África do Sul. Mulher condenada a prisão perpétua por vender filha de seis anos

Joshlin Smith desapareceu em fevereiro de 2024 da sua casa em Saldanha Bay, uma pequena cidade piscatória 135 quilómetros a norte da Cidade do Cabo, e nunca foi encontrada. Agora, a mãe, Racquel “Kelly” Smith e outros dois coarguidos, o namorado e um amigo, foram condenados à pena máxima de prisão perpétua por tráfico de seres humanos e a dez anos por rapto. Para a justiça ficou provado que a criança de seis anos foi raptada e vendida por 20.000 rands (cerca de 980 euros).

“Não preciso de sublinhar a gravidade [dos factos]: o rapto de uma menina de 6 anos, privando-a da sua liberdade de movimentos e da sua liberdade”, afirmou o juiz do Tribunal Superior do Cabo Ocidental, Nathan Erasmus, citado pela britânica BBC. “Pelo crime de tráfico de seres humanos, é condenada a prisão perpétua. Pelo crime de rapto, é condenada a dez anos de prisão“, anunciou Erasmus, sob fortes aplausos na sala de audiências.

Durante as audiências da sentença, Kelly Smith e os dois coarguidos recusaram-se a testemunhar ou a chamar qualquer testemunha para os defender. Por seu turno, foram ouvidas mais de 30 testemunhas que descreveram a vida conturbada de Smith.

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 2.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E o primeiro episódio aqui.]

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A mãe da menina de seis anos foi descrita como manipuladora e alguém que contava “mentiras descaradas“. Uma assistente social a cargo do relatório do caso chegou a dizer que não seria “exagero concluir que [Kelly] Smith é a mente por trás do tráfico da sua própria filha”.

Lourentia Lombaard, uma amiga e vizinha de Smith, também prestou depoimento, alegando que Kelly lhe disse que tinha feito “algo estúpido“: vendeu Joshlin a um curandeiro tradicional, conhecido na África do Sul como “sangoma”, acrescentando que esse curandeiro queria apenas os olhos e a pele da menina.

Antes da sentença, a avó de Joshlin, Amanda Smith-Daniels, implorou para que a filha lhe dissesse onde está a criança. “Não sinto que qualquer sentença que eles recebam vá trazer a minha neta de volta”, afirmou à emissora local Newzroom Afrika, acrescentando que o desaparecimento da menina deixou a família “destruída”.

O desaparecimento da criança desencadeou uma operação de busca a nível nacional e a fotografia da menina foi amplamente divulgada nas redes sociais. O caso causou grande agitação no país, com um ministro a oferecer uma recompensa de um milhão de rands (49 398 mil euros) pelo seu regresso em segurança.

De acordo com a BBC, as autoridades garantiram que as buscas continuam tanto dentro do país, como a nível internacional. “Não vamos descansar enquanto não descobrirmos o que aconteceu a Joshlin. Continuamos à procura dela”, afirmou o comissário da polícia, Thembisile Patekile, à imprensa local.

A África do Sul tem uma das taxas de criminalidade mais elevadas do mundo e os raptos de crianças estão a aumentar, segundo dados oficiais.

Acordo União Europeia-Mercosul deve dar lucros de mais de mil milhões de euros a empresa brasileira

O acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul – Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — deverá gerar lucros bilionários à gigante brasileira da agroindústria JBS, segundo um estudo da Greenpeace divulgado esta sexta-feira.

Um comunicado da Greenpeace destaca que um estudo do instituto de investigação neerlandês Profundo estima que a brasileira JBS, o maior produtor de carne do mundo, “poderá obter 1,7 mil milhões de euros de lucros suplementares antes de impostos e 1,2 mil milhões de euros após impostos até 2040, se o acordo UE-Mercosul for adotado”.

Este montante, sustenta também a Greenpeace, representa 8% da atual capitalização bolsista da JBS e está próximo do lucro líquido médio que a empresa obtém num ano inteiro das suas operações globais.

O cálculo do Profundo teve em conta os lucros potenciais que a JBS poderia obter em resultado da redução dos direitos aduaneiros sobre a carne proporcionada pelo acordo UE-Mercosul, bem como os lucros potenciais devidos à possibilidade de a JBS poder aumentar o volume das suas exportações de carne para a UE em resultado do acordo UE-Mercosul.

A organização ambientalista destaca que os lucros da JBS se fazem “à custa da natureza, do clima e dos meios de subsistência dos pequenos agricultores e dos agricultores ecológicos na UE e no Mercosul”. O Profundo fornece investigação orientada para a ação, aconselhamento e desenvolvimento de capacidades para a sociedade civil e organizações públicas.

Em dezembro de 2024, após mais de duas décadas de conversações, a UE e o Mercosul concluíram as negociações para um acordo comercial bilateral, que tem ainda de ser ratificado nos países de ambos os blocos.

Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa considera CIM da Península de Setúbal fundamental para a região

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDRLVT) defendeu esta noite que a constituição da Comunidade Intermunicipal (CIM) de Setúbal é fundamental para que a região tenha um interlocutor junto das instâncias europeias.

“É fundamental que a Península de Setúbal possa constituir a sua CIM e que ela possa constituir-se como um interlocutor e um agente de desenvolvimento”, disse Teresa Almeida, que falava à Lusa durante a conferência “CIM da Península de Setúbal os desafios para o Desenvolvimento Regional“, na tomada de posse do Conselho Coordenador Distrital de Setúbal da SEDES, uma das mais antigas associações cívicas portuguesas.

“Foi aqui dito que, porventura, a escritura da CIM ainda será feita dentro deste ciclo autárquico. E isso pode ser uma boa motivação para que rapidamente encontrem as soluções que precisam, para que haja apenas uma visão sobre o que a CIM tem de fazer”, acrescentou.

Para Teresa Almeida, seria impensável que a Península de Setúbal, que tanto lutou para poder ter voz través dos empresários, autarcas e associações da região não estivesse constituída a tempo de se afirmar como interlocutora no processo de atribuição dos fundos comunitários.

“Aquilo que importa, verdadeiramente, é que neste novo ciclo de construção de fundos comunitários para esta região de Setúbal haja um interlocutor para o que vai acontecer em breve, porque haverá anúncios da Comissão Europeia sobre o novo modelo [de fundos comunitários] a partir do princípio de julho”, disse.

“Depois as coisas começam a precipitar-se rapidamente, mas eu penso que está tudo conjugado para que, num prazo curto, haja essa possibilidade de fazer a constituição da CIM da Península de Setúbal”, sublinhou Teresa Almeida.

No painel sobre a “CIM da Península de Setúbal os desafios para o Desenvolvimento Regional”, participaram também os presidentes das Câmaras Municipais de Palmela, Álvaro Amaro, e do Barreiro, Frederico Rosa, com este último a alertar para a necessidade de os municípios da região uniformizarem rapidamente os textos constitutivos da nova CIM, dado que subsistem algumas discrepâncias entre eles.

“É muito importante haver um sentido de urgência para se constituir a CIM, porque é um fator muito importante para a região”, sublinhou Frederico Rosa, que salientou a importância de haver uma visão estratégica comum sobre três grandes investimentos previstos para a Península de Setúbal, designadamente, a terceira travessia do Tejo, a ferrovia de alta velocidade e o futuro aeroporto.

Mais otimista, o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, mostrou-se confiante de que os municípios da região serão capazes de se entenderem nas questões fundamentais para o desenvolvimento da região e de aprovar um texto constitutivo uniformizado da CIM, ainda durante o atual mandato autárquico.

A futura CIM da Península de Setúbal deverá integrar os nove municípios da região: Almada, Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.

“Quero ser o que viste em mim”: revelada nova obra de Banksy

A mais recente obra do artista urbano Bansky foi revelada esta quinta-feira, através das redes sociais. Trata-se de um farol pintado numa parede bege, acompanhado da frase “Quero ser o que viste em mim”.

Os seguidores atentos ao trabalho do artista de rua rapidamente reagiram à nova pintura. “Nunca falha”, “Fantástico”, “Ele está de volta!” ou “Sempre genial” são algumas das mensagens que se podem ler na sua conta no Instagram. O local é também especulado, com muitos fãs a referiram Marselha como o lugar escolhido para a obra de Bansky.

A mais recente pintura do artista que permanece em anonimato surge após uma série no ano passado em Londres — muitas delas com desenhos de animais (elefantes, rinoceronte, gato, lobo e macacos).

[A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 2.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E o primeiro episódio aqui.]

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A identidade de Banksy nunca foi confirmada e o artista continua a partilhar o seu trabalho esporadicamente nas redes sociais. Cada pintura nova suscita pequenas investigações sobre a localização e o significado, sendo frequentemente alvo de muitos comentários. “Banksy trabalha segundo as próprias regras e estamos todos a dançar ao som da sua música”, afirmou Paul Gough, especialista nas obras do pintor e professor na Universidade de Bournemouth, em 2024.

Recentemente, surgiram rumores sobre a verdadeira identidade de Banksy. Francisco Marco, diretor de uma agência de investigação privada em Espanha, afirma ter “provas irrefutáveis” de que o artista é um britânico de 51 anos que vive “uma vida de classe média” em Bristol, no Reino Unido.

Quer uma praia com água limpa Mapa de 2025 tem recorde de 81 areais “Zero Poluição”

O que é uma praia “Zero Poluição”? A associação ambientalista Zero que faz esta avaliação anual esclarece: “Uma Praia Zero Poluição é aquela em que não foi detectada qualquer contaminação microbiológica nas análises efectuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares.” E na lista de 2025 há boas notícias, com um recorde de 81 praias limpas em 39 concelhos – mais 22 águas balneares do que em 2024. Duas dessas praias são no interior do país.

Em relação à lista de 2024, há perdas e ganhos. Mais precisamente, saíram da lista do ano passado 19 praias e entraram 41 novas. Além disso, há outros destaques a assinalar em 2025. Por exemplo, o concelho de Torres Vedras destaca-se com um total de 11 praias Zero Poluição e há duas praias interiores classificadas: Alqueidão e Montes, ambas no concelho de Tomar na albufeira de Castelo do Bode. Tal como em 2024, os Açores continuam a brilhar neste mapa com um total de 20 praias com águas limpas em 12 concelhos.

O comunicado da associação com os dados de 2025 explica que “todas as praias classificadas no ano passado como Praias Zero Poluição estão classificadas, ao abrigo da legislação, como praias com qualidade da água ‘excelente’”. Porém, acrescentam, “na maioria das vezes, à custa de uma única análise onde foi detectada a presença de microrganismos, mesmo que muito longe do valor-limite, deixaram de poder ser consideradas Praias Zero Poluição”.

Quem sai e entra na lista?

Então quais ficam, quais saem e quais entram de novo na lista? Doze municípios: Angra do Heroísmo, Grândola, Ílhavo, Lajes das Flores, Lourinhã, Olhão, Peniche, Santa Cruz (na Madeira), Santiago do Cacém, Sines, Tomar e Torres Vedras passaram a fazer parte dos concelhos com pelo menos uma Praia Zero Poluição. Por outro lado, os concelhos de Leiria, Machico, Pombal e Santa Cruz das Flores deixaram de estar representados.

“Em termos de balanço, saíram da lista do ano passado 19 praias e entraram 41 novas”, resume a nota de imprensa. Num olhar mais distante, contabilizam-se 81 praias Zero no total do país em 39 concelhos, 55 praias Zero no Continente em 23 concelhos, 20 praias nos Açores em doze concelhos e seis praias na Madeira em quatro concelhos. Os concelhos com maior número de Praias Zero Poluição são Torres Vedras com 11 praias, Grândola com sete praias, seguidos de Alcobaça com quatro.

“É extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais susceptíveis à poluição microbiológica”, refere a nota de imprensa divulgada esta sexta-feira pela associação. “À excepção de duas praias “interiores”, todas as restantes praias são “costeiras”. Este facto é um indicador do muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas.”

Águas sem colónias

A associação faz este levantamento desde 2016 a partir de dados solicitados à Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A monitorização das águas balneares é uma competência legal da APA, em Portugal continental, da Direcção Regional dos Assuntos do Mar (DRAM), nos Açores, e da Direcção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente (DTROTA), na Madeira.

O resultado da análise revela não só as praias que, ao longo das três últimas épocas balneares (2022, 2023 e 2024), tiveram sempre classificação “Excelente”, mas também que apresentaram “valores zero ou inferiores ao limite de detecção em todas as análises efectuadas aos dois parâmetros microbiológicos controlados e previstos na legislação (Escherichia coli e Enterococos intestinais)”. Ou seja, sublinham, em todas as 81 praias assinaladas, as análises efectuadas não revelaram a detecção de “qualquer unidade formadora de colónias”.

Além desta lista apresentada pela Zero, também já sabemos que mais de 400 praias portuguesas têm este ano bandeira azul, mais seis do que no ano passado, com destaque para a entrada das praias de Sintra no galardão.

A distinção de boa qualidade da Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE) foi atribuída a 404 praias – das quais 354 são costeiras e 50 são praias interiores –, 18 marinas e 22 embarcações ecoturísticas, num total de 444 galardões atribuídos a Portugal pelo júri internacional em 2025. Segundo o presidente da ABAAE, José Archer, todos os municípios costeiros portugueses têm este ano praias galardoadas.

Governo apela aos proprietários para “logo que possível” limparem terrenos

O Governo apelou esta quinta-feira aos proprietários para que, “logo que possível”, limpem os seus terrenos, mas tendo em consideração as condições de segurança, após ter prolongado até 15 de junho o prazo de gestão de combustível devido à meteorologia.

Em comunicado, os ministérios da Agricultura e Pescas e da Administração Interna explicaram que, “considerando que as condições meteorológicas dos últimos meses limitaram os períodos disponíveis para a realização de trabalhos” de gestão de combustível na rede secundária, foi prolongado “o prazo de limpeza de matos e terrenos” até 15 de junho.

“Durante este período, a realização de trabalhos de limpeza e gestão de combustível continua sujeita às regras previstas no Decreto-Lei 82/2021, de 13 de outubro”, especialmente “nos dias com nível de perigo de incêndio rural “muito elevado” ou “máximo”, acrescenta-se na nota.

Nestes casos, salientam os ministérios de José Manuel Fernandes e Margarida Blasco, “os trabalhos só podem ser realizados com autorização prévia da autoridade municipal de proteção civil, mediante pedido com a localização e o calendário previsto das ações”, e desde que cumpram as condições de segurança estabelecidas.

Incêndios. Autarcas pedem "autoridade" para garantir a limpeza dos terrenos

Assim, os trabalhos “apenas podem ser realizados por entidades com códigos de atividade económica (CAE) identificados no anexo do decreto-lei”, as “viaturas de apoio a trabalhos sem maquinaria devem dispor de um extintor adicional com capacidade mínima de 2 kg” e, nos trabalhos com maquinaria, “devem ser aplicadas as medidas de segurança definidas” e usados “equipamentos com dispositivos de retenção de faíscas/faúlhas e extintores operacionais”.

Adicionalmente, os ministérios sublinham que “é proibida a realização de queimadas”, as “queimas requerem autorização prévia”, os trabalhos “devem, sempre que possível, ser feitos nas horas de menor calor (manhã ou final da tarde)”, e é “obrigatório garantir meios de vigilância e de primeira intervenção no local durante os trabalhos”.

“O Governo apela a todos os proprietários, entidades gestoras e demais responsáveis para que realizem, logo que possível, a limpeza dos seus terrenos, tendo sempre em consideração as condições de segurança, especialmente nos dias de maior calor”, lê-se na nota.

Prazo prolongado até 15 de junho

O prolongamento do prazo para os proprietários procederem à limpeza de terrenos florestais e agrícolas em redor de edificações e infraestruturas, como pediram as associações do setor, foi esta quinta-feira publicado em Diário da República, através de um despacho conjunto dos secretários de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro, e das Florestas, Rui Ladeira.

Cavalos “sapadores” asseguram a limpeza de terrenos em Figueiró dos Vinhos

O despacho altera um anterior, de 16 de abril, que determinava que os trabalhos na rede secundária de faixas de gestão de combustível podiam decorrer até ao próximo sábado.

A decisão foi tomada após consulta à AGIF – Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Guarda Nacional Republicana, Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e Infraestruturas de Portugal.

A gestão de faixas de combustível em terrenos florestais em redor de edificações, infraestruturas e aglomerados, prevista na lei até 30 de abril, visa prevenir fogos rurais, mas a Federação Nacional de Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) pediu ao Governo o prolongamento de “mês e meio” no prazo, devido às condições meteorológicas.

Perante as dificuldades na contratação de empresas para a limpeza, nomeadamente por escassez de mão-de-obra e limitação de equipamentos, a FNAPF e a ANEFA – Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente consideraram insuficiente o prazo para a realização da maior parte dos trabalhos e pediram mais tempo, antes que as autoridades iniciem a fiscalização dos incumprimentos e aplicação de contraordenações.

O presidente da FNAPF, Luís Damas, disse à Lusa que voltou a pedir ao Governo o prolongamento do prazo pelo menos até meados de junho e, perante a decisão de prolongar até 15 de junho, mostrou-se satisfeito e comentou: “Ao menos temos mais esta janela de 15 dias”.

Governo prolonga estrutura de missão para imigrantes até dezembro

O Governo decidiu esta quinta-feira prolongar até ao final do ano a estrutura de missão da Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) criada há um ano para tratar dos processos pendentes dos imigrantes.

Em comunicado, o Conselho de Ministros refere que foi aprovada uma resolução que “prorroga a vigência da Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes na AIMA até 31 de dezembro de 2025, aproveitando os meios, experiência e conhecimento técnico desta estrutura, bem como as sinergias geradas pela colaboração entre esta e várias entidades públicas e privadas”.

Segundo o executivo, a estrutura de missão concluiu “de forma plena e eficaz a sua missão inicial de resolver os mais de 400 mil processos pendentes com origem em manifestação de interesse”.

O Governo indica que a estrutura de missão vai “aplicar os seus recursos à resolução de outras pendências que a Agência para a Integração, Migrações e Asilo enfrenta, nomeadamente as renovações das autorizações de residência”.

A Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes estava prevista no Plano de Ação para as Migrações, foi criada em julho de 2024 e tinha um prazo de validade de um ano.

Liderada por Luís Goes Pinheiro, a estrutura conta com até 100 especialistas, 150 assistentes técnicos e 50 assistentes operacionais, tendo sido criada para resolver os processos acumulados nos últimos anos e garantir a regularização dos cidadãos estrangeiros em situação pendente.

As novas regras para os imigrantes em Portugal entraram em vigor há cerca de um ano, em 4 de junho, e uma das 41 medidas do Plano de Ação para as Migrações implicava o fim das manifestações de interesse, mas cerca de 440 mil pedidos estavam ainda pendentes, tendo sido criada uma estrutura de missão para resolver pendências.

Depois de tratar dos cerca de 400.000 processos pendentes de imigrantes, a estrutura de missão resolve agora os processos relacionados com os 220 mil cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) com títulos de residência precários em Portugal.

A AIMA indicou esta quinta-feira que estão concluídos 85% dos 440.000 pedidos referentes a manifestações de interesse que estavam pendentes há um ano, quando entrou em vigor o Plano de Ação para as Migrações, existindo 69.000 a aguardar decisão.

“Depois de atendidos e processados todos os processos de manifestação de interesse, cerca de 37 mil encontram-se a finalizar o processo de instrução e cerca de 32 mil estão na fase final de decisão pela AIMA. Este número representa, assim, cerca de 15% do total de mais de 440 mil processos pendentes, já tendo os restantes 85% o processo concluído”, segundo a AIMA.

Nuno Melo diz que não há militares da Força Aérea envolvidos na operação “Torre de Controlo”

O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, afirmou esta quinta-feira que não há militares da Força Aérea envolvidos na operação “Torre de Controlo”, por suspeitas de corrupção relacionadas com concursos públicos para o combate aos incêndios.

“Posso só adiantar-lhe que estou muito tranquilo em relação à Força Aérea, porque não me parece que da Força Aérea haja ninguém envolvido a esse propósito”, disse.

O também presidente do CDS-PP falava aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa, à margem de uma reunião do Conselho Nacional.

Nuno Melo recusou fazer mais comentários dado tratar-se de uma reunião partidária.

“Eu, enquanto membro do Governo, não vou falar na sede do CDS”, disse.

A Força Aérea confirmou esta quinta-feira que elementos do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público estiveram nas instalações do Estado-Maior, em Alfragide, Lisboa, com quem o ramo está a “colaborar ativamente”.

Estas informações constam de um comunicado, enviado à imprensa pela Força Aérea, depois de esta manhã, numa outra nota, a Polícia Judiciária (PJ) ter anunciado que fez 28 buscas, em vários pontos do país, por suspeitas de corrupção e burla relacionadas com os concursos públicos para o combate aos incêndios rurais, num valor que ronda os 100 milhões de euros.

A operação “Torre de Controlo” incluiu 28 mandados de busca, que decorreram em domicílios e sociedades comerciais e de contabilidade e em organismos públicos, e envolveram também a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), as instalações do Estado-Maior, em Alfragide, Lisboa, e as empresas Helibravo, Heliportugal e HTA.

Durante a tarde, o ministro da Defesa garantiu desconhecer os contornos da investigação relacionada com os concursos públicos para o combate aos incêndios, mas sublinhou que está habituado a ver nos jornais “grandes parangonas” sobre processos que “acabam em coisa nenhuma”.

Montenegro propõe apoio do PSD a Marques Mendes nas Presidenciais

O PSD reuniu-se esta quinta-feira para oficializar o apoio do partido a Luís Marques Mendes como candidato presidencial, que teve apenas um voto contra.

Na voz de Luís Montenegro, que destacou a sua “isenção e imparcialidade” política, o ex-líder parlamentar e atual conselheiro de Estado foi destacado pelo primeiro-ministro indigitado esta quinta-feira como uma figura “com quem se pode contar”.

“Ficaremos em muito boas mãos para podermos projetar em cinco anos um período de regular funcionamento das instituições, sabemos com o que podemos contar, sabendo que não vem daí nenhuma surpresa”,afirmou na na sua intervenção inicial no Conselho Nacional do PSD aberta à comunicação social.

O órgão, que é responsável por “aprovar as propostas referentes ao apoio a uma candidatura a Presidente da República”, reuniu-se poucas horas depois de outra candidatura ter sido apresentada – a de Henrique Gouveia e Melo – e ao mesmo tempo que André Ventura revelava que o atual chefe de Estado o aconselhou a não se candidatar às eleições que se realizam apenas no início de 2026.

Perante os conselheiros nacionais do PSD, Montenegro recordou que no último congresso traçou um perfil para um candidato presidencial a ser apoiado pelo partido, que considerou encaixar no antigo líder do PSD Luís Marques Mendes.

“Temos alguém do nosso espaço político que é um anterior presidente do PSD, uma pessoa altamente qualificada que nós conhecemos muito bem e que o país também conhece bem e que apresenta características que são muito consentâneas e adequadas ao exercício da função do Presidente da República”, disse.

Ironizando, Montenegro acrescentou que até tem uma característica “que não é propriamente a mais agradável para o PSD”, provocando risos na audiência.

“É que nem sempre concorda com o PSD, mas isso é uma das características dos Presidentes da República que nós já elegemos”, afirmou, referindo-se a Cavaco Silva e a Marcelo Rebelo de Sousa.

Montenegro garante que há “condições diferentes" na relação entre o Parlamento e o Governo

Para o primeiro-ministro indigitado, quer um, quer outro, deram mostras “da sua neutralidade, da sua imparcialidade no exercício da função”, ainda que o PSD nem sempre tenha concordado com tudo o que defenderam.

Por outro lado, Montenegro defendeu que Mendes “conhece muito bem o alcance das competências do Presidente da República, conhece muito bem a forma como os órgãos de soberania se devem relacionar e como a estabilidade política e a governabilidade do país também dependem da magistratura de intervenção da Presidência da República”.

“Nós sabemos quais são os seus princípios e valores, sabemos qual é a sua visão política”, frisou, sem nunca se referir de forma direta ao adversário Gouveia e Melo.

Luís Marques Mendes tem 67 anos e foi militante do PSD desde os 16 anos — tendo entregado o cartão partidário no dia em que anunciou a candidatura a Belém. Por este partido, foi deputado, líder parlamentar e integrou Governos como secretário de Estado e ministro, ocupando o cargo de presidente do PSD entre 2005 e 2007.

Atualmente, é conselheiro de Estado escolhido pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e foi comentador televisivo na SIC ao longo de mais de uma década, espaço do qual se despediu antes de se apresentar a Belém.

Nas últimas presidenciais, o PSD aprovou, na direção de Rui Rio, o apoio à recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa Belém em setembro de 2020, ainda antes de o próprio a ter anunciado, uma moção que passou sem votos contra (61 a favor e nove abstenções).

[notícia atualizada às 00h31 de 30 de maio]

Poeiras do Norte de África afetam qualidade do ar a partir de 6.ª feira

Uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África, que transporta poeiras em suspensão, vai prejudicar a qualidade do ar em Portugal continental a partir de sexta-feira, alertou esta quinta-feira a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O fenómeno pode estender-se a 31 de maio (sábado) e dias seguintes, apontou a autoridade de saúde, numa nota.

“Prevê-se a ocorrência de uma situação de fraca qualidade do ar no Continente, registando-se um aumento das concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar”, pode ler-se.

Este poluente (partículas inaláveis) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, como as crianças e os idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados.

Atenção: Poeiras do Norte de África vão afetar qualidade do ar

Enquanto este fenómeno se mantiver, a DGS recomenda a população a evitar esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.

Pela sua maior vulnerabilidade, as crianças e os idosos, assim como as pessoas com problemas crónicos respiratórios e os doentes do foro cardiovascular, além de cumprirem as recomendações gerais, devem, sempre que possível, permanecer no interior dos edifícios, preferencialmente com as janelas fechadas.

Em caso de agravamento de sintomas a DGS aconselha o contacto com a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou, em caso de necessidade, o recurso aos serviços de saúde.

A autoridade de saúde refere ainda que pode ser consultada a página da internet da APA (Agência Portuguesa do Ambiente) ou a App QualAr para “informação adicional sobre a qualidade do ar e os valores medidos nas estações de monitorização”.

DGS alerta para fraca qualidade do ar este sábado devido a poeiras do Norte de África

A DGS recomendou também esta semana medidas preventivas, como a ingestão de água, face às previsões de aumento de temperatura nos próximos dias, que deverá atingir valores acima de 30°C na generalidade do território nacional.

Considerando as previsões meteorológicas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a Direção-Geral da Saúde (DGS) aconselha o consumo regular de água, evitando a ingestão de bebidas alcoólicas.

A DGS refere que a exposição solar deve ser evitada entre as 11h00 e as 17h00, recomendando o uso de roupa larga, que cubra a maior parte do seu corpo, e chapéu de abas largas e óculos de sol, bem como protetor solar de fator proteção 30 e renovar a sua aplicação de duas em duas horas.

De acordo com o IPMA, Bragança, Évora, Guarda, Faro, Vila Real, Setúbal, Santarém, Lisboa, Beja, Castelo Branco e Portalegre estão até às 18h00 de sábado sob alerta amarelo devido à previsão de tempo quente.

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