Duas pessoas morrem em despiste automóvel em Braga

Duas pessoas morreram na madrugada de quinta-feira, em Braga, depois do carro em que seguiam se ter despistado e embatido num poste de eletricidade, disse à Lusa fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Cávado.

Segundo aquela fonte, o despiste ocorreu na Estrada Nacional 101, na freguesia de Palmeira, sendo que o alerta foi dado às 04:17.

As vítimas têm idades “na casa dos 30”, disse a mesma fonte.

No local estiveram os Bombeiros Sapadores de Braga, a VMER de Braga, a GNR e técnicos da E-Redes.

Deve a esquerda apoiar o teletrabalho? Nem sim, nem não, mas como

Um posicionamento político liminarmente contra o teletrabalho seria frívolo. O teletrabalho existe, há atividades cujo bom desempenho dispensa a presença num espaço específico, e muitas vezes revela uma vontade expressa dos trabalhadores.

A haver alguma divergência política em torno do teletrabalho este reside sobretudo na forma como se pretende regulá-lo. E o maior ou menor otimismo em relação ao fenómeno fará, porventura, com que as propostas de regulação sejam mais entusiásticas ou mais cautelosas.

Deve a esquerda, que encontra no trabalho e nos direitos laborais o seu baluarte, apoiar sem ressalva o teletrabalho?

É um dilema difícil, que necessita de debate.

Comecemos pelas vantagens. É difícil não concordar com algumas: o teletrabalho permite poupar no tempo, no esforço e no custo das deslocações casa-trabalho, trabalho-casa; tem potencial para retirar carros, e as emissões associadas, das estradas para e diminuir a pressão nos grandes centros urbanos; propicia, eventualmente, aos trabalhadores maior flexibilidade para gerirem o seu tempo, etc.

Não obstante estas vantagens, o teletrabalho suscita outros desafios que não devem ser ignorados.

Em primeiro lugar, agudiza a atomização da força de trabalho, contribuindo para a diminuição da sociabilização entre trabalhadores, que o chão de fábrica ou os corredores de escritórios partilhados proporcionam. É a partir daqui que se estabelecem muitas vezes os laços de solidariedade e a identificação de problemas comuns, necessários para a ação coletiva em prol de melhores condições laborais.

Em segundo, torna a fronteira entre o lar e o espaço de trabalho demasiado ténue, quando não intangível. Assim, há o risco de estarmos a mercantilizar excessivamente, isto é, instrumentalizar para fins produtivos, um lugar que, ao invés, deveria ser fundamental para vivermos a nossa vida pessoal fora do contexto laboral.

Em terceiro, o teletrabalho transfere a responsabilidade pela qualidade do local laboral da empresa para os trabalhadores, e as suas respetivas casas, gerando situações assimétricas. Assimetrias estas que a crise da habitação exacerba. Enquanto uns trabalhadores viverão no cubículo, no qual terão de encontrar “espaço” para poderem trabalhar, outros terão condições plenas para instalarem confortavelmente o seu escritório.

Além das vantagens e desafios, há outros aspetos cuja destrinça se afigura mais difícil de fazer. É o caso de alguns tipos de abusos laborais. Por um lado, como testemunhamos todos os dias, a substituição da presença física pela digital facilita a desumanização, no trato, dos outros interlocutores. Aplicada ao contexto laboral, pode ser mais fácil para um patrão maltratar, e ultrapassar certos limites, os seus trabalhadores por email do que cara a cara. Por outro, a distância física também salvaguarda os trabalhadores de formas de abuso, como a violência física e o assédio, que só são possíveis presencialmente. Ademais, os mecanismos digitais permitirão, eventualmente, um registo mais preciso das interações laborais, no qual as vítimas se poderão socorrer.

Por fim, importa ser cauteloso quanto ao argumento da voluntariedade dos trabalhadores na adesão ao teletrabalho. É bom lembrar que às relações laborais subjaz uma lógica assimétrica e hierárquica. É essa a razão que explica lutas históricas pela estipulação de um salário mínimo, pela jornada de 8 horas de trabalho e por férias pagas, e não a simples reivindicação da “liberdade” individual de cada trabalhador para negociar, por si só, a sua remuneração, o seu horário, e os seus dias de férias, com a respetiva entidade patronal.

Os trabalhadores estão, à partida, numa posição vulnerável, na negociação. Daqui decorre que muitas vezes não “escolhem” o que verdadeiramente querem, mas aquilo que podem escolher, por ausência de uma alternativa razoável que não o risco de perderem os meios de sustento.

Pelo mesmo prisma, simplesmente outorgar a opção pelo teletrabalho à suposta liberdade de cada trabalhador, pode não significar, na prática, mais do que aumentar a discricionariedade do poder do patronato.

Aqui não parece haver grande novidade. Os benefícios do teletrabalho serão quanto maiores, quanto maior for a horizontalidade das empresas, no que concerne à distribuição de poder, e ao direito de participação dos trabalhadores nas decisões das mesmas.

O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico

“A coragem é contagiosa”: Kamala Harris reemerge com apelo à luta contra Trump

A ex-candidata presidencial Kamala Harris reapareceu com um discurso em que apelou aos norte-americanos que se juntem e lutem contra o Presidente dos EUA Donald Trump, 100 dias depois da tomada de posse.

“Todos sabemos que o Presidente Trump, a sua administração e aliados estão a contar com a noção de que o medo pode ser contagioso, que se puserem medo nalgumas pessoas vão paralisar as outras”, afirmou na quarta-feira à noite a antiga vice-presidente. “Aquilo que eles ignoram é que o medo não é a única coisa que é contagiosa. A coragem é contagiosa”, afirmou a democrata, que discursou na celebração dos 20 anos da organização sem fins lucrativos Emerge, em São Francisco (sudoeste).

Harris elogiou a coragem daqueles que têm falado contra as medidas mais controversas da administração, que acusou de ser responsável pela pior crise económica provocada e evitável da história do país. “As tarifas, tal como eu previ, estão a convidar a recessão”, apontou, recordando a campanha presidencial, em que avisou repetidamente que as taxas aduaneiras iriam provocar uma crise económica.

Mas Harris afastou a ideia de que a situação atual é caótica e considerou que, salvo o efeito desastroso das taxas aduaneiras, está tudo a correr dentro do plano dos conservadores. “Compreendam que estamos a assistir a um evento de alta velocidade em que um instrumento está a ser usado para a implementação de uma agenda que anda a ser planeada há décadas”, afirmou a democrata.

“Uma agenda para cortar a educação pública, encolher o Governo e privatizar os seus serviços ao mesmo tempo que corta os impostos aos mais ricos”, acrescentou.

Interrompida várias vezes por gritos de apoio e aplausos, Harris acusou a administração Trump de estar a trabalhar para abandonar os ideais mais fundamentais dos Estados Unidos e contrariar os direitos plasmados na Constituição.

“Estamos a viver na visão que eles têm da América”, afirmou Harris, descrevendo uma visão egoísta, que pune quem diz a verdade, favorece os apoiantes e lucra com o poder enquanto deixa o resto das pessoas à deriva.

“É o momento em que os freios e contrapesos começaram a ceder”, disse, avisando que se o Congresso (o parlamento dos Estados Unidos) e os tribunais não fizerem o seu trabalho ou fizerem e forem ignorados pelo Presidente, estará aberta uma crise constitucional.

Nessa altura, o único contrapeso que pode resistir é a vontade do povo, urgiu Harris, que apelou ainda a que as pessoas encontrem as suas comunidades e procurem força nos números. “As coisas vão provavelmente ficar piores antes de melhorarem. Mas estamos prontos para isso”, salientou. “A mobilização é mais importante que nunca”, acrescentou.

No primeiro discurso após a saída da Casa Branca, quando a nova administração tomou posse, a 20 de janeiro, Harris também elogiou as vozes que têm sido importantes na oposição, como os senadores Cory Booker e Bernie Sanders e as congressistas Alexandria Ocasio-Cortez e Jasmine Crockett.

A democrata salientou igualmente aqueles que estão a lutar para defender a Segurança Social de cortes, os juízes que se opõem a medidas ilegais e as universidades que recusam “pedidos inconstitucionais”, como é o caso de Harvard.

Este reaparecimento da democrata acontece numa altura em que circulam rumores de que estará a preparar uma candidatura a governadora da Califórnia nas eleições de 2026. A organização Emerge, que aponta Kamala Harris como uma das suas impulsionadoras, incentiva e auxilia mulheres a candidatarem-se a cargos públicos, oferecendo mentoria, recursos e uma rede de apoio.

Puxão de orelhas a José Rodrigues dos Santos por entrevista ao líder do PCP

José Rodrigues dos Santos não cometeu “nenhuma irregularidade deontológica na entrevista” ao líder do PCP Paulo Raimundo, após a qual o jornalista foi muito criticado, mas não cumpriu o seu dever de “esclarecer o eleitorado”, conclui o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas. Chegaram ao Conselho Deontológico (CD) do Sindicato dos Jornalistas (SJ) “cinco queixas” sobre a entrevista feita pelo jornalista e pivô da RTP, José Rodrigues dos Santos, ao secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, no passado dia 24 de Março de 2025, durante o “Telejornal” da RTP1. Após um processo de averiguações, o CD concluiu que “não houve nenhuma

Negócios da Semana

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Negócios da Semana é um programa de José Gomes Ferreira. Os termos e realidades da Economia nacional e internacional explicados todas as semanas na SIC Notícias. Passa na televisão quarta-feira, às 23h, e é publicado em podcast na quinta.

Seis meses à procura de trabalho: como sobrevivi ao circo das entrevistas de emprego

A minha maré de azar com entrevistas de trabalho começou há cerca de um ano. Como o feitiço foi desfeito, e finalmente encontrei um trabalho digno na minha área, com condições razoáveis, decidi escrever uma retrospectiva das entrevistas mais caricatas que tive no último ano.

Dizem que encontrar um homem casadoiro em condições está difícil. Isso é porque de certeza que não andam à procura de um trabalho em Portugal. Isso, sim, está difícil.

Uma das tácticas mais populares para encontrar um date de confiança é ir a um encontro com o amigo do amigo. O que eu vim a descobrir é que esta técnica também se aplica na procura de trabalho. Só vais chegar a uma entrevista, na maior parte dos casos, se conheceres o amigo do primo do António que trabalha na empresa que está a recrutar. Se isto é o mesmo que uma cunha? Não faço ideia, mas se for, aconselho-vos a utilizarem todas as cunhas ao vosso alcance.

A primeira entrevista que tive foi há cerca de um ano. Consegui esta entrevista numa agência de comunicação porque sou amiga de uma rapariga que lá trabalha. Ela enviou-me a vaga e eu candidatei-me. A entrevista foi online, directamente com a directora-executiva. Como era uma agência pequena, não existia departamento de recrutamento.

Depois de falarmos brevemente sobre o meu currículo, a CEO pergunta-me qual é o meu signo. Eu respondo que sou sagitário e ela pergunta-me qual é o meu ascendente. Felizmente, percebo um pouco de astrologia, então pude usar isso a meu favor, dizendo que sou muito criativa porque sou sagitário e muito organizada por causa do meu ascendente em virgem. Ela ama esta resposta. Diz-me que me vai fazer uma proposta porque o meu signo vai ser muito compatível com o resto da equipa. Explica-me que, para ela, isto é muito importante e que pergunta sempre os signos nas entrevistas.

Entretanto, deve ter encontrado alguém com um mapa astral mais interessante, porque, depois de desmarcar duas vezes a entrevista presencial em que supostamente me iria apresentar uma proposta, enviou-me um WhatsApp a dizer que acabou por optar por outra pessoa.

A minha entrevista seguinte foi para uma agência imobiliária que precisava de alguém para a função de copywriter. Nesta entrevista, depois de falarmos sobre a minha experiência, o recrutador disse que me ia fazer umas perguntas para testar o meu QI. No total, eram dez, todas com este tipo de lógica: “Um homem caiu de um prédio de 20 andares e não morreu. Porquê?” Eu respondi que tinha um pára-quedas e ele disse que a resposta estava errada. Falhei à primeira tentativa.

Depois percebi a lógica destas perguntas — era só pensar nas anedotas que se contavam no quinto ano para se chegar às respostas. Respondi então: “Ah, porque ele se atirou do rés-do-chão.” Resposta certa. Acho mesmo muito estranho que este método de avaliação do recreio tenha passado para os escritórios dos adultos, mas é normal porque, no fundo, somos todos crianças a fingir ser adultos. Enfim, as minhas respostas às adivinhas não foram suficientemente boas, porque não fui escolhida.

Nesta fase, desisti das entrevistas durante algum tempo, até que fiquei desempregada. Depois de estar um ano a trabalhar como content writer numa empresa de tecnologia despediram-me dizendo que o cliente queria alguém que escrevesse em português do Brasil e que, uma vez que o meu contrato teria de passar a ser efectivo, já não me podiam manter.

Agora não havia volta a dar — tinha de voltar a lançar-me aos tubarões e enfrentar mais entrevistas. Neste momento, estou a ter dificuldade a relembrar-me de todos os processos. Acho que a minha memória apagou algumas experiências por serem demasiado traumáticas. Como acontece com as mulheres que têm um filho. Dizem que o cérebro apaga a memória da dor, para que a mulher esteja disposta a ter outro.

Posso-vos dizer que levei muito ghosting. É oficial. A cultura do ghosting chegou ao mundo profissional. Vão dar por vocês a verificar o vosso email de cinco em cinco minutos, como quem espera por uma mensagem de um ex tóxico. A minha irmã, que também está à procura de trabalho, ligou-me uma vez a dizer que achava que o email dela estava “estragado”. Não estava nada estragado. Estragadas estão as pessoas que nem respondem ao esforço colocado num email de candidatura.

É que agora já nem há desculpas visto que com o chatGPT, podem escrever um email em 30 segundos a dizer: “Boa tarde! Vimos por este meio informar que não vimos o seu email, nem vamos ver. Obrigada pela sua candidatura em vão e por desperdiçar o seu tempo valioso. Cumprimentos, HR.”

Uma empresa de tecnologia contactou-me no LinkedIn porque queriam que eu escrevesse artigos para o seu site. Disseram que queriam que eu escrevesse artigos sobre tecnologia e sobre o bom ambiente e valores da empresa de forma a atrair mais talento.

Pediram-me para fazer um exercício escrito que iria apresentar na segunda entrevista. Mandaram-me o link da entrevista e não “apareceram”. Depois de lhes enviar uma mensagem, pediram desculpa e enviaram outro link para o dia seguinte. Não apareceram novamente.

Enviei-lhes uma mensagem a dizer que era muito engraçado quererem contratar alguém para escrever sobre os bons valores da empresa e que, se calhar, deviam começar a aplicá-los no processo de recrutamento. Obviamente, nunca mais responderam.

Entretanto, a empresa de tecnologia que me despediu em Dezembro ofereceu-me um trabalho para ser formadora daquilo que eu desempenhava anteriormente na empresa. Como já tinham passado três meses, o prazo legal para me recontratarem, já me podiam aceitar de volta. A proposta deles era irrecusável. Voltava para a empresa que me colocou numa situação de desemprego depois de um ano da minha dedicação. Teria novamente um contrato de seis meses, agora numa posição com mais responsabilidade. Iria receber menos porque, segundo eles, este projecto tinha menos orçamento. Eu, educadamente, recusei esta oferta, e eles ainda ficaram muito ofendidos, dizendo que eu estava a perder uma oportunidade de crescimento na empresa e que, assim sendo, o meu nome nunca mais estaria em cima da mesa para futuras oportunidades.

Não vou mentir que ainda assim me custou recusar esta oferta, porque, tendo em conta o historial de entrevistas até à data, comecei mesmo a acreditar que arranjar um trabalho na minha área era pior do que encontrar uma agulha num palheiro.

A minha entrevista seguinte foi para uma outra empresa de tecnologia que procurava alguém para a função de copywriter. Neste momento, já não tinha o hábito de partilhar os meus processos de recrutamento com os meus amigos. Ficava tudo entre mim e Deus. Como sou supersticiosa, prefiro não partilhar para não agoirar.

Estava em chamada com um grande amigo e decidi contar-lhe só a ele sobre esta segunda fase. Qual não foi o meu espanto, quando ele me conta que uma das nossas melhores amigas em comum também está na segunda fase deste mesmo processo- Isto significava que eu estava a competir com algum Zé Ninguém e com a minha melhor amiga que estava desesperadamente a querer mudar de trabalho há mais de um ano.

Não sei como é que o recrutador não se apercebeu que estava a entrevistar duas grandes amigas. Temos o mesmo curso superior no currículo, assim como a mesma experiência de voluntariado no Camboja e uma matching tattoo. Ou não tem olhos na cara ou então queria testar a nossa amizade.

Falei com a minha amiga e disse-lhe que ao menos se ela ficasse com o trabalho e eu não ficaria feliz na mesma por ela. No dia em que ela recebeu uma proposta desta empresa, eu recebi uma proposta para o trabalho que vou começar para a semana. Tudo acabou bem para a nossa amizade.

Se estão à procura de emprego, desejo-vos muita força. Tentem acreditar que há uma oportunidade melhor à vossa espera do que aquela que acabou de vos recusar.

Eu acho que faria todo o sentido que o centro de emprego criasse um grupo de entreajuda de Desempregados Anónimos. Se eu tivesse tido essa oportunidade iria lá durante os meus processos dizer: “Olá, eu sou a Maria. Estou desempregada há seis meses. Já enviei mais de 100 candidaturas e recebi duas respostas.”

Neste artigo, não coloquei nomes de empresas porque não quero ser acusada de difamação, mas aconselho quem lê a escrever o nome das empresas com maus processos de recrutamento nos comentários, para que as mesmas possam receber esse feedback construtivo.

Lembrem-se que o problema não está em vocês. Está nas empresas que não valorizam pessoas. Se um processo de recrutamento for negativo significa que o trabalho também seria. Vamos virar o feitiço contra o feiticeiro e dizer a estas empresas: “Eu é que já não estou interessada. Muito obrigada.”

Como aqueles casos em que acabamos com alguém e a pessoa responde que também queria acabar connosco, só para sair por cima. Eu não me responsabilizo pelos vossos actos, mas incentivo e apoio incondicionalmente! Boa sorte para todos.

Apagão: as elevadas importações de Espanha são uma imprudência

No Negócios da Semana em podcast, tentamos perceber se o sistema elétrico nacional tem ou não desequilíbrios graves, que não permitem impedir a propagação de apagões seja a partir de Espanha, seja de origem interna. Será que as duas centrais que estão em regime de arranque automático são suficientes? A arquitetura do sistema elétrico nacional tem desequilíbrios profundos que representam graves riscos de novos apagões? As elevadas importações de Espanha são uma imprudência?

Clemente Pedro Nunes, engenheiro, e Luís Mira Amaral, antigo ministro da Indústria e Energia, são os convidados de José Gomes Ferreira, no programa emitido na SIC Notícias a 30 de abril.

Maior parte do benefício da EDP em 2016 veio da isenção de ISP na produção elétrica

José Carlos Carvalho

Negócios da Semana é um programa de José Gomes Ferreira. Os termos e realidades da Economia nacional e internacional explicados todas as semanas na SIC Notícias. Passa na televisão quarta-feira, às 23h, e é publicado em podcast na quinta. Ouça mais episódios:

Estudantes processam universidade e governador do Texas após detenções em protestos pró-Palestina

Quatro estudantes actuais e antigos da Universidade do Texas processaram a instituição e o governador do Estado, Greg Abbott, esta quarta-feira, 30 de Abril, alegando que foram alvo de detenções ilegais e de medidas disciplinares retaliatórias por participarem em manifestações contra a ofensiva de Israel em Gaza.

O processo é um entre vários movidos contra universidades norte-americanas, forças de segurança e líderes estaduais pela forma como lidaram com os protestos estudantis pró-Palestina que eclodiram na Primavera de 2024.

Apresentada num tribunal de San Antonio, Texas, pelo Comité Árabe-Americano contra a Discriminação (ADC, na sigla em inglês) em nome dos estudantes, a acção judicial acusa o reitor da universidade, Jay Hartzell, Greg Abbott e agentes da polícia de terem reprimido intencionalmente discursos pró-Palestina durante um protesto no campus a 24 de Abril de 2024.

Segundo o processo, Abbott, com o consentimento de Hartzell, ordenou à polícia estadual, equipada com material de choque, que realizasse detenções em massa, violando os direitos dos manifestantes à liberdade de reunião e de expressão consagrados na Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

Em resposta ao processo, o porta-voz da UT Austin, Mike Rosen, remeteu para declarações da universidade após as detenções, afirmando que esta agiu para preservar a segurança no campus e fazer cumprir as regras de protesto, e que a maioria dos detidos eram pessoas externas à universidade.

O gabinete de Abbott não respondeu de imediato a um pedido de comentário. Numa publicação nas redes sociais durante as detenções, Abbott afirmou: “O anti-semitismo não será tolerado no Texas.”

Dois estudantes nomeados no processo disseram que querem proteger outras pessoas dos danos físicos e mentais que sofreram. “Estamos a recuperar a nossa narrativa porque fomos tratados como criminosos anti-semitas”, disse Arwyn Heilrayne, estudante do segundo ano, que sofreu um ataque de pânico após ter sido empurrada para o chão pela polícia e algemada com algemas de plástico bastante apertadas. Segundo a própria, teve de abandonar um estágio e foi diagnosticada com stress pós-traumático como resultado da detenção.

Uma outra estudante, Mia Cisco, afirmou que processar a universidade ganhou uma nova urgência ao ver a administração Trump tentar deportar estudantes estrangeiros pelo seu activismo pró-Palestina. “É mesmo vital e crucial, neste momento, dizer que isto não está certo”, disse Cisco, estudante do terceiro ano, que afirmou ter tido o seu hijab removido à força pela polícia após a detenção.

Dezenas de manifestantes foram detidos durante o protesto e libertados dois dias depois, após o gabinete do Procurador do Condado de Travis ter declarado que as acusações foram retiradas por falta de provas suficientes para justificar a detenção. Todos os estudantes detidos enfrentaram processos disciplinares por parte da universidade, de acordo com o processo judicial.

O director do Comité Árabe-Americano contra a Discriminação, Abed Ayoub, disse que a maioria dos norte-americanos, especialmente os texanos, apoia a liberdade de expressão dos manifestantes pró-Palestina. “O governador Abbott e outros estão a subestimar o quanto os norte-americanos valorizam os seus direitos da Primeira Emenda”, afirmou Ayoub.

Deve a REN ser nacionalizada Há vários desastres associados à privatização de redes elétricas

O grande apagão que abalou a Península Ibérica na segunda-feira está a reacender o debate sobre a gestão da REN e os riscos da dependência da importação de energia vinda de Espanha. O apagão que deixou Portugal às escuras durante cerca de 11 horas esta segunda-feira está a trazer a debate um velho tema muito discutido na política — os efeitos da privatização de empresas públicas que gerem infraestruturas importantes, neste caso específico, a Redes Energéticas Nacionais (REN). O assunto é particularmente relevante dado que, apesar de Portugal ter capacidade para ser autossuficiente na produção energética e de até ter

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