Luís Montenegro “otimista”, Pedro Nuno Santos diz que “não dá para celebrar queda da nossa economia”

O líder da AD, Luís Montenegro, mantém o otimismo e as metas macroeconómicas apesar do abrandamento da economia portuguesa no primeiro trimestre do ano. O socialista Pedro Nuno Santos diz que esta foi outra área onde o atual Governo falhou.

O tema surgiu na parte final do debate deste domingo, na RTP, entre os oito líderes com assento parlamentar e candidatos às eleições legislativas de 18 de maio.

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Luís Montenegro foi confrontado com os últimos dados do INE, segundo os quais no primeiro trimestre de 2025 o Produto Interno Bruto cresceu 1,6% em termos homólogos e diminuiu 0,5% em relação ao último trimestre de 2024.

O primeiro-ministro sublinha que a economia não entrou em contração no primeiro trimestre, cresceu 1,6% em relação ao período homólogo, e compara com um último trimestre de 2024 que teve um crescimento muitíssimo elevado”, sem “paralelo desde que entrámos no euro, à exceção da pandemia”.

O programa da AD prevê um excedente no final de 2025 e Montenegro não altera a meta: “Estamos num bom momento da economia portuguesa, temos estabilidade económica e financeira e temos todas as razões para continuar a ter um ano em que se perspetiva que possamos chegar ao final com todas as nossas estimativas cumpridas”.

Com a instabilidade mundial provocada pelas tarifas de Trump, o primeiro-ministro diz que é preciso ser prudente, mas também ambicioso.

“Quando propomos baixar o IRS em 500 milhões este ano, estamos a valorizar e a estimular o trabalho. Quando propomos cumprir o que está no Orçamento para motivar o investimento das empresas, estamos a criar condições para poder ter mais investimento e chegar ao final do ano com um desempenho como tivemos o ano passado”, sublinha.

O líder da AD mantém “o otimismo apesar de estar bem consciente das incertezas e ameaças que a situação internacional acarreta” e considera que o investimento em Defesa é “crucial”.

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Economia. “Outra área em que Montenegro falhou”

Já o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, olha para os resultados recentes da economia “com preocupação”.

“É outra área em que Montenegro falhou. No último trimestre da sua governação a economia portuguesa recuou 0,5%. Este é o resultado que Montenegro nos deixa. Não dá para celebrarmos uma situação económica quando o primeiro trimestre é de queda da nossa economia”, alerta.

O líder socialista considera que o “crescimento económico para 2025 já vai ter que ser revisto em baixa, porque ninguém contava com uma contração no primeiro trimestre”. Este cenário, afirma, “torna o programa da AD que já era uma fantasia numa impossibilidade completa de ser executado, é uma mentira o cenário macro do programa eleitoral da AD”.

Em contrapartida, Pedro Nuno Santos defende que o programa do PS “prepara o país para um clima de incerteza e de aumento da inflação em caso de guerra comercial”, com medidas como o IVA zero no cabaz alimentar e IVA a 6% na eletricidade.

Montenegro respondeu às críticas socialistas: “A sua cassete era a mesma o ano passado, e no ano passado superamos todas as metas”.

“Duas coisas dramáticas”

Por seu lado, André Ventura defende que o cenário macroeconómico do Chega “é mais próximo do Conselho de Finanças Públicas”, enquanto o do PSD “é uma fantasia” e o do PS “saca a toda a gente para distribuir”.

“A economia contraiu no último trimestre e pagamos uma carga fiscal recorde. Duas coisas dramáticas. A economia contraiu, ficamos pior com Montenegro, e pagamos mais impostos. Não podemos sugar as pessoas de tudo o que é o seu trabalho e rendimento para distribuir por todos”, afirma o líder do Chega.

Bloco de Esquerda, CDU e Livre consideram que é necessário alterar o atual modelo económico de Portugal, baseado em baixos salários, turismo de massa e numa “bolha imobiliária”.

Rui Rocha, da Iniciativa Liberal (IL), afirma que o atual momento “implica que tenhamos de acelerar o que temos a fazer para acelerar o crescimento económico”.

É preciso medidas para atacar o desemprego jovem, os salários baixos e as dificuldades no acesso a habitação, bem como um alívio fiscal para a “geração dos entalados”, entre 36 e 66 anos de idade.

Inês Sousa Real considera que o braço de ferro entre Donald Trump e a União Europeia, por causa das taxas alfandegárias, pode colocar em risco vários setores do nosso país e defende uma “forte aposta na economia verde”, na soberania energética e menos dependência alimentar.

Depois do debate na RTP, para esta segunda-feira, às 9h30, realiza-se o Debate das Rádios, na Renascença, Antena 1, TSF e Observador, com os candidatos dos partidos com assento parlamentar.

Sporting teve 80 minutos de quase nada e 10 de quase tudo

Choro, emoção, festa, sofrimento. Com um golo já nos “descontos”, Eduardo Quaresma levou Alvalade à loucura e recolocou o Sporting na rota do título – “recolocou” porque os “leões” estiveram afastados desse caminho durante largos minutos. O triunfo (2-1) frente ao Gil Vicente, neste domingo, esteve em causa durante muito tempo, com um desempenho fraco da equipa de Rui Borges durante mais de uma hora de futebol.

Mas dois golos na recta final da partida, numa fase de recuo excessivo dos minhotos, permitem ao Sporting manter tudo na mesma na luta pelo título – os “leões” estiveram virtualmente a três pontos do Benfica, depois a dois e acabam à frente do rival, ainda que com os mesmos pontos.

Talvez ninguém consiga dizer que o resultado é injusto, mas também poucos ousarão apontar que o Sporting foi competente. No fim, sobra a “estrelinha” de que o “futebolês” tanto gosta. Mas também é disso que se faz um campeão.

O 4x2x4 de Peixoto

O Gil Vicente fez jus ao estatuto de equipa que mais tempo passa no seu terço defensivo, a que menos passa no terço ofensivo, uma das que menos bolas longas permite e a que menos bolas recupera no terço ofensivo. Com um bloco quase sempre baixo, tirou quase totalmente a profundidade a Gyökeres – e isso era o mais óbvio de ver. Mas foi mais do que isso.

César Peixoto, apesar do bloco baixo, montou um 4x2x4 que estava longe de ser um “autocarro” – os alas e os avançados faziam uma linha na zona central que tapava as vias de acesso a Debast e Morita (Hjulmand foi poupado para o derby). O Gil cobria totalmente as ligações por dentro e “oferecia” os alas Maxi e Geny, até por saber que, caso a bola ali entrasse, teria tempo de ir cobrir – na zona central há menos tempo para compensações.

A primeira vez que um médio do Sporting conseguiu receber, virar-se e jogar foi aos 33’, porque Inácio colocou risco e ultrapassou um adversário em drible, desmontando a muralha frontal do Gil.

Solução pouco explorada

O Gil prestava-se até a dar muito espaço entre os laterais e os centrais, já que estes últimos não largavam Gyökeres, mas os laterais saíam facilmente para fechar nos alas “leoninos”.

A solução mais evidente para o Sporting seria activar os alas e os avançados-interiores em simultâneo, criando superioridade, mas Pote e Trincão pareceram demasiado formatados à ideia habitual, de criarem por dentro – onde não havia espaço. Isso só aconteceu aos 9’, quando Pote abriu, atraiu o lateral e Maxi rompeu no espaço e aos 29’, quando Geny atraiu o lateral e Trincão fez o movimento no espaço. E foi só.

O Sporting teve, portanto, um jogo duro em ataque posicional. As excepções eram as recuperações de bola em zona ofensiva, que deram um par de bons lances, mas nada de entusiasmante para as bancadas de Alvalade.

E tudo ficou ainda mais duro quando aos 23’ uma jogada individual de Mutombo deu penálti de St. Juste assinalado com ajuda do VAR e convertido por Félix Correia.

Recuo e golos

Já íamos com uma hora de futebol e o Sporting não tinha uma única clara oportunidade de golo. Os lances de perigo eram por via de um par de transições e alguns erros alheios, mas mesmo esses estiveram longe de serem flagrantes.

O Gil Vicente estava a conseguir “adormecer” o jogo com algumas perdas de tempo e faltas sofridas e o Sporting, até em função desses momentos, estava a ter dificuldade para ligar o jogo. Se excluirmos lances de penálti, as equipas tinham, respectivamente, 0,27 e 0,0 golos esperados. A dificuldade de descrever a segunda parte explica-se pela inexistência de motivos de interesse. Até aos 80’.

O Sporting acabou por chegar ao golo pela força dos números, numa fase de maior presença ofensiva – houve remate de Harder, desvio em Buatu e bola a sobrar para Maxi, que finalizou bem.

O recuo excessivo do Gil, em modo de sobrevivência, acabou por dar ao Sporting mais momentos de “chuveirinho” – ora directo, pelo ar, ora em jogadas mais elaboradas, mas que acabavam com bola cruzada para a área.

Foi nessa fase que Quaresma foi herói. O jogador formado no clube acabou em lágrimas, depois de rematar com classe uma bola que sobrou à entrada da área.

A escolha do Primeiro-Ministro nas eleições de 18 de Maio

1 Nas eleições legislativas antecipadas de 18 de Maio está em causa, acima de tudo, a escolha do líder partidário que deve exercer as funções de Primeiro-Ministro.

Numa situação internacional extremamente complexa e incerta, cabe ao Primeiro-Ministro um papel chave “na resolução dos problemas do país e na melhoria do nível de vida dos portugueses”, como escrevi em O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar.

A minha escolha de Primeiro-Ministro fundamenta-se em três critérios: a capacidade política e técnica, a dimensão ética na vida política e a proposta de política geral do Governo.

No caso específico de Portugal, diferente de outros países que dispõem de administrações públicas eficientes, a capacidade técnica, a par da qualificação política e de direção do funcionamento do Governo, é uma qualidade muito importante na escolha do Primeiro-Ministro.

Pela observação que fiz da ação do executivo até à crise política que implicou a sua demissão, o atual Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, revelou ser possuidor de boas qualidades nas principais questões técnicas dos diferentes ministérios, na liderança do Governo e na defesa dos interesses nacionais na União Europeia, qualidades que não vislumbro nem antecipo nos outros líderes partidários.

2 No que se refere ao meu segundo critério de escolha, tendo procurado avaliar objetivamente os comportamentos e atitudes dos diferentes líderes partidários da oposição, não encontrei em nenhum deles qualquer superioridade em relação ao atual Primeiro-Ministro na dimensão ética e moral na vida política.

Da campanha de suspeições e insinuações movida por partidos da oposição e por alguma comunicação social contra a pessoa do Primeiro-Ministro – campanha mais confusa e desinformativa do que esclarecedora – e, em boa parte, centrada na devassa da sua vida privada, não inferi que Luís Montenegro tenha violado quaisquer princípios éticos ou cometido ilegalidades.

Em minha opinião, Luís Montenegro cometeu inicialmente um erro de avaliação naquilo que, em tempos de fortíssima concorrência entre os meios de comunicação social, alguns destes exigem conhecer e divulgar sobre a vida pessoal dos agentes políticos. Foi um erro que, depois, corrigiu de maneira superlativa, como prova da sua boa-fé.

Como afirmei noutra ocasião, a campanha de suspeições e insinuações foi o pretexto de partidos da oposição para criarem um clima político de tal forma inflamado e paralisante da ação do Governo que não lhe deixou alternativa que não fosse a de confrontar a Assembleia da República com uma moção de confiança. Foi a rejeição pela oposição dessa moção que implicou a demissão do Governo e a realização de eleições antecipadas.

Em Junho de 1986, num contexto mediático diferente do atual, o Governo minoritário de que eu era Primeiro-Ministro, perante os obstáculos da oposição na Assembleia da República à concretização do seu programa de reformas estruturais, apresentou também ao Parlamento uma moção de confiança.

Ao contrário do que aconteceu com a moção de confiança do atual Governo da Aliança Democrática, a moção do meu Governo foi aprovada. A oposição de então optou por não provocar a queda do Governo e evitou a realização de eleições antecipadas.

3 Os programas com que os diferentes partidos se apresentam às eleições de 18 de Maio são, em geral, meras atualizações dos programas com que concorreram às eleições que tiveram lugar há pouco mais de um ano.

Assim, as políticas por eles defendidas até à eclosão da crise política que levou à convocação de eleições antecipadas são um bom indicador das políticas que irão defender na próxima legislatura.

A proposta de política geral do Governo cuja execução caberá ao Primeiro-Ministro liderar, nos termos da Constituição, é por isso outro fator importante na escolha do líder partidário que deve exercer essas funções, embora indissociável da sua capacidade técnica e política.

Na minha opinião, as linhas de orientação das políticas defendidas pela “AD–Coligação PSD/CDS” são mais adequadas ao desenvolvimento do país, à melhoria do bem-estar das famílias e a um futuro mais promissor para os jovens do que as propostas das outras formações partidárias.

São orientações não dogmáticas que têm em devida conta as restrições impostas pelas realidades económicas e sociais dos novos tempos, como a globalização, a integração europeia, o desenvolvimento tecnológico, a sociedade da informação, a afirmação dos poderes supranacionais e a atual convulsão geopolítica e geoeconómica.

Apesar dos obstáculos criados ao atual Governo na Assembleia da República pelos partidos da oposição e da óbvia incompetência técnica demonstrada por alguns deles, o executivo presidido por Luís Montenegro atuou, nos seus onze meses de vida, de modo a aumentar o poder de compra de salários e pensões, defendeu o emprego e a estabilidade financeira e melhorou o clima de confiança que tão importante é para preparar um futuro melhor para os jovens e para a aproximação de Portugal aos países mais ricos da União Europeia.

4 Em resumo: nas eleições legislativas de 18 de Maio está em causa, acima de tudo, a escolha do Primeiro-Ministro e, na análise a que procedi, concluí que o líder da AD, Luís Montenegro, em comparação com os outros líderes partidários, tem qualidades claramente superiores em matéria de competência técnica e política, de capacidade de liderança do Governo e de defesa dos interesses portugueses na União Europeia e não fica atrás de nenhum deles no que se refere à dimensão ética na vida política. Acresce que, nos novos tempos, a orientação das políticas da AD, cuja execução cabe a Luís Montenegro liderar, é mais adequada ao progresso de Portugal, nas suas diferentes vertentes, do que as propostas das outras forças partidárias.

Só a “AD – Coligação PSD/CDS” tem possibilidades de gerar um governo que garanta a estabilidade política de que o país tanto necessita.

O Poder do Diretor de Serviço

Em qualquer organização, como é o caso dos hospitais, a existência de uma cadeia hierárquica, com clara definição de competências, é condição essencial para o bom funcionamento.

Os hospitais, como é empiricamente perceptível, são organizações de grande envergadura, que albergam uma multiplicidade de serviços, equipas e profissionais, cuja coordenação é uma tarefa muito exigente. O conhecimento dessa realidade impõe delinear soluções de gestão que garantam o bom funcionamento dos vários serviços que coexistem num hospital – o que, infelizmente, não acontece. A realidade é que, nem sequer dentro de cada serviço, existe uma clara definição do papel de cada um. Essa confusão e sobreposição de papeis e funções que marcam os dias, gera perdas de eficiência e de paciência, traduzidas, por vezes, em discussões estéreis sobre quem manda e quem obedece. Esta fragmentação da gestão interna resulta em desafios operacionais significativos, e é um problema que tem de ser enfrentado com determinação pelas Administrações. A coexistência de hierarquias independentes e paralelas – médica, de enfermagem, assistentes operacionais e administrativos – culmina num lugar onde todos mandam, mas ninguém decide.

Embora as atuais estruturas de comando tenham sido desenvolvidas para facilitar a gestão diária, demasiadas vezes acabam por obstaculizar o normal funcionamento. Bloqueios na comunicação entre profissionais e um ambiente de trabalho hostil são reflexos dessa realidade. A indefinição sobre quem manda, resulta em crises de liderança, com os subordinados a escolher a quem obedecer, conforme convenha. Ademais, não é incomum debater a alocação de responsabilidades em tarefas simples, como a disponibilização de um fato cirúrgico ou a higienização das salas. Essas dificuldades, por mais pequenas que pareçam, alimentam graves ineficiências e fomentam um ambiente de antagonismo e paralisia. Evitar confrontos não resolve o problema, apenas adia um conflito inevitável. Muitas vezes, guerras lideradas por pequenos tiranos dentro das instituições são mais desgastantes do que confrontos diretos com chefias superiores, cujos desígnios conhecemos.

A solução passa por uma liderança clara e com poderes bem definidos. O Diretor de Serviço deve ter autoridade real para coordenar todas as áreas dentro do serviço. Não se pode exigir tamanho rigor na sua seleção e, ao mesmo tempo, retirar-lhe os poderes necessários para exercer a função. É um paradoxo inaceitável. Esta liderança única não deve ser vista como desconsideração de outras carreiras, mas como uma necessidade organizacional. Responder a uma única chefia é essencial para o bom funcionamento dos serviços.

Modelos de gestão integrada, como os Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), já demonstraram que a autonomia decisória dentro dos serviços melhora a eficiência. Nestes modelos, as decisões são tomadas localmente, sem necessidade de múltiplas aprovações hierárquicas, reduzindo burocracia e acelerando processos. Nos CRI, um conselho de gestão inclui representantes do serviço, mas a palavra final cabe ao Diretor Médico. Trata-se de uma questão de bom senso.

Obviamente, o poder do Diretor de Serviço deve ser equilibrado por mecanismos de controlo. Nenhum sistema eficaz pode depender apenas de um único líder sem checks and balances. Para garantir um funcionamento justo e eficiente, é essencial:

A existência de um conselho consultivo dentro do serviço, com representantes das equipas médica, de enfermagem e administrativa;

Acompanhamento e avaliação periódica do Diretor, com critérios objetivos de desempenho;

Canais de comunicação diretos e eficazes entre os diferentes profissionais, permitindo reportar problemas;

Definição clara de responsabilidades e limites de autoridade, evitando decisões arbitrárias.

Com o atual governo ainda em gestão e as recentes mudanças nos Conselhos de Administração Hospitalares, discute-se a profissionalização da gestão hospitalar. Contudo, a verdadeira mudança deve começar pela base: fortalecer a liderança dos serviços, garantindo poderes de gestão efetivos ao Diretor de Serviço. Sem resolver a raiz do problema, nenhuma reforma será eficaz.

A burocracia que trava a arquitectura em Portugal

A aprovação de projectos em Portugal enfrenta desafios que vão muito além das leis e regulamentos. A falta de rigor e a postura subjectiva de alguns técnicos responsáveis pelos pareceres são entraves que impedem o desenvolvimento sustentável do território. Enquanto esta atitude persistir, a crise na habitação e a estagnação do sector continuarão a ser uma realidade incontornável.

Dou o exemplo que conheço melhor. Somos um gabinete de arquitectura com experiência nacional e internacional, com projectos reconhecidos especialmente nas áreas de hotelaria e na reabilitação de edifícios históricos. Ao longo dos anos, temos procurado contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões onde trabalhamos, através de projectos que promovem a valorização do património e a dinamização económica local.

O Six Senses Douro, por exemplo, teve um impacto socioeconómico na região do Douro equiparável, na sua devida escala, ao que a Autoeuropa representa para o país. Se as actuais restrições e interpretações fossem aplicadas a esse projecto, ele simplesmente nunca teria existido. Como consequência, centenas de postos de trabalho directos e indirectos teriam sido perdidos e milhões de euros de investimento nunca teriam sido canalizados para a região.

De forma semelhante, o Eco Resort de Pedras Salgadas revitalizou uma vila que caminhava para a desertificação. Hoje, essa comunidade é um caso de sucesso, gerando emprego e fixando população. No entanto, com a actual postura das entidades públicas responsáveis por avaliações e pareceres, projectos desta natureza dificilmente voltariam a acontecer, condenando regiões inteiras à estagnação.

Nada contra a qualidade que vem de fora do País, mas a verdade é que os principais projectos em Portugal continuam a ser entregues a ateliers estrangeiros, como aconteceu com a Casa da Música (OMA), a Fundação Gulbenkian (Kengo Kuma), o Museu dos Coches (Paulo Mendes da Rocha), o Braço de Prata (Renzo Piano) ou o MAAT (Amanda Levete). Se as dificuldades burocráticas continuarem a impedir o crescimento dos ateliers nacionais, Portugal tornar-se-á um país onde apenas escritórios internacionais terão escala e capacidade para operar.

A arbitrariedade na avaliação de projectos gera incerteza no investimento e desincentiva a participação de empresas nacionais. Nenhum investidor pode confiar num sistema em que regras e critérios mudam consoante a interpretação subjectiva de cada técnico. Esta insegurança afasta investimento estrangeiro e impossibilita que os ateliers portugueses cresçam e concorram em igualdade de condições com os seus pares internacionais.

A realidade enfrentada pelos arquitectos portugueses, incluindo figuras de renome internacional como Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura, ilustra de forma contundente os desafios impostos pela burocracia no país. Siza Vieira, vencedor do Prémio Pritzker em 1992, já lamentou a escassez de projectos em Portugal, afirmando que “a arquitectura em Portugal está em agonia”. Eduardo Souto de Moura, também laureado com o Prémio Pritzker, expressou preocupações semelhantes, destacando a falta de mercado para arquitectos em Portugal, o que tem levado muitos profissionais a procurar oportunidades no estrangeiro.

Estes testemunhos reforçam a necessidade urgente de reformar uma mudança de atitude de quem aprova os projectos e de promover um ambiente mais favorável à prática da arquitectura em Portugal, garantindo que até os profissionais mais conceituados possam contribuir plenamente para o desenvolvimento arquitectónico do país.

A estagnação do sector tem impactos profundos na retenção de talento. A impossibilidade de crescer e planear investimento impede-nos de pagar melhores salários a jovens arquitectos, obrigando muitos dos mais talentosos a emigrar. Num país onde a formação em arquitectura é de excelência, é lamentável que os nossos profissionais se vejam forçados a procurar melhores condições no estrangeiro devido a entraves administrativos que asfixiam a prática profissional.

Mais do que um problema do sector, este é um problema do país. Quando se bloqueiam projectos desta natureza, o Estado perde milhões em impostos, quer através da tributação directa sobre empresas e trabalhadores, quer pela perda de receitas associadas ao turismo e ao desenvolvimento local. O impacto reflecte-se também na incapacidade de investir em áreas essenciais como saúde, educação e melhores salários na função pública. Cada projecto que não avança representa menos receita fiscal, menos postos de trabalho e menos capacidade do Estado para cumprir as suas funções essenciais.

Além disso, a morosidade e imprevisibilidade dos processos administrativos tornam o investimento imobiliário e turístico em Portugal um risco elevado. Sem previsibilidade, os investidores desviam o capital para outros países onde as regras são claras e a arbitragem técnica é feita com objectividade e isenção.

Infelizmente, estes casos não são isolados. Para ilustrar a realidade do que enfrentamos, deixo aqui algumas histórias de projectos que foram travados sem qualquer fundamento técnico sólido.

Num dos nossos projectos, planeávamos um Spa revestido a chapa de cobre, um material nobre, durável e que se integra perfeitamente na paisagem natural. No entanto, a proposta foi rejeitada com o argumento de que “não se adequava à imagem da região”. Não havia qualquer norma que fundamentasse essa imposição. Curiosamente, na mesma região existem vários edifícios revestidos com materiais metálicos, incluindo cobre e alumínio. Porque é que, neste caso específico, a regra foi diferente?

Num projecto de reabilitação, mantivemos a volumetria de uma casa principal que já existia há décadas. No entanto, foi-nos sugerido que “a altura da casa principal fosse revista”. Como se revê a altura de uma pré-existência sem demolir parte dela? A decisão parecia ignorar o próprio conceito de reabilitação e não tinha qualquer justificação técnica ou patrimonial.

Houve casos em que nos foram pedidos esclarecimentos adicionais, apenas para sermos informados depois que o projecto foi chumbado porque “não houve tempo para analisar a documentação”. Se os próprios técnicos não têm tempo para analisar os projectos que lhes são confiados, como podemos esperar decisões justas e fundamentadas?

Diversos arquitetos têm enfrentado desafios significativos nos processos de licenciamento em Portugal, frequentemente devido a atrasos e burocracia excessiva. Um estudo realizado pela Secção Regional de Lisboa e Vale do Tejo da Ordem dos Arquitetos revelou que, em 90% dos casos, os licenciamentos ultrapassam os prazos legais, com projetos de construção de edifícios podendo demorar mais de dois anos para serem aprovados pelas autarquias.

Acreditamos que as entidades públicas devem actuar com transparência, rigor técnico e imparcialidade, garantindo a preservação do território sem prejudicar o seu desenvolvimento sustentável. A subjectividade dos pareceres, a falta de fundamentação técnica e a ausência de previsibilidade nos processos são factores que minam a confiança no sistema e travam o desenvolvimento do país.

A sensação que fica é que a aprovação de um projecto depende da sorte do técnico que o avalia. Se for um, discute-se a cor e não a forma; se for outro, discute-se a forma e não a cor. Sem critérios claros e uniformes, estaremos condenados a um círculo vicioso de burocracia, insegurança e perda de oportunidades.

Além disso, há um novo-riquismo no poder político e em alguns promotores imobiliários de querer cortar fitas ao lado de arquitectos internacionais. Não há mal nenhum em que os arquitectos estrangeiros trabalhem em Portugal, tal como os portugueses trabalham lá fora, mas não pode ser mais fácil para um arquitecto estrangeiro aprovar um projecto aqui do que para um nacional. Quando um grande projecto é feito por um português, surgem sempre dúvidas e suspeitas sobre a legalidade e a facilidade da aprovação. No entanto, quando é estrangeiro, essas dúvidas simplesmente não existem. Esta duplicidade de critérios só reforça a desconfiança no sistema e a fragilidade da arquitectura portuguesa no seu próprio país.

Maria Caetano conquista bronze no Concurso Internacional de dressage de Compiègne

A cavaleira olímpica portuguesa Maria Caetano foi este domingo terceira classificada no Grande Prémio Freestyle do Concurso Internacional de dressage de Compiègne, em França, dando novo pódio à seleção portuguesa no evento de topo do circuito de equestre internacional.

A montar Hit Plus, Maria Caetano conseguiu 76,805%, abaixo apenas da francesa Pauline Basquin (77,355%), segunda, e do vencedor, o alemão Frederic Wandres (81,240%). João Torrão acabou em quarto.

No Grande Prémio Especial, Rita Ralão Duarte, também olímpica em Paris2024, foi quarta classificada, com média de 69,106%, em evento dominado pelo alemão Matthias Alexander Rath (72,511%), e Mariana Assis Silva foi 13.ª (65,936%).

Também em Compiègne, mas no evento de três estrelas (o principal é de cinco), Carlos Pinto venceu o Freestyle, com 70,445%, e foi sétimo no Grande Prémio.

No sábado, a equipa de dressage, composta por Maria Caetano, Rita Ralão Duarte, João Torrão e Mariana Assis Silva conquistou a medalha de prata na Taça das Nações, resultado histórico para o equestre em Portugal.

O próximo evento da Taça das Nações de dressage decorre na cidade belga de Lier, em 16 de maio.

O ataque ao mérito (1)

Será possível compreender os nossos tempos sem refletir sobre a crise de sentido que marca o mundo ocidental? John Vervaeke tem popularizado esta expressão (“meaning crisis”) e, como muitos autores, defende o regresso aos grandes pensadores do passado e à tradição dos grandes livros para solucionar a crise: é neles que encontramos a sabedoria necessária para reintroduzir sentido nas nossas vidas.

As grandes obras da cultura ocidental são úteis porque nelas encontramos a maior sabedoria de todas: aquela que nos permite compreender o homem, reconhecer a sua antropologia e a sua natureza e reintroduzir, a partir desse conhecimento, as ferramentas que permitem recuperar o sentido.

Vemos essa sabedoria antropológica nos textos homéricos, naturalmente, com uma versão do mundo em que deuses, heróis e homens se debatem pelos grandes feitos. Mas nunca é de mais recordar que o grande livro sobre a natureza humana é o Novo Testamento, capaz de nos mostrar, como nenhum outro, as paixões humanas mais fortes, bem como as nossas maiores fragilidades.

É o que acontece na 2.ª Carta aos Tessalonicenses, quando Paulo se vê na necessidade de exortar contra a ociosidade:

“constou-nos que alguns vivem no meio de vós desordenadamente, não se ocupando de nada mas vagueando preocupados. A estes tais ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo a que ganhem o pão que comem, com um trabalho tranquilo.” (2 Ts 3, 11-12)

Tomados por uma “euforia apocalíptica”, alguns teriam deixado de trabalhar. E há, de facto, muito de humano nesta euforia: afinal, se o fim está próximo, para quê trabalhar? Se os tempos se revelam perturbados e temerosos, para quê o esforço? Mas Paulo apela a que sigam o seu exemplo:

“vós próprios sabeis como deveis imitar-nos, pois não vivemos desordenadamente entre vós, nem comemos o pão de graça à custa de alguém, mas com esforço e canseira, trabalhámos noite e dia, para não sermos um peso para nenhum de vós. (…) Se alguém não quer trabalhar que também não coma.” (2 Ts 3, 7-10)

Com esta valorização do trabalho – que não é uma visão unicamente cristã, embora seja tipicamente cristã – abre-se uma nova tradição. Se os grandes temas antigos louvavam os reis e os heróis, a nova aliança traz para o centro os desfavorecidos, os pobres, os trabalhadores. E estes opõem-se ao homem livre, que, nas sociedades esclavagistas, detinha o privilégio da cidadania, mas sobretudo do ócio. É do ócio que nasce a filosofia, mas também a democracia participativa ateniense.

A grande inversão do cristianismo é, então, a valorização do trabalho – primeiro, pela glória de Deus, depois pelo bem comum. Quando trabalhamos, quando nos esforçamos e desenvolvemos a vocação que nos foi dada (um talento é um dom), contribuímos para o bem comum e beneficiamos toda a comunidade, se vivermos em comunidades bem organizadas.

Com a Reforma, esta ética do trabalho vai adquirir um pendor individualista, como Max Weber mostrou em A ética protestante e o espírito do capitalismo; mas na tradição católica, particularmente evidente nos textos que dão forma à Doutrina Social da Igreja, prevalecerá a ideia do trabalho e do sucesso ao serviço do bem comum (ao ponto de condicionar os próprios limites da propriedade privada). Um aspeto permanece, porém, comum nas duas tradições cristãs: a ideia de que o sacrifício e o esforço são necessários, pelo que os sonhos utópicos que prometem abundância sem trabalho se revelam enganadores. Ou, na versão Provérbios 14:23: “Todo o trabalho traz proveito, mas as muitas palavras só produzem miséria.”

É esta sabedoria que parece ter sido posta em causa nas últimas décadas, como o investigador Rob Henderson chama a atenção com a sua ideia de convicções de luxo. Convicções de luxo corresponderiam às ideias que os estudantes das universidades privilegiadas usam para simbolizar o seu estatuto social e que refletem, dessa forma, o duplo sentido da expressão: são ideias que só essas pessoas se podem dar ao luxo de defender uma vez que nunca sofrerão as suas consequências negativas (que incidem sobre as classes mais desfavorecidas); mas também são ideias que só os mais ricos se podem dar ao luxo de pagar, uma vez que são promovidas nas universidades de elite.

Já vimos como Henderson usa a revindicação “defund the police” ou a ideia de que “o casamento monogâmico é uma instituição obsoleta” como exemplos de convicções de luxo; mas o autor refere uma outra convicção que lhe é particularmente cara, tendo em conta o seu contexto social desfavorecido: a ideia de que as decisões individuais são muito menos relevantes do que as forças sociais arbitrárias, incluindo a sorte ou o acaso:

“É comum ver estudantes de universidades prestigiadas trabalharem incessantemente e depois desvalorizarem a importância da tenacidade. Encolhem os ombros para sugerir que apenas tiveram sorte em vez de aceitarem o crédito pelos seus esforços. Esta mensagem é prejudicial. Se as pessoas desfavorecidas acreditarem que o acaso é o fator-chave do sucesso, é menos provável que se esforcem.”

Como Henderson chama a atenção, trata-se de uma ideia muito mais perniciosa para as pessoas comuns do que para os membros das classes mais ricas: afinal, se trabalharem menos terão sempre um contexto familiar e social que garantirá o seu sucesso. Mas quando dizem à sociedade que é tudo uma questão de sorte e que não vale a pena trabalhar muito, estão a diminuir a probabilidade de pessoas comuns saírem das suas condições iniciais.

Como veremos, o acaso desempenha, de facto, um papel importante no modo como as nossas vidas se desenrolam, mas há algo de profundamente perverso na desvalorização do trabalho, do esforço e do mérito no nosso sucesso – em particular para os mais pobres, em particular no contexto escolar.

A razão para essa desvalorização parece residir no mito da igualdade que tem marcado o discurso público das últimas décadas: um ensino discriminatório (no sentido de que reconhece diferentes prestações) parece pôr em causa a ideia de que nascemos todos com as mesmas competências e que são apenas as condições sociais que limitam o nosso sucesso. Mas, na verdade, e embora isso possa ferir convicções políticas várias, as pessoas nascem com competências diferentes e acreditar que todos serão capazes de atingir os mesmos objetivos é mero pensamento mágico (de que é exemplo a ideia de que o ensino superior deve ser universal).

A consequência tem sido um nivelamento por baixo, mas esse nivelamento tende a prejudicar os mais desfavorecidos (que poderiam ser estimulados a saber mais e a trabalhar melhor). Mas prejudica, sobretudo, o bem comum – como Lionel Shriver mostra em Mania, a grande distopia do século XXI (até agora, pelo menos). Regressaremos a ela na próxima semana.

PS: Estão abertas as inscrições para o curso sobre a tradição dos grandes livros (para os mais novos) e para o curso sobre a revolução sexual do século XX (para os mais velhos): mais informações aqui.

Trubin aproveita a folga para relaxar na sauna

“Tempo para recuperar”, escreveu o guarda-redes ucraniano no dia seguinte ao triunfo na Amoreira

O guarda-redes Trubin está a exibir-se em grande nível nesta reta final de temporada, destacando-se a exibição que fez em Guimarães e na última jornada, na Amoreira, onde defendeu um penálti. Neste domingo o plantel do Benfica gozou um dia de folga, com o internacional ucraniano a aproveitar para relaxar na sauna. “Tempo para recuperar”, escreveu o jogador como legenda a uma foto em que surge sentado na sauna.

Nota 4 para Tiago Martins. “Boa ajuda do VAR no penálti de St. Juste”

O videoárbitro Bola Branca, Tiago Rocha, dá nota 4 a Tiago Martins, árbitro do Sporting – Gil Vicente, partida da 32.ª jornada da I Liga.

O especialista da Renascença em arbitragem considera que o VAR deu ajuda fundamental ao árbitro no lance da grande penalidade contra o Sporting. Penalti bem assinalado por falta de St Juste.

Aliás, o árbitro esteve sempre bem em todos os lances nas áreas.

Os cartões amarelos foram bem mostrados.

O árbitro foi deixando jogar.

Por tudo isto, nota 4 para o árbitro Tiago Martins.

Dentro das quatro linhas, o Sporting venceu o Gil Vicente, por 2-1.

Detidos vários iranianos suspeitos de conspiração para ataque a alvo em Londres

A Polícia Metropolitana anunciou este domingo que agentes britânicos de combate ao terrorismo detiveram vários iranianos, suspeitos de uma alegada conspiração para ataque a um alvo não especificado em Londres.

Segundo a polícia britânica, cinco homens com idades entre os 29 e os 46 anos foram detidos, no sábado, em diferentes zonas de Inglaterra por suspeita de prepararem um ato terrorista. Quatro são de nacionalidade iraniana e a nacionalidade do quinto elemento ainda está a ser apurada. Todos os suspeitos estão a ser interrogados nas esquadras de polícia e não foram acusados.

A polícia informou que está a efetuar buscas em várias propriedades em Londres, Manchester, no noroeste de Inglaterra, e Swindon, no oeste de Inglaterra. O plano de ataque visava um único local que não foi nomeado “por razões operacionais”, adiantou a polícia.

O comandante Dominic Murphy, chefe do Comando Antiterrorista, adiantou que a polícia ainda está a trabalhar para estabelecer um motivo, “bem como para identificar se pode haver algum risco adicional para o público”.

Separadamente, três outros homens iranianos, de 39, 44 e 55 anos, foram detidos em Londres por suspeita de crime contra a segurança nacional, no âmbito de uma investigação não relacionada, informou a polícia.

A ministra do Interior, Yvette Cooper, afirmou que as detenções são “acontecimentos graves que demonstram a necessidade permanente de adaptar a resposta às ameaças à segurança nacional”.

“O governo continua a trabalhar com a polícia e as agências de informação para apoiar todas as ações e avaliações de segurança que são necessárias para manter o país seguro”, assumiu.

A polícia ainda não determinou se a alegada conspiração está ligada ao Irão, mas os serviços secretos britânicos alertaram para a ameaça crescente de atacantes ligados ao Teerão.

Em outubro de 2024, o chefe do serviço de segurança interna do MI5, Ken McCallum, afirmou que os seus agentes e a polícia tinham enfrentado 20 conspirações “potencialmente letais”, apoiadas pelo Irão desde 2022, a maioria das quais dirigidas a iranianos no Reino Unido que se opõem às autoridades do país.

Na altura, Ken McCallum adiantou que havia o risco “de um aumento ou alargamento da agressão do Estado iraniano no Reino Unido” se os conflitos no Médio Oriente se aprofundassem.

Em março de 2024, Pouria Zeraati, apresentador de uma estação de televisão em língua farsi, que criticava o governo iraniano, foi esfaqueado na perna à porta de sua casa em Londres. Mais tarde, dois homens foram detidos na Roménia e acusados pelo ataque.

O nível oficial de ameaça terrorista do Reino Unido é “substancial”, o meio de uma escala de cinco pontos, o que significa que é provável um ataque.

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