), foi anunciado numa cerimónia esta terça-feira à noite, em Londres.

Cerca de 300 garimpeiros ilegais apanhados em mina moçambicanas vandalizam lojas

Cerca de 300 garimpeiros artesanais apanhados em atividades ilegais numa mina em Mogovolas, província de Nampula, norte de Moçambique, retaliaram com a vandalização de mais de uma dezena de lojas, com quatro detenções, confirmou fonte oficial nesta terça-feira.

“Estamos a falar de cerca de 300 garimpeiros que acabaram por vandalizar uma mina na zona de Marraka. Os proprietários, de nacionalidade estrangeira, pediram reforço policial, para retirar aqueles garimpeiros ilegais”, descreveu à Lusa o administrador de Mogovolas, Emanuel Impissa.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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Chamada ao local, em Naholoco, no posto administrativo de Luluti, elementos da Polícia da República de Moçambique realizaram quatro detenções, enquanto os restantes membros do grupo avançaram para o saque de espaços comerciais na zona da mina de extração de turmalinas (pedras preciosas), dos mesmos proprietários, “em jeito de retaliação”, partindo depois em “debandada”, acrescentou o administrador.

“Por enquanto temos registadas 12 lojas de agentes económicos [vandalizadas], três viaturas que também foram vandalizadas”, apontou ainda Emanuel Impissa.

De acordo com o administrador do distrito de Mogovolas, a prioridade das autoridades passa por recuperar os bens saqueados, numa altura que vários estrangeiros acabaram por sair da área da mina, fechando os seus negócios.

“As pessoas que tinham tudo ao seu redor vão passar a ter de ir noutros cantos para adquirir produtos de primeira necessidade. É algo repudiável, repugnável”, conclui Impissa, apelando à pacificação na localidade.

População de Gaza foge para o porto porque já “não há outro lugar”

Acompanhe o nosso liveblog sobre o conflito israelo-palestiniano

O porto de Gaza foi transformado num acampamento improvisado e lotado, onde milhares de habitantes procuram desesperadamente um lugar para sobreviver aos ataques do Exército israelita.

Entre eles está Masoud Ibrahim Harb Warshega, que fugiu de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, com os filhos. “Mudámo-nos ontem [segunda-feira] por causa dos bombardeamentos e dos projéteis”, disse à agência espanhola EFE junto de uma tenda.

O homem mostra os sulcos nas palmas das mãos, ferimentos que sofreu ao resgatar os filhos. “Hoje voltei para casa só para recuperar o pouco que sobrou”, descreveu. Ele não tem para onde ir. Como diz, em Gaza já “não há outro lugar”.

“Do porto dizem-nos para ir para o sul. Amanhã voltarão a dizer-nos. Sul, sul… mas para onde vamos?”, questionou Muhammad al-Attar, pai de quatro filhos, também deslocado de Beit Lahia.

Depois fez um apelo: “Estamos a implorar. Israel, vocês têm um problema com o [grupo islamita] Hamas, não connosco. Qual é a nossa culpa? E dos nossos filhos? Todos os dias nos dão uma nova ordem. Não nos deixam viver”.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

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A sensação de insegurança é constante. “Disseram-nos que esta era uma área segura, mas não é”, disse à EFE Majed Mohammed Sukkar, que já teve de se mudar 15 vezes, perdendo todos os pertences e poupanças pelo caminho. “Aqui também não há segurança. Podem atacar-nos a qualquer momento. Não há lugar seguro na Palestina“.

Colchões, sacos de lixo cheios de pertences, frascos e garrafas de água vazios, carrinhos de bebé e botijas de gás acumulam-se ao longo da costa. Tendas feitas de lonas, plástico e lençóis são montadas na areia.

De acordo com Abu Wael Abu Al-Kas, um homem de 80 anos do bairro de Shuja’iyya, na Cidade de Gaza, estão pelo menos mais 800 famílias no porto.

“O porto está cheio. Há mais de 1,5 milhões de pessoas aqui. Israel está a avançar de todas as frentes: Al-Tuwam, do sul, do norte. Estão a empurrar-nos, a encurralar-nos”, contou o idoso à EFE.

A ONU anunciou nesta terça-feira ter recebido autorização das autoridades israelitas para permitir a entrada até 100 camiões de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, depois de ter divulgado apenas nove no dia anterior, após um bloqueio de 11 semanas.

No entanto, os interlocutores da EFE no porto estão de acordo: estes camiões, que muitos nunca viram, não chegam para nada.

“Há exatamente 20 dias que só comemos arroz e lentilhas. É tudo o que tenho. O rapazinho acorda-me de manhã e diz: ‘Pai, quero pão’.” Onde lhe compro pão? Onde? Não há nenhum!”, exclamou al-Attar.

“Cada pessoa precisaria de um camião inteiro para sobreviver”, disse Masoud, enquanto Abu Wael acrescentou: “Estes não chegam nem para uma rua em Shuja’iyya. Para uma só rua, precisamos de cinquenta camiões. Não há comida. Não há água. Nem sequer dá para lavar a roupa”.

Majed afirmou que “a cidade precisa de 500 a mil camiões por dia para cobrir o mínimo”, lamentando a pequena ajuda para as necessidades.

“Esta não é apenas a pior deslocação que já vivemos… é o pior da história da humanidade”, considerou.

Cerca de 14 mil bebés poderão morrer na Faixa de Gaza nas próximas 48 horas se os mantimentos não chegarem imediatamente ao enclave palestiniano, alertou o subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, nesta segunda-feira.